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SONÍFERA ILHA

Branco Mello, Marcelo Fromer, Toni Bellotto, Barmack e Ciro Pessoa Voz: Paulo Miklos

Não posso mais viver assim ao seu ladinho Por isso colo meu ouvido no radinho De pilha. Pra te sintonizar Sozinha numa ilha.

Sonífera ilha Descansa meus olhos Sossega minha boca Me enche de luz.

MARVIN (PATCHES)*

R. Dunbar e G.N. Johnson Versão: Sérgio Britto e Nando Reis Voz: Nando Reis Meu pai não tinha educação Ainda me lembro, era um grande coração Ganhava a vida com muito suor Mas mesmo assim não podia ser pior Pouco dinheira pra poder pagar Todas as contas e despesas do lar Mas Deus quis vê-lo no chão Com as mãos levantadas pro céu Implorando perdão Chorei, meu pai disse: "Boa sorte", Com a mão no meu ombro Em seu leito de morte E disse "Marvin, agora é só você E não vai adiantar Chorar vai me fazer sofrer" Três dias depois de morrer Meu pai, eu queria saber Mas não botava nem um pé na escola Mamãe lembrava disso a toda hora Todo dia antes do sol sair Eu trabalhava sem me distrair As vezes acho que não vai dar pé Eu queria fugir, mas onde eu estiver Eu sei muito bem o que ele quis dizer Meu pai, eu me lembro, não me deixa esquecer Ele disse "Marvin, a vida é pra valer Eu fiz o meu melhor E o seu destino eu sei de cor" E então um dia uma forte chuva veio E acabou com o trabalho de um ano inteiro E aos treze anos de idade eu sentia todo o peso do mundo em minhas costas Eu queria jogar mas perdi a aposta, Trabalhava feito um burro nos campos Só via carne se roubasse um frango Meu pai cuidava de toda a família Sem perceber segui a mesma trilha Toda noite minba mãe orava "Deus, era em nome da fome que eu roubava" Dez anos passaram, cresceram meus irmãos E os anjos levaram minha mãe pelas mãos Chorei, meu pai disse: "Boa sorte" Com a mão no meu ombro Em seu leito de morte "Marvin, agora é só você E não vai adiantar Chorar vai me fazer sofrer". Marvin, a vida é pra valer Eu fiz o meu melhor E o seu destino eu sei de cor". * 1970 FRANCIS DAY & HUNTER ARDMORE & BEECHWOOD LTD BABI ÍNDIO Branco Mello e Ciro Pessoa Voz: Branco Mello Babi índio enjoy selva coca cola Babi índio enjoy selva coca cola Babi índio enjoy selva coca cola Babi índio enjoy selva coca cola Pode ser que eu vá viajar nesse navio Não sei, não sei, não sei Pode ser, pode ser, pode ser Não sei. Cenas de terror e tensão Fuga na terra, ira no céu Televisão O futuro será Babi índio enjoy selva coca cola Babi índio enjoy selva coca cala Acho que eu já vou embarcar nesse navio Bagdá Província de Kali Boca do tigre Beira do abismo O futuro será GO BACK Sérgio Britto e Torquato Neto Voz: Sérgio Britto Você me chama Eu quero ir pro cinema Você reclama Meu coração não contenta Você me ama Mas de repente a madrugada mudou E certamente Aquele trem já passou E se passou Passou daqui pra melhor, foi! Só quero saber do que pode dar certo Não tenho tempo a perder. Não é o meu país é uma sombra que pende Concreta do meu nariz em linha reta Não é minha cidade é um sistema que invento Me transforma em que acrescenta na minha idade Não é o nosso amor é a memória que suja a história Que enferruja o que passou Não é você nem sou mais eu, adeus meu bem adeus adeus Você mudou, mudei também, adeus amor adeus adeus PULE Paulo Miklos e Arnaldo Antunes Voz: Paulo Miklos Fique aí na sua Tô aqui, já tô aqui Tenha personalidade Escolhi, eu escolhi Legal, legal, legal, legal Eu quero todo mundo legal Adversidade Não é verdade A água do mar é boa A água da torneira é boa A água da chuva é boa Água de colônia É boa a água da lagoa, legal, Então pule da janela ladies first Depois o au-au Peixinho dourado pro fim, Uau. Você não pode desertar Isso não é uma guerra Você só vai ao ar dizer O ar só te dá a queda ô nenê, você nasceu onte Com os dias contados De onde, para quê, pra onde? O chão só tem dois lados Agora quero todo mundo vivo Legal, legal, legal... QUEREM MEU SANGUE THE HARDER THEY COME* Jimmy Cliff - Versâo: Nando Reis Voz: Nando Reis Dizem que guardam um bom lugar pra mim no céu logo que eu for pro beleléu A minha vida só eu sei como guiar Pois ninguém vai me ouvir se eu charar Mas enquanto o sol puder arder Não vou querer meus olhos escurecer Pois se eles querem meu sangue Verão o meu sangue só no fim E se eles querem meu corpo Só se eu estiver morto, só assim. Meus inimigos tentam sempre me ver mal Mas minha força é como o fogo do Sol Pois quando pensam que eu já estou vencido É que meu ódio não conhece perigo Mas enquanto o sol quiser brilhar Eu vou querer a minha chance de olhar Eu vou querer a minha chance de olhar Pois se eles querem... Eu vou lutar pra ter as coisas que eu desejo Não sei do medo, amor pra mim não tem preço Serei mais livre quando não for mais que osso Do que vivendo com a corda no pescoço Enquanto o sol no céu ainda estiver Só vou fechar meus olhos quando quiser Pois se eles querem... * ISLAND MUSIC LTD MULHER ROBOT Toni Bellotto Voz: Paulo Miklos Acho que vou falar com telefone Beijar o abajur Vou transar com a geladeira Injetar TV na veia Eu quero você, mulher robot Pra sempre você, mulher robot Eu quero você. Visto uma camisa do Corinthians Compro um raio a prestação Para sensibilizá-la, não Não encontro solução Eu quero você, mulher robot Pra sempre você, mulher robot Eu quero você. DEMAIS Arnaldo Antunes Voz: Arnaldo Antunes Tudo eu já fiz pra Ihe esquecer Mas foi em vão, e agora quero voltar. Todas essas noites passei sem dormir Com os olhos a jorrar. Quando um amor é demais Não se pode jogar fora Olho pra esses casais Com um sonho na memória Mahatma Ghandi, Krishna, Deus Mas só você pode me salvar agora Quero