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One, two, Freddy is coming for you...

Three, four, better lock you door...

Five, six, grab your crucifix...

Seven, eight, stay awake until late...

Nine, ten, never sleep again...

Freddy Krueger

            Filho bastardo de uma jovem bonita e esquizofrênica, que morreu solitária na agonia do parto, é fruto de um estupro coletivo ocorrido num velho manicômio da Rua Elm. Durante toda a sua vida, ele foi capaz de se lembrar dos gritos de sua mãe, quando foi agarrada por um bando de doentes mentais. Alguns anos depois, Freddy foi adotado por um velho alcoviteiro que viu utilidade no menino como atração de bêbados curiosos na pequena e imunda rua, repleta de prostitutas e drogados. O jovem apanhava constantemente do pai, que o tratava como um nada, tirando sangue dele através de surras e deixando-o cheio de marcas roxas pelo corpo. Após uma surra, em que quase foi morto, o jovem achou dinheiro escondido pelo alcoviteiro e decidiu contratar um incendiário profissional para queimar a casa dele, enquanto o velho dormia calmamente no andar de cima.

            Freddy nunca tentou descobrir se o seu pai adotivo sobreviveu ao incêndio. Sem nenhuma habilidade ou aptidão, o rapaz rumou por várias cidades fazendo trabalhos sujos e tendo dificuldade com a polícia. Começou a beber pesadamente e passava suas noites abrigado num canal. Certa vez, estava dormindo em uma pequena rua perto de uma escola, quando um grupo de meninos decidiu tentar roubá-lo. Freddy despertou de súbito e bateu a cabeça contra a cabeça de um deles. Os outros fugiram desesperados. Enquanto os meninos fugiam, Freddy observou o menino que ficara sangrando próximo a ele. Então pensou: "Eles têm medo de mim." 

            O fato causou um certo divertimento no garoto, como se uma forte sensação de poder tomasse conta de seu corpo. O menino machucado foi carregado por Freddy até um porão, onde estudou-o por muito tempo. "Crianças são inúteis!", repetiu a frase dita constantemente pelo seu pai adotivo. "Crianças ficam muito melhores mortas!". Ele rasgou a roupa do menino e passou a observar a barriga branca e lisa dele por um momento. Então, recordando a fuga dos outros quatro meninos, Freddy fez quatro incisões fundas na carne do garoto. Era o triunfo! Ele queria sentir aquela sensação sempre... 

            Continuou sendo "nômade" até chegar à cidade de Springwood. Havia algo lá que imediatamente o irritou. Tudo mundo era organizado demais. As ruas eram limpas, as árvores bem podadas e o povo era feliz. Então, Freddy decidiu ensinar algo aos moradores daquele local: o verdadeiro significado da palavra dor. 

            Com este objetivo em mente, Freddy arranjou emprego numa caldeira. O trabalho era bastante fácil e deixou-o com tempo suficiente para se dedicar a sua verdadeira vocação. Passou momentos de satisfação construindo uma luva que continha lâminas afiadas nas pontas. Depois dos últimos ajustes, finalmente chegara o momento de testá-la.

            No dia seguinte ao término de sua famosa obra (a futura sangrenta luva), vestiu um suéter vermelho e verde e foi para a porta de uma escola. Ele sentiu seus músculos se enrijecerem de tamanha emoção, quando o sino da escola soou. Por um rápido momento, Freddy pensou em ter uma vida normal - amigos de escola, professores e jogos inocentes de infância. Pensou que talvez fosse errado interferir no desenvolvimento normal de uma criança, cortando seus membros, como até aquele momento tinha vontade fazer. Mas, quando viu as crianças abraçando seus pais, percebeu o que realmente tinha que fazer.

            Avistou então uma menina solitária, enquanto aguardava a chegada de seus pais. Talvez o trânsito ou uma fila longa no supermercado tenha impedido sua mãezinha de chegar no horário. Não importava. Freddy viu, refletida pela luz solar, a imagem da pequena lancheira da menina e notou que havia uma palavra escrita nela: Amy.
"Amy?", sussurou ele, mas a menina não ouvira. "Amy?", repetiu um pouco mais alto. A linda menina olhou com seus grandes olho cor de laranja. "Venha até aqui.", disse ele, acenando com a mão esquerda. A menina hesitava e procurava sua mãe por toda a extensão da rua. "Venha até aqui.", Freddy repetiu. A menina vacilou por mais um momento e enfim pisou na calçada.

           "Quem é você?", perguntou a menina de numa voz doce e infantil.

           "Tio Freddy.", ele respondeu sarcasticamente e continuou: "Sua mãe pediu para que eu viesse te buscar."

           A menina tremeu o corpo todo e disse:

           "Eu não tenho um tio chamado Freddy!"

           "Agora você tem.", ele disse e cobriu a boca da menina com a mão esquerda, enquanto a direita rasgava a barriga da menina ingênua com as lâminas da luva.

            Freddy sentiu alegria por fazê-la sangrar. Como era fácil e divertido matar... Ele carregou o corpo ensangüentado da menina até seu furgão, sentindo-se vivo como nunca. O corpo da menina foi escondido no interior da caldeira, onde ele trabalhava. A vida agora para Freddy tinha significado. Depois disso, ele iniciou uma jornada de sangue e horror, raptando crianças e fazendo o mesmo que havia feito com a pequena Amy. Os métodos variavam, mas o resultado era sempre o mesmo. Além de matar, ele adorava ver os anúncios de crianças desaparecidas no jornal local, mas isso ainda não bastava. Ele queria também que os pais das vítimas soubessem que as crianças estavam mortas. 

            As pistas deixadas pelo assassino fez com que o tenente Thompson encontrasse os corpos das crianças já em estado de putrefação. Freddy foi preso e o povo da cidade soube finalmente quem era o responsável pela matança. O defensor público que dirigiu o caso estava bem preparado e descobriu que havia um erro na prisão do suposto assassino: as provas não eram suficiente para incriminá-lo. Freddy foi libertado.

            Então, o assassino percebeu que era o momento de se mudar. Havia ainda outras cidades e crianças no mundo, por que ficar apenas em Springwood? Jurou então para si mesmo que não seria fácil pegá-lo novamente. Porém, nesse mesmo dia, durante a noite, ele ouviu gritos. Os moradores furiosos, conduzidos pelo tenente Thompson e sua esposa Marge, haviam decidido se vingar pessoalmente do cruel assassino. Os Thompsons e vizinhos da rua Elm colocaram gasolina no galpão onde Freddy vivia e colocaram fogo. Nenhuma outra criança jamais seria aterrorizada pelo psicopata Freddy Krueger.

            O público vibrou ao vê-lo em chamas, jurando vingança. Ao final do espetáculo, procuraram e corpo e não acharam. 

            "Eu acredito que nunca mais ouviremos falar de Freddy Krueger", disse Marge Thompson, respirando aliviadamente enquanto examinava a luva do assassino. 

            Entretanto, Marge estava errada.

            Freddy iria regressar... para o pesadelo recomeçar. 

 

 

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Última modificação: 04 janeiro, 1980