CATOLICISMO ROMANO

 

  "E assim invalidastes, pela vossa tradição, o mandamento de Deus". (Mt. 15:6)  

     

VERDADE PRÁTICA

 

Os dogmas da Igreja Católica não resistem ao exame Bíblico, porque são fundamentos da Teologia Humama.

 

LEITURA

      

Adorar à Deus em Espírito e em Verdade (Jo. 4:20-24)

 

A Salvação é pela Fé, e não pelas obras. (Ef. 2:8-10)

         

O Batismo e a Ceia do Senhor. (Mt. 28:20;1 Co.11:23-26)

         

Jesus é o único Mediador entre Deus e os Homens. (1 Tm.2:5)

         

Os demais filhos de Maria. (Mt. 12:46-50;13:55)

         

Orações dirigidas à Rainha do Céu. (Jr. 7:18;44:17-19;25)

      

Mensagem Bíblica:

      

MARCOS 7:3-17

 

Pois os fariseus, e todos os judeus, guardando a tradição dos anciãos, não comem sem lavar as mãos  cuidadosamente; e quando voltam do mercado, se não se purificarem, não comem. E muitas outras coisas há que     receberam para observar, como a lavagem de copos, de jarros e de vasos de bronze. Perguntaram-lhe, pois, os   fariseus e os escribas: Por que não andam os teus discípulos conforme a tradição dos anciãos, mas comem o pão   com as mãos por lavar?  Respondeu-lhes: Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito: Este     povo honra-me com os lábios; o seu coração, porém, está longe de mim;  mas em vão me adoram, ensinando   doutrinas que são preceitos de homens. Vós deixais o mandamento de Deus, e vos apegais à tradição dos homens. Disse-lhes ainda: Bem sabeis rejeitar o mandamento de Deus, para guardardes a vossa tradição. Pois Moisés disse:     Honra a teu pai e a tua mãe; e: Quem maldisser ao pai ou à mãe, certamente morrerá.  Mas vós dizeis: Se um     homem disser a seu pai ou a sua mãe: Aquilo que poderias aproveitar de mim é Corbã, isto é, oferta ao Senhor,      não mais lhe permitis fazer coisa alguma por seu pai ou por sua mãe,  invalidando assim a palavra de Deus pela     vossa tradição que vós transmitistes; também muitas outras coisas semelhantes fazeis. E chamando a si outra vez a     multidão, disse-lhes: Ouvi-me vós todos, e entendei. Nada há fora do homem que, entrando nele, possa     contaminá-lo; mas o que sai do homem, isso é que o contamina. (Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça.) Depois, quando deixou a multidão e entrou em casa, os seus discípulos o interrogaram acerca da parábola.

 

 

INTRODUÇÃO  

 

O Catolicismo Romano é uma das três maiores religiões do mundo, juntamente com os Protestantes e     Ortodoxos. Mas a nossa análise é Bíblica, e não politico-social. Em nome da tradição, a Igreja Católica     sacrificou o autêntico Cristianismo ao longo dos séculos. Vamos neste estudo, analisar os dogmas católicos à     luz da Bíblia.

O PAPISMO

 

Instituição do Papa: Ninguém, em sã conciência, pode negar a influência política do papa no mundo, mas     biblicamente, esse cargo não existe. A teoria de que Pedro foi o primeiro papa não resiste à análise bíblica.

 

Mas, como disse Mussoline, fundador do facismo na Itália: "uma mentira repetida vinte vezes acaba por se     tornar uma verdade". Mas sabemos que, mais cedo ou mais tarde, tal mentira terminará por ser  desmascarada. Foi isso que aconteceu. A tradição Católica diz que Pedro foi Papa em Roma durante vinte e  cinco anos. Vamos aos Fatos Reais:

 

Pedro Nunca foi Bispo de Roma: Se ele foi martirizado no Reinado de Nero, por volta de 67 ou 68 AD,     subtraindo desta data vinte cinco anos, retrocederemos a 42 ou 43 AD.

