| | A Literatura Brasileira GREGÓRIO DE MATOS GUERRA ( 1623 - 1696 )
Cultivou a poesia lírica, satírica e religiosa. Sua obra foi publicada muito tempo depois de sua morte, o que coloca dúvidas sobre a autenticidade de muitos versos que lhe são atribuídos. Por suas sátiras ferinas foi apelidado "O boca do inferno ". A própria produção poética de Gregório de Matos - lírica, satírica e religiosa - já nos mostra a alma barroca desse poeta. Ao lado de expressões de amor carnal, manifestou aspirações religiosas; ao lado de poesias sérias e reflexivas sobre a condição humana, debochou e satirizou a sociedade da época. Sua linguagem é bem trabalhada, sempre adequada para traduzir sua angústia religiosa, para expressar seus sentimentos amorosos ou para criticar e satirizar. Soneto Nasce o Sol, e não dura mais que um dia. Depois da Luz, se segue a noite escura, Em tristes sombras morre a formosura, Em contínuas tristezas e alegria. Porém, se acaba o Sol, por que nascia? Se é tão formosa a Luz, por que não dura? Como a beleza assim se transfigura? Como o gosto da pena assim se fia? Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza, Na formosura não se dê constância, E na alegria sinta-se tristeza. Começa o mundo enfim pela ignorância, E tem qualquer dos bens por natureza. A firmeza somente na inconstância. Gregório de Matos O Burgo Meus males de quem procedem? Não é de vós? claro é isso: Que eu não faço mal a nada por ser terra e mato arisco. Isto sois, minha Bahia, Isto passa em vosso burgo Gregório de Matos | | | |
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