A. C. Bhactivedanta Swami
Prabhupada era um homem culto. Estudou filosofia, inglês, economia e
principalmente religião. Formou-se na Universidade de Calcutá, na Índia, onde
nasceu em 1896. Aos 26 anos de idade conheceu um guru chamado Saravasti, que
passou a ser o seu guia espiritual e lhe solicitou que difundisse o conhecimento
védico através da 1íngua inglesa.
Prabhupada iniciou o movimento
a partir de uma interpretação moderna do Bhagavad-gita, uma literatura
devocional hindu onde o principal orador é o deus KRISHNA, que declara ser a
encarnação do deus Brahama. No início da sua pregação publicou uma revista
("De Volta ao Supremo") e três volumes de comentários do Srimad
Bhagavatam, um troca. Muitas vezes têm de sair às ruas mesmo doentes para
vender os livros sob o estimulo de que isso os vai fortalecer espiritualmente e
que poderão ficar curados.
Pessoas que já participaram da
comunidade Hare Krishna e conseguiram se libertar contam que embora preguem a
pureza, nas comunidades o sexo é praticado constantemente sem que coisa como
homossexualidade e prostituição sejam corretamente combatidas. As criancinhas
da comunidade chegam a morrer por falta de cuidados, enquanto seus pais estão
nas ruas angariando dinheiro que irão fortalecer os cofres da organização.
Tácito da G. L. Filho, no seu
livro " Evangelismo, Missão de Todos Nós", escreve: "Uma vez
que aderem à seita, é feita uma lavagem cerebral nos adeptos que começa com a
repetição obsessiva do mantra Hare Krishna. No primeiro estágio eles pregam a
salvação que é obtida pela repetição do nome do seu dJus pelo menos 1.728
vezes por dia. Este processo serve de auto-hipnose- Pessoas desajustadas são
presas fáceis, uma vez que há mudança total de vida no interior do templo. O
adepto é compelido a pensar em como servir ao seu mestre, sem pensar em si
mesmo, vendendo livros e angariando fundos para enriquecer os lideres que, na
maioria, vivem no exterior. Os adeptos vão se
tornando escravos dos mestres
sem perceber que estão sendo explorados, em consequência de rezas, do cheiro
de incenso, dos cânticos, das aulas, das ferozes pregações ameaçadoras, da
alimentação insuficiente (uma refeição por dia e um copo de leite ao deitar)
que prejudica a estrutura orgânica.
Esta é a história de mais de
5.000 adeptos espalhados em mais de 30 países que são instrumentos de Satanás
para conduzir almas à perdição eterna".
Não demorou muito partiu para os Estados Unidos onde certamente teria mais condições para divulgar a sua seita. Chegou a Nova Iorque em 1965 e já no ano seguinte tinha uma comunidade estabelecida, passando, dai em diante, a publicar dezenas de comentários e estudos clássicos filosóficos da "ndia, moldando aos poucos o que veio a chamar mais tarde de "Sociedade Internacional Para a Consciência de Krishna".
As raízes da sua seita são
hindus e alguns historiadores acreditam que seja um desenvolvimento da seita
criada por Brahmin Chaitanya, um bengalés, no final do século XV e que foi
passando de guru a guru até chegar a Prabhupada.
Hare Krishna é o nome de uma
divindade invocada pelos adeptos da seita. É o deus representado pela figura de
uma menina rodeada de flores, com vestes coloridas, tocando uma flauta,
traduzindo a felicidade. Prabhupada é acusado entre os hindus de haver
manobrado habilmente os textos védicos para fazer de Krishna, o próprio Deus,
uma ver que não passava de uma divindade secundária popular. O escritor Alain
Daniélou, no livro "As Novas Seitas", escreve: "As escolas
tardias do Vishnuísmo consideram Krishna uma encarnação total do ser supremo
e lhe conferem todos os atributos da divindade absoluta. Rama e Krishna
pertencem ambos à casta dos príncipes guerreiros e não à casa sacerdotal.