 

a)      Rastreando a Vida de Pedro: Vasculhando a vida de Pedro, conforme a Bíblia, iremos desmascararesta mentira dos Romanos. O Concílio de Jerusalém (Atos 15), ocorreu em 48, ou pouco depois, entre aprimeira e a segunda viagem missionária de Paulo. Embora Pedro não o presidiu; a presidência coube aTIAGO (At. 15:13-19). Em 58, Paulo escreveu a Epístola aos Romanos. No último capítulo da epístola, oapóstolo manou saudações para muita gente em Roma, mas Pedro sequer é mencionado, não acha estranho? Em 62, Paulo chega a Roma, e foi visitado por muitos irmãos (At. 28:30-31), novamente não se tem notícias dePEDRO.

 

b)      Epístolas escritas em Roma: De Roma, Paulo escreveu quatro cartas, em 62: Efésios, Colossenses e Filemon. Em 63, Filipenses. Entre 67 e 68, após o incêndio de Roma, quando estava preso pela Segunda vez, 2 Timóteo. Esse tal papa não é mencionado.

 

EXEGESE DE Mateus 16:16-18:

 

A Igreja do primeiro século desconhecia a figura do PAPA. 

 

a)      A Pedra é Cristo: A primeira interpretação papista de Mt. 16:16-18 é uma camisa-de-força. A expressão: "Sobre esta Pedra", significa sobre a resposta de Pedro: "Tú és o Cristo, Filho de Deus Vivo."Sobre Cristo foi edificada, e não sobre Pedro, a menos que o clero Romano admita que o Catolicismo tenha rigido sobre Pedro.

 

b)     A Pedra no contexto Bíblico: Desde a época do salmista (Sl. 118:22), passando pelo profeta Isaias, a palavra profética já anunciava o Messias, como a PEDRA DE ESQUINA (Is. 28:16). Jesus afirmou ser ele mesmo a Pedra (Mt. 21:42). O próprio apostolo Paulo afirma que Pedro é apenas uma pedra como os demais apóstolos, sendo Jesus Cristo a Pedra Principal (Ef. 2:20). Falta, portanto, fundamento Bíblico para sustentar a figura do Papa.

A MARIOLATRIA E OS CULTOS AOS SANTOS 

 

Adoração e Veneração:  Há diferenças entre "adorar" e "prestar culto"? se prostrar diante de um ser, dirigir-se      a ele em orações e ações de graças, fazer-lhe pedidos, cantar louvores - Chamar isso de veneração é      subestimar a inteligência humana. A Bíblia diz que há um só mediador entre Deus e os Homens - Jesus Cristo      (1 Tm 2:5), entretanto, os católicos apresentam orações pedindo a intercessão de Maria.

 

Culto aos Santos: Analisando as práticas romanistas à luz da Bíblia e da própria história antiga, fica bem claro  que são práticas pagãs. O Papa Bonifácil IV, em 610, celebrou pela primeira vez a festa de todos os santos, substituindo o panteão romano (templo pagão dedicado a todos os deuses) por um templo "cristão" para que   as relíquias dos santos fossem ali colocadas, inclusive Maria. Dessa forma, o culto aos santos e a Maria      substituiu o dos deuses e deusas do paganismo.

 

Maria, deusa para os Católicos: Os católicos manifestam seu sentimento de profunda tristeza quando afirmamos que Maria é reconhecida como deusa no catolicismo. Dizem que não estamos sendo honestos      nessa declaração, mas os fatos falam por si mesmos:

 

"Glórias de Maria": É o título do livro publicado pela editora Santuário, de autoria de Afonso Maria de Liguori,      canonizado pelo Papa, que atribuiu à Maria toda a honra e toda a Glória que a Bíblia afirma ser de Jesus Cristo  como Senhor. Chama Maria de Onipotente e outros atributos exclusivamente Divinos.

