Reprodução

Deseja saber mais sobre os ciclídeos, mande nos um e-mail!

Com peixes dentro da idade madura, se as condições de água, temperatura e ambientação são favoráveis e se seus peixes são bem alimentados, você não terá problemas para conseguir que se acasalamento. O mais provável será que em pouco tempo você não tenha mais local para colocar tantos alevinos. 

A alimentação em tempo normal pode ser feita com qualquer floco de boa qualidade uma vez ao dia. Usamos Tetra Discus e Flash Colors. Para obter melhores resultados na reprodução, eleve a taxa de alimentação para três vezes ao dia, tendo sempre o cuidado de que a quantidade seja tal que possam comer tudo em poucos minutos. Se puder, não deixe de comprar uma porção de artêmias adultas vivas - tem em qualquer loja de aquário - garantindo uma boa taxa de proteína. Vale a pena.

Como é o acasalamento: A fêmea ganha um ventre mais roliço devido ao acúmulo de ovos. O macho fica com as cores mais vivas e contrastantes. Ele então começa a cavar e a preparar um local adequado (15 cm de espaço). Depois da corte, a fêmea deposita os ovos ( 3 a 5 de cada vez) sobre uma rocha plana ou mesmo no cascalho - que eles já acomodaram ao seu gosto. O macho se aproxima e fertiliza os ovos, ficando a fêmea numa posição perpendicular - posição T - com a boca encostada à aleta anal do macho. Cada um desses ovos - no caso do Pseudotropheus Zebra- possui um tamanho em torno de 3mm, e portanto, são bastante visíveis. Depois de serem fertilizados a fêmea recolhe os ovos na boca.

Local preparado pelo macho para a desova

Começa o período de incubação. A fêmea ganhará uma "papa" debaixo da boca, que é o melhor indicativo de que houve o acasalamento. Durante cerca de 20 a 25 dias ela cessará sua alimentação - outro indicativo do acasalamento - e ficará cuidando dos ovos até que haja a eclosão e os alevinos saiam pela boca, com cerca de 1 cm de comprimento, nadando livremente, numa cópia fiel e reduzida dos pais. 

[Componente Mapa de imagens do FrontPage][Componente Mapa de imagens do FrontPage]

Dependendo do tamanho da fêmea e do tipo e da quantidade de alimentação que recebeu previamente, ela irá ter de 15 a 40 ovos. Comparado com outras espécies - como os Betas - é bem pouco, mas em compensação a perda é praticamente nula. Dos mais de 100 filhotes que acompanhamos, somente um morreu. Isto é mais um sinal do alto grau de evolução que esta espécie alcançou. Basta alimentá-los com artêmia ou mesmo com um alimento em flocos, bastando nesse caso, esfarinhá-lo para que os alevinos consigam ingeri-lo. A fêmea realizou durante o período de incubação com toda a maestria o trabalho mais crítico, onde, caso fosse feita manualmente, a taxa de mortalidade seria alta. Para efeito de comparação, os alevino recém nascidos superam em resistência e desenvolvimento os alevinos de Guppy e os alevinos do Beta com mais de 1 mês de vida. Alimentamos os alevinos duas vezes por dia e procuramos trocar 20% a 30% da água do aquário semanalmente para que cresçam mais rápidos. Nas espécies com dimorfismo sexual cromático, os jovens sempre possuem a cor da fêmea, o que confere maior proteção no ambiente, e só depois é que os machos ganharão a cor específica da sua espécie.

Depois do acasalamento há três possibilidades:

1. Deixar a fêmea no aquário e esperar que solte os alevinos. Com sorte, tendo um aquário grande, conseguiremos que um ou outro exemplar sobreviva. Quase todos serão devorados pelos indivíduos maiores. A fêmea não terá paz durante o período de incubação e também demorará mais para recuperar-se, pois terá que dividir o alimento com todos os demais.

2. Estripar a fêmea. Trata-se de retirar a fêmea do aquário (uma operação que pode ser complicada: o mais fácil é colocar um tijolo ou um vaso e encaminhar a fêmea para lá; com duas mãos tampando as saídas, retire o tijolo e leve a fêmea para outro aquário), segurá-la com a mão - previamente molhada e sem resíduos de sabão - e com a ajuda de uma tampa de caneta, pinça ou algum pequeno bastão, abrir a boca dela para que saiam os filhotes. Para tal é preciso que a fêmea esteja dentro d'água, ainda que retirá-la por um segundo e introduzi-la novamente ajuda a que saiam os alevinos. Faça várias vezes essa operação até que esteja certo de que não há mais filhotes na boca. Isto só deve ser feito após 15 dias de incubação, quando os alevinos já são capazes de nadar. Repare que alguns indivíduos ainda estarão com uma reserva amniótica e não se alimentarão enquanto ela não acabar. Se fizermos antes, teremos dificuldades para levar a criação adiante.

Há pessoas que afirmam que filhotes que nasceram estripados crescem mais lentamente e, quando adultos, são  mais propensos a engolir as crias quando estão incubando. Ainda não verificamos este fato, mas não há dúvida que o processo natural é sempre o mais adequado: nenhum método artificial pode superar o cuidado que a mãe confere aos filhotes dentro da sua boca.

3. O terceiro método é o que preferimos. Assim que notamos a "papa" na boca da fêmea e confirmamos que não se alimenta, retiramo-la do aquário e a colocamos em outro, menor, com cerca de 20 litros, filtro esponja, algumas rochas e um pouco de substrato confinado dentro de um pequeno vaso. Neste local a fêmea encontrará o repouso necessário durante a incubação e, após este período, poderá se restabelecer com uma alimentação exclusiva, durante duas semanas antes de voltar ao aquário principal. Aliás, para voltar ao aquário principal, é necessário, mexer na configuração das rochas e do substrato para destruir os territórios já formados. Assim evitamos que a fêmea seja considerada uma intrusa, seja perseguida e ferida. Voltando ao método, o único inconveniente, é que necessitamos observar a fêmea todos os dias. Assim que os filhotes saírem é bom separá-la, para que não devore a cria. Não se preocupe: nas primeiras horas, e talvez até mais, ela não comerá nenhum. É importante que haja um lugar onde eles possam se refugiar. Se eles não se sentem seguros, ficarão estressados.  A grande vantagem deste método é que temos filhotes em perfeito estado e com perda zero, sem incomodar a progenitora.

    Recentemente fizemos uma experiência interessante. Num aquário de  80x30X20, colocamos a fêmea com ovos na boca e inserimos uma placa divisória de vidro de modo que dividia o tanque em 2/3 e 1/3 de sua capacidade. O vidro encaixava de tal modo que a fêmea não podia passar para o outro lado, mas os filhotes sim. Os filhotes nasceram e foram para o outro lado, isolando-se da fêmea. Ao nos aproximarmos para dar alimento, assustados, correram em bloco para o lado da fêmea que abriu a boca e engoliu quase todos. Uns poucos que não entraram na boca, foram perseguidos por ela até todos foram apanhados. A dúvida era: foram devorados ou foram encontrar refúgio, conforme já foi registrado em algumas espécies? Tivemos que esperar várias horas para saber. Deixamos a fêmea em paz e no dia seguinte lá estavam todos os filhotes nadando felizes pelo aquário. Em resumo, a fêmea realmente cuida com esmero dos seus pupilos, tornando o terceiro método o mais adequado. De qualquer forma vale a pena tomar dois cuidados: manter a divisória e alimentá-la muito bem assim que os alevinos são expelidos.

r Faça em casa a reprodução dos ciclídeos e envie sua experiência por e-mail!