Todos dois têm pele escura. Há quase certeza de que, sob seu aspecto histórico,
eles representam antigos heróis da tradição pré-ariana, incorporados ao
panteão hindu em data relativamente tardia".
Embora as religiões e seitas
hindus sejam politeístas, a característica principal do Hare Krishna é que
Prabhupada sempre tentou lhe conferir um sentido monoteísta, centralizando no
deus Krishna toda a sua crença e doutrina.
Conta-se que Prabhupada, que
era um farmacêutico bem sucedido, renunciou à mulher, aos filhos e ao seu
trabalho, para se tornar monge e propagar o Krishna. Seu trabalho é feito
principalmente entre os jovens, que por não estarem ainda com suas vidas
estruturadas ou definidas, têm mais facilidade para "abandonar tudo"
e se colocar à disposição da seita. Têm dois tipos de seguidores: os que se
entregam integralmente, e que vão morar em comunidade em dependências a
"que chamam templos, e aqueles que continuam realizando suas atividades
ligados à sociedade, mas que estão em "ligação espiritual" com a
seita, participando assiduamente de reuniões especiais e contribuindo
financeiramente para com o seu crescimento. Os primeiros, vestem-se à maneira
dos monges hindus, usando mantos alaranjados, tornando-se vegetarianos e se
isolando da sociedade.
Uma das acusações que em toda
a parte, inclusive na Índia, se faz ao movimento, é a de aliciar jovens
aplicando-lhes uma verdadeira lavagem cerebral, transformando-os em escravos e
vendedores ambulantes sob o pretexto de estarem contribuindo espiritualmente
para com a seita, e com isto, privando-os ou destituindo-os do convívio com os
seus pais. Após abandonarem o lar, os jovens costumam doar todos os seus
pertences à organização, prática também exigida dos adultos que querem
servir integralmente a Krishna. Dessa forma a instituição juntamente com os
seus líderes
enriquece a cada adesão,
enquanto seus adeptos empobrecem e se tornam monges.
De fato, os adeptos da seita
vivem pelas calçadas vestidos parcialmente com os seus mantos, com a cabeça
raspada mantendo apenas uma trança no cocuruto, vendendo palitos de incenso e
literatura da seita. Há uma cota fixa que os adeptos têm de produzir a cada
dia sem nada receber em pessoas capacitadas mental e espiritualmente.
Apesar
de todo o esforço de Prabhupada em fazer da sua seita um seita monoteísta, ela
não escapa das suas origens. O Senhor Krishna tem quatro deuses assistentes:
Vasudeva e Sankarsana estão no meio, à esquerda e à direita. Pradyumma está
à direita de Sankarsana e Anirudha está à
esquerda
de Vasudeva.
Crêem
os adeptos na evolução do espírito que acontece com a reencarnação. Para
eles, todos estão sujeitos à lei do Karma, onde todos têm de sofrer e gozar
como resultado do seu procedimento. O devoto fiel de Krishna está livre da lei
do Karma e não precisa reencarnar, pois alcança misericórdia devido à
autoridade suprema do seu deus.
Após
a morte, o devoto de Krishna receberá um corpo diferente, transcendental, livre
das limitações materiais e investido de três qualidades essenciais:
eternidade, liberdade dos modos materiais e liberdade das atividades fruitivas;
realizando assim a sua "Volta ao Supremo", que é a união vital com
Deus. Essa união é anunciada por Krishna no Bhagavad-gita: "Do planeta
mais elevado nó mundo material até o planeta mais baixo, todos são lugares de
miséria onde nascimentos e morte se repetem. Mas aquele que atinge minha morada
nunca nasce novamente" (Krishna).
A palavra "mantra", em sânscrito, quer dizer: "instrumento para conduzir o pensamento", e na filosofia hindu é uma espécie de fórmula encantatória que tem poder de materializar a divindade invocada.
O
mantra que cantam pela manhã, à noite, andando pelas ruas e em cerimônias, e
que deve ser cantado pelo menos 1.728 vezes por dia, é o seguinte: Hare Krishna,
Hare Krishna, Krishna, Krishna, Hare, Hare, Hare Rama, Hare Rama, Rama, Rámp,
Hare Hare. ' Hare significa energia, e Krishna é o senhor supremo. Assim, dizem
que quando entoam o mantra recebem energia do senhor supremo. É claro também,
pelo próprio significado e "mantra" que formam, com a repetição do
cântico, uma atmosfera mágica de invocação da divindade que
"mentalmente" se materializa para eles.
É
a sua principal literatura. A sua Bíblia, como dizem. É o Livro que revela
Krishna. Todos os demais livros e revistas da seita têm a sua base doutrinária
no "Gita" Pelo menos nesse ponto há uma certa sinceridade. Não fazem
como muitos falsos profetas que misturam cristianismo, budis mo, hinduísmo e
outras filosofias no intuito de abraçar o máximo possível. Raríssimas vezes
se valem da Bíblia para justificar um ou outro ensinamento. Não são cristãos
e não fazem questão de apelar para os ensinamentos de Jesus. Para eles, Cristo
foi apenas um "acarya", coma o foram: Buda, Maomé, e outros que
ensinaram de acordo com as instruções védicas, cujo objetivo é alcançar a
última meta da vida, ou seja, voltar ao supremo.
A
verdadeira felicidade consiste na entrega total do ser ao deus Krishna. O grau
de felicidade é medido pelos laços que ainda unem o adepto ao mundo material.
A felicidade plena se cumprirá na associação eterna ao Senhor, na volta ao
supremo.
Não
sei se podemos usar essa palavra para aquilo que consideram ser a sua tarefa
principal na terra: anunciar a mensagem do deus Krishna. Compreendem que sua
principal missão é espalhar a doutrina, principalmente através da literatura.
Por isso, trabalham incansavelmente nessa tarefa. Para eles é um ato religioso
vender livros, revistas e objetos na rua.
Encorajam
o celibato à exemplo do que fez Prabhupada, que deixou mulher, filhos, trabalho
e tudo mais para se dedicar integralmente à serviços da sua doutrina. Há,
como já vimos, uma contradição muito grande naquilo que têm como teoria e
naquilo que fazem na prática. Enquanto aconselham o celibato por entender que
é uma maneira da pessoa se dedicar mais à divindade, por outro lado não punem
a prática do sexo de maneira desregrada e imoral que muitas vezes é praticado
entre os adeptos.
O
Mantra "Hare Krishna" que repetem tantas vezes por dia, os estudos
obrigatórios e dirigidos, o afastamento da família e a rígida disciplina no
serviço, já seriam bastante para promover o que podemos chamar de lavagem
cerebral. Mas eles não ficam por aí. É expressamente proíbido aos adeptos a
leitura de qualquer outro livro que não seja o Bhagavad-Gita ou outro
recomendado pela seita. O adepto não pode ter ou manter opiniões, sejam próprias,
ou de qualquer escritor, ou filósofo, ou líder espiritual. Não podem
desenvolver a sua mente nem fazer especulação intelectual. Apenas pode e deve
se preocupar com o seu "desenvolvimento espiritual" de acordo com os
ditames da seita.
Para
os adeptos de Krishna, não existe céu. O universo é dividido em vários
sistemas planetários e Krishna está no planeta mais elevado de todos os
planetas, chamado BRAHMALOKA. O homem ao morrer, dependendo do seu grau de evolução,
habitará um dos planetas. Há planetas para todos os tipos de pessoas
semideuses. Somente quando atingir o planeta de Krishna, não terá mais de
voltar a nascer.
O
neófito deve passar pelo menos seis meses trabalhando obrigatoriamente no
templo. Depois desse tempo é eleito para a iniciação, quando é marcada a
cerimônia denominada Harer-nama, ou "nome sagrado de iniciação". Daí
por diante, o adepto passa a ser um verdadeiro escravo de Krishna.