ser de novo seu novo rapaz Com os olhos a brilhar. O meu amor é demais Pra guardar e ir embora Nem a distância é capaz de apagar a nossa história. TODA COR Marcelo Fromer, Ciro Pessoa e Barmack Voz: Branco Mello O telefone tocou Fui atender Na madrugada Quero estar com você Eu preciso de você agora Por favor meu bem não vá embora O tempo vai passando nos relógios Encontro os seus beijos toda hora Segundo por segundo na memória Toda cor Me lembra os seus olhos Eu sei que vou, eu quero te encontrar Eu preciso de você agora Por favor meu bem não vá embora. BALADA DE JOHN E YOKO BALLAD OF JOHN AND YOKO* Lennon e McCartney - Versão: Sérgio Britto Voz: Sérgio Britto Barra limpa é o porto de Santos Os barcos vão até o Japão De ônibus ou trem, ninguém viaja sem Vê se vestiu a calça ou está de calção Cristo não é biscoito As coisas andam ruins Se é mau aos dezoito Me crucificam no fim De pára-quedas sobre Paris Difícil ver casal mais feliz Pular na cama do hotel Viver em lua de mel Atravessar o estreito de Gilbraltar Cristo não é fumaça O sol está de rachar Se bebe a garrafa Me traz a cruz e o altar Fomos até Amsterdam No vôo das sete da manhã Os jornais querem saber O que pretendemos fazer Eu digo: Não conseguimos resolver Cristo não tire a roupa Se você quer se queimar Debaixo da sombra Entâo comece a rezar Encha a boca e o bolso que é pra se chover Dê a roupa velha aos pobres Ela disse a você: É tão fácil morrer A velha carne vai apodrecer De passagem pela Espanha Os touros andam cheios de manhas lá no jornal ninguém escreve com giz Nós já cansamos de tentar explicar Cristo chá não é sopa A arca vai afundar E de proa a popa Só Noé vai se salvar Na fazenda lá em São Carlos Pilatos lava a mão na colher Disseram cê tá pinel Isso é amor de aluguel Os dois sentaram oi no banco dos réus Cristo deu luz aos cegos Martelo é fácil de usar Se acharem três pregos vão é me crucificar. *EMI ODEON-APPLE SEU INTERESSE Arnaldo Antunes e Paulo Miklos Voz: Arnaldo Antunes Seu interesse repentino por mim agora Não é tão difícil perceber. Agora que eu faço sucesso Você não me dá mais sossego Quer dizer que agora eu presto pra você brincar. Pra se construir alguma coisa É preciso respirar Longe desse seu ar de raposa Que não dá pra perdoar A sinceridade de intenção Só pra quem se pode dar. Seu interesse repentino por mim agora Não tão difícil perceber. TELEVISÃO Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer Toni Bellotto Voz: Arnaldo Antunes A televisão me deixou burro, muito burro demais Agora todas coisas que eu penso me parecem iguais O sorvete me deixou gripado pelo resto da vida E agora toda noite quando deito é boa noite, querida. Ô cride, fala pra mãe Que eu nunca li num livro que um espirro fosse um virus sem cura Vê se me entende pelo menas uma vez, criatura! Ô cride, fala pra mae! A mãe diz pra eu fazer alguma coisa mas eu nao faço nada A luz do sol me incomoda, entao deixa a cortina fechada É que a televisão me deixou burro, muito burro demais E agora eu vivo dentro dessa jaula junto dos animais Ô cride, fala pra mãe Que tudo que a antena captar meu coração captura Vê se me entende pelo menos uma vez, criatura! Ô cride, fala pra mãe! INSENSÍVEL Sérgio Britto Voz: Sérgio Britto Até parece loucura, Não sei explicar, É a verdade mais pura: Eu não consigo amar. Meu amor me desculpe, Não quis te ferir, Mas dizer a verdade É melhor que mentir. Insensível, ínsensível, você diz. Impossível fazer você feliz. Não fui eu Não foi você quem escolheu Viver nesse mundo tão frio Tão frio As vezes você esquece E sente prazer Mas pra mim é difícil Conseguir esquecer. Entre outras pessoas É tão natural, Por que será que comigo Não pode ser igual? Insensível, insensível, você diz. Impossível fazer você feliz. PAVIMENTAÇÃO Paulo Miklos e Arnaldo Antunes Voz: Paulo Miklos Ninguém sabe como o plástico é feito, Ninguém sabe. Como o leite é feito ninguém sabe, Não se sabe. A fórmula da coca-cola é segredo. A da pepsi também Foi feita por alguém. Plástico foi feito por ninguém Sabe como a cháo é feito, Do que é feito o chão. Pé esquerdo, pé direito, Pavimentaçáo. Mas do que é feito o chão? É feito de pedra, É feita de pixe. É feito de pedra e pixe. Pá pá pá pavimentação, pavimenta Menta, mentalização! Mas ninguém sabe como a gente é feita, Se a gente é feita ou não. Máo esquerda, mão direita, Bate palma então! Pá pá pá pavimentação, pavimenta, Menta, mentalizaçãa! Mas do que é feita a gente? É feita de pé É feita de mão. É feita de pé e mão. Ou não? DONA NENÊ Branco Mello e Ciro Pessoa Voz: Branco Mello Dona Nené Madame Gaspar Foram se encontrar no Peg-pag Zigue-zague de carrinhos pelo super. Dona Nenê Comprava em predra Madame Gaspar Comprava em Pó Olha quem vem lá! O Seu Ervilho! Pilotando seu carrinho. Audacioso! Calma, seu Ervilho Correr tanto assim é perigoso! Liquidação Seção de tecidos Todas as senhoras em euforia Quando de repente ouviu-se um grito. Dona Nenê Desapareu Madame Gaspar Já tinha ido embora, O que teria acontecido com Dona Nenê ? Onde andaria agora Dona Nenê ? O HOMEM CINZA Nando Reis Voz: Nando Reis Ontem quando saí de casa quase que não acreditei Minha pele foi escurecendo até ficar completamente cinza Agora quando ando pelas ruas eu precìso tomar cuidado O sol não me machuca é um instante que me basta para ficar bronzeado Você não é mais o mesmo, eu digo "Sou!" Você não é mais o mesmo Tomei muito sal de prata pra curar minha bronquite De cinza minha pele fica verde azulada Quem quiser acreditar acredite Agora quando ando pelas ruas eu preciso tomar cuidado Policia se me pede os documentos diz logo "algo está errado" Vocã não é mais o