 

Os Querubins: A Passagem Bíblica sobre os querubins colocados no propiciatório da arca da aliança (Êx.      25:18-20), advogada pelo teólogos romanistas para justificar a prática idolatrica, não se reveste de sustento  algum. Porque não existe na Bíblia nenhuma passagem sequer que mostre um Israelita dirigindo as suas      orações aos querubins. O propiciatório era a figura da redenção de Cristo (Hb. 9:5-9). A Bíblia condena      terminantemente o uso de imagem de esculturas no meio do altar (Êx. 20:4-5; Dt. 5:8-9), Jesus disse: "Ao      Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás." (Mt. 4:10). O Anjo disse a João: "Adora somente a Deus" (Ap.      19:10; 22:9). Pedro recusou ser adorado por Cornélio (At. 10:25-26)

 

 

OUTROS DOGMAS 

 

Leituras Bíblicas: Foi proibido aos leigos do concílio de Tolosa em 1222. Com isso, a Igreja Católica jubilou a      Biblia, e a tradição passou a suplantar a Palavra de Deus (Mt. 15:9). É dever de todo homem ler a Bíblia; a      própria Bíblia recomenda (Dt. 6:6-7;31:11-12;Jr. 1:8;Is. 34:16;At 17:11;1 Ts. 5:27;2 Tm. 3:15-17;Ap. 1:3).

Lentes Papistas:

 

Se hoje há algum incentivo à leitura da Bíblia por parte do clero romano, é por causa      da pressão dos evangélicos, pois a Igreja Católica está perdendo, a cada dia, mais e mais adeptos. Desta  forma o Clero Romano, está lendo a Bíblia, mas com "Lentes Papistas".

Livro Apócrifos:

 

Os livros apócrifos, jamais fizeram parte da Bíblia Sagrada dos Judeus, isto é: O Antigo Testamento. A Bíblia Hebraica, ainda hoje, está dividida em três partes: LEI, HAGIÓGRAFOS (Escritos  Sagrados) e PROFECIAS.

Celibato Clerical:

 

Foi Instituído em caráter local em 386, por Sirício, bispo de Roma, e imposto como  obrigação vocacional pelo Papa GregórioVII, em 1704. Continua a ser mantido pela Igreja Católica. O      Casamento não é mandamento, mas escolha individual. Nem a Igreja, nem o Papa, nem ninguém pode   interferir neste direito cedido por Deus (Gn. 2:18; 1 Co. 7:2), inclusive aos oficiais da Igreja (1 Tm. 3:2-5;12;Tt      1:6-9). Pedro e os demais aoóstolos eram casados. (Mt. 8:14; 1 Co. 9:5).

Purgatório:

 

A doutrina do purgatório foi aprovada em 1439, no concílio de Florença, confirmada      definitivamente no Concílio de Ttrento (1549-1563), mas ela já existia desde 1070. Essa doutrina ensina que os      cristãos parcialmente santificados passam por um processo de purificação de pecados, para depois entrarem      nos céus. Essa crença veio do Paganismo e é muito antiga. Mas nós sabemos que só há um Caminho     descrito na Bíblia para a Salvação (Jo. 14:6), e que só existe um que pode purificar pecados que é o Sangue      de Jesus Cristo, e não o fogo do purgatório (1 Jo. 1:7).

Tradição:

 

Jesus criticou durante o fato de se colocar a tradição em igualdade de condição com a Palavra de Deus, ou até mesmo acima dela.

 

A Igreja Católica, através de suas tradições, aprova práticas frontalmente condenadas pela Bíblia: A Idolatria e outros desvios doutrinários. É a Bíblia quem julga a Igreja e não vice-versa.

Batismo Infantil:

 

A Criança é inocente e não tem responsabilidade alguma diante de Deus. Ela não tem ainda capacidade de amar e aborrecer a Deus. A questão delas Jesus já resolveu: "Deixai vir os pequeninos a mim  e não os impeçais, porque dos tais é o Reino de Deus". O Batismo exige profissão de fé (At. 8:37); oração (At. 22:16) e voto de consagração   (1 Pe. 3:21). A Criança não é capaz de realizar esses três requisitos. Os pais      não podem fazer isso por elas, pois a Salvação é individual (Ez. 18:20). Não existe na Bíblia caso sequer de      BATISMO INFANTIL. Jesus foi batizado com quase trinta anos de idade (Lc. 3:23).

