CONCURSO INTERNACIONAL DE POESIA
LIVRE “SOL VERMELHO”
Prêmio CELITO MEDEIROS
2004
Veja abaixo as 50 classificadas.
Veja aqui as 3 primeiras poesias classificadas com formatação especial e
separado:
1º-
Lugar-O GRANDE ENCONTRO NO CÉU: RAQUEL DE QUEIROZ COM PATATIVA DO ASSARÉ :
RAIMUNDA XAVIER DE LIMA VIANA (MUNDILZA)
2º Lugar - AS PALAVRAS DE AMOR :
Sergio Augusto Rodrigues Garcia
3º Lugar -
DUALIDADE : Dorcila Garcia
4º Lugar - Eu sou mulher
Rosario Câmara
pe6911397@yahoo.com.br
Eu sou mulher
E sou espelho
Reflito os seus pesadelos
Reflito os seus anseios
Eu sou mulher
E se ferida
Na me dou por vencida
Com lágrimas nos olhos
Estanco a dor
E te perdôo
Pois sou mulher
Sou amor
Feiticeira
Donzela
Anciã
Cada qual uma estação
Cada qual uma lição
Sou mulher
E sou vida
Renasço das cinzas
Te dou apoio
Te dou o mundo
Te jogo no labirinto
Para aprenderes
Como viver
Como ser amor
Sou luz
Sou salvadora
Sou trevas
E quando sou escuridão
Sou infeliz
Por precisar
Ser o castigo
Por ter falhado
Em te ensinar
Do modo mais simples
Mas sou mulher
Sou vencedora
Sou guerreira
Se te ameaçam
Eu viro fera
E te protejo
Com minhas garras
Se me expulsas
Da tua vida
Permaneço nas sombras
Vigio os teus passos
Se caíres
Estenderei a mão
Se mesmo assim
Você me rejeitar
Do mesmo modo
Vou esperar
Um dia você irá entender
Que sou mulher
Por vencer
Por ser mulher
Que não desiste
Que não se cansa
E ama...
Apenas ama
É que sou mulher
Que revive
E te consola
Sou mulher
E sou luz
Por dar a luz
Estou em todas as faces
Em todos os lares
Sou mulher que consola
Que se redime
Que erra
Que ri
E que chora
Sou mulher
Que se seduz
Sou a mulher de todas as faces
Para todos os lares
Sou mulher
Que vive
E morre
Renasço do amor
E vivo em todas as faces
E estou em todos os lares
5º Lugar- GRÃO DE AREIA
MERCÍLIA RODRIGUES
sp47598366_4@hotmail.com
Pequenino grão de areia ,
De onde tu vieste tão só?
Percorridos os caminhos ,
Resvalados os espinhos ,
Alguém de ti teve dó ?
Foste rocha em terra bruta !
Foste a pedra em uma fonte ...
Foste a porta de uma gruta .
Foste tu pico de um monte !
De um oleiro foste a telha ...
Do artesão foste sua cria.
És um cisco, uma centelha,
Nos olhos de uma Maria !
Por que te enxergo sozinho ?
Há muita areia nas praias !
Fontes teimam em nascer...
Forças das rochas se ateiam .
Há grutas pra te esconder!
Na poeira rubra da estrada ,
No doce abraço de irmão,
Tombado for este corpo,
Serei, com certeza, um grão !
Eu te tenho, grão de areia !
Tu fazes parte de mim,
Pois corres em minhas veias
Ponto final do meu fim !
6º Lugar - SONETO ALITERADO
FELIPE CERQUIZE
rj03312081@hotmail.com
Quem se atreve a falar de treva, trova e trovão?
Do passo que peço, do poço, do pulso e da pulsação?
Da pressa no préstimo ao préstito em sua interpretação,
divertindo-se com o vértice da vaticinação?
O prego que prega a praga da pragmatização
espeta a palavra parelha cúmplice do palavrão.
O corte dessa cortisona da carne do cortesão
faz a ferida furibunda n'alguma fornicação.
Só se renega um soneto sem significação
caso o descaso do acaso acuse na ocasião.
A culpa esculpa-se bicúspide no cuspe do coração.
Quem se atreve ao trivial na trisca e na trepanação
permite um passo ultrapassado n'outra peregrinação.
Soft estico o sofisma desta sofisticação.
7º Lugar - Rebentos e Verdades
Dayse Moraes - Franjinha de Luz
day.moraes@uol.com.br
rj041211251@yahoo.com.br
Escrevo nas sombras do outono, na primavera de encantos,
verão de intensos calores, inverno de chuvas e prantos.
A pena conduz minhas mãos, os sonhos rabiscam meus versos.
A alma espelha e reluz, meus pensamentos dispersos.
As letras são folhas que caem, de árvore forte e singela.
Palavras que o vento carrega, e os meus receios liberta.
Poeta, talvez mais que o nome, no ser, é a fonte que escreve,
em rima mostra o desejo, no verso que me descreve.
Poeta, quem sabe o exílio, o esteio, e a raiz mais profunda,
das coisas que guardo no seio, e que minha alma desnuda.
Poemas com asas suaves, revoam no céu das palavras,
furtando das penas dos anjos, as cores das madrugadas.
Escrevo no cônscio e no ébrio, escrevo na dor e sorriso.
Retiro do tempo os ponteiros, procuro no amor o sentido.
Não quero do outro a razão, nem privo de mim a loucura,
revelo nas páginas de um livro, a minha essência mais pura.
Poeta, sou, por entrega, sem tema, algema, e sem regra.
Desfolho em cada poema, meus versos pétala a pétala.
Não vivo no céu do estrelismo, nem alimento a vaidade.
Poemas são livres rebentos, do ventre das minhas verdades.
8º Lugar - A veste da Vestal
Tatiana Alves Soares
rj073608341@bol.com.br
Nascia agora a Vestal
Virgem de rara beleza
Etereamente inefável
Em sua veste contida
Vivia assim a Vestal
Escrava de sua pureza
Diafanamente intocável
Em sua veste contida
Agia assim a Vestal
Sacerdotisa e princesa
De fala mansa e afável
Em sua veste contida
Mas tanto calou-se a Vestal
Q'um dia cansou de ser presa
Fartou-se de ser adorável
Em sua veste contida
Morria assim a Vestal
De sua veste despida
Descida de seu pedestal
Nascia a mulher para a Vida
9º Lugar -POEMA VIVO
Dora Oliveira
mg5955332@bol.com.br
Um poema fica bem
na camiseta,
na ponta da estrela,
sobre a mesa de cabeceira,
no guardanapo de papel,
em qualquer bandeira,
e no balão acima do arranha-céu.
Até mesmo no cordão da feira,
no banco da igreja,
da praça e do Brasil.
Dobrado nas notas de mil
e da canção.
Um poema pode singrar
os mares dentro da garrafa.
Pode estar
no poste, no pranto,
no riso contente,
e no sol-nascente.
Levado pelos ventos
pode ficar amassado na calçada,
na calcinha pertinho do prazer,
no pára-choque do caminhão,
no muro da escola, nos jornais
e impresso na sacola de pão,
já que poesia e pão
são alimentos vitais.
Um poema
só não pode ficar
dentro do livro fechado,
na estante
esquecido, esquecido...
10º lugar - Patativa Canta no Céu
Neurisberg Robson Maia
ce3370835_99@yahoo.com.br
O professor me pediu
E eu não posso
faltar
Fale sobre Patativa
Queira homenagear
Este famoso poeta
Do Estado do Ceará.