mesmo, eu digo "Sou!" Você não é mais o mesmo Desde pequeno trabalho numa plantação de uva Hoje veneno é para mim mais limpo que água de chuva Você não é mais o mesmo, eu digo "Não!" Você não é mais o mesmo Estou me acostumando com a cor da minha pele Eu acho verde mais bonito Mas quando estou nervoso minha cara fica branca E eu me sinto esquisito Agora quando ando pelas ruas eu preciso tomar cuìdado Se vejo um cara branco ou amarelo eu acho que é ele quem está errado Você não é mais o mesmo, eu digo "Não!" Você não é mais o mesmo PRA DIZER ADEUS Toni Bellotto e Nando Reis Voz: Nando Neis Você apareceu do nada E você mexeu demais comigo Nâo quero ser só mais um amigo Vocé nunca me viu sozinho E você nunca me ouviu chorar Não dá pra imaginar quanto É cedo, ou tarde demais, Pra dizer adeus, pra dizer jamais. Ás vezes fico assim, pensando, Essa distáncia é tão ruim. Por que você não vem pra mim? Eu já fiquei tão mal, sozinho, Eu já tentei, eu quis chamar. Não dá pra imaginar quanto É cedo, ou tarde demais, Pra dizer adeus, pra dizer jamais. NÃO VOU ME ADAPTAR Arnaldo Antunes Voz: Arnaldo Antunes Eu não caibo mais nas roupas que eu cabia, Eu não encho mais a casa de alegria. Os anos se passaram enquanto eu dormia, E quem eu queria bem me esquecia. Será que eu falei o que ninguém ouvia? Será que eu escutei o que ninguém dizia? Eu não vou me adaptar. Eu não tenho mais a cara que eu tinha, No espelho essa cara náo é minha. Mas é que quando eu me toquei, achei tão estranho, A minha barba estava desse tamanho. Será que eu falei o que ninguém dizia? Será que eu escutei o que ninguém ouvia? Eu não vou me adaptar. TUDO VAI PASSAR Sérgio Britto e Marcelo Fromer Voz: Sérgio Britto Estranhei tua visita, Você estava tão distante Tentando me dizer Alguma coisa qualquer Que eu não podia entender. Não posso imaginar O que você está sentindo. Você devia me contar Pois eu preciso saber O que vai acontecer com nós dois, O tempo faz esquecer e depois Tudo vai passar Tudo vai passar Eu não vou ficar sozinho Se acaso você me deixar Por causa de alguém, Se for assim é melhor Esquecer de uma vez. Não posso imaginar que você está sentindo. Você devia me contar Pois eu preciso saber. Eu preciso compreender seu olhar Você ficou tão distante, mas eu sei Tudo vai passar Tudo vai passar SONHO COM VOCÊ Branco Mello, Sérgio Britto Ciro Pessoa Voz: Branco Mello O que sinto é tão simples Sonho com você. Su vivo Sem conseguir esquecer. Sinto a saudade se aproximar, Meus olhos querem encontrar os seus Pois estou tão sozinho, Por favor, diga se ainda me quer. Porque estou tão sozinho, Por favor, diga se ainda Me quer. O que eu sinto é tão simples, Sonha com vocé. As noites passam vazias, porque Sinto a saudade se aproximar... AUTONOMIA Paulo Miklos, Arnaldo Antunes Marcelo From Voz: Paulo Miklos O que eu queria, o que eu sempre queria Era conquistar a minha autonomia. O que eu queria, o que eu sempre quis Era ser dono do meu nariz. Os pais são todos iguais Prendem seus filhos na jaula Os professores com seus lápis de cores Te prendem na sala de aula. O que eu queria... Ia pra rua, mamãe vinha atrás. Ela não me deixava em paz. Não aguentava o grupo escolar, Nem a prisão domiciliar. O que eu queria... Mas o tempo foi passando. Então eu caí numa outra armadilha, Me tornei prisioneiro da minha própria família, Arranjei um emprego de professor, Vejo os meus filhos, não sei mais onde estou! MASSACRE Sérgio Britto e Marcelo Fromer Vozes: Arnaldo Antunes, Branco Mello, Paulo Miklos e Sérgio Britto Massacre! Massacre de uomo! Matança! Matança de donna! Eu vi, eu vi, eu vi en jornal nacionale! El Duce! El duce en Itália! El Führer! El Führer en Germânia! Brazil, Brazil, Brazil, Aldeia Globale! Cabeça Dinossauro
Paulo Miklos/Branco Mello/Arnaldo Antunes Cabeça Dinossauro Cabeça Dinossauro Cabeça cabeça Cabeça dinossauro Pança de mamute Pança de mamute Pança pança Pança de mamute Espírito de porco Espírito de porco Espírito de porco
AA UU
Sérgio Britto/Marcelo Fromer
AA UU AA UU AA UU AA UU Estou ficando louco de tanto pensar Estou ficando rouco de tanto gritar AA UU AA UU AA UU AA UU Eu como, eu durmo, eu durmo, eu como Eu como, eu durmo, eu durmo, eu como Está na hora de acordar Está na hora de deitar Está na hora de almoçar Está na hora de jantar AA UU AA UU AA UU AA UU Estou ficando cego de tanto enxergar Estou ficando surdo de tanto escutar AA UU AA UU AA UU AA UU Não como, não durmo, não durmo, não como Não como, não durmo, não durmo, não como Está na hora de acordar Está na hora de deitar Está na hora de almoçar Está na hora de jantar
Igreja
Nando Reis
Eu não gosto de padre Eu não gosto de madre Eu não gosto de frei Eu não gosto de bispo Eu não gosto de Cristo Eu não digo amém Eu não monto presépio Eu não gosto do vigário Nem da missa das seis Eu não gosto do terço Eu não gosto do berço De Jesus de Belém Eu não gosto do papa Eu não creio na graça Do milagre de Deus Eu não gosto da igreja Eu não entro na igreja Não tenho religião