Salvação pelas Obras:

 

A Igreja Católica prega salvação pelas obras contrariando a Palavra de Deus. A      Salvação é um ato da Graça de Deus, e não um mérito humano, (Ef. 2:8-10;Tt 2:11;3-5). A Bíblia diz que o     Justo viverá pela fé (Rm. 1:17,Hb 2:4). O Apóstolo Paulo ocupa todo o capítulo quatro de romanos justificando e provando, que a Salvação é pela fé, e não pelas obras. Somos Justificados mediante a fé em Cristo Jesus     (Rm 5:1).

 

CATOLICISMO À LUZ DAS ESCRITURAS

 

“Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a    espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios, pela hipocrisia de homens que falam mentiras e têm a sua      própria consciência cauterizada, proibindo o casamento, e ordenando a abstinência de alimentos que Deus    criou para serem recebidos com ações de graças pelos que são fiéis e que conhecem bem a verdade.” (1 Tm      4.1-3 )

      

A palavra católico vem do grego katholikos, que quer dizer “universal”. No nome catolicismo romano já  observamos uma contradição. Lorraine Boetner, em seu livro “Catolicismo Romano”, cita o Dr. John Gerstner  que escreveu: “...rigorosamente falando, católica romana é uma contradição de termos. Católico significa    universal; romano significa particular”.

 

Quero, neste estudo, analisar as principais doutrinas católicas com as Escrituras e mostrar a total      incompatibilidade que existe entre a fé dos cristãos e a fé dos católicos. O profeta Amós perguntou: “Andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?” (Am 3.3) Não estou pregando a intolerância religiosa,    respeito pelo próximo é uma marca cristã, o direito a escolha religiosa é um direito inegociável. Refiro-me a tentativa ecumênica de unir evangélicos e católicos numa só igreja. Um artigo na Internet divulgou que “João Paulo II vem manifestando interesse em aproximar-se de judeus e evangélicos e cristãos”. A proposta ecumênica dos católicos é de mão única. Estes estão interessados que os evangélicos, por exemplo, aceitem o Papa como    cabeça da igreja e muito mais. A meta do ecumenismo é a união de todas as igrejas em uma só Igreja Mundial.

 

É impossível aceitar essa proposta sem abrir mão daquilo que é básico em nossa fé. Sabemos, pelas Escrituras, que o Anticristo virá sobre as asas do ecumenismo se colocando como líder religioso mundial  dizendo ser o Cristo.

PEQUENO HISTÓRICO

 

A igreja católica, que conhecemos hoje, é o resultado de alterações feitas à partir da igreja primitiva.

 

Segundo Aurélio, “...o catolicismo romano é a religião que reconhece o Papa como autoridade máxima, que se   expande por meio de sacramentos, que venera a virgem Maria e os santos, que aceita os dogmas como  verdades incontestáveis e fundamentais e que tem como ato litúrgico mais importante a missa”. O que essa   igreja tem em comum com a igreja primitiva? Nada!

 

Durante os primeiros séculos cristãos ocorreram muitas perseguições, isto cooperou para que a igreja se   mantivesse fiel as Escrituras. Este período é chamado de era patrística, ou era dos pais da igreja. Halley fala de     Policarpo (69-156 d.C.), discípulo de apóstolo João que foi queimado vivo por se recusar a amaldiçoar a Cristo.

 

Policarpo falou: “oitenta e seis anos faz que sirvo a Cristo e Ele só me tem feito bem, como podia eu, agora,    amaldiçoá-lo, sendo Ele meu Senhor e Salvador?”

 

A corrupção no cristianismo começou já em meados do século III, onde houve o primeiro rompimento sério    dos cristãos, por causa da introdução dos batismos de crianças. O rompimento foi chamado de “desfraternização”. No século IV, Constantino ascendeu ao posto de Imperador. Este apoiou o cristianismo e    fez o mesmo religião oficial do Império Romano. Assim sendo, muitos ímpios se tornaram cristãos por motivos  políticos e escusos. Constantino convocou em 325 d.C. o Concílio de Nicéia onde surgiu o catolicismo romano  influenciado por doutrinas pagãs. Como pôde haver essa junção entre o cristianismo e Roma? Roma que sempre foi centro de idolatria em que seus imperadores eram considerados deuses. Alcides Peres conta que   em 326 d.C., um ano depois do Concílio, Constantino vai a Roma para celebrar o vigésimo ano de seu reinado.