Patativa do Assaré
Um poeta popular
Autor de belas poesias
Um cordelista exemplar
Foi se para eternidade
Fazer seus versos por lá.
Deixando sua Santana
Patativa ao céu chegou
Com seu estoque de rima
Ele logo procurou
Os seus colegas da terra
E um duelo marcou.
O primeiro com seu Dimas
Da família dos Batistas
Os dois travaram uma luta
Cantoria jamais vista
Naquele céu de Hercílio
E Juvenal Evangelista.
Os anjos todos pararam
Para a noitada assistir
Era um verso atrás do outro
Todo céu queria ouvir
Os cantadores de lá
Com Assaré competir.
Foi uma cantoria e tanto
Até São Pedro chegou
Para aplaudir Patativa
Um poeta de valor
São João estava dormindo
Com tanta festa acordou
Até que uma certa hora
Apareceu um engraçado
Das bandas lá do São Paulo
Em poesia zerado
Mas se fazendo de sabido
Dizendo que era formado
Patativa disse: amigo
Tens um jeito de doutor
Mas no campo da poesia
O sertão me adotou
Bote seus versos pra fora
Que na rima sou senhor
Um poeta que improvise
Em São Paulo não tem não
Para competir comigo
Nordestino do sertão
É melhor ir se calando
Ou pedir ajuda ao cão.
Patativa ao falar isso
Todo mundo se calou
Os anjos o aplaudiram
O festival esquentou
O paulista envergonhado
Sua viola guardou
11º Lugar - Soneto do Infinito
Antonio Carlos Nogueira de Almeida
acnalmeida@uol.com.br
Olhos da estrela; o verde ao infinito...
A viagem lenta, o silêncio, a lua
Do seu passo firme que é a nossa rua
No espaço longo de um olhar perdido.
Intrínsecos e definidos - fundos
Num silêncio lento e um dizer constante...
Palavras mudas no verde distante
Distância longa que compõe seu mundo.
O mundo dessa estrela é a nossa lua...
A lua dessa estrela faz-se sua...
A rua dessa estrela é infinita.
Calada no seu mundo, onipresente...
Estando em nosso mundo, envolvente...
Em qualquer mundo está sempre bonita.
12º colocada - Casa Vazia
Antônio Carolino Bezerra(Tony Caroll)
rj070200381@yahoo.com.br
De repente, tão de repente a casa ficou vazia
Parece que a morte entrou por ela
e fechou a porta e a janela
para guardar só as lembranças
Casa vazia, sem esperanças
Sem a voz da campainha e o sorriso da criança
que chegou surpreendente fazendo-me sentir gente
naquele mês de Outubro
Casa que hoje descubro e vejo um vácuo imenso
Que ainda guarda os natais, vividos nos vendavais
entre abraços e beijos, e um carinho intenso
e recorda aniversários repletos de emoções e amor
e ouve a canção do amigo sorrindo e chorando consigo
para não sentir a dor
E na parede o calendário que marca datas importantes
que fizeram de um instante um eterno e doce folguedo
Casa que era um brinquedo para o menino rapaz
que vinha todos os dias e a enchia de alegria
também de sonhos e de paz
Casa triste de saudade
Onde nasceu a amizade cultivada como uma flor
Que ainda tem o espelho com aquela moldura parda
onde o jovem sonhador, orgulhoso decepou
os primeiros fios da barba
Casa vazia, triste e abandonada
que guarda fotografias, o choro e a gargalhada
do menino homem que um dia aqui viveu
e que sonha acordada
não achando graça em nada
porque tudo se perdeu
Casa vazia que hoje acordou tão cedo
tão cheia de medo e de solidão
trancada por fora, por alguém que foi embora
Casa vazia...Meu coração
13º colocada – Tercetos
Renato Soares Capellari
A vida, todo o tempo passará,
Empoeirando o chão que vagos passos
Pisaram, pisarão e que, quiçá,
Não deixem nem poeiras nem seus traços
Sobre esse duro chão, que existe, duro,
Num cíclico passar, correr de espaços.
Mas se acaso o passado foi obscuro
De tons indecifráveis, sem ter paz,
Que resta a caminhar pelo futuro?
Senão no mesmo andar, e mais e mais,
Fugindo como um Édipo da Sorte,
Mas que a busca e consigo sempre a traz.
É humana sina este buscar dum Norte,
Que alimente a esperança e tome a vida
Antes que ela se extinga e venha a morte.
Mas onde se acha a dádiva escondida?
Enquanto o tempo escorre para o além,
E irreversivelmente esvai-se a vida,
Os sonhos vão sumindo-se também
Num coração de perda e de saudade
Que todo triste peito, triste, tem.
E logo se aproxima a longa idade,
Lembrando, tão chorosa, o seu passado,
Pungindo o pensamento quando o invade.
E tudo exposto está ao mesmo Fado.
O homem, reconhecendo o que restou,
Constata, entontecido de espantado:
- Foi ele, e não o tempo, quem passou.
14º Lugar - BELÉM 388 JANEIROS
Sérgio Martins Pandolfo
Belém, três oito oito
janeiros num mundo afoito,
Começaste já bem forte:
a atalaia do Norte,
foi teu fortim do Presépio.
Teu fundador, um Castelo,
Feliz Lusitânia te ungiu;
homem de sobejante audácia,
arrostou mil forasteiros,
francos, anglos e batavos,
que estas bandas saqueavam
com afrontosa contumácia.
Belém da Cidade Velha,
que conserva majestosa
relíquia arquitetural:
fachadas de vetustos azulejos
belgas, da Gália ou dos ribatejos;
obra sacra que resplande
do gênio de Antônio Landi,
o bolonhês clementino,
que aqui, por felice destino,
se fez parauara do Grão.
Belém, és bem a cabocla
bonita do extremo Norte,
fruto do amor proceloso
alienígeno-indígena
que povoou tua Hiléia;
és a feirante, a erveira das meizinhas,
que avia a "simpatia", cipós
e matos pro banho-de-cheiro,
de teu único Ver-o-Peso, feira
onde há "de um tudo", maneira.
Belém do Círio da Santa,
que deixa, na corda, bamba
a procissão dos devotos,
tão desconforme e tamanha,
senão que pela fé se suplanta;
da alegria da meninada,
c'os brinquedos de miriti,
provindos de Abaetetuba
e de Igarapé-Miri,
pra ciriana jornada.
Belém de mangueiras esguias
que em verdes túneis se entrelaçam
para abrandar a quentura
que o sol do Equador irradia,
e frutos dar à fartura
Belém, Cidade-Morena,
como te cantou Proença,
nos arroubos "maguenhéficos"
de suas crônicas domingueiras,
o tempo passou sem detença,
remoçaste!... e bem fagueira,
hoje és Cidade-Criança
Ès a roceira faceira
que dança em redor da fogueira
nos "arraiais" nas "quadrilhas",
nas noites de São João.
Ès também as matutinhas
dos grupos de pastorinhas
dos subúrbios, da Matinha;
do saudoso e boêmio Umarizal,
cujas valas viravam rios,
nas fúrias do temporal.
Belém bregueira sem dó,
do tecno, das farras do carimbó
do Pinduca, Verequete, Cupijó.
