Observação: Texto de colaborações, desde já agradecemos!

Resumo da semana, atualização em - 09/21/2008 8:40 PM NOVIDADES Proposta de intervenção para uma escola, a partir da Lei 10.639/03 Trabalho final na disciplina de ACPP Pág. 01 (capa) Professor: Dr. José Raimundo Lisboa da Costa Aluno: Gérson Curso de Pós-Graduação Lato Sensu :História da África e Cultura Afro-Brasileira Disciplina: Análise Crítica da Prática Pedagógica “PLANEJAMENTO DE ENSINO EM ARTE-EDUCAÇÃO”: Uma introdução à Lei 10.639/03. Belo Horizonte Faculdade de Educação da UFMG Setembro - 2008   PROPOSTA DE PLANEJAMENTO DE ENSINO 1) INTRODUÇÃO A partir da proposta sugerida pelo professor Dr. José Raimundo , foi elaborado um questionário e distribuído para as nossas escolas de origem tendo como objeto a Lei 10.639/03 e a sua implementação no espaço escolar. Tendo uma vez em mãos, este material podemos a partir de então desenvolver o nosso trabalho, visando uma avaliação de como poderíamos trabalhar as questões da Lei 10.639/03 dentro da escola e com a interdisciplinaridade, a princípio, tendo como orientação institucional este objetivo, mas sempre tendo como um horizonte à abertura para os demais conteúdos, sem contar apenas com a Língua Portuguesa e História, somadas às Artes (Arte-educação), como é proposta no texto da lei em que encontramos no caput § 2 o Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História Brasileiras. (Lei 10.639. 2003, caput 2º). Nesse material pudemos comprovar o quão é e será difícil o nosso trabalho nas nossas escolas, visto que todos nós tivemos uma grande decepção frente às respostas; quando a tínhamos e como os graus de interesse dos demais colegas de áreas de conhecimentos de diversos se colocaram, se posicionaram para responderem e quanto ao chamamento para responderem ao questionário sugerido. Uma vez que se tratava um convite apenas, de um tema que se constitui como um tabu, pois até mesmo para se enquadrarem a uma resposta quanto a seu possível enquadramento em um grupo étnico houveram dúvidas, não o fizeram de maneira satisfatória, ou quando o fizeram demonstraram insegurança nas respostas. Jose Raimundo Lisboa da Costa possui graduação em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (1974), mestrado em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (1989) e doutorado em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (2005). Atualmente é professor adjunto da Universidade Federal de Minas Gerais. Tem experiência na área de História, com ênfase em História Moderna e Contemporânea, atuando principalmente nos seguintes temas: Metodologia do Ensino de História, Educação de Jovens e Adultos, Prática de Ensino de História. Portanto, o trabalho foi de suma importância para vermos que, mais do que nunca, trabalhar os preceitos da Lei 10.639/03 é antes uma obrigação, e posteriormente uma prática pedagógica necessária, e muito a ser conquistado no que diz respeito ao racismo, e aos preconceitos nas escolas. Pág.02 2) JUSTIFICATIVAS Com a certeza de que, com a Lei 10.639/03, como posicionou o professor José Raimundo, a com implantação desta lei, acreditamos que haverá o resgate da história do negro no Brasil, valorizando a cultura e os costumes, pois o nosso país é a junção das três etnias que o compõe (índio, branco, negro) e que resulta numa diversidade racial e cultural, então podemos não descartar simplesmente tais riquezas em função de um poder hierárquico que sempre vem de cima para baixo, como uma avalanche que destrói tudo e a todos que por ela são sucumbidos. A cultura sempre vem primeiro lugar, cultura esta que é nosso objetivo e a visão no nosso trabalho. Não basta fazermos o nosso trabalho em Arte-educação, especificamente temos que estar sempre convidando, de maneira incessante aos demais colegas, para que se juntem a nós para que o trabalho tenha um objetivo único, de mostrar e tentar reparar as injustiças causadas aos negros ao longo desses vários anos de luta e opressão. Recordo-me das aulas de Geografia afro-brasileiras, cartografia e educação, na FAE – UFMG no curso de Pós-graduação em Latu Sensu, em educação básica, quando a Geografia nos dá um exemplo e complementa esse esforço de que, “Se posicionar no mundo, onde você está...” , quando o professor Renato Emerson dialoga com esta idéia, de que a Geografia tem muito a nos ajudar nesta questão de espacialidade do indivíduo, em sua comunidade até o sentido de posição enquanto Estado. 