RITO DE PASSAGEM


          Tudo parecia distante, um tempo nostálgico: alegrias de um passado recente que simplesmente entrariam para a minha história; alegrias que eu passaria às minhas gerações futuras, com o orgulho de alguém que soube viver.
          Contudo, a idéia "passado" era incômoda, e a realidade presente se mostrava cruel, e penetrava minha alma. A metamorfose se fazia presente em meu ser, e o tempo denegria meu viver. Àquele momento eu já aceitara minha realidade, o rito de passagem, que então se apresentava à minha frente.
          E de repente, no meio do processo, a vida me surpreendeu com um presente — ela me apresentou seres encantados, em forma de humanos, e formou-se uma trupe de amigos.
          Saíram dos quatro cantos do universo, aos sons das cornetas, para anunciar que ali se formaria uma fraternidade de jovens sonhadores em busca do mais singelo objetivo: ser feliz. Tudo era tão encantado que cada vez juntavam-se mais seres encantados, e o passado distante ali se tornava presente. Eu que não acreditava em máquina do tempo vi tudo o que um dia se foi materializar-se em minha frente, no mais real encantamento presente.
          Amigos a fio e um trio perdido se misturam na magia química da amizade, amizades resgatadas daquele tempo nostálgico, onde a inocência do ser amasiava-se com a euforia do viver.
          Ficava claro que aquele momento único, e só nosso, faria parte da história de uma vida bem vivida. O amanhã levará consigo os ritos do ontem, do hoje e o do sempre. As histórias construídas farão parte do livro da minha vida, para serem lidas, pensadas e vividas.

Davidson Silva,
o corneteiro geógrafo.
em Julho de 2004

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