Polícia Toni Bellotto Dizem que ela existe pra ajudar Dizem que ela existe pra proteger Eu sei que ela pode te parar Eu sei que ela pode te prender Polícia para quem precisa Polícia para quem precisa de polícia Dizem pra você obedecer Dizem pra você responder Dizem pra você cooperar Dizem pra você respeitar Polícia para quem precisa Polícia para quem precisa de polícia Estado Violência Charles Gavin Sinto no meu corpo A dor que angustia A lei ao meu redor A lei que eu não queria Estado violência Estado hipocrisia A lei que não é minha A lei que eu não queria Meu corpo não é meu Meu coração é teu Atrás de portas frias O homem está só Homem em silêncio Homem na prisão Homem no escuro Futuro da nação Estado violência Deixem-me querer Estado violência Deixem-me pensar Estado violência Deixem-me sentir Estado violência Deixem-me em paz A Face Do Destruidor Paulo Miklos/Arnaldo Antunes O nome do destruidor é Destruidor É o nome do destruidor O nome do construtor é O nome Do construtor A face do construtor O que ele constrói A obra do construtor O destruidor não pode mais destruir Porque o construtor não constrói O construtor não constrói porque Não pode mais construir A face do destruidor Porrada Arnaldo Antunes/Sérgio Britto Nota dez para as meninas da torcida adversária Parabéns aos acadêmicos da associação Saudações para os formandos da cadeira de direito A todas as senhoras muita consideração Porrada Nos caras que não fazem nada Medalhinhas para o presidente Condecorações aos veteranos Bonificações para os bancários Congratulações para os banqueiros Porrada Nos caras que não fazem nada Distribuição de panfletos Reivindicação dos direitos Associação de pais e mestres Proliferação das pestes Porrada Nos caras que não fazem nada Tô Cansado Branco Mello/Arnaldo Antunes Tô cansado do meu cabelo Tô cansado da minha cara Tô cansado de coisa vulgar Tô cansado de coisa rara Tô cansado Tô cansado Tô cansado de me dar mal Tô cansado de ser igual Tô cansado de moralismo Tô cansado de bacanal Tô cansado Tô cansado Tô cansado de trabalhar Tô cansado de me ferrar Tô cansado de me cansar Tô cansado de descansar Tô cansado Tô cansado Bichos Escrotos Arnaldo Antunes/Sérgio Britto/Nando Reis Bichos, saiam dos lixos Baratas, me deixem ver suas patas Ratos, entrem nos sapatos Do cidadão civilizado Pulgas, que habitam minhas rugas Onçinha pintada, Zebrinha listrada, Coelhinho peludo, Vão se foder! Porque aqui na face da terra Só bicho escroto é que vai ter! Bichos escrotos, saiam dos esgotos Bichos escrotos, venham enfeitar Meu lar, Meu jantar, Meu nobre paladar Família Arnaldo Antunes / Toni Bellotto Família, família Papai, mamãe, titia, Família, família Almoça junto todo dia, Nunca perde essa mania Mas quando a filha quer fugir de casa Precisa descolar um ganha-pão Filha de família se não casa Papai, mamãe, não dão nenhum tostão Família ê Familia á Família Família, família Vovô, vovó, sobrinha Família, família Janta junto todo dia, Nunca perde essa mania Mas quando o nenê fica doente Procura uma farmácia de plantão O choro do nenê estridente Assim não dá pra ver televisão Família ê Familia á Família Família, família, Cachorro, gato, galinha Família, família, Vive junto todo dia, Nunca perde essa mania A mãe morre de medo de barata O pai vive com medo de ladrão Jagaram inseticida pela casa Botaram um cadeado no portão Família ê Familia á Família Homem Primata Sérgio Britto / Marcelo Fromer / Nando Reis / Ciro Pessoa Desde os primórdios Até hoje em dia O homem ainda faz o que o macaco fazia Eu não trabalhava, eu não sabia Que o homem criava e também destruía Homem primata Capitalismo selvagem ô ô ô Eu aprendi A vida é um jogo Cada um por si E Deus contra todos Você vai morrer e não vai pro céu É bom aprender, a vida é cruel Homem primata Capitalismo selvagem ô ô ô Eu me perdi na selva de pedra Eu me perdi, eu me perdi I'm a cave man A young man I fight with my hands With my hands I'm a jungle man, a monkey man Concrete jungle! Concrete jungle! Dívidas Branco Mello / Arnaldo Antunes Meu salário Desvalorizou Dívidas, juros, dividendos Credores credores credores, Agora é assim Senhores senhores senhores Tenham pena de mim Muito já gastei, Vivi como rei Diversões, luxo, divertimento Credores credores credores, Agora é assim Senhores senhores senhores, Fiquem longe de mim O Quê Arnaldo Antunes Que não é o que não pode ser que Não é o que não pode Ser que não é O que não pode ser que não É o que não Pode ser Que não É O que não pode ser que Não é o que não pode ser Que não é o que O que? O que? O que? Que não é o que não pode ser que não é Todo Mundo quer Amor Arnaldo Antunes Todo mundo quer amor Todo mundo quer amor de verdade Uma pessoa boa quer amor Uma pessoa má quer amor, Quer amor de verdade Quem tem medo quer amor, Quem tem fome quer amor, Quem tem frio quer amor, Quem tem pinto saco boca bunda cu buceta quer amor Ele quer Ela quer Ele quer Ela quer Todo mundo quer amor de verdade Comida Arnaldo Antunes / Marcelo Fromer / Sérgio Britto Bebida é agua Comida é pasto Você tem sede de que? Você tem fome de que? A gente não quer só comida, A gente comida, diversão e arte A gente não quer só comida, A gente quer saída para qualquer parte A gente não quer só comida, A gente quer bebida, diversão, balé A gente não quer só comida, A gente quer a vida como a vida quer Bebida é agua Comida é pasto Você tem sede de que? Você tem fome de que? A gente não quer só comer, A gente quer comer e quer fazer amor A gente não quer só comer, A gente quer prazer pra aliviar a dor A gente não quer só dinheiro, A gente quer dinheiro e felicidade A gente não quer só dinheiro, A gente quer inteiro e não pela metade O Inimigo Branco Mello / Marcelo Fromer / Toni Bellotto O inimigo sou eu, O inimigo é você O inimigo é você, O inimigo sou eu Às vezes você tem razão, Às vezes não Corações Sérgio Britto / Marcelo Fromer Alguma coisa aconteceu, Inevitável acidente, Rancor e ódio separaram Corações e Mentes Alguma coisa aconteceu, Estupidez, incompreensão, Mulher e homem desejavam Violência e paixão Não existe paz, não existe perdão, Eu não suporto mais violência e paixão, Não aguento mais viver dentro dessa prisão Meu amor, minha guerra, eu erro e você erra Todos são tão diferentes, corações e mentes Tantos jovens adolescentes, corações