Hitler |
(1889-1945) Adolf Hitler foi o político e ditador alemão nascido em Braunau am Inn, Áustria, no dia 20 de abril de 1889, terceiro filho do terceiro casamento de seu pai. Foi o sistematizador do nazismo (movimento chauvinista de direita alemão, nos moldes do fascismo imperialista e belicista e cuja doutrina consistia numa mistura de dogmas e preconceitos a respeito da pretensa superioridade da raça ariana) em seu livro Mein Kampf (Minha Luta, 1925-1927). Hitler teve fraco rendimento escolar e não recebeu diploma, interrompendo os estudos aos 16 anos, em 1905. Suas notas baixas irritavam seu pai, Alois, que era um homem ríspido e de mau gênio. Alois, que morreu em 1903, queria que seu filho estudasse para ser funcionário do governo, assim como ele o havia sido. Mas o menino queria ser um artista. Em certo período de sua infância, Hitler cantou num coro de igreja e pensou em ser padre. Ao se tornar adulto, porém, passou a odiar o cristianismo, que dizia ser uma religião de fracos. Após a morte da mãe, Klara Hitler, e sem concluir o segundo grau em Linz, mudou-se para Viena (1908), onde seu sonho de se tornar pintor foi truncado quando fracassou por duas vezes ao tentar ingresso na Academia de Belas-Artes. Mudou-se para Munique (1913) e alistou-se no exército alemão, no décimo sexto regimento da Baviera (Bavária). Foi rejeitado como inapto, mas na época da Primeira Guerra Mundial foi voluntário do exército alemão e, ferido duas vezes em combate (1916/1918), foi condecorado com a Cruz de Ferro, condecoração rara para o posto de cabo. Os homens que conheceram Hitler em Viena o descreveram como um tipo estranho, melancólico e facilmente irritável. Mais tarde ele escreveu que "Viena foi a mais dura, porém a mais completa escola da minha vida". Quando menino aprendera a odiar os judeus, os eslavos e os membros de outros grupos étnicos. Esse ódio acentuou-se em Viena. Como muitos austríacos que falavam a língua alemã, ele se considerava alemão e tinha grande orgulho de seus antepassados. Hitler zombava do parlamento austríaco que reconhecia oito línguas como oficiais, pois nenhuma forma de governo poderia durar, segundo ele, se tratava igualmente pessoas de nacionalidade diferentes. E foi nesse período de pobreza que, como autodidata, formou suas opiniões políticas. Hitler amava o exército e desprezava os soldados que não gostavam da guerra. Terminada esta, continuou vinculado ao Exército e filiou-se ao Partido Alemão dos Trabalhadores (1919), que, um ano depois, passou a chamar-se Partido Nacional-socialista Alemão dos Trabalhadores, o partido nazista (Nationalsozialistishe Deutsche Arbeiterpartei). De personalidade difícil, Hitler não foi logo bem aceito. Porém, os dirigentes, conscientes de que o futuro do partido dependia do seu poder de organizar a publicidade para conseguir fundos, já que ele era o encarregado da propaganda do partido, deram-lhe a presidência com poderes ilimitados, em julho de 1921. Desde logo ele decidiu criar um movimento de massas. O clímax desse rápido crescimento do partido nazista na Bavária veio com a tentativa de golpe para tomada do poder, o atentado de Munique (Hall da Cerveja), no dia 8 de novembro de 1923, quando Hitler e o general Erich Luderndorff tentaram forçar o comando do exército a proclamar um revolução nacional. Quando levado a julgamento Hitler tirou vantagem da imensa publicidade que o acontecimento lhe deu. Ele também tirou uma lição do golpe - que o movimento precisava chegar ao poder por meios legais. Foi sentenciado a prisão por cinco anos, mas ficou preso somente nove meses na fortaleza de Landsberg, e isto com suficiente conforto para preparar o primeiro volume do seu Mein Kampf. Ele considerava a desigualdade entre as raças e os indivíduos como parte de um imutável ordem natural e exaltava a raça ariana como o único elemento criativo da humanidade. Toda moralidade e verdade era julgada por este critério: se era de acordo com o interesse e preservação do povo. A unidade do povo encontrava sua encarnação no Führer, dotado de autoridade absoluta. Abaixo do Führer existia apenas um partido, formado pelos melhores elementos do povo. Seus maiores inimigos eram os marxistas e os judeus, estes considerados por Hitler como a encarnação de todo o mal. A Alemanha não poderia encontrar seu destino sem o Lebensraum ("espaço vital"), terras para abrir e alimentar a crescente população alemã. O espaço vital deveria ser encontrado na Ucrânia e nas terras do leste Europeu, terras a serem tomadas do povo eslavo, classificado por Hitler como untermenschen (subumanos), e governado por