Data: Seg Out 13, 2003 11:30 am
Assunto: O ovo ou a galinha
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Depois de ler algumas mensagens colocadas no mural, me convenci mais ainda da absoluta necessidade de construir-se uma infraestrutura capaz de sustentar uma equipe de futebol profissional. Essa estrutura precisa ser física (CT, alojamentos, cozinha, refeitórios e departamento médico) e profissional (técnicos, preparadores físicos, médicos, terapeutas e psicólogos).
A campanha espetacular do Cruzeiro no campeonato brasileiro (já é o campeão, não importa o que os adversários façam) não é casual: trata-se do clube brasileiro que possui a melhor infraestrutura. Somente o São Paulo tem algo equivalente. Os clubes que deixaram de investir nesse aspecto nos últimos anos, caso por exemplo dos times cariocas, estão sofrendo uma rápida decadência.
A infraestrutura do Ramalhão ainda não é a ideal para um clube que precisa crescer. Se no aspecto profissional estamos bem servidos, por outro lado ainda não temos um CT, nem instalações adequadas para as categorias inferiores. Para se conseguir isso tudo é preciso dinheiro, e para tanto é fundamental buscar parcerias fortes, o que, convenhamos, não é fácil para um clube que ainda não tem projeção nacional.
Ora, dirão: se o time não tem projeção, não consegue parcerias, e se não tem parcerias não alcança projeção, então estamos no dilema do Tostines... De fato. E é aí que fazem diferença o envolvimento da população, dos empresários, da imprensa e mesmo da Administração da cidade, para apoiarem a equipe e lhe proporcionarem, ao menos, uma base firme como ponto de partida. O Ramalhão não tem esses apoios (em alguns casos, muito pelo contrário, o que ele recebe é desapoio), ou os tem de forma insuficiente, o que torna sua missão ainda mais difícil.
No nosso caso, só há uma saída: subir para a série B nas condições atuais, e a partir daí será mais fácil (ou menos difícil) negociar parcerias de peso que alavanquem a carreira do Ramalhão no futebol brasileiro. Sem tais parcerias, estou convencido que não passaremos da série B, ou se chegarmos um dia à série A, dificilmente ficaremos nela por muito tempo.
Não podemos repetir o triste exemplo de equipes como o Bragantino e, daqui a alguns anos, do São Caetano.
Conclusão: para o Ramalhão, de qualquer forma o ovo terá de vir antes da galinha.
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