Jorge Rocha
Confesso que fiquei aliviado ao ouvir esse cd do Companhia Itinerante. Finalmente eu me senti no Brasil novamente ouvindo um cd de rock'n roll. Não vou perder meu tempo tentando definir um gênero p/"Um conto de pragmatismo fantástico", aliás Caio Figueiredo está de parabéns em suas letras e no projeto gráfico do encarte, verdadeiras obras de arte de pragmatismo realmente fantástico. Coisas como: "um maço de cigarro é uma religião, é fé p/todo dia, um trago uma oração, e o trem passou na estação" caem bem aos ouvidos com o vocal "carioquês" de Caio Oliveira. A citada "cigarro" tem ainda incidentalmente a "oração da serenidade" e o famoso só por hoje! O cd começa com "beira mar", canção que fala dos problemas sociais cotidianos existentes na cidade maravilhosa, rock barulhento que flerta com a black music e com o samba. O cunho social do Companhia Itinerante continua na atualíssima "eleições". Mas o cd também traz músicas que falam de sentimentos e o sofrimento do amor como em "ilusão". mas se a letra lembra algo entre os anos 50/60, o auge da bossa nova, a pegada nos remete ao BRock dos anos 80, essa talvez seja uma das faixas mais agitadas do cd, que também traz outras faixas muito boas como a lisérgica "vampiro doidão", o soul á la trama "assim não dá" e um maculelê homônimo. no fim a "viagem imprevisível" do Companhia Itinirante é uma obra original perante tanta britanidade. E "vamo tomar caldo de cana" e "vamo beber água de côco".