O
vácuo criado pela guerra
O Dadaísmo foi um movimento originado em 1915, em plena 1ª Guerra
Mundial, em Zurique (cidade que conservou-se neutra com relação
à guerra).
O movimento, que negava todas as tradições sociais e artísticas, tinha
como base um anarquismo niilista e o slogan de Bakunin: "a
destruição também é criação".
NIILISMO s.m.
Negação de qualquer crença. / Sistema que tinha partidários na Rússia
do séc. XIX, e cujo objetivo era a destruição radical das estruturas
sociais, sem visar a nenhum estado definitivo.
BAKUNIN (Mikhail), revolucionário russo (Tver', 1814 - Berna,
1876), um dos chefes da Internacional, depois historiógrafo da anarquia.
Contrários à burguesia e ao naturalismo, identificado como "a penetração
psicológica dos motivos do burguês", buscavam a destruição da arte
acadêmica e tinham grande admiração pela arte abstrata.
ACADÊMICO
adj. Relativo a academia ou que a ela pertence. // Estilo acadêmico,
estilo em que se faz sentir a preocupação de aplicar os princípios
da arte oficial. / Universitário: cursos acadêmicos. / —
S.m. Membro de uma academia; em particular, da Academia Brasileira
de Letras. / Estudante universitário.
O acaso era extremamente valorizado pelos dadaístas, bem como o absurdo.
Tinham tendências claramente anti-racionais e irônicas.
O objetivo
máximo
era o escândalo
O Dadaismo procurava chocar um público mais ligado a valores tradicionais
e libertar a imaginação via destruição das noções artísticas convencionais.
Acredita-se, ainda, que seu pessimismo venha de uma reação de desilusão
causada pela Primeira Guerra Mundial.
Apesar de sua curta durabilidade - no período entre guerras, praticamente
havia sido esquecido - e das críticas realizadas ao movimento, fundamentalmente
baseadas em sua ausência de vocação construtiva, teve grande importância
para a arte do Século 20.
Fez parte de um processo, observado nesse século, de libertação da
arte de valores preestabelecidos e busca de experiências e formas
expressivas mais apropriadas à expressão do homem moderno e de sua
vida.
O Cabaré
Originou-se de um grupo composto por artistas como Tristan Tzara,
Hans Harp, Richard Hülsenbeck, Marcel Janko, Hugo Ball e
Hans Richter que se encontravam em cafés de Zurique.
TZARA (Sami
ROSENSTEIN, dito Tristan), poeta judeu francês (Moinesti,
Romênia, 1896 - Paris, 1963), um dos iniciadores do dadaísmo (O
homem aproximativo, 1931; O coração de gás, 1938). Defendeu
o homem contra as forças da servidão em A fuga (1947); O
fruto permitido (1957); A rosa e o cão (1958).
JANCO (Marcel), pintor israelense (Bucareste, 1895
– Tel-Aviv, 1984), ilustrou A primeira aventura celeste do Sr.
Antipirina (1916), de Tristan Tzara, e os três primeiros números
da Revista Dada. Em 1941, fugindo à perseguição nazista,
foi para Israel, onde sua arte se revitalizou. Prêmio Israel, 1967.
A idéia inicial era a realização de um espetáculo internacional de
Cabaré que contava com músicas diversas, recitais de poesia e exposição
de obras.
A maneira como surgiu o nome do evento é sugestiva: por acaso Ball
e Hülsenbeck abriram um dicionário de alemão-francês e acabaram se
deparando com a palavra dada, que foi posteriormente adotada pelo
grupo e pelo movimento que daí surgiria.
A brochura "Cabaret Voltaire", a inauguração da "Galeria Dada" em
1917 e as revistas "Dada", seguidas de livros sobre o movimento, ajudaram
a popularizá-lo.
A arte
escrachada
dos dadaistas
Sua provocação, ativismo e conceito de simultaneidade (realizar ao
mesmo tempo diversas apresentações, como a leitura de poemas distintos)
muito deve aos futuristas, entretanto, não possuía o otimismo e a
valorização da tecnologia que esse último movimento tinha.
O dadaísmo costuma ser bastante identificado aos ready-mades
de Duchamp, como os urinóis elevados à categoria de obras de arte
ou outras proezas do artista, como o acréscimo de bigodes à Mona Lisa.
Os poemas non-sense, as máquinas sem função de Picabia, que
zombavam da ciência, ou a produção de quadros com detritos, como Merzbilder,
de Schwitters, são outras obras características do dadaísmo.
Além disso, o dadaísmo, desde o começo, pretendia ser um movimento
internacional nas artes. Picabia era o artista que acabou por fazer
a ponte entre o dadaísmo europeu e o americano, tornando-se, juntamente
com Duchamp e Man Ray, uma das principais figuras do dadaísmo forte
em Nova York.
A revista "Dada 291" era publicada nessa cidade americana, além de
Barcelona e Paris, outras cidades por onde o movimento espalhara-se.
Berlim, Colônia e Hanover eram outros importantes focos Dada.
Na Alemanha, o movimento ganhou características mais próximas de protesto
social que de movimento artístico.
O dadaísmo forneceu grande inspiração para movimentos posteriores,
como o Surrealismo, derivado dele, a Arte Conceitual, o Expressionismo
Abstrato e a Pop Art americana.
Fontes: Enciclopédia Digital
Master.
Enciclopédia Koogan-Houaiss.