PASTOR
DARIO |
PAPIAS
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Foi considerado por Eusébio como "homem de inteligência escassa, como demonstram suas obras". Todavia discordamos dessa posição, e presumimos que o fato causador de tal conjectura, foi Papias interpretar as Sagradas Escrituras, de forma diferente e contundente aos dogmas católicos romanos. Em os fragmentos que se encontram de Papias, são mencionados somente os evangelhos de Marcos e Mateus, não fazendo algum comentário a respeito dos outros evangelhos e nem mesmo das cartas de Paulo. Uma obra literária escrita por volta do ano 130, trazendo uma coleção de sentenças proferidas por Jesus e seus discípulos, e que fora baseada na tradição oral desses e dos apóstolos, lhe é atribuida por São Jerônimo, e traz o nome de "Exposição dos Oráculos do Senhor". Dessa obra restam apenas poucos fragmentos conservados por outros escritores, e esse pequeno material versa sobre a origem dos evangelhos de Marcos e Mateus, falando também sobre o milenarismo. Diga-se de passagem que esse ponto tratado por Papias, foi um dos que mais intrigou Eusébio e outros eruditos católicos. Estes a seguir, são alguns fragmentos que restaram de sua obra: Eusébio de Cesaréia citou o seguinte: A Obra que leva o nome de Papias está dividida em cinco partes, e é entitulada "Exposição dos Oráculos do Senhor". Essas obras, são citadas também por Irineu como sendo as únicas de autoria de Papias, relatando o seguinte: "Isso também atestou por escrito Papias, discípulo de João e companheiro de Policarpo, homem antigo, em seu quarto livro, pois ele redigiu cinco livros". palavras estas expressas por Irineu, autenticando "Exposição dos Oráculos do Senhor" como obra de Papias. Papias, em seus discursos não afirma ter sido ouvinte direto dos apóstolos ou nem mesmo que os conhecera pessoalmente. Mas ele ensina com suas expressões verbais que recebera a fé daqueles que realmente foram íntimos companheiros dos apóstolos: "Para ti, não hesitarei em acresentar às minhas explicações aquilo que outrora ouvi muito bem dos presbíteros, cuja lembrança guardei muito bem, estando seguro de sua verdade. Realmente, não me comprazia - como faz a maioria - com os que falam muito, mas com os que ensinam a verdade. Também não me comprazia com os que recordam mandamentos alheios, mas com os que recordam os mandamentos dados pelo Senhor à fé, nascidos da própria verdade. Se, por acaso, acontecia de chegar algum dos que tinham seguido os presbíteros, eu me informava sobre a palavra dos presbíteros, isto é, o que tinham dito André, Pedro, Filipe, Tomé, Tiago, João, Mateus ou outro discípulo do Senhor. Eu não achava que as coisas conhecidas pelos livros pudessem me auxiliar tanto quanto as coisas ouvidas através da palavra viva e permanente". Observemos que o nome de João, é mencionado duas vezes por Papias Na primeira vez, ele o relaciona com Pedro, Tiago, Mateus e os outros apóstolos. o que fa-nos entender que se trata de João o evangelista. Na segunda oportunidade, Papias coloca-o a parte, fora do contexto dos apóstolos, e juntando-o a Aristão, chamando-o de forma explícita de presbítero. Isso aponta para o evidenciamento da propositura da realidade histórica de que houve na Ásia duas pessoas com o nome de João, havendo na cidade de Éfeso duas sepulturas, que ainda hoje, são atribuidas a João. Deixa-se notar com os ditos de Papias que, o segundo foi aquele que viu a revelação na ilha de Patmos. Papias diz ter ouvido as palavras ditas pelos apóstolos, diretamente daqueles que os seguiram, no entanto, diz também ter sido ouvinte de Aristão e de João, o presbítero, de forma pessoal. Frequentemente, Papias os menciona pelos nomes transmitindo a tradição deles. De maneira branda foi relatado acima que, Filipe esteve em Hierápolis, ressaltamos que poderá ter sido com suas filhas. Conta ele que em seu tempo, ocorreu a ressurreição de um morto. Além disso, fala sobre outro prodígio acontecido com José chamado Barsabás, que tinha por sobrenome o Justo, Conta-se que teria bebido veneno mortífero e, por obra de Jesus Cristo, nada sofreu. Em Atos dos APóstolos, capítulo primeiro a partir do verso vinte e três diz o seguinte: "E apresentaram dois: José chamado Barsabás, que tinha por sobrenome o Justo, e Matias. E, orando disseram: Tu, Senhor, conhecedor dos corações de todos, mostra qual destes dois tens escolhido, para que tome parte no ministério e apostolado, de que Judas se desviou, para ir para o seu próprio lugar. E, lançando-lhes sortes, caiu a sorte sobre Matias. E por voto comum foi contado com os doze apóstolos." Muitos outros acontecimentos Papias acrescenta, dizendo ter chegado a ele por tradição oral. Umas das coisas mais preciosas que Papias trouxe para nós os cristãos protestantes, é que um milênio se estabelecerá após a ressureição dos mortos, e, que o reinado de Cristo se irá instalar na terra. Após as colocações de Papias, vários outros estudiosos que o sucederam adotaram a sua opinião, clareando nossa mente para tal fato. Irineu e outros afirmavam assim como ele. Em um de seus cinco livros que compoem a obra: "Exposição dos Oráculos do Senhor", Papias diz assim: "Essas coisas são dignas de fé para os que acreditam. E como disse Judas, o traidor, que não acreditava e perguntou: "Mas como o Senhor realizará tais coisas?"; e o Senhor respondeu: "Verão aqueles que chegarem a esses tempos. Estes, então, serão os tempos preditos pelo profeta Isaías: "Então o lobo habitará com o cordeiro..." (Isaias 11:6) Papias declarou em seu primeiro livro que os primeiros cristãos chamavam de "filhos" aqueles que praticavam inocente justiça, corroborando as palavras de João o evangelista quando dizia que "Ele (Jesus), veio para os que eram seus mas, os seus não o receberam, mas a todos quantos oreceberam deu-lhes (Jesus deu através de suas obras e atos) o poder de serem feitos filhos de Deus. Isso também afirma Clemente Alexandrino em sua obra "O Pedagogo".
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