Data: Dom Nov 28, 2004
Assunto: Ramalhão Tur: Ilha do Mel
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n Em nossa recente viagem a Curitiba, resolvemos retribuir a hospitalidade de nossa anfitriã levando-a para conhecer a Ilha do Mel. Eu e minha esposa já havíamos estado lá anos atrás, e foi um prazer constatar que a estrutura turística local melhorou consideravelmente. Há trapiches para desembarque (na primeira vez, descemos na praia com água pela cintura e as malas na cabeça), o número de pousadas aumentou, há restaurantes razoáveis e a ilha já dispõe de eletricidade 24 horas por dia.
n Para quem ainda não conhece, a Ilha do Mel é um pequeno paraíso situado na entrada da Baía de Paranaguá, no diminuto litoral paranaense. Para chegar até lá, parte-se de Curitiba pela estrada que faz a ligação com o Porto de Paranaguá, e segue-se até a localidade de Pontal do Sul, de onde partem barcos a cada hora para a Ilha. Quem for de carro, pode deixar o veículo estacionado no continente (eles garantem que é seguro). Já para quem vai de ônibus, um conselho de amigo: compre a passagem de volta com antecedência. A única empresa que serve a região tem poucos horários.
n O número de visitantes é limitado a 5.000 pessoas, quantidade freqüentemente atingida na alta temporada, por isso é bom fazer sua reserva antecipadamente. Há dois locais para desembarque e hospedagem na ilha: a vila de Encantadas, que concentra o “agito”, e Nova Brasília, mais tranqüila e ideal para caminhadas, que foi a nossa opção.
n Os turistas de primeira viagem devem estar avisados: tirando algumas bicicletas de aluguel, a única condução disponível na ilha serão os seus próprios pés. Não é permitida a entrada de carros ou motos na ilha, nem de animais. As “ruas” são trilhas de 3 metros de largura entre as árvores, percorridas constantemente pelos ilhéus e por mochileiros e turistas a caminho das pousadas.
n O padrão de hospedagem na ilha é despojado, e ninguém deve esperar conforto de hotel 5 estrelas. Predominam as pequenas pousadas, com chalés de madeira ou quartos simples com banheiro coletivo. Mas ninguém reclama, pois o espetáculo da Natureza compensa qualquer possível desconforto (famílias podem ir sem susto). E para apreciar esse espetáculo, vem gente de longe: o livro de entradas da pousada em que ficamos registrava hóspedes da Espanha, Polônia, Alemanha, Bélgica, Canadá — e até alguns brasileiros...
n O nome da ilha é um mistério, já que abelhas são raras por lá, e nunca houve produção de mel na ilha. Mas, pensando bem, quem vai se preocupar com isso?
n A Ilha do Mel tem algumas características peculiares. Ela é formada por duas metades unidas por um istmo que já foi mais largo, mas vem se estreitando a cada ano. Fala-se que um dia a ilha será dividida em duas. A parte norte é pouco habitada, e a sul concentra a maior parte da população e das pousadas. A ilha contém um Parque Estadual e uma Área de Preservação Ambiental, em que a mata nativa é totalmente preservada.
n Há praias para todos os gostos: a do Farol, mansa, boa para banhos de mar; a da Fortaleza, onde pela manhã se avistam bandos de golfinhos; a de Fora, bem tranqüila; a Praia Grande, de mar aberto, procurada por surfistas. Mas como, dependendo da época, o sol nem sempre dá as caras na Ilha, a melhor atividade é mesmo caminhar. Leve um par de tênis confortáveis, roupas leves, boné, repelente contra insetos e, dependendo do horário, uma lanterna (não há iluminação pública, e quando a noite cai tudo vira um breu).
n Os principais pontos turísticos da Ilha são o Farol das Conchas, no alto de um morro e de onde se tem uma bela visão das praias próximas; a Fortaleza, na parte norte da ilha; e a Gruta das Encantadas, no extremo sul. Mas a maior atração, sem dúvida, é a própria Ilha. Quem curte a Natureza irá sentir-se revigorado, mesmo que passe lá apenas um fim de semana.
n Para quem sonha conhecer Fernando de Noronha mas não tem, digamos, “tempo”, a Ilha do Mel é uma ótima opção. Pode não ser tão espetacular quanto o famoso arquipélago, mas também tem os seus encantos, e com uma vantagem indiscutível: fica bem mais perto.
(A foto no alto mostra a praia do Farol, vista do alto do Farol das Conchas, podendo-se ver o estreito istmo ligando as duas metades da ilha. Abaixo, estou eu com o Farol ao fundo. Pena que o tempo estivesse nublado...)
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