Teste reacende polêmica sobre Santo Sudário

Estudo indica que peça é anterior ao século 8, contrariando pesquisa de 1988

 

SAINT LOUIS - Novos testes científicos realizados no Santo Sudário, pano que teria envolvido o corpo de Jesus Cristo após sua morte, mostram que a peça é anterior ao século 8º e originária de Israel. As novas evidências, obtidas a partir de vestígios de pólen e plantas encontrados no pano, contrariam resultados de um estudo de 1988 com carbono 14.

 

Ao analisar resquícios de vegetais que ficaram gravados no pano, cientistas liderados pelo botânico Avinoam Danin, da Universidade Hebraica de Jerusalém, acabaram por respaldar a opinião dos que acreditam que o pano é o verdadeiro sudário de Jesus. O estudo contradiz as investigações de 1988, que afirmavam que o tecido teria sido confeccionado entre 1260 e 1390. Também nega tese anterior de que o pano seria proveniente da Europa.

 

"Identificamos no Sudário, por meio de imagens de plantas e por grãos de pólen, espécies que só são encontrados nas imediações de Jerusalém", afirmou Danin, que participa de um congresso internacional de botânica em Saint Louis, nos Estados Unidos.

 

Danin identificou uma planta conhecida como Gundelia tournefortii e um tipo de alcaparra que só habitam uma área limitada. "Essa combinação de flores só se encontra em uma região do mundo; a evidência aponta claramente para um agrupamento floral da zona em torno de Jerusalém", disse.

 

A peça, também conhecida como Sudário de Turim, é um pano de linho com cerca de 4 metros de comprimento e 1 metro de largura, que está na cidade italiana desde 1578. Em sua superfície está impresa a imagem de um homem com ferimentos similares aos que Jesus Cristo sofreu. (Reuters e AP)