Talento valeparaibano, profissão: cartunista
Ele começou a fazer suas histórias em quadrinhos aos cinco anos de idade. “Meu pai grampeava várias folhas sulfite onde eu criava a capa, o título da revista, as histórias propriamente ditas e até a tirinha final com os ‘créditos’ ao lado, no estilo das revistas da Turma da Mônica”, diz Maurício Rett, 33, publicitário e xará do criador do Cebolinha.
A brincadeira de criança logo se tornou coisa séria e Maurício se tornou cartunista, mas foram inúmeras as dificuldades encontradas: “Sempre fui um cartunista autodidata. Só fui fazer alguns cursos de quadrinhos muito tempo depois”, comenta.
Apesar das poucas escolas e de parcos espaços profissionais, nossa região é berço de inúmeros nomes importantes do desenho, como Jean Galvão, Carlos Mota, Reynaldo Batista, Reginaldo Silva, Vitor Ishimura, Adriano Batista, entre tantos outros. “Acho que a maior responsável pelo aparecimento de tantos talentos novos é a internet”, analisa Rett. Ele próprio sendo um dos talentos encontrados no universo digital, um passo importante para sua carreira foi colocar no ar seu site profissional: www.cartunista.com.br. “Hoje em dia, muita gente que escreve roteiros ou desenha pode mostrar seus trabalhos e trocar informações através da rede”, explica.
O aumento da visibilidade dos trabalhos foram apenas alguns dos benefícios trazidos pelo advento do computador. As ferramentas digitais também auxiliam na fabricação do próprio desenho. “Isso facilita o cumprimento de prazos e nos dá condições para experimentar cores e efeitos diferentes sobre a mesma arte”, ressalva Rett. “O computador é uma ótima ferramenta, mas é interessante que o artista saiba fazer tudo artesanalmente para que o desenho tenha personalidade. O legal é ter seu próprio estilo. Para desenhar, faço tudo à mão e só passo para o computador na hora de colorir”, complementa.
Atualmente Maurício escreve e desenha a tira mensal “Waigner, O Designer” para a revista de computação gráfica "Digital Designer”, além de fazer trabalhos para empresas, caricaturas por encomenda e colaborar com sites de entretenimento. “Há alguns projetos futuros, mas nada engatilhado por enquanto. De mais concreto talvez seja uma nova série de tiras com personagens que estudam no colegial”, revela.
Fora isso, ele ainda arranja tempo para aconselhar os novatos no traço: “Observar o trabalho dos artistas mais experientes e buscar informações, sempre procurando aperfeiçoar seu próprio trabalho, é o caminho para se chegar lá”. Então, nada mais justo do que começar observando o próprio Maurício (vide a ilustração que ele gentilmente nos cedeu). E esperar por seus próximos desenhos.