Data:  Sex Abr 2, 2004  10:50 am 
Assunto:  No tempo que Cunha jogava no Santo Andrééé...
Aproveitando o tempo "livre" que me surgiu ontem, passei boa parte da tarde na Biblioteca Pública de Santo André e consegui terminar uma pesquisa que vinha se arrastando há tempos: levantar toda a campanha do Ramalhão na Divisão Intermediária de 1978. 
Tão logo eu termine de compilar todos os dados, o que espero fazer no final de semana, o Alexandre terá mais um material para enriquecer o saite oficial do Ramalhão. 
Em 1978, o mundo ainda estava dividido pela Guerra Fria entre a América de Jimmi Carter e a União Soviética pré-glasnost. Aquele foi um ano de muitos acontecimentos históricos que marcaram o mundo definitivamente. Tivemos, por exemplo, a morte de dois Papas no período de pouco mais de um mês, e a eleição do atual pontífice, o primeiro polonês a ocupar o cargo. O mundo viu, ainda, o seqüestro e execução do primeiro-ministro italiano, Aldo Moro, pelas Brigadas Vermelhas, e voltou a estarrecer-se com o suicídio coletivo dos fanáticos da seita do Reverendo Jim Jones, na Guiana.  
E no campo esportivo, o grande acontecimento do ano foi a Copa da Argentina, da qual o Brasil retornou como "campeão moral" e o país sede conquistou o título, após promover, na fase semifinal, a maior marmelada da história das Copas do Mundo. 
Quanto à Divisão Intermediária, o ano de 78 foi um autêntico divisor de águas para o E.C. Santo André, que alcançou sua consolidação após as sérias dificuldades financeiras dos anos anteriores. E nesse ano estreou o atual escudo, substituindo o Cruzeiro do Sul que estampava na camisa desde 75. 
Foi curioso constatar que naquela época aconteciam poucos gois; os resultados mais comuns eram 1x0, 1x1 e principalmente 0x0 (uma em cada 4 partidas não tinha bola na rede). Raros eram os jogos onde aconteciam mais de 3 gois. Senti ainda uma ponta de saudosismo ao ver os públicos que eram registrados no Brunão: 3 mil pessoas era pouco, público de jogo de meio de semana (e o estádio ainda nem tinha iluminação). Em algumas partidas tivemos mais de 10 mil expectadores, como contra a Inter de Limeira, pela terceira fase. 
E além das torcidas organizadas Ramachões e Ramalhetes e Andrelogia, o time contava ainda com o apoio de duas torcidas de times grandes, sediadas na cidade: Espadão (Corinthians) e Força Total (São Paulo), nos dias em que os times grandes (na época, sem aspas) não jogavam na Capital. E todas conviviam em harmonia nas arquibancadas do Brunão, ainda novas. Coisa impossível de se ver hoje em dia. 
Decididamente, o mundo e principalmente o futebol mudaram muito nesses 26 anos.
 
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