Mas tens cultura erudita,
da mais alta e fina expressão,
em recitais de música, canto,
comédia, opereta , cantochão,
como não se viu jamais,
que são a basto encenados
em teu Teatro da Paz.
Metrópole da Amazônia,
és portentosa, Belém,
na robustez do teu povo;
do ribeirinho que vai cedo
pra Feira do Açaí, "lá embaixo",
levar da silva seus frutos,
superando todo estorvo
da barrenta Guajará.
Pupunha, bacaba, cutite,
bacuri, muruci, piquiá,
umari, cupuaçu, biribá,
trazidos c'os "sumanos",
em cofos e em paneiros,
são disputados irmãmente,
por "barão" e penitente
que vem da periferia
Belém, Senhora das Águas,
das águas das chuvas fartas,
rios, igarapés, igapós;
também da chuva que falta,
nas bicas das palafitas,
nos cortiços das baixadas,
que punge, confrange, conflita.
Belém do Marco da Légua,
do Bosque "Rodrigues Alves".
do Museu "Emílio Goeldi",
da Casa das Onze Janelas,
das Docas, ora estação turística;
das vistas do Ver-o-Rio
da "emergente" Cidade Nova,
com a profusão de motéis;
dos casarões históricos em ruínas,
provocadas pelos "herdeiros",
ao retirar-lhes à burla o telhado
pra que a chuva os eliminem
e o terreno "valha ouro"...
pura especulação, " in limine".
Das pichações, sem paralelo,
neste mundo de meu Deus!
Da "bucólica" Mosqueiro,
do artesanato de Icoaraci,
do tacacá, da maniçoba, do açaí,
do pato no tucupi,
és sim, Belém - e dos teus!
Que mais benesses te faltam,
neste bosquejo-arrastão,
pra que teu povo pai-d'égua
te traga no coração?
Belém, és assim, urbe ubérrima,
por tudo isso e bem mais!
Não és cidade dos sonhos,
és um sonho de cidade!
Que merece todo o amor
de teus filhos parauaras,
que te querem sem vaidade,
senão com ufania e honor.
Homenagem do autor pelos 388 anos de Belém. 12/01/2004.
15º Lugar - O Trem
Galvão Lenir
rs7012774019@bol.com.br
Velho trem de passageiros
Já está em extinção
Não ouço bater o sino
Lá na gare da estação
Hoje só resta saudade
Dos trilhos da Viação.
Quando embarcava no trem
Queria chegar primeiro
Pois no carro de segunda
Sempre tinha um bom gaiteiro
Tocando entusiasmado
Alegrando o passageiro.
Tinha jornais e revistas
Pra gente ler na viagem
Tinha carro de bagagem
E os bons cafés matinais
E o velho vagão de carga
Pra carregar os animais.
Tinha cerveja gelada
Sanduíche e muito pastel
Quem gostasse de bala
Tinha recheadas com mel
O carro restaurante
Cumprindo com seu papel.
Tinha almanaque do pensamento
E a revista O Cruzeiro
Quem acreditava na sorte
Comprava bilhete inteiro
E todos se alegravam
Com o trem de passageiro.
Se a gente sentisse sede
Saciava-se num instante
Tinha água mineral
E muito refrigerante
Tinha banana e maçã
Mas o trem não foi avante.
Passagem, a gente comprava
Quase sempre de ida e volta
E o povo sente saudade
Do trenzinho da linha torta
Que tirou licença de ida
E nunca mais tirou de volta.
16º Lugar - Multiplicidade
Vera Lúcia de Freitas
sp9730902-3@bol.com.br
Não faz tanto tempo assim
Nessa terra tão formosa
Chegaram desbravadores
Autênticos de si senhores
Aqui aportaram
Sentindo-se donos da terra e do povo
Começou um alvoroço
Nativos cativos
Trabalhos forçados
Nova crença
Dignidade ofendida
Muitos pagaram com a vida
Muito sangue já correu por essa terra
Exploradores levaram suas riquezas
Sem olhos para enxergar sua beleza
Gananciosos não viram sua grandeza
Os índios não tinham costume
De trabalhar no pesado
Viviam de caça e pesca
Como guerreiros e bravos
Dessa forma os coronéis
Sem mão-de-obra eficiente
Precisaram arrumar
Escravos em outro lugar
Na Àfrica foram buscar
Negros para trabalhar
Trazidos como animais
Para cuidar dos cafezais
O tempo passava devagar
Para aqueles que no tronco padeciam
Enquanto a corte vivia de prazer
Os negros trabalhavam até morrer
Quando aconteceu a abolição
Perdeu-se a mão-de-obra dos escravos
Que libertos não sabiam o que fazer
Sem trabalho, sem Ter para onde ir
Continuavam pela vida a perecer
Os coronéis para aliviar a situação
Abriram as porteiras aos imigrantes
Mas não podiam agir como antes
Imigrantes ganham
Imigrantes não apanham
Os senhores indignados
Não queriam pagar os empregados
Do mundo inteiro
pessoas foram chegando
Para aqui ficar
Criaram raízes e cresceram nesse lugar
Quantos sonhos com a Terra dos Palmares
Vilas fundaram
Se multiplicaram
Exploraram o sertão
E assim começou
A miscigenação
Tempos depois
Mortos os pioneiros
O povo se sentia
brasileiro
Mistura de etnia
De batuque e candomblé
Receitas são misturadas
Com temperos diferentes
Mais gostoso mais ardente
Faz um povo inteligente
Mais alegre, mais contente
Mais bonito e mais "caliente".
Esse é o Brasil de gente maravilhosa
Cores, costumes, sotaques, comidas, perfumes...
Brancos, negros, amarelos
Unidos todos num elo
Essa multiplicidade de gente
De idéias diferentes
Gerou um país de amor
Gerou um país de valor
O verde e amarelo
O meu país, sim senhor!
17º Lugar - SE TENHO QUE MORRER
Terezinha Aparecida Penhabe
penhabe@ig.com.br
penhabe@uol.com.br
sp6467942@bol.com.br
Se tenho que morrer,
Que seja por amor
Que não deixe ilusão
Tampouco alguma dor.
Que me cubram de rosas
No último momento
Eu não quero as tulipas
Muito menos os crisântemos.
Se tenho que morrer
Que seja em grande estilo
Que não me guardem nunca
Porque eu ainda vivo.
Que não chorem por mim
Sequer por compaixão
E jamais sintam pena
Quem pede é o coração.
Se tenho que morrer
Que eu não deixe mágoas
Que leve as saudades
As mesmas que ficarem.
Que não sintam por mim
A vida é sempre bela
Não há o que lamentar
Só porque chega ao fim.
Se tenho que morrer
Que seja assim alegre
Do jeito que eu vivi
Com o que eu consegui.
E se quiserem, escrevam
Algum dia sobre mim
Aqui jaz quem amou
Amou até o fim!!!
18º Lugar -O SILÊNCIO
ADELSON APRÍGIO FILGUEIRA
sp378305104@click21.com.br
O silêncio...
Recolhimento, exercício do pensamento;
Um olhar interior,
Descanso da alma.
Às vezes, é remanso de lágrimas;
Outras vezes, janela fechada.
De manhã cedo,
É o momento da alvorada.
À tarde, a sesta da empregada.
À noite, é a face obscura do nada.
O silêncio...
Refúgio do surdo,
É o estorvo do contido;
A revolta do oprimido;
O prazer do ser indigno.