 

Por intriga palaciana, manda prender seu filho Crispo, que é logo julgado, condenado e morto pelo próprio pai...

 

Foi esse homem que deu origem a esta junção do catolicismo com o romanismo.

 

Muitas doutrinas estranhas continuaram a penetrar no catolicismo romano. Fazendo que cada vez mais a   igreja católica se distanciasse de sua origem. Citarei alguns exemplos dando datas aproximadas.

      

A oração pelos mortos começou a ser aceita por volta de 300 d.C.

O começo da exaltação a Maria onde o termo “mãe de Deus” surgiu pela primeira vez em 431 d.C.

 

A doutrina do purgatório em 593 d.C. A adoração da cruz, imagens e relíquias em 786 d.C.

 

A canonização dos santos mortos em 995 d.C. O celibato do sacerdócio em 1079 d.C. E assim em diante...

 

No século XVI ocorreu a tão conhecida reforma protestante que é sempre lembrada no dia 31 de outubro por    ser a data que Lutero em 1517 d.C. colocou suas 95 teses na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg. Essas     teses combatiam principalmente a compra de indulgências. Segundo Earle E. Cairns: “A indulgência era um    documento que se adquiria por uma importância em dinheiro e que livrava aquele que a comprasse da pena do      pecado.” O pecador deveria arrependendo-se, confessar o seu pecado ao sacerdote, e ainda pagar uma certa   quantia para assim obter o perdão, tratando desta forma o sacrifício na cruz como nada. Lutero combateu isto com veemência baseando-se em Romanos 1:17, ensinando que só a fé em Cristo justifica. Com a reforma a  Bíblia foi traduzida para a língua do povo. Antes a Bíblia era negada ao povo sob a desculpa que só o sacerdote podia interpretá-la corretamente. A supremacia da Bíblia em todas as questões de fé e prática foi enfatizada     (sola scriptura) assim combatendo a idéia que a tradição e as interpretações dos clérigos teriam o mesmo valor que as Escrituras.

 

Lorraine Boettiner escreveu: “O protestantismo como surgiu no século dezesseis não foi o começo de alguma coisa nova, mas o mais próximo ao cristianismo bíblico e à simplicidade da igreja apostólica da qual a igreja católica se afastou há muito tempo.”

A AUTORIDADE DAS ESCRITURAS

 

Para começo de conversa é bom falarmos sobre a autoridade da Bíblia segundo o catolicismo. Segundo o  catolicismo existem três grandes autoridades para o ensino: a tradição da igreja, o magistério e as Escrituras     Sagradas. Para eles a Bíblia sozinha não é suficiente. Raimundo F. de Oliveira cita o Padre Benhard que em  1929 escreveu: “A Bíblia não é a única fonte de fé, como Lutero ensinou no séc. XVI, porque sem a     interpretação de um apostolado divino e infalível, separado da Bíblia, jamais poderemos saber, com certeza,    quais são os livros que constituem as Escrituras inspiradas, ou se as cópias que hoje possuímos concordam     com os originais. A Bíblia em si mesma, não é mais do que letra morta, esperando por um intérprete divino...

 

Certo número de verdades reveladas têm chegado a nós, somente por meio da tradição divina.”

 

“Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar    alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; e se alguém tirar quaisquer     palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, e da cidade santa, que estão escritas    neste livro.” (Ap. 22.18 e 19)

 

Conforme temos visto, para o catolicismo romano, a Bíblia não é a única regra de fé. A revelação, segundo   eles, está apoiada no seguinte tripé: as escrituras, a tradição da Igreja e o magistério. Ainda tiram da Bíblia o     valor de ser a autoridade final. Observe a declaração do catecismo de 1994: “O ofício de interpretar   autenticamente a Palavra de Deus escrita ou transmitida (tradição) foi confiado unicamente ao magistério vivo da Igreja, cuja autoridade se exerce em nome de Jesus Cristo, isto é, aos bispos em comunhão com o    sucessor de Pedro, o bispo de Roma.” Ou seja, para os católicos, a interpretação dos magistrados é superior  as Escrituras Sagradas. Paulo nos advertiu: “Mas ainda a que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie  outro evangelho além do que já tenho anunciado, seja anátema.” (Gl 1.8). E em Rm 3.4 está escrito “...sempre  seja Deus verdadeiro e todo o homem mentiroso.”

 

Além desse tripé errôneo, existe o fato da Igreja Católica possuir livros apócrifos em sua Bíblia. A palavra “apócrifo” vem do grego apokrupha que significa “coisas ocultas”. Porém com o decorrer do tempo foi adquirindo o significado de “espúrio” e “não-puro”. Os livros apócrifos estão inseridos no Velho Testamento  fazendo que o Velho Testamento deles tenham 46 livros enquanto o nosso têm 39 livros. Os apócrifos são:      Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruque, 1º e 2º de Macabeus, seis capítulos e dez versículos   acrescentados no livro de Ester e dois capítulos de Daniel. Foi no Concílio de Trento em 15 de abril de 1546,   em sua quarta sessão que a Igreja Católica declarou estes livros sagrados.

 

Quero dar quatro razões para não aceitarmos esses livros como inspirados por Deus.

 

1.      Esses livros não estão no cânon hebraico. A palavra “cânon” significa literalmente “cana” ou “vara de medir”. Esta palavra, com o tempo, passou a classificar os livros que são considerados genuínos e inspirados  por Deus. Sendo assim os hebreus consideram os livros apócrifos como não inspirados por Deus.

 

2.      Não há no Novo Testamento nenhuma citação desses livros. Jesus e os apóstolos não citaram uma vez sequer um trecho incluído nesses livros. Assim mostrando que não eram considerados genuínos por Cristo ou pelos apóstolos.

 

3.      Doutrinas contrárias as escrituras são baseadas nesses livros, tais como: a intercessão pelos mortos, a intercessão dos santos, a salvação pelas obras, etc.

 

4.     Os católicos não foram unânimes quanto a inspiração divina nesses livros. No Concílio de Trento houve lutacorporal quando este assunto foi tratado. Lorraine Boetner (in Catolicismo Romano) cita o seguinte: “O papa Gregório, o grande, declarou que primeiro Macabeus, um livro apócrifo, não é canônico. O cardeal Ximenes,em sua Bíblia poliglota, exatamente antes do Concílio de Trento, exclui os apócrifos e sua obra foi aprovadapelo papa Leão X. Será que estes papas se enganaram? Se eles estavam certos, a decisão do Concílio deTrento estava errada. Se eles estavam errados, onde fica a infalibilidade do papa como mestre da doutrina?”

SALVAÇÃO

 

Como o Catolicismo Romano vê a salvação? Adolfo Robleto (in: O Catolicismo Romano) destaca: “Na Igreja Católica, no entanto, o tema da salvação não ocupa um lugar proeminente. Os esforços se encaminham para o sentido de que o povo católico, não falte à igreja e faça obras de caridade” Segundo o catolicismo a salvação é adquirida de três formas básicas: 1ª) graça de Deus, 2ª) fé e obras e 3ª) a igreja e seus sacramentos.

      

1.      Graça de Deus – A palavra graça significa favor imerecido e gratuito. É algo concedido por Deus de forma     gratuita sem qualquer mérito humano. “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras para que ninguém se glorie.” (Ef 2.8 e 9). Por sua vez, a Igreja Católica não vê a graça como um favor gratuito e imerecido. O fiel para receber a graça de Deus precisa ser ligado a Igreja  Católica e participar dos sacramentos, sendo só desta forma que Ele pode receber a graça de Deus. Caso não receba a graça, o fiel não poderá ser salvo. Mas as Escrituras deixam bem claro que sendo a salvação pela     graça, não pode ser ao mesmo tempo pelas obras. “E se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não é graça” (Rm 11.6).

      

2.     Fé e obras – Segundo o catolicismo a fé em Cristo não é suficiente para se adquirir a salvação.É necessário também realizar caridades, esmolas e participar dos sacramentos. No Concílio de Trento (1546-1563) saiu o seguinte decreto: “Se alguém disser que a fé é justificadora não é nada mais que confiançana misericórdia divina que cancela o pecado em nome de Cristo somente; ou que esta confiança sozinha basta para sermos justificados, que seja anátema.” O catolicismo chama de maldito aquele que crê que a fé emCristo sozinha é suficiente para justificá-lo diante de Deus. Mas nas Escrituras está escrito: “Sendo pois justificados pela fé, tenhamos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo.” Cristo pouco antes de morrer na cruz disse: “...está tudo consumado”. Mostrando assim que o homem não precisaria fazer mais nada para adquirir a salvação. Pois Ele “veio buscar e salvar o que se havia perdido” (Lc 19.10).  salvação não pode ser comprada pelas obras humanas. “Ou quem lhe deu primeiro a Ele, para que seja recompensado?” (Rm 11.35). Quem crê na salvação pela fé em obras está dizendo que Cristo morreu em vão  (Gl 2.21).

 

Adolfo Robleto escreveu: Qual é então a relação entre a fé e as obras? É a seguinte: a fé é a raiz; as obras são o fruto. A fé nos justifica para com Deus; as obras evidenciam essa fé diante dos homens. Deus vê o coração; os homens vêem as obras da fé no viver. Fazemos boas obras depois que cremos que somos salvos, e não antes da fé para sermos salvos. Em conclusão: as obras não produzem a salvação, mas, sim, são um resultado um resultado dela.” Veja Ef 2.10.

      

3.      A igreja e seus sacramentos – No catecismo de 1994 está escrito: “Toda salvação vem de Cristo–cabeça, através da igreja, a qual é o seu corpo; apoiado na Sagrada Escritura e na tradição (o Concílio) ensina que esta igreja, agora peregrina na terra, é necessária  a salvação... por isso não podem salvar-se, aqueles que,     sabendo que a igreja católica foi fundada por Deus através de Jesus Cristo, como instituição necessária, apesar disso não quiserem entrar nela ou perseverar.”

 

Nas Escrituras não há nenhuma indicação que alguém deve entrar numa igreja para obter salvação. A salvação só é por meio de Cristo (At 4.12; Jo 3.36; Jo 5.24; Jo 20.31; At 10.43; I Ts 5.9 etc.). Depois de salvo o cristão deve se ligar a uma igreja realmente cristã para ter comunhão com seus irmãos em Cristo (Hb 10.25, I ;  Jo 1.5-7 e I Jo 4.20 e 21).

 

A palavra sacramento vem do latim sacramentum que antigamente tinha dois significados básicos:

 

1.      Algo que era separado para um propósito sagrado

 

2.      Era um juramento que o soldado fazia ao Imperador de Roma ao ingressar no exército. No século V,Agostinho começou a elaborar as doutrinas dos sacramentos, que ele definiu como “a forma visível de umgraça invisível” (signum visible de gratia invisible). Só no ano de 1439, no Concílio de Florença, foi que os setesacramentos foram oficializados pelo catolicismo. Sendo os sete sacramentos: batismo, crisma ouconfirmação, penitência, eucaristia ou missa, matrimônio, unção de enfermos ou extrema-unção e santasordens. Segundo o catecismo de 1994, “a Igreja afirma que para os crentes os sacramentos da nova aliançasão necessários à salvação.” Os sete sacramentos são nada menos que uma séria de boas obras que oscatólicos crêem que precisam fazer para alcançar a salvação. Mas em Rm 3.20 está escrito: “Por issonenhuma carne será justificada diante Dele pelas obras...”

 

Ao criar esta doutrina o catolicismo forma uma espécie de salvação sacerdotal, pois os sacramentos só     podem ser ministrados pelos “sacerdotes” católicos. Transformando os sacerdotes católicos em mediadores     entre Deus e os homens. O que é uma tremenda heresia: “Porque há um só Deus, e um só mediador entre     Deus e os homens, Jesus Cristo homem.” Analisaremos brevemente cada sacramento.