e mentes Você me tortuea, mas Eu já não tenho forças pra reagir Eu não tenho cura e Você já não tem forças pra fugir Da minha loucura Corações e mentes, violência e paixão O teu beijo é tão doce, O teu suor é tão salgado O teu beijo é tão molhado, É tão salgado O teu suor Às vezes acho que te amo, Às vezes acho que é só sexo Diversão Sérgio Britto / Nando Reis A vida até parece uma festa, Em certas horas isso é o que nos resta Não se esquece o preço que ela cobra, Em certas horas isso é o que nos sobra Ficar frágil feito uma criança, Só por medo ou por insegurança Ficar bem ou mal acompanhado, Não importa se der tudo errado Às vezes qualquer um faz qualquer coisa Por sexo, drogas e diversão Tudo isso às vezes só aumenta A angústia e a insatisfação Às vezes qualquer um enche a cabeça de álcool Atrás de distração Nada disso às vezes diminui A dor e a solidão Tudo isso, às vezes tudo é fútil, Ficarébrio atrás de diversão Nada disso, às vezes nada importa, Ficar sóbrio não é solução Diversão é solução sim, Diversão é solução prá mim Infelizmente Sérgio Britto A tua voz está cansada e rouca Pois não falamos pela mesma boca E o teu corpo então é gordo e calvo O teu lençol já não é limpo e alvo Não adivinhas de quem és escravo Nem o que pode causar tal estrago Eu sei porque vives feliz e calmo É porque achas que estás são e salvo Tua mulher não quer criar teus filhos E tu não queres dividir teus grãos de milho E mesmo assim eis que vem aí de novo Tua parceira vai por mais um ovo Mas tu não sabes do que tenho fome Pois não nos chamam pelo mesmo nome E quando comes te rodeiam moscas É porque usas sempre as mesmas roupas Mas se perderes tudo até as calças Só vão te dar algum caixão sem alças E quando enfim chegar a tua hora Não vão pôr flor ao pé da tua cova Jesus não tem Dentes no País dos Banguelas Nando Reis / Marcelo Fromer Jesus não tem dentes no país dos banguelas Mentiras Sérgio Britto / Marcelo Fromer /Toni Belloto Querem me ensinar, querem me julgar pelo que eu fiz Querem me julgar, querem me ensinar como se diz Mentiras! Querem me salvar, querem me curar do que eu não sofro Querem me curar, querem me salvar, mas eu só ouço Mentiras! Eu não posso viver comigo, eu não posso fugir de mim Eu não quero que gritem comigo, eu não quero que riam de mim Eu não quero que falem, eu não quero que digam Mentiras! Querem me curar do que eu não sofro, Querem me julgar pelo que eu fiz Querem me salvar, mas eu só ouço, Querem me ensinar como se diz Mentiras! Desordem Sérgio Britto / Marcelo Fromer / Charles Gavin Os presos fogem do presídio, Imagens na televisão Mais uma briga de torcidas, Acaba tudo em confusão A multidão enfurecida, Queimou os carros da polícia Os preços fogem do controle, Mas que loucura esta nação! Não é tentar o suicídio Querer andar na contramão? Quem quer manter a ordem? Quem quer criar desordem? Não sei se existe mais justiça, Nem quando é pelas próprias mãos População enlouquecida, Começa então o linchamento Não sei se tudo vai arder Como algum líquido inflamável, O que mais pode acontecer Num país pobre e miserável? E ainda pode se encontrar Quem acredite no futuro... Quem quer manter a ordem? Quem quer criar desordem? É seu dever manter a ordem, É seu dever de cidadão, Mas o que é criar desordem, Quem é que diz o que é ou não? São sempre os mesmos governantes, Os mesmos que lucraram antes Os sindicatos fazem greve Porque ninguém é consultado, Pois tudo tem que virar óleo Pra por na máquina do estado Quem quer manter a ordem? Quem quer criar desordem? Lugar Nenhum Arnaldo Antunes / Charles Gavin / Marcelo Fromer / Sérgio Britto / Toni Bellotto Não sou brasileiro, Não sou estrangeiro Não sou brasileiro, Não sou estrangeiro Não sou de nenhum lugar, Sou de lugar nenhum Não sou de São Paulo, não sou japonês Não sou carioca, não sou português Não sou de Brasília, não sou do Brasil Nenhuma pátria me pariu Eu não tô nem aí Eu não tô nem aqui Armas Pra Lutar Branco Mello / Arnaldo Antunes / Marcelo Fromer / Toni Bellotto Por que? Pra que? Em que Devo acreditar? Viver Sem armas pra lutar Não crer, Não ser, Não ter Armas pra lutar Não preciso ser alguém, Eu consigo viver sem Armas pra lutar Prosseguir desarmado, Suportar desarmado, Desarmado, sem armas pra lutar Nome Aos Bois Nando Reis/Arnaldo Antunes/Marcelo Fromer/Toni Bellotto Garrastazu Stálin Erasmo Dias Franco Lindomar Castilho Nixon Delfim Ronaldo Bôscoli Baby Doc Papa Doc Menguele Doca Street Rockfeller Afanásio Dulcídio Wanderley Bosquila Pinochet Gil Gomes Reverendo Moon Jim Jones General Custer Flávio Cavalcante Adolf Hitler Borba Gato Newton Cruz Sérgio Dourado Idi Amin Plínio Correia De Oliveira Línio Salgado Mussolini Truman Khomeini Reagan Chapman Fleury Violência Charles Gavin/Sérgio Britto O movimento começou, o lixo fede nas calçadas Todo mundo circulando, as avenidas congestionadas O dia terminou, a violência continua Todo mundo provocando todo mundo nas ruas A violência está em todo lugar Não é por causa do álcool, Nem é por causa das drogas A violência é nossa vizinha, Não é só por culpa sua, Nem é só por culpa minha Violência gera violência Violência doméstica, violência cotidiana, São gemidos de dor, todo mundo se engana... Você não tem o que fazer, saia pra rua, Pra quebrar minha cabeça ou pra que quebrem a sua Violência gera violência Com os amigos que tenho não preciso inimigos Aí fora ninguém fala comigo Será que tudo está podre, será que todos estão vazios? Não existe razão, nem existem motivos Não adianta suplicar porque ninguém responde, Não adianta implorar, todo mundo se esconde É difícil acreditar que somos nós os culpados, É mais fácil culpar