O silêncio é o passar do tempo
No espaço infinito;
É a solidão de quem contempla as estrelas,
Como num sonho, perdido.
19º lugar - MUNDO VIL
Sonia Maria Grillo - Baby®
es226399@pop.com.br
Em meio a essa selva de pedra
Meus olhos cansados procuram uma réstia de luz
Minh' alma está aprisionada tal qual acuada fera
Meu corpo exaurido já não sabe onde me conduz
Profundo desencanto se apodera dos meus passos
Paralisando-os neste lodaçal de caminhos obscuros
Minhas mãos se erguem em súplica à procura de espaço,
Estou sufocada entre as paredes de concreto e os muros
O ser humano se perde em turbilhões que o mundo impõe,
A beleza se foi há muito e deu lugar à selvageria
Os gestos são covardes, a ganância se sobrepõe
Aos anseios de felicidade e de harmonia
Somos irmãos e tão distantes de nós mesmos
Somos criaturas desacreditadas e sem amor,
Somos retirantes descrentes vagando a esmo,
Somos o refugo de nossa ambição e desamor...
20º Lugar - Vertente
Patricia Maria Damasceno Barros
rj088420088@yahoo.com.br
Abstrair de mim
Realidades
Do meu corpo
Medos
Da sua voz
Silêncios
Do seu silêncio
Verdades
Abstrair a poeira
Das nossas catedrais austeras.
Ah, a sede de um sangue que aplaque
A ardência desses lábios
Ah, ansiar pela faca que rasgue de vez
Essas veias descompassadas
(Se persistir, consinto no sacrifício
e ainda guio as mãos do meu carrasco...)
Ah, vida feiticeira
Dissolve minhas diretrizes em moléculas esparsas
Transfere para outro frasco minha essência
E me liberta do peso da bondade
Para que eu me entregue inteira
Porque eu
Eu me entregarei de qualquer maneira
Seja à busca da Liberdade
Seja ao seu encontro
No fascínio da fusão
Entre pássaro e fogueira
E assim, abstrair de mim
Impossibilidades
Do meu corpo
Segredos
Da sua voz
Reticências
Do seu silêncio
Banalidades
Abstrair a cegueira
Das nossas crenças sinceras.
21º Lugar - EU, O VENTO E O AMOR
João Ladário Paraíba
I
O vento
que bate em meu rosto
me transforma num ser existente.
Ando por este mundo
como quem visita um velho amigo.
E dele sei bem mais
do que qualquer coisa em mim.
Vivo transparentemente,
por isso me causo temor
e me realizo eternamente
em seu amor.
II
Numa luz trêmula
na imensidão
descobri a exatidão.
Esqueço-me num instante
da razão
e me envolvo, quase inteiro,
em ilusão.
Assim, com o que resta,
nasce o que se pode dizer
da comunhão.
III
Encontro-me envolvido em sociedade
de um grupo de fatos
que estão presentes em mim.
Da ausência,
eu só discuto aquilo que está aqui dentro.
Então surge a realidade
em um horizonte de transcendência
onde a luz é a verdade.
IV
O vento leva e traz
aquilo que devia
dar a mim.
O vento leva e traz
aquilo que devia
entregar a você.
O vento devia parar
de levar e trazer
aquilo que tinha de estar
em você e em mim
para todo o fim.
V
O vento sussurra palavras
no som arrastado
do que está solto no chão.
A brisa apenas acaricia
o que por entre ela fica.
As estrelas se intermitem
no correr esparso das pesadas nuvens,
em um céu escondido
pela densa noite escura,
por quem o vento se apaixonou.
E, numa luta dura,
de quem não sabe se revelar,
perturba o que está solto,
que é chão e não se enamorou.
VI
Nos becos, nas esquinas,
nas pequenas reentrâncias,
nos intervalos das usinas,
os ventos se encontram
com muita constância.
As almas gêmeas dos ventos
se encontram num desses lugares.
As das pessoas, nos pensamentos,
independente dos ventos e dos ares.
22º Lugar- AH! ESSE OLHAR!
Joanita Ferreira de Araujo
Quisera arquivar esse olhar que me envia
que recobre meu semblante de emoções
e entretém meu corpo com vibrações
almejando sua meiga e alegre companhia.
Esse olhar dança em suave sinfonia,
baila guiado por desejos e intenções
que provocam um bater de corações
regidos no terreno da suprema alegria.
Se mantiver sorrisos que me afaguem
e não deixar que seus olhos divaguem
ou disparem como tiros de festim,
Amor, meu coração expandirá exaltado,
e somente seu olhar apaixonado
poderá acalentar os anseios que há em mim.
23º Lugar -Parnaíba
José Carlos da Silva*
zecasaobernardo@bol.com.br
sp219673585@bol.com.br
Vento forte bate na terra seca do sertão,
Levanta a poeira do próprio tempo...
Vem contando no canto da asa-branca,
A historia do amor de um homem e de uma mulher.
Nem herói, nem bandido, apenas um homem em meio
As injustiças de uma época, já passada.
Bem e mal confundiram-se em suas vidas, como
Na vida de todos nós...
Ficaram-se apenas as lendas que o povo conta,
O repentista canta em alguma feira, em algum lugar.
Na cidade ou no caminho de alguma romaria.
Quem poderia dizer? Quem poderia acreditar,
Que por baixo da pesada roupa de couro enfeitada
Com estrelas de metal e fitas, também houvesse um
coração?
Parnaíba em folha presa ao tronco, palmeira.
Qual sertanejo exemplo da força do que nasce no lugar.
Parnaíba embainhada no couro de cabra, peixeira.
Vara de fora a fora um homem, como atravessa a alma
O vento do sertão.
Carabina no ombro, fileiras de balas
Perfiladas estrategicamente ao alcance das mãos.
Um sorriso no rosto atravessa a noite refletido
Nas lentes grossas do óculos de um certo capitão.
Pela eternidade afora, brota o amor sob a terra seca.
Coração que não espera mais pela felicidade encontra
Noutro motivo para continuar a lutar e viver.
Sorri para o padrinho quando recebe dele
A patente de capitão...sorri para Maria que acha tão
bonita,
Quando encontram suas palavras, eco em seu coração.
Sorri para a morte quando olha em seus olhos.
Paixão e amor atravessam à caatinga, de mãos dadas.
Ouça os murmúrios que lhe chegam aos ouvidos de tão
longe...
Ouve e levanta Maria Bonita, faz como diz a cantiga,
levanta e
Vai fazer café...pois hoje a morte sorri para ti, de
volta.
Hoje o angico se tingira de vermelho,
Choverá ,mas não será água não,
Aqui neste canto do sertão choverá sangue.
E brotarão mais urtigas do chão, machucarão para sempre
A carne dos desavisados que procurarem
Abrigo entre a floresta de aroeira ou,
Comida como o gado, palma.
Acorda Maria Bonita, levanta!
Levanta e segue teu amor ao longe.
Nem céu, nem inferno...
Essas coisas já não importam mais,
Apenas segue teu capitão para o além.
Para o sempre, de mãos dadas
Como quando começou seu amor.
E da eternidade ouviram, juntos,
O canto caboclo, mulato, sertanejo, repente,
Embolada de tantos que ficaram para trás..
.
24º Lugar - FELICIDADE
( DIANA LIMA)
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doml@gnet.com.br
Certo dia, perguntei à felicidade
Onde andas, foges de mim, que saudade
Ela sussurrou apressada,
Convém buscar-me no que clamas
Transformar-se no que você ama
Apertei os passos, peito em ardor
Tentei detê-la, sangrando de dor,
Qual o caminho do Amor,
Fiz a pergunta, afinal
Dê o melhor de si,
É o melhor caminho para ser feliz
Me conduza, por favor, mostre-me meu melhor
Isto não, respondeu com pena de mim
Não terás mérito, não é assim,
Posso apenas te apontar o caminho
Seguí-lo, depende da mensura do amor, carinho
Que esta escondido dentro de ti,
E, que precisa, tão só descobrir
Fechei os olhos, em introspecção
Vibrei então, em meditação
Felicidade à frente, cantando o amor
Coração já mais relaxado, sereno
Mostrou-me a felicidade, os sorrisos que guardei
A emoção, as lágrimas que não chorei,
Os carinhos que economizei,
Palavras, carinhos, afetos
Tudo lá dentro, como um feto
Esperando oportunidade da Luz
Oportunidades que me ofereceram a vida
Que passaram despercebidas
Pensei, a felicidade é medida em ação
É proporcional sempre em relação.
Ao tamanho do coração
Ao que fizer ou deixar de fazer ao irmão,
A alegria deste irmão, pode às vezes começar
No sorriso que lhe endereçar
Mas, principalmente, se eu desejar lhe ofertar
Felicidade ainda adiante, passeia,
A exibir-se, comunicar-se, eloqüente
Vira-se, olha-me de frente
Perturbada, vestida em culpa e dor,
Não consigo fitá-la, descem lágrimas de falta de amor
Sigo teus passos, aspiro ser feliz
Não a perco de vista, e ela me diz
Dispa-se de complexos, aspire liberdade,
Entre em processo de reparação,
Dos danos, causados ao teu irmão
Seja humilde, renove o coração
Não lamente o que passou, chega de dor
Dê-me as mãos, faça valer,
O brilho do sol, o anoitecer
Mas, quando não puder ser,
O Céu em chuvas se derramar,
Busque somente a razão, em suave meditação
Medite na colheita farta, nas flores à deleitar
Narinas sãs, e hás de me encontrar
Na beleza do campo, nas flores que surgirão,
No jardim de tua vida, que diz
Já podes descansar, seja FELIZ
25º Lugar - Brasil, Um País Precioso
Renata Greycie Calixto Martins
ce2003002220585@ubbi.com.br
Terra do branco
Terra do índio
Terra do negro.
Terra de todas as raças,
De todos os povos.
Terra daquele que canta,
Daquele que dança.
Terra de todos os versos,
De todas as rimas,
De todos os ritmos.
Suas matas nos fazem respirar o ar mais puro
Seus pássaros nos fazem ouvir a mais bela canção
Suas flores têm o perfume mais agradável
E por isso é o país do meu coração.
Quando a aurora chegar
E o dia amanhecer,
Estaremos aqui,
Prontos para servi-lo.
Coração ousado,
Coração guerreiro,
Coração hospitaleiro,
É o coração brasileiro.
Povo festeiro,
Povo de garra,
Cheio de amor,
De fé e esperança.
Oh! Pátria esplendorosa,
País de tanto vigor,
Queremos te oferecer
Todo o nosso amor.
Brasil, meu país amado
Brasil, país de riquezas
Brasil, destaque nos esportes
Reconhecemos todas as suas belezas.
E aqui termino
De falar sobre a sua grandeza.
26º Lugar – QUIMERA
Ronaldo Antonio Torres Cruz
ronaldotorrescruz@bol.com.br
ba1669564@bol.com.br
Eu vi minha dor rasgar o vazio da noite
Em frêmitos frenéticos do pejo silente
E meu grito murmurar no infinito noturno
Ecos repetidos duma paixão efervescente.
Eu vi teu corpo nu abraçar a minha dor
E afogar em afagos o meu pranto dorido.
Vi tuas mãos deslizarem em suaves contornos
Pela aspereza flácida do meu âmago sofrido.
Eu vi meus olhos cegos enxergarem a luz
Que flamejam teus olhos como farpas doiradas
E ofusca os fantasmas remanescentes da sombra
Em lusque-fusque quão aurora prateada.
Eu vi meu braço soturno procurar no leito
Frio, a carícia de teu corpo candente...
Vi meu corpo tísico se aninhar no teu peito
E pulsar a vida em desejos ardentes.
Eu vi a luz da manhã romper as trevas
E a revoada de meus pensamentos em chamas;
Vi o ardor de meus delírios quiméricos
Ao soluçar baixinho, sozinho na cama.
27º Lugar - Adolescente
Aline Viana de Oliveira
ce2001010207898@yahoo.com.br
Ser em transe
Sujeito indeterminado.
Uma hora se diz descrente
Outra hora acreditado.
A responsabilidade cresce
A preocupação aparece.
A borboleta sai do casulo
A criança do seu mundo.
Meu Deus,eu não entendo
Este ser intransigente.
Tão confuso e tão certo
Tão criança e tão adulto!
Falo isso por mim mesma:
Sou uma dessas jovens.
que derretem-se por seus gatinhos
Mas se recusam a viver sonhando.
Que coisa louca
E ao mesmo tempo bela:
A vida do príncipe-sapo
E da borralheira - Cinderela!
28º lugar - Ritual da Aliança
Cristiano Antônio Catafesta da Silva
rs9010930619@yahoo.com.br
Sob o firmamento magistral
Rebusco o ritual da tua palavra
Aspira-me o teu cálice ancestral
Adere-se o meu perfil à tua sombra
Então extraio o halo do teu vapor
E resgato a ascese do teu passado
Choro ante a fórmula do teu amor
Desenterro o meu espírito avessado
O nimbo incandescente sem lua
É a rua que me mira sem face
A arte do gesto da alma crua
Logra o crepúsculo da tua parte
Sinto o calor do rebento do mar
Em meu fragmento agora unido
Ressurgido do som do teu altar
Intrépido segundo do novo mundo
Em nós fulgura o pendão do vento leste
Pujantes alvas de vertentes cálidas
Derrama-nos o caldo do azul celeste
Sopra-nos o líquido do verbo de Deus.
29º Lugar - Um poema de amor
Adelane Teixeira de Araújo
ce96002605893@bol.com.br
Um poema de amor
Àquele que amo não ofereço juras de amor:
Ofereço-me.
O amor,
Transbordo-o nos meus beijos,
Exala-se no arrepiar do meu corpo quando me tocas.
Amo-te com tal intensidade e maneira que nunca havia
conhecido
O desconhecido, porém, não me assusta:
Move-me a beber ainda mais desse amor que me consome
por inteira
Que me deixa à mercê dos teus desejos (que são também
os meus)
Amo-te.
Amo-te não como os desenfreados, que se deixam
sucumbir apenas pelo prazer;
Amo-te não como os platônicos, pois sou correspondida.
Amo-te, pois, como os românticos, que escreviam odes à
lua;
Amo-te como sou
Sou sua.
Amo-te.
30ª colocada - Vazio
Silvio Luiz Ambrozin
I
A porta esconde um mistério
A fechadura é a guardiã do vazio
Que mistério maior pode haver que o vazio?
O vazio é a ausência de tudo
De bichos, gente, de coisas.
Sonhos não nascem no vazio
E porque não dizer:
Que no vazio há falta de espaço!
Nas paredes não há quadros
Nem há fantasmas
Arrastando suas correntes
II
A porta fechada
Esta trancada, emperrada.
Precisa de óleo
Falta movimento
A chave ninguém encontra
Se perdeu
Ou alguém escondeu
Com medo de abri-la
De ver o quarto vazio
E nele enxergar
O espelho da própria alma
III
A porta a tempo não se mexe
Há anos não exercita suas dobradiças
No batente a aranha,
Calmamente tece sua teia
A espera de um inseto distraído.
De um mosquito descuidado
De uma presa indefesa
De um banquete para sua próxima refeição
IV
Pelo vidro quebrado da janela
Entra um latido torto
Que ecoa pelo vazio do quarto
Um eco estridente
Um latido forte
Um latido de socorro
Cheirando a mofo
Um latido morto
V
A porta diminui o barulho
do estalo das tábuas do assoalho
que se dilatam
quando o calor e forte
quando a dor do vazio incomoda,
o piso ali esquecido,
abandonado
que sente saudade da cera,
do escovão
que sente falta do calor do sapato
VI
A porta protege
As paredes nuas,
descascadas,
despidas pela arrogância dos dias,
machucadas pelo reboco caído,
violentadas pelo tempo
Faltam-lhes:
o carinho da massa corrida;
um vestido de tinta.
VII
A porta protege o vazio
Das intempéries
Das ameaças,
Mas acima de tudo,
Protege o vazio
Do vazio dos habitantes da casa
31º Lugar - Metade de mim
Rafael Martí Alves Maia
rj121491518@yahoo.com.br
Metades
Metade de mim
é uma besta fera acuada.
A outra metade
é um anjo caído
empenhado em achar o caminho de casa.
Metade de mim
é o espinho da palma.
A outra metade
é a flor do cactos
que embeleza o deserto.
Metade de mim
é paradoxo.
A outra metade
é contradição.
Metade de mim
é amargura e solidão.
A outra metade
é inocência e encanto.
Mas se metade de mim
se perde pelos labirintos do ser,
e a outra metade
ainda não se encontrou,
eu sou composto
por duas metades iguais,
que formam um único ser,
que não sabe quem sou.
32º lugar - FLOR DE CACTUS
Sonia Pallone
sp48695622@yahoo.com.br
Um dia,
fiz da vida uma festa
e crucifiquei minha dor no riso.
Vi dentro de mim,
a flor solitária
que ninguém soubera ver.
Dancei um balé simbólico
e assisti deslumbrada
a lava do vulcão escorrer no jardim.
Ajoelhei na terra de mim mesma
e pedi chuva-temporal.
E da noite para o dia
minha muda virou bosque...
Ajustei o foco da alma
e me dei, me plantei e me colhi.
Fiquei ali,
exposta ao sol e a lua.
Virei flor de cactos.
Sem tempo de morrer...
33º Lugar - PERDIÇÃO E INFERNO
Edinaldo Soares de Oliveira
Para Betânia
É teu silêncio que me faz insano
São teus caprichos perdição e inferno
É teu sangue que me faz profano
São teus gemidos meu açoite eterno.
São teus soluços amargura e engano
É teu arfar temporal de inverno
São teus lábios ritual cigano
É tua imagem meu demônio interno.
São tuas fases, absurdas e intensas
É teu festival de ataques e ofensas
Insisto - temporal de inverno.
São teus afagos, que me matam lentamente
É teu gosto, teu cheiro, teu sexo quente
Insisto - perdição e inferno.
34º º Lugar - Ópio do Povo
Fillipe José F. S. Diniz
rj117091033@yahoo.com.br
Ah, conhecimento, véu escuro
que transita na maior calma
entre o remédio e o veneno puro
afaga a mente, afoga a alma
A felicidade mais pura é a ignorância
e quem a possui em si é rei
pois nunca, em nenhuma instância
hei de me preocupar com o que não sei
E chegamos a uma irônica dança
(cuidado pra não pisarem no seu pé)
pois é feliz quem tem esperança
A ignorância favorece a fé
tome o exemplo da criança
que é feliz e não sabe que é
35º lugar - Passeio
Mara de Freitas Herrmann
Augsburg - Germany
Sento na varanda de meus sonhos
aconhego-me na rede da saudade
folheio os álbuns de um caminho
descubro os sorrisos de um passado
Lampiões acendem a lembrança
Sorrisos a dar piruetas.
Procuro a verdade
Que já não volta
Olho o agora
Realeza inacabada
Envolvo-me no instante,
O ultimo e eterno suspiro de felicidade.
36º lugar - SOLITUDE
Nelson Haroldo Correia dos Anjos
ba741830@terra.com.br
E tudo, agora, exulta. A primavera e a flor...
O coração rega, absorve tudo num só afago
Ah, esse querer, porque nasceste e és amor
Fluindo desejos como aspiração do âmago.
Quero saciar minha sede, mas me mande noticias
E diga-me: Em qual coração anda o teu coração
Ou envio meu coração ao santuário de Fátima
E dessa velada angústia espero a tua revelação?
No entanto, estou no silêncio, ouço apenas o meu eu!
É que sonho encontrar-te em plena solicitude, o amar...
Mar azul, desejos, toques e essa luz peregrina da paixão
Que se acende em um canto, qualquer canto do meu olhar!
Em mim, tudo cintila... o amor, a paixão! E sem medos
Tombarei imerso nas íris dos teus olhos de luas acesas
E... guardarei o meu coração por entre os teus dedos
Para que rasgues o véu, e cristalina, o amor te veja...
Lúcida, sem manto, perpetuando o róseo-azul da paixão
Em que minha alma ardente há de sentir-te... embora,
Nesses versos pulse o chamamento... o meu coração
Não finge a dor, nem o sonho... a solidão, sopra lá fora!
37º Lugar - * LICENCIOSO *
KELSON CESAR MONTENEGRO TELES
ce97008003168@yahoo.com.br
Triste choro do menino com fome,
Na rua lambe o ar impuro,
Desde que seu pai morreu ele não come,
Na calçada lambe o muro!
Eis-me como um degenerado observando,
Porque carrego dores e não sou nobre,
Talvez um outro lhe vá ajudando,
Sou mais desgraçado que este pobre!
E assim olhando o pobre menino,
Sentindo-se como um estranho bicho,
Venho encarcerando minha alma ao intestino,
Tenho que engolir meu próprio lixo!
38º Lugar - SOMENTE DESEJOS
Sania Cristina Ferreira de Oliveira; Rua
mgm9130240@yahoo.com.br
Quisera encontrar-te,
na plenitude da minha dor,
arrependido do teu delito,
olhos quedos,
sorriso verdadeiro.
Quisera ver-te, novamente,
sol da primavera,
a prover o universo de formas concretas,
a ofertar-me a vida,
com tua luz serena.
Quisera, após tantas angustias transitadas,
ser o motivo do teu sorriso,
a beleza dos teus versos,
a promessa de cada dia,
o grito da vitória.
Quisera a união em vez da luta,
e, então juntos, um único ser,
calar o grito da solidão,
viver intensamente cada instante,
até o momento antes da morte,
uma única palavra a nos definir:
Amor!
39º Lugar - AMOR
Adrilelle Maia Lima
ce3511069_2000@yahoo.com.br
Amor sentimento maravilhoso
Enche de esperança os corações apaixonados.
Nutre o ser humano de emoção
Um sonho perdido
Ao poeta inspira sua vida
E como pássaros, alegra a canção
O amor nos faz perder a calma
Aguça o nosso sentimento
Enaltece a nossa alma
é sublime, é doçura e é tormento
O amor dura uma vida
É uma saudade sentida
É uma esperança perdida
Amor que vai e que vem
Num sussurro ou num grito
Em pouco tempo ou eternamente
Entristece ou alegra nossa mente
Todos já amaram certamente
O amor é um sentimento infinito
É uma doce ilusão
É uma esperança perdida
Amor que vai e que vem
Num sussurro ou num grito
Em pouco tempo ou eternamente
entristece ou alegra nossa mente
todos já amaram certamente
o amor é um sentimento infinito.
40º Lugar - Nau ... sem amor.
António Lopes Ferreira (Zumaia)
Sines - Portugal
Essa nau , que de triste é guerreira ,
enfrenta a terrível tempestade ...
Do seu navegar , colorida esteira ,
nas suas velas , campeia a maldade ...
E sonha a vida , no seu mar revolto .
Seu belo leme me escapa da mão ;
Essa neblina em que me sinto envolto ,
não vivo ... mas apenas ilusão .
E jogou-me no porto da tortura ,
quedei-me assim só abandonado ,
nesta minha desdita e amargura ...
Ah! Como esta nau me fez desgraçado ,
lançou-me numa noite muito escura ...
Bela nau ... que me tinha enamorado .
41º Lugar- VISÃO QUADRADA
José de Sousa Xavier
rn616954@uol.com.br
Pelo quadrado de minha janela
vejo sobre metros quadrados de um terreno,
bem rente e em frente à minha visão:
quadrados de ferro, concreto e aço,
subindo em irremediáveis paredes.
Rumo ao céu em pleno prumo,
segue em busca do meu azul
e parece não vai ter mais fim.
Quadrados, retângulos,
triângulos e ângulos:
produtos das imaginárias mãos humanas.
Por dentro, de longe posso ver,
um esqueleto está a crescer.
Em breve, quadrados-ladrilhos,
nesse corpo irá descer
e encobrir esse edifício aqui do lado.
Visões rotineiras
e barulhos no silêncio da tarde
viajam em martelos alados
e repousam na minha janela.
Ouço o tempo surgir
no avançar dessa obra
que não me paga
por fechar a minha paisagem,
e ser minha visagem
nos dias de solidão.
Nada de árvores,
nada de pôr-do-sol,
nada de vento;
só pastilhas, ladrilhos,
cobrindo os quartos quadrados
de minhas visões enclausuradas.
42º Lugar - MÃE 2
JOSEMAR DE SOUSA VIANA
ce676403@yahoo.com.br
Mulher sofredora
Mas de tanto amor pra dar
Ama sem medir esforços
Só porque gosta de amar.
É sempre mediadora
Pra todo problema tem solução
Chora, e esconde as lágrimas
Para não causar decepção.
É psicóloga , analista
Neurologista e tudo mais
Entendedora a todos os momentos
Quanto mais se exige, mais ela faz.
Não tem tempo para adoecer
Porque de todos quer tratar
Jamais se porta como fraca,
Quer ser sempre forte
Para os filhos dominar.
Sempre com gestos suaves
A toda hora se sujeita
Pronta pra dar sem receber
Um desejo ardente de consolar
Mora dentro do seu peito.
Mãe, que gerastes 10 filhos
E o destino destes gostaria de traçar
Mas, mesmo sendo uma mãe santa
Este dom, Deus não pode lhe doar.
Feliz com a nossa existência.
A nossa vida...é a sua vida...
Uma doce mulher.
Ela é: a minha mãe querida.
43º Lugar - Busca Incessante
Balbi Yodhevauhe Siqueira
Ao buscar dentro de nosso coração
Ao buscar a verdade da razão
Ao buscar uma grande emoção
Ao buscar a nossa realização
Encontramos o nosso eu
Encontramos a verdade que nos liberta
Encontramos a sabedoria ainda não descoberta
Encontramos a resposta de nossas angústias
Devemos saber como procurar
Devemos saber como aprofundar
Devemos saber como analisar
Devemos saber como abster de nosso ego
A resposta a nossos dilemas
A resposta a nossos conflitos
A resposta a nossos problemas
A resposta está
Dentro de cada um de nós, bem lá no fundo
onde a razão ou medo não podem atingir
Por isso é um lugar sagrado
onde fica bem guardada a fonte inesgotável de amor
que se descoberta pode brotar e fluir por toda a nossa vida
e contaminar todos que nos rodeiam
O princípio para essa grande descoberta é começar a amar
e simplesmente acreditar que o amor é capaz de vencer todo o mal que nos rodeia
44º lugar - DAS BREVIDADES...
Claudia Villela de Andrade
chvillela@uol.com.br
rj3664389@yahoo.com.br
Que breve pode ser o amor...
Efêmero aos olhos atraentes,
Instável quando inexistente
Eterno sempre que verdadeiro.
Que breve nunca seja a poesia...
Do encanto maior do seu autor
Do ritmo que balança os versos
Da magia da pena sobre o branco.
Que breve é a vida...
Renovada a cada aurora,
Desabrochada num vermelho dia
Para o consolo de todas as almas.
Que os pássaros batam suas asas
Em vôos longos, por terras estrangeiras
Mas voltem a cantar em nossas janelas
Tão breve quanto o tempo assim marcar.
.
E a Brevidade (quitute antigo)
Feita em forma de empada,
De tenra massa polvilhada,
Ainda que breve como a vida,
Seja degustada e digerida...
45º Lugar - Ser gente numa terra de semi-deuses"
Viviane Beyruth Correia
rj109267070@yahoo.com.br
Deus, empresta-me Sua mão
Guia-me em meio a essas rochas
Esses caminhos tortuosos que só me fazem tropeçar
Cheguei nessa viagem sem mapa
Tenho apenas a ilusão de um destino
Mas falta-me a bússola,
A água que sobrevive meu corpo
Em meio a esse deserto árido de emoções
Sigo estrelas, penso serem reis magos
Mas, nesse caminho, são apenas farsas
Estrelas cadentes com passagem instantânea
Sigo pedras a que tropeço
Sigo flores e me corto em seus espinhos
Deus, ensina-me a andar descalço
Nesse chão tão quente...
Ensina-me o caminho para os momentos de cegueira...
Ensina-me a esquecer os pregos martelados na alma
por mãos humanas, que machucam!
Ensina-me a esquecer o peso da cruz que devo carregar
Ensina-me a amar
A amar e não ser amado
A amar e não sofrer
Ou nem mesmo magoar
Ensina-me a não ter preconceitos
E encarar as pedras a serem lançadas
Ensina-me a não magoar os que me amam por
apenas seguir meu caminho
Ensina-me a ser determinado e humilde ao mesmo tempo
Ensina-me a ser Rei nesse mundo de plebeus pecadores
Ensina-me a amar sem pecar
Amar incondicionalmente
Amar...
Ensina-me a não olhar para trás
A ter discípulos de fé
Discípulos que se passam por discípulos
para ferir-me em traição ou beijo
Ensina-me a sofrer calado
A ter força imortal
A zelar por todos
Ensina-me a ser gente, ó Deus!