3) OBJETIVOS GERAIS Resgatar os valores civilizatórios africanos. Perdidos ao longo dos séculos, depois que chegou o primeiro negro ao Brasil, e que a Lei 10.639/03 buscar reparar através do educar. Renato Emerson Nascimento dos Santos . Possui graduação em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1994), mestrado em Planejamento Urbano e Regional pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1999) e doutorado em Geografia pela Universidade Federal Fluminense (2006). Atualmente é professor adjunto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Tem experiência na área de Geografia, com ênfase em Geografia Urbana, atuando principalmente nos seguintes temas: Movimentos sociais e Geografia, organização interna das cidades, ações afirmativas no ensino superior e pré-vestibular para negros e carentes. É diretor da Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB) Seção Local Rio de Janeiro, biênio 2006-2008. Em aula administrada em setembro de 2008, na FAE-UFMG. Pág. 03 Propiciar momentos de reflexão com relação a atitudes de preconceito e discriminação, desmontando os estereótipos eurocêntricos, resgatando as histórias do povo brasileiro, valorizando a cultura afro-brasileira propiciando o crescimento da auto-estima. Ampliar o conhecimento e a compreensão sobre a história dos afro-descendentes e a história da África, compreendendo-a como berço da civilização humana, e suas respectivas riquezas naturais, para assim contribuir com a incorporação dos objetivos previstos na Lei 10639/03 - a qual versa especificamente sobre este assunto – venham a ser atingidos diminuindo assim o preconceito e a discriminação racial. Resgatar a auto-estima das crianças negras. Perscrutar no ensino da Arte-educação os artistas negros que contribuíram para a cultura Afro-brasileira, sem perder o horizonte da sua origem africana. 4) OBJETIVOS ESPECÍFICOS Possibilitar aos alunos e alunas o contato com diferentes sociedades e culturas; Através desse projeto pedagógico, atingir as metas pedagógicas do PPP da escola; Juntamente com as crianças aprender mais sobre nossa diversidade cultural e outras culturas; Analisar e criticar coletivamente as relações de poder estabelecidas na sociedade entre homens e mulheres, brancos e negros, ricos e pobres; Conscientizar o aluno para a realidade da sociedade na qual está inserido; Aumentar a auto-estima analisando seu passado e valorizando seu presente; Reconhecer e respeitar o outro em sua diversidade; Redirecionar a sua formação integral de acordo com suas necessidades; Tornar o aluno um agente de transformação de sua realidade pessoal, bem como de sua comunidade/sociedade; Conhecer e valorizar a cultura afro-brasileira: músicas, poesias, contos, artes plásticas, etc.; Conhecer heróis negros que fizeram e fazem à diferença na história, desde Zumbi dos Palmares até João Candido, no inicio do século XX dentro outros; Perceber as atuações de negros e afro-descendentes na literatura infantil, a fim de desmistificar a imagem do negro como escravo, mas nas condições de escravizado; Fazer com que as crianças incluam em seus desenhos personagens negros; Pág. 04 Trazer a lógica do preconceito racial para a discussão, tirando-o da normalidade; Estudar, discutir e desenvolver atividades junto aos alunos a partir de estudos da História da África e suas conexões com o Brasil; Elaborar projeto visando erradicar as discriminações sociais e étnicas; Possibilitar a identificação das crianças afro-descendentes com sua raça/cor; Promover o desenvolvimento da auto-estima das crianças afro-descendentes; Incentivar a leitura e trabalhos a auto-estima; Resgatar a história da África para reconstruir uma nova história; Recontar histórias e possibilitar outra visão do mundo; Reconhecer o racismo e opor-se a ele; Integrar a comunidade político-pedagógica por meio de pesquisa, dinâmica e discussões em relação ao tema; Conhecer alguns instrumentos musicais de origem africana e saber das transformações que ocorrem através do tempo; Compreender e respeitar diferentes modos de ser, viver, conviver e pensar de um grupo; Conhecer os deuses africanos, seus atributos e missão; Comparar as diversas culturas dentro da nossa própria cultura enfatizando a África; Refletir sobre as práticas racistas que estão expressas explícitas ou implicitamente nas atitudes, posturas e brincadeiras; Refletir sobre a influência da mídia na formação de opiniões; Criar, através das mídias disponíveis na escola, intervenções tecnológicas que valorizem a cultura afro-brasileira, como construções de blogs e materiais para a divulgação de idéias contra o racismo e o preconceito racial. 