uma conspiração judeu-comunista com sede em Moscou. Assumindo a chefia absoluta da organização do Partido Nazista (1921), Hitler aproveitou-se do ressentimento dos alemães pela derrota sofrida na primeira guerra mundial, as idéias nacionalistas, os sentimentos anti-semitas e a crise econômica e social da década de 30, promoveu a ascensão do partido nazista, sob sua liderança, ao poder, alcançado pelo voto (1932). Consolidado no poder auto-nomeou-se presidente, comandante supremo das forças armadas e Führer do Terceiro Reich (1934) e iniciou sua sistemática perseguição a todos os grupos opositores, sobretudo os marxistas e os judeus. Criou a poderosa polícia política, a Gestapo, e ordenou a construção de numerosos campos de concentração. Organizou, ao mesmo tempo, uma avançada indústria de guerra que converteu a Alemanha no país mais bem armado da Europa e assim passou a se dedicar à realização de seu sonho político: a expansão do Terceiro Reich pela Europa. Hitler era indiferente a roupas e comida, nunca fumando ou bebendo chá, álcool, porém não tinha inclinação pelo trabalho regular. Ele continuou, mesmo mais tarde, como Führer, a rebelar-se contra a rotina, uma característica que ele atribuía ao seu temperamento artístico. Sua meia-irmã Ângela Raubal e suas duas filhas passaram a viver com ele. Hitler apaixonou-se por uma das sobrinhas, Geli, mas mostrou-se tão obsessivamente ciumento que isto levou a moça ao suicídio em 1931. Hitler ficou inconsolável, porém, mais tarde, interessou-se por Eva Braum, que se tornou sua amante até a sua morte em 1945. Ele raramente permitia que ela aparecesse em público e dizia não casar-se porque era prejudicial à sua carreira. Uma vez no poder, Hitler tratou de estabelecer uma ditadura absoluta. O incêndio no palácio (Reichstag), numa noite de 1933, aparentemente provocado por um comunista holandês, Marius van der Lubbe, deu-lhe a desculpa para um decreto, que suspendeu todas as garantias de liberdade, e para uma intensificada campanha de violência. O velho amigo Ernst Röhm, como cabeça da SA, era visto com grande desconfiança pelo exército. Göring e Heinrich Himler estavam ansiosos por remover Röhm, mas Hitler hesitava. Finalmente, em 1934, ele chegou a uma decisão e Röhm e outros foram executados sem julgamento. Satisfeitos por verem a SA aniquilada, os chefes militares apoiaram as ações de Hitler. Quando o presidente Paul von Hindenburg morreu, eles consentiram na fusão dos cargos de primeiro-ministro e chanceler com o da presidência da república, o que colocava todos os poderes nas mãos de Hitler, inclusive o comando das forças armadas. Os militares, oficiais e soldados, passaram a fazer juramento pessoal a Hitler. No plebiscito, Hitler teve 90 por cento de apoio. Por desinteresse em assuntos de rotina e por interessar-se mais pelos grandes lances de política que havia delineado em seu livro Mein Kampf, Hitler deixou a administração inteiramente aos cuidados de seus subalternos, que agiam arbitrariamente em todas as questões internas de sua esfera de mando. A unificação de todas as regiões onde viviam alemães era sua principal meta.
Antes que suas planejadas conquistas se tornassem possíveis, era necessário remover as restrições que o Tratado de Versalhes impunha à Alemanha. Hitler usou toda a arte possível de propaganda para que a Europa o visse como o campeão contra o odiado comunismo soviético e insistiu que ele era um homem de paz que apenas desejava remover as injustiças do Tratado de Versalhes. Retirou a Alemanha da Liga das Nações no mesmo ano de sua confirmação como Führer, ao final de 1933, despertando um novo ânimo nos alemães, que impulsionaria o desenvolvimento do país nos cinco anos seguintes. Depois do plebiscito de união do Sarre à Alemanha, da anexação da Áustria e da ocupação da Tchecoslováquia, o ataque à Polônia provocou a declaração de guerra por parte do Reino Unido e da França. O declínio da expansão nazista ocorreu apenas a partir da resistência dos soviéticos (1942) e com a entrada dos Estados Unidos no conflito. Com a iminente derrota da Alemanha refugiou-se com a mulher, Eva Braun, no Bunker, o abrigo subterrâneo da chancelaria em Berlim, ali se casaram e se suicidaram. Em obediência a suas ordens, os dois corpos foram encharcados com gasolina, queimados e enterrados nos jardins do quartel-general nazista. Porém seus restos foram transladados para uma base militar em Magdeburg e, anos depois (1970), os despojos foram cremados para que não se tornassem foco de homenagem de neo-nazistas. (1889-1945)
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