deus ou então o diabo "O crime é venerado e posto em uso por toda a terra, De um pólo a outro se imolam vidas humanas. No reino de Zópito os pais degolam os próprios filhos, Seja qual for o sexo, desde que sua cara não lhes agrade. Os coreanos incham o corpo da vítima a custa de vinagre E depois de estar assim inchado, matam-no a pauladas. Os irmãos Morávios mandavam matar com cócegas" Fragmentos de "Dissertação do Papa sobre o crime seguido de orgia" (Marquês de Sade) Seleção dos fragmentos: Branco Mello Miséria Arnaldo Antunes/Sérgio Britto/Paulo Miklos Miséria é miséria em qualquer canto Riquezas são diferentes Índio Mulato Preto Branco Miséria é miséria em qualquer canto Riquezas são diferentes Miséria é miséria em qualquer canto Filhos Amigos Amantes Parentes Riquezas são diferentes Ninguém sabe falar esperanto Miséria é miséria em qualquer canto Todos sabem usar os dentes Riquezas são diferentes Miséria é miséria em qualquer canto Riquezas são diferentes A morte não causa mais espanto Miséria é miséria em qualquer canto Riquezas são diferentes Miséria é miséria em qualquer canto Fracos Doentes Aflitos Carentes Riquezas são diferentes O sol não causa mais espanto Miséria é miséria em qualquer canto Cores Raças Castas Crenças Riquezas são diferenças Rácio Símio Marcelo Fromer/Nando Reis/Arnaldo Antunes O anão tem um carro com rodas gigantes Dois elefantes incomodam muito mais Só os mortos não reclamam Os brutos também mamam Mamãe eu quero mamar Eu não tenho onde morar Moro aonde não mora ninguém Quem tem grana que dê a quem não tem Raciosímio Raciosímio Raciosímio Raciosímio Raciosímio Raciosímio Raciosímio Raciosímio Quem esporra sempre alcança Com maná adubando dá Ninguém joga dominó sozinho É dos carecas que elas gostam mais A soma dos catetos é o quadrado da hipotenusa Nem tudo que se tem se usa Raciosímio Raciosímio Raciosímio Raciosímio Raciosímio Raciosímio Raciosímio Raciosímio Os cavalheiros sabem jogar damas Os prisioneiros podem jogar xadrez Só os chatos não disfarçam Os sonhos despedaçam A razão é sempre do freguês Eu não tenho onde morar Moro aonde não mora ninguém Quem come prego sabe o cu que tem Raciosímio Raciosímio Raciosímio Raciosímio Raciosímio Raciosímio Raciosímio Raciosímio O Camelo E O Dromedário Paulo Miklos/Nando Reis/Toni Bellotto/Marcelo Fromer Há uma questão que há muito tempo me incomoda Qual será a vantagem de se ter uma ou duas corcovas? O que iremos formular é somente um questionário Qual diferença haverá entre o dromedário e o camelo? E entre o camelo e o dromedário? Postos frente a frente causam a mesma impressão Mas quando postos de lado faz-se logo a correção O camelo difere do dromedário que só tem uma corcova O dromedário já difere do camelo por ter lá suas duas corcovas Há muitas coincidências entre os nossos dois ruminantes Mas quando chamados em ordem alfabética é o camelo que vem sempre antes O camelo está na letra "c" de quase todo abecedário A letra "d", por sua vez, traz sempre a figura do dromedário Haverá mesmo uma rusga entre os dois mamíferos quadrúpedes? Ou desavenças são propriedades apenas de nós, humanos bípedes? Só se anda de camelo no deserto do Saara Mas quem já viu aonde dorme o camelo lá na Guanabara? O camelo é o Pão-de-açúcar com a Urca vistos em relevo Mas o dromedário é o corcovado, só o Cristo é que não pode vê-lo Será que, por ter duas corcovas, o camelo passa mais tempo sem beber água? Ou pelo contrário, com um peso maior, beba mais água que o dromedário? Será que o bom dromedário com sua única corcova tem por cima mais espaço? E ficaria assim nosso amigo camelo exposto a um maior cansaço? Aquele que acertar a primeira resposta Receberá duas corcovas em suas costas Por outro lado, Aquele que só acertar a segunda Não tardará a ficar com uma enorma corcunda Palavras Sérgio Britto/Marcelo Fromer Palavras não são más Palavras não são quentes Palavras são iguais Sendo diferentes Palavras não são frias Palavras não são boas Os números pra os dias E os nomes pra as pessoas Palavras eu preciso Preciso com urgência Palavras que se usem Em casos de emergência Dizer o que se sente Cumprir uma sentença Palavras que se diz Se diz e não se pensa Palavras não têm cor Palavras não têm culpa Palavras de amor Pra pedir desculpas Palavras doentias Páginas rasgadas Palavras não se curam Certas ou erradas Palavras são sombras As sombras viram jogos Palavras pra brincar Brinquedos quebram logo Palavras pra esquecer Versos que repito Palavras pra dizer De novo o que foi dito Todas as folhas em branco Todos os livros fechados Tudo com todas as letras Nada de novo debaixo do sol Medo Toni Bellotto/Marcelo Fromer/Arnaldo Antunes Precisa perder o medo do sexo Precisa perder o medo da morte Precisa perder o medo da música Precisa perder o medo da música O que se vê não se via O que se crê não se cria Precisa perder o medo da musa Precisa perder o medo da ciência Precisa perder o medo da perda Da consciência O que se vê não se via O que se crê não se cria Precisa perder o medo de mim Precisa perder o medo de mim Precisa perder o medo da música Precisa perder o medo da música O que se vê não se via O que se crê não se cria Medo Medo Medo Medo O que se crê não se cria Precisa perder o medo da musa Precisa perder o medo da musa Precisa perder o medo da música Precisa perder o medo da música Medo Medo Medo Medo O que se crê não se cria Natureza Morta Arnaldo Antunes/Branco Mello/Marcelo Fromer/Paulo Miklos/Sérgio Britto/Liminha As flores estão murchas As folhas estão secas As frutas estão podres Flores Charles Gavin/Toni Bellotto/Paulo Miklos/Sérgio Britto Olhei até ficar cansado De ver os