5) ALGUNS CONTEÚDOS SEREM TRABALHADOS Pesquisa, leitura e discussão da Lei 10.639/03; África como berço da humanidade, com a ajuda da Geografia; A escravidão na África e o escravismo colonial; Os quilombos, Zumbi dos Palmares e quilombos locais, no Estado de Minas; Cultura afro (Artes-plásticas, dança, música, culinária), ao longo do século e sua adaptações; Lendo e pesquisando, mitos e lendas; Pág. 05 Discutindo o preconceito, na mídia e outros veículos disponíveis; História dos movimentos negros; Aspectos que caracterizam os grupos étnicos raciais, identidade, auto-estima, linguagem; 6) RECURSOS DIDÁTICOS Palestras com pessoas ligas às causas raciais e os seus movimentos sociais em prol de liberdade do negro, de se expressarem e de viverem dignamente; Vídeos temáticos sobre o não preconceito; Mapas, localidades onde as coisas acontecem e o por de tais espacialidades; Fotos de jornais, revistas internet, onde abordam o problema do racismo e do preconceito; Reportagens de pessoas contra o racismo e preconceito; Músicas comparativas e contextualizas com a África e com o Brasil; Teatro, peças que abordem o mesmo tema, de discriminações; Filmes, antigos e novos que visam mostrar a temática do racismo e da discriminação racial; Literatura que abordem o tema da discriminação e que possam oferece um comparativo de uma evolução dentro da linguagem literária e de suas ilustrações que tem o negro como personagens centrais. Confecção de cartazes e exposições pela escola. 8) SUGESTÕES DE REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Bibliografia de referência BARBOSA, Lucia Maria de Assunção; GONÇALVES, Petronilha Beatriz; SIVÉRIO, Valter (orgs.). De preto a afro-descendente: trajetos de pesquisa sobre relações étnico-raciais no Brasil. São Carlos: Edufscar, 2003. CUTI e FERNANDES, Maria das Dores. Consciência negra do Brasil: os principais livros. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2002. FREITAS, Marcos Czar (org). Historiografia brasileira em perspectiva. São Paulo: Contexto, 1998. Pág.06 LONG, Jussara da Silva; GANDARA, Regina Gonçalves (orgs). Catálogo de teses e dissertações: 1980-1994. Rio de Janeiro: ENSP, 1994, 2° ed. GOMES, Nilma Lino e MARTINS, Aracy (org): Afirmando direitos-acesso e permanência de jovens negros na universidade; Autêntica, 2006. GOMES, Nilma Lino e MUNANGA, Kabengele; Para entender o negro no Brasil de hoje: história realidades, problemas e caminhos. São Paulo Global: Ação Educativa, 2004. MIRANDA, Claúdia: AGUIAR, Francisco Lopes de; DI PIERRO, Maria Clara (orgs). Bibliografia Básica sobre relações raciais e educação. Rio de Janeiro: DP&A, 2004. MUNANGA, Kabengele. 100 anos de bibliografia sobre o negro no Brasil: volume I e II, São Paulo: Centro de Estudos Africanos Da Universidade de São Paulo/Fapesp/Cnpq, 2000. Filmes Atlântico negro-na rota dos orixás. Direção: Renato Barbieri. São Paulo, Itaú Cultural, 1998. Filhas do vento. Direção, Joel Zito Araújo. Rio de Janeiro, Asa Cinema e Vídeo/ Casa da Criação 2005. Kiriku e a feiticeira. Direção; Michel Ocelet. França/ Bélgica, Cult Filmes, 1998. O povo brasileiro-Brasil crioulo e matriz afro. Direção: Isa Ferraz. São Paulo, 2002. O rap do pequeno príncipe contra as almas sebosas. Direção: Paulo Caldas e Marcelo Luna. Rio de Janeiro, Riofilmes, 2000. Paixão e guerra no sertão de Canudos. Direção: Antônio Olavo. Salvador, Portfolium, 1994. Preto contra branco. Direção: Vagner Morales. Co-produção: Wagner Perez Morales Retrato em preto e branco. Roteiro e direção: Joel Zito Araújo. São Paulo, Itaperí Cinema e Vídeo/ Ceert, 1992. Rompendo o silêncio- Desconstruindo o racismo e violência na escola. Coordenação gera: Elza Berquó. Brasília, Guela, 2003. Visões da liberdade. São Paulo, TV Cultura, 1998. Vista a minha pele. Direção: Joel Zito Araújo. São Paulo, Casa de Criação/Ceert, 2004. Quanto vale ou é por quilo Direção Sérgio Bianchi, RioFilme. Pág. 07 9) CONCLUSÃO Esta sugestão quer antes contribuir para uma prática pedagógica, que vem institucionalmente respaldada pela Lei 10.639/03, que visa resgatar e dignificar a cultura africana e afro-brasileira, dentro do espaço escolar, onde se busca a todo o momento valorizar e estimular aos alunos (as) a suas auto-estimas e seus valores ancestrais, utilizando de todo um conjunto de possível de práticas pedagógicas, de resgate e atualização; que não é fácil, visto que desde um questionário distribuído, já observamos que o trabalho seria ardo e de muita complexidade, pois mexe com os valores de cada ser humano, dentro desse processo social. Portanto, este material aqui é antes uma contribuição para que possamos ajudar ao ensino do Brasil, a não mais cometer erros e injustiças.   REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS  Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, Brasília, DF, 2005. Lei 10.639/03. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.639.htm [acessadoem 14 de setembro de 2008].

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