COMANDO DE GREVE
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

Seção Sindical dos Docentes da UEG em
Anápolis - SESDUEG-SS/ANDES-SN
 

A UEG e o Medo do Governo
Mural
                          Na terça-feira tivemos uma primeira reação "forte" do Governo Estadual em relação à greve na UEG. Através da Aganp, na figura de seu presidente, Joevalter Correia, tivemos uma ameça ao movimento grevista na UEG. Em entrevista divulgada na grande imprensa, ficamos sabendo que ele,

"anuncia corte de ponto para os professores das três unidades da Universidade Estadual Goiana (UEG)que estão em greve: Eseffego, Morrinhos e Anápolis. São 500 professores parados. O governo também ameaça demissão para os docentes que ocupam cargo em comissão. Jeovalter justifica que não há motivo "aparente" para a paralisação e responde que toda a pauta de reivindicação da categoria já está sendo atendida pelo governo".

Assim, segundo Joevalter, não "motivo aparente" para greve. O que quer dizer isto? Parece brincadeira de mau gosto. Chega a ser cômico a notícia que a Aganp veiculou na grande imprensa dizendo que a greve é "política". O que significa uma greve política? No fundo, num conceito amplo de política, toda greve é política. Mas no discurso do governo e do universo do "senso comum", uma greve política quer dizer "política-partidária", o que não deixa de ser cômico. A UEG é dominada pelo jogo político partidário do governos e seus partidos mas os professores em greve estão buscando a autonomia da UEG (inclusive em relação aos partidos políticos...), reivindicações sobre a instituição e não tem nenhum partido político por detrás da ação docente e discente, nenhuma reivindicação de interesse político partidário. Todo mundo sabe disso, mas isto não passa de uma estratégia governista de jogar a opinião pública contra a UEG. Hoje, a imagem vale mais que a realidade, e a opinião pública e a imprensa assume papel fundamental nas disputas políticas, nas ações governamentais. é por isso que o governo estadual faz tanta propaganda da UEG, fala em "universidade do primeiro mundo" e outros discursos megalomaníacos que só expressam o marketing e nunca a realidade de uma instituição abandonada, sem recursos, sem estrutura, etc. (isto vale para a sede em Anápolis e para Goiânia, as duas unidades "melhores" estruturadas, mas tem unidades no interior, que a UEG é uma casa com três portas..., tal como pudemos ver numa foto apresentanda durante audiência pública, mas este é um exemplo entre outros. Mas depois de afirmar que se trata de uma "greve política", o governo fala das reivindicações:

"Das reivindicações, os pontos de destaque são o concurso público, reajuste salarial e repasse do duodécimo. De acordo com o presidente da Aganp, o edital do concurso para provimento de 400 vagas será publicado semana que vem, estando pendente apenas a licitação para escolha da instituição que aplicará as provas. "Já estamos em contato com várias universidades discutindo as possibilidades", disse. Sobre a melhoria salarial, Jeovalter respondeu que o Estado não está, no momento, possibilitado de aumentar o salário de nenhuma categoria. "Isso está descartado. As condições não permitem", disse". Já em relação ao duodécimo - repasse que deve ser feito mensalmente ssobre a dotação orçamentária para a UEG, num total de 81 milhões para 2003 - , o presidente informou que já foram repassados cerca de 50 milhões e que o restante está sendo aplicado em obras para a instituição, como por exemplo, a construção do Centro de Convivência da universidade. "A dotação orçamentária é uma previsão de gastos. Não significa que deve ser toda repassada e aplicada", salienta.

Do conjunto das reivindicações, aborda apenas três e diz que: a) uma será atendida, o concurso público. Ora, tal concurso já foi anunciado no ano de 2000, quando se afirmava que o edital iria sair no final deste ano. Depois passou para 2001, para o início de 2002, fim de 2002, início de 2003, meio de 2003 e agora "fim de 2003". A greve também é contra as promessas nunca cumpridas mas sempre anunciadas... Sobre o reajuste salarial, o governo diz que isto está descartado, enquanto que o duodécimo é utilizado para construir "Centro de Convivência", de acordo com a lógica do governo, que é "fazer festa" e aparecer na grande imprensa...., enquanto que as bibliotecas, laboratórios, condições de trabalho, etc., são péssimas... e isto quando é possível, pois a dotação orçamentária é mera previsão, não precisando "ser todas repassada e aplicada"... A greve é também contra a utilização de recursos sem consulta da comunidade acadêmica da UEG, contra a "maqueação" e prioridade "festiva" e publicidade e aparência à qualquer custo...
Isto tudo vem acompanhado com a ameaça. Corte de pontos, demissão dos comissionados, pedir decretação da ilegalidade da greve... Mas por qual motivo tal reação? Por dois motivos básicos: em primeiro lugar, pela surpresa e medo do governo em relação ao movimentos dos professores (apoiados pelos estudantes) que nunca havia ocorrido na UEG, e que demonstra que a apatia e "quietismo"  dos professores chegou ao fim, e isto é um perigo para o governo, que terá a partir de agora muito mais dificuldades para se sustentar  sua política de "grandeza aparente e pequeneza real". Aí entra o segundo motivo, a imagem da UEG, para o governo, vale mais que a UEG, ou seja, o que vale é a aparência, a imagem na grande imprensa, mas o movimento grevista veio a arranhar tal imagem, a corroer o grande marketing eleitoral. Assim, a greve na UEG não é política-partidária, mas a reação do governo é que é... Trata-se de uma reação política-eleitoral, onde, para o governo, a grande batalha ocorre na imprensa (principalmente na grande, mas também em qualquer lugar que haja divulgação...) e em torno da opinião pública e daí o MEDO do governo da greve, seus efeitos e sua divulgação, tal como ocorre, enviesada na grande imprensa, mas ocorre, e nos outros espaços alternativos como este. Ora, o medo do governo provoca suas ameaças, mas o que seus estrategistas não perceberam é que tais ameças são notícias que atraí a grande imprensa e a opinião pública e mostra seu medo e vascilo diante do movimento grevista, e, logo, a sua força. A greve na UEG já surtiu um bom efeito, a primeira experiência de ação mais contundente já fez o governo tremer. Continuemos a luta e assim este governo irá ter que ceder e atender nossas reivindicações, pois já deu sinais de fraqueza. Agora é resistir e lutar, ampliar a participação de todos, buscar ampliar a divulgação na imprensa, nos meios alternativos, etc. Toda ajuda, iniciativa, ação, manifestação, cartas para jornais, etc., será um instrumento de luta que fere o coração da "fera ferida" e "monstro de papel" que é este governos e fará ele recuar mais ainda, atendendo verdadeiramente nossas reivindicações.

Assinado: Professor Indignado


 

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