meus olhos no espelho Chorei por ter despedaçado As flores que estão no canteiro Os punhos e os pulsos cortados E o resto do meu corpo inteiro Há flores cobrindo o telhado E embaixo do meu travesseiro Há flores por todos os lados Há flores em tudo que eu vejo A dor vai curar essas lástimas O soro tem gosto de lágrimas As flores têm cheiro de morte A dor vai fechar estes cortes Flores Flores As flores de plástico não morrem O Pulso Arnaldo Antunes/Marcelo Fromer/Toni Bellotto O pulso ainda pulsa O pulso ainda pulsa Peste bubônica, câncer, pneumonia Raiva, rubéola, tuberculose, anemia Rancor, cisticircose, caxumba, difteria Encefalite, faringite, gripe, leucemia O pulso ainda pulsa O pulso ainda pulsa Hepatite, escarlatina, etupidez, paralisia Toxoplasmose, sarampo, esquizofrenia Úlcera, trombose, coqueluche, hipocondria Sífilis, ciúmes, asma, cleptomania O corpo ainda é pouco O corpo ainda é pouco Reumatismo, raquitismo, cistite, disritmia Hérnia, pediculose, tétano, hipocrisia Brucelose, febre tifóide, arteriosclerose, miopia Catapora, culpa, cárie, câimbra, lepra, afasia O pulso ainda pulsa O corpo ainda é pouco 32 Dentes Branco Mello/Marcelo Fromer/Sérgio Britto Eu nunca mais vou dizer O que realmente penso Eu nunca mais vou dizer O que realmente sinto Eu juro, eu juro por Deus Eu juro, eu juro por Deus Não confio em ninguém Não confio em ninguém Não confio em ninguém com mais de 30 Não confio em ninguém com 32 dentes Faculdade Nando Reis/Arnaldo Antunes/Branco Mello/Paulo Miklos/Marcelo Fromer Fa-cul-da-de Faculdade mental Faculdade medicinal Faculdade Eu nunca fiz faculdade Pro-pri-e-da-de Propriedade associativa Propriedade particular Propriedade Não tenho nenhuma propriedade Felicidade natal felicidade Satélite felicidade industrial Felicidade maravilhosa Hoje não tem felicidade U-ti-li-da-de Utilidade doméstica Utilidade pública Utilidade Não tem nenhuma utilidade So-ci-e-da-de Sociedade primitiva Sociedade anônima Socidade Não vivo em sociedade Carteira de identidade Perda de identidade Identidade dupla Identidade Xerox Não tenho mais identidade Permitido para qualquer idade Deus E O Diabo Sérgio Britto/Paulo Miklos/Nando Reis Deus está debaixo da mesa O diabo está atrás do armário Deus está atrás da porta O diabo está no meio da sala O que há de errado com meu coração? Deus está lendo jornal O diabo está dançando O diabo está fazendo o jantar Deus está escrevendo uma carta O que há de errado com meu coração? Deus está sonhando O diabo está fazendo discurso Deus está lavando os pratos O diabo está tocando piano Deus é o teto da casa O diabo é a porta dos fundos O diabo é o chão da cozinha Deus é o vão da entrada O que há de errado com meu coração? Clitóris Titãs Clitóris Clitóris, clitóris Ah! Clitóris Clitóris Clitóris, clitóris Oh! Clitóris Genuflexório, ah! Genuflexório Genuflexório, oh! Genuflexório Virgem surja, ah! Surja suja Corpo surja, oh! Mente surja imunda Em cada berço que esse esperma espesso inunda Em cada fosso que esse gozo grosso surja Papanicolaou, papanicolaou O Fácil É O Certo Titãs Expire o ar que inspirar Respire quando você respirar Diga o que tem a dizer Acaba sendo o que tinha que ser Esqueça isso - tanto faz Ande não olhe pra trás Olhe por onde anda Faça o que o coração manda Diga como é que se sente Levante-se siga em frente Faça o que está fazendo Não o que estou lhe dizendo Use se quiser usar Use depois de agitar É proibido parar Olhe antes de atravessar O fácil é o certo, o certo é o fácil O fácil é o certo O fácil é o certo, o certo é o fácil O fácil é o certo O fácil é o certo, o fácil é fácil O fácil é o certo O fácil é o certo, o certo é certo O fácil é o certo Não importa o que você fez Há sempre uma próxima vez Não se perca, não pare Escolha o menor dos males Faça o quer fazer Aconteça o que acontecer Tanto faz como se chama Entregue-se ao que você ama O fácil é o certo, o certo é o fácil O fácil é o certo O fácil é o certo, o certo é o fácil O fácil é o certo O fácil é o certo, o fácil é fácil O fácil é o certo O fácil é o certo, o certo é certo O fácil é o certo A frase "O fácil é o certo" é atribuída a Chung Tsu, pensador Chinês do Século III A.C. Filantrópico Titãs Filantrópico Samaritano Generoso Tão Humano Acumulando raiva e rancor Altruísta Complacente Caridoso Tão gente Acumulando raiva e rancor Amando o próximo Dizendo a verdade Se arrependendo Dando a outra face Acumulando raiva e rancor Cabeça Titãs Cresça Cabeça Densa Espessa Pensa Imensa Desça Pareça Dentro de 30 segundos Dentro de 15,10, dentro, Dentro de 5 segundos, segundos, Agora fora Titãs Você já tentou varrer a areia da praia? Já ficou no escuro ouvindo o canto da cigarra? Já ficou no espelho rindo sozinho da sua cara? Já dormiu sem ninguém num canto de rodoviária? Já dormiu com alguém por migalha? Você já tentou varrer a areia da praia? Você já tentou varrer a areia da praia? Já perdeu a hora quando o tempo pára? Já gritou uma palavra até perder a fala? Já colocou todas as roupas do armário na mala? A sua casa já desmoronou no meio da sala? Você já tentou varrer a areia da praia? Já quis demais alguma coisa já? Quis alguma coisa já? Jamais quis alguma coisa já? Já? Você já tentou varrer a areia da praia? Já viu sumir a última estrela da madrugada? Já ficou um dia, um mês, um ano sem fazer nada? Já colocou todas as roupas do armário na mala? A sua casa já desmoronou no meio da sala? Você já tentou varrer a areia da praia? Jamais quis alguma coisa já? Quis alguma coisa já? Já quis alguma coisa já? Já? Eu Vezes Eu Titãs Eu vezes eu Espalhados em mim Eu mínimo Múltiplo comum Eu menos eu Do que resta de mim Eu máximo Único - nenhum Ela, ele, vocês Vezes eles, os outros Eu e eu, outra vez Nervo, músculo e osso Isso Para Mim É Perfume Titãs Isso para mim é perfume Suor, fedor Isso para mim é garboso Cabelo embaraçado Dente não escovado Chupar o seu dedão Cheirar sua calcinha suja na menstruação Isso para mim é perfume A cabeça do pau faz porra de leite Pra tomar de manhã No café da manhã E também no almoço E depois no jantar Amor, eu quero te ver cagar Saia De Mim Titãs Saia de mim como suor Tudo que eu sei de cor Saia de mim como excreto Tudo que está correto Saia de mim Saia de mim Saia de mim como um peido Tudo que for perfeito Saia de mim como um grito Tudo que eu acredito Tudo que eu não esqueça Tudo que for certeza Saia de mim vomitado Expelido, exorcizado Tudo que está estagnado Saia de mim como escarro Espirro, pus, porra, sarro Sangue, lágrima, catarro Saia de mim a verdade Saia de mim a verdade Saia de mim a verdade Flat - Cemitério - Apartamento Titãs E se o jóquei promovesse alguns páreos com jumentos? E se a Royal injetasse nos anões uma dose excessiva de fermento? E se as Casa da Banha abatessem alguns gordos para seu abastecimento? E se Dulcora lançasse no mercado um drops diet de cimento? Flat-Cemitério-Apartamento Flat-Cemitério-Apartamento E se a Brunella preparasse algumas bombas com excremento? E se a Du Loren anunciasse uma nova linha de calcinhas que já vem com corrimento? E se a Sulvinil testasse nos albinos uma nova série de pigmentos? E se o Adolpho Lindenberg entrasse no ramo dos flat cemitério apartamento? Flat-Cemitério-Apartamento Flat-Cemitério-Apartamento Agora Titãs Agora que agora é nunca Agora posso recuar Agora sinto minha tumba Agora o peito a retumbar Agora a última resposta Agora quartos de hospitais Agora abrem uma porta Agora não se chora mais Agora a chuva evapora Agora ainda não choveu Agora tenho mais memória Agora tenho o que foi meu Agora passa a paisagem Agora não me despedi Agora compro uma passagem Agora ainda estou aqui Agora sinto muita sede Agora já é madrugada Agora diante da parede Agora falta uma palavra Agora o vento no cabelo Agora toda minha roupa Agora volta pro novelo Agora a língua em minha boca Agora meu avô já vive Agora meu filho nasceu Agora o filho que não tive Agora a criança sou eu Agora sinto um gosto doce Agora vejo a cor azul Agora a mão de quem me trouxe Agora é só meu corpo nu Agora eu nasço lá de fora Agora minha mãe é o ar Agora eu vivo na barriga Agora eu brigo pra voltar Agora Não É Por Não Falar Titãs Não é por não falar Em felicidade Que eu não goste De felicidade Não é que eu não goste De felicidade É por não falar Em felicidade E é por falar Em felicidade Que eu não gosto de falar Em felicidade Se Você Está Aqui Titãs Se você está aqui É porque veio Se você veio até aqui É porque está atrás de alguma coisa Se você não quer nada Por que não vai embora? Eu Não Sei Fazer Música Titãs Eu não sei fazer música Mas eu faço Eu não sei cantar as músicas que faço Mas eu canto Eu não tenho certeza Mas eu acho Eu não sei o que falar Mas eu falo Ninguém sabe nada Ninguém sabe nada Ninguém sabe nada Ninguém sabe nada Você você você você você você Ninguém sabe nada Uma Coisa De Cada Vez Titãs Uma coisa de cada vez Tudo ao mesmo tempo agora SERÁ QUE É ISSO O QUE EU NECESSITO ? Quem é que precisa Tomar cuidado com o que diz? Quem é que precisa Tomar cuidado com o que faz? Será que é isso o que eu necessito? Será que é isso o que eu necessito? Ninguém fez nada, ninguém tem culpa Ninguém fez nada de mais, filha da puta! Quem aqui Não tem medo de passar ridículo? Quem aqui, como eu Tem a idade de Cristo quando morreu? Quem é que se importa Com o que os outros vão dizer? Quem é que se importa Com o que os outros vâo pensar? Será que é isso o que eu necessito? 5erá que é isso o que eu necessito? Nâo sei o que você quer, nem do que você gosta Nâo sei qual é o problema, qual é o problema seu bosta?! Quem aqui Não tem medo de se achar ridículo? Quem aqui, como eu Tem a idade de Cristo quando morreu? Nem Sempre se pode ser Deus Não é que eu me arrependi Eu tô com vontade de rir Não é que eu me sinto mal Eu posso fazer igual Nâo é que eu vou fazer igual Eu vou fazer pior Não é que eu vou fazer igual Eu vou fazer pior Nem sempre se pode ser Deus Nem sempre se pode ser Deus Por isso que estou gritando Por isso que estou gritando Por isso que estou gritando Por isso que estou gritando Não é que eu passei do limite Isso pra mim e normal Não é que eu me sinto bem Eu posso fazer igual Nâo é que eu vou fazer igual Eu vou fazer pior Não é que eu vou fazer igual Eu vou fazer pior Nem sempre se pode ser Deus Nem sempre se pode ser Deus Por isso que estou grìtando Por isso que estou gritando Por isso que estou gritando Por isso que estou gritando Disneylândia Filho de imigrantes russos casado na Argentina com uma pintora judia, casou-se pela segunda vez com uma princesa africana no México. Música hindú contrabandiada por ciganos poloneses faz sucesso no interior da Bolívia. Zebras africanas e cangurus australianos no zoológico de Londres. Múmias egípcias e artefatos íncas no museu de Nova York. Lanternas japonesas e chicletes americanos nos bazares coreanos de São Paulo. Imagens de um vulcão nas Filipinas passam na rede dc televisão em Moçambique. Armênios naturalizados no Chile procuram familiares na Etiópia, Casas pré-fabricadas canadenses feitas com madeira colombiana, Multinacionais japonesas instalam empresas em Hong-Kong e produzem com matéria prima brasileira para competir no mercado americano. Literatura grega adaptada para crianças chinesas da comunidade européia. Relógios suiços falsificados no Paraