A França só pôde
lançar-se de fato à expansão ultramarina no século XVII (ou
seja, muito depois de Portugal e Espanha, os pioneiros), quando
as lutas internas pela disputa e consolidação do poder real
chegaram ao fim.
Tão logo as hostilidades
dissiparam-se, os franceses passaram a investir em sua frota
e levaram a cabo expedições colonizadoras. A Coroa partiu
em direção à América e apoderou-se da Terra Nova e do Canadá,
fundando a cidade de Quebec, seu primeiro núcleo metropolitano,
em 1608. Entretanto, grande parte das áreas americanas já
haviam sido tomadas por espanhóis, portugueses e ingleses,
sobrando apenas algumas regiões de pouco interesse econômico.
A França, por falta
de opção, teve que se contentar com esses territórios, o que
fez com que sua política expansionista se restringisse a duas
vertentes distintas (à exceção do Canadá): a) uma na América
do Norte, onde os franceses ocuparam regiões cortadas pelos
rios Mississipi, Missouri e San Lorenzo. Contudo, os vales
desses rios não ofereciam condições para outras atividades
que não as do comércio de peles, o que não atraiu para eles
o interesse dos colonizadores.
O povoamento foi
escasso; b) e outra nas Antilhas e Guiana Francesa, locais
extremamente favoráveis ao cultivo de gêneros tropicais, como
a cana-de-açúcar e o algodão. Logo, esses locais se tornaram
palco da instalação de grandes latifúndios agro-exportadores,
tocados unicamente por escravos negros (a população local
fora dizimada durante o processo de ocupação). Porém, apesar
de propensos à evolução da atividade agrícola, o subsolo dessas
regiões possuía poucas reservas minerais.
Desta forma, a saída
para a França foi a pirataria. Com o controle de áreas caribenhas,
os galeões espanhóis, que por ali passavam entupidos de ouro
em direção à Europa, tornaram-se uma presa fácil e cobiçada.
Embora formalmente condenasse a atividade dos corsários, a
Coroa francesa fazia vista grossa à sua atuação, uma vez que
lucrava com a atividade.
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