Com o mais puro do ser
Ensina-me a seguir Suas pegadas
Que por pouco não foram totalmente apagadas...
Ensina-me a ser gente, mas não a ser um Deus,
nem Filho, nem Espírito.
Ensina-me...
Guia-me nesses rochedos
E não me deixai cair no abismo
E livrai-me de todo o mal...
Amém.
46º Lugar - Prazer Solitário
Marco Ramos (Marco Antônio Dorneles Ramos)
Eu lanço um vôo além da imaginação
Quando me toco, sinto-lhe em mim a se esparramar
É como ter o teu corpo em minhas mãos
Sabendo exatamente onde me tocar...
~
Então posso até sentir os teus beijos
Percorrendo aos meus seios desnudos
Com as mãos atiçando aos meus desejos
Levando-me a pensar absurdos...
~
Até posso ouvir aos teus sussurros
E sentir teu toque rijo e penetrante
Sei que não está aqui, mas eu lhe juro!
Que posso lhe sentir a cada instante...
~
Como sê a sua malicia se lançasse ao quarto
Tomando ao meu corpo pelas adjacências
Dando-me prazer, como agora eu relato
Tomando-me a sanidade, e um pouco da consciência...
~
E neste momento que eu grito, eu choro, eu quero mais
Freneticamente me movimento ao lhe sentir
Pois seus movimentos se tornam essenciais
Fazendo-me única, e isso não posso lhe mentir...
~
E ainda sentindo meu coração fortemente pulsando
Batendo descompassado, no ritmo doce deste pecado
Até que novamente abro os olhos, como se tivesse acordando
Fazendo-me perceber que não está aqui do meu lado...
~
Mas posso ainda sentir na minha pele os seus dentes
Mordendo-me, consumindo-me numa sede insana
Penetrando-me até a alma, tão viril e ardente
Nesta devassidão que me faz novamente profana...
~
E quando alcanço as estrelas no infinito
O meu corpo pede pelo descanso estendido na cama
Pois pelo prazer novamente fora vencido
E assim vai se apagando a minha chama...
~
Até que novamente me recomponho em ternura
Olho para o relógio, e vejo que já passa do horário
Você não está aqui, mas me sinto feliz, porém impura
Ao me sentir realizada, ao alcançar este prazer solitário...
47º Lugar - Pré-Visão
Edmar Japiassú Maia
edmarjapiassu@hotmail.com
rj019664861@bol.com.br
E matar-se-ão as flores...
As partes mais coloridas
da natureza e da vida,
as quais veremos murcharem
ante o inferno incontrolável
que há de formar-se no mundo.
Na terra explodem as bombas...
Vagueiam no céu as pombas...
Desfolhar-se-ão as árvores...
Após tristonha agonia,
perecerão dia a dia
até tombarem vencidas
pelas forças do egoísmo
que leva tudo à falência.
Na terra explodem as bombas...
Vagueiam no céu as pombas...
Destruir-se-ão os homens...
Com tanto ódio e rudeza
que vagarão na incerteza
por terem sido tiranos
e os maiores dos insanos
na preservação da vida.
Na terra explodem as bombas...
Vagueiam no céu as pombas...
E os "mortos-vivos" restantes
enterrarão outros mortos,
que ao se verem libertados
de sua missão terrena,
sentirão quanto é pequena
a lucidez dos humanos.
Na terra explodem as bombas...
Vagueiam no céu as pombas...
E voltaremos um dia,
numa certeza capaz
de tudo, então, soerguermos
de maneira inteligente,
plantando o Amor entre a gente,
colhendo em fartura a Paz.
Não mais explodem as bombas...
Pousaram na terra as pombas!
48º Lugar - Cotidiano
Paulo Roberto de Mello Monti
RS460583@yahoo.com.br
As horas desfilam
Entre promessas que se avolumam
E os sorrisos espontâneos
Dos amigos momentâneos
Sentem as conversas ligeiras
Dos olhares mudos
Dos toques delicados
E as sensações
Ficam no ar suspensas!
Cascatas descambam
Vozes sussurradas
Quase sopradas
Veladas seduções que se instalam:
E a vida se rende ao encanto
Das ninfas gregas que fogem em verdes prados
E tudo se deixa como vento e sol!
E os amantes
Não se amam:
São desamantes
são fruto vazio e cheio de ânsia
São fusão de encontros e separação
são o fim
São amantes nas manhãs
São solitários fins de tarde!
49º Lugar -DE(S)ENCONTROS
Vera Helena Teixeira
rs4001646258@ig.com.br
Calcei sandálias com asas, enrolei-me em tecidos de ventos,
Adornei os cabelos com raios de tempestade e, na pele, pintei um arco-íris.
No monturo de desolação das manhãs, depositei a saudade sencilha.
Cuspindo silêncios, casulo tecendo disfarce de borboleta,
Regurgitando memórias esquecidas no oco do íntimo,
Solapei a segurança das calmarias, esfreguei os instintos na face dos
demônios.
Dessa forma, cheguei.
Bêbado, senil, inseguro, migalha da boca da madrugada, trouxeste tornados
cinzentos.
Triturado na noite drogada, definhando rastejante no caos,
Larva polimorfa e noturna reavivou o que há muito deixou de queimar.
Atravessando o movimento perfunctório das horas mortas,
Carregando tons de exagero nas verdades pronunciadas,
Pleno na aleivosia das lembranças trôpegas, quiseste abrigo no inverno.
E assim, vieste.
Quando o vermelho anunciou no horizonte o amanhecer,
Libertamo-nos do Tempo, exilados no quarto de hotel.
50º Lugar - Canção Para Diana
WELLINGTON AUGUSTO DO CARMO
mg2509106@uol.com.br
CONTEMPLO DE LONGE A FLOR FRÁGIL E LINDA
QUE AS ÁGUAS NERVOSAS DO RIO ARRASTA
PARECE INERTE,FLUTUA, SERÁ QUE VIVE AINDA?
OH DEUS APRESSO-ME OU ELA DE MIM SE AFASTA
OH RIO COVARDE DE INSANO FUROR
PORQUE TU NÃO PERMITES EM TUAS ÁGUAS ENTRAR?
E PORQUE NÃO DEIXAS RESGATAR A RUBRA FLOR?
PRA ONDE TU A LEVAS SENÃO PARA O MAR?
PORQUE CRAVAS E FERES A MIM, OH FLOR, COM TEUS ESPINHOS
E DE MIM TU ESCAPAS AO TENTAR TE PUXAR?
SERÁ QUE BUSCAS NOVOS HORIZONTES, OUTROS CAMINHOS
E O QUE QUERES É MESMO FLUIR LÁ PRO MAR?
NÃO PERCEBES O QUANTO TE AMA O MEU CORAÇÃO?
TEUS LÁBIOS EM PÉTALA NÃO LOGRAREI BEIJAR?
QUEM SABE TALVEZ NOSSAS ALMAS NÃO SE ENCONTRARÃO?
CONTINUAS NESSAS ÁGUAS, OH FLOR, TEU CAMINHO PRO MAR....
........E EU , ONDE ESTIVER, PENSAREI EM TI E TORCEREI PARA
QUE TU CHEGUES AO TEU MAR E
SEJAS FELIZ....ATÉ QUE POSSAMOS UNIR NOSSAS ALMAS...
À minha sempre e amada flor Diana...
Com carinho
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Vanderli
Medeiros
Coordenadora
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