ANIMAIS DE RUA

Li essa semana num dos dois mais importantes jornais da cidade, que a Prefeitura de Petrópolis, linda cidade da região serrana do Rio de Janeiro, está disposta a resolver um problema que nos aflige há muito tempo: os perigos que os animais de rua oferecem à população petropolitana. Realmente nossa saúde corre riscos com gatos e cachorros andando por aí portando doenças.

Certa vez eu estava esperando o caixa eletrônico de meu banco acabar de ser abastecido, então dois cachorros brigavam violentamente, discutindo, na linguagem deles, provavelmente sobre um osso ou uma cadela, vai saber? Ainda não falo a linguagem deles, mas a violência da discussão os arrastou num pega-pra-capar em minha direção, e claro que tive que me afastar.

Os gatos até que são úteis pelo fato de controlarem a população de ratos, mas o problema realmente é a população canina. Roedores são itens totalmente fora do cardápio dos cães.

Uma sugestão menos dolorosa que a castração, e de repente até mais barata, e por que não dizer rentável, poderia ser providenciar tratamento especializado para os animais e organizar uma feira de adoção, que poderia ser realizada em alguma praça da cidade. Se a pessoa não puder adotar um animal, que colabore doando ração, jornais e medicamentos. Também com a venda de produtos como camisetas, bonés, chaveiros e dos próprios animais, a renda poderia ser revertida para ajudar o projeto.

A última da tecnologia é o celular para cachorro. O funcionamento do aparelho é parecido com o de um telefone móvel tradicional. O usuário disca um número e, depois de um toque, conecta-se a um comunicador que fica preso na coleira do cachorro. O bicho pode então ouvir quem fala com ele e, se latir, seu dono também escutará o animal assim como acontece em uma conversa entre dois interlocutores. Assim o dono não perderá mais seu bichinho de estimação, pois muitos animais que habitam nossas ruas já tiveram seu lar e seu dono. Seria bom para a polícia também, pois colocaria seus cachorros sozinhos na rua, ajudando-os a manter a ordem pública na cidade. Eles mesmos informariam de ação irregular de seres de sua própria espécie abandonados na rua.

Apesar do avanço fulminante e da criatividade de nossa tecnologia, aconselho que você não espere ganhar torpedos de seu cãozinho para o seu celular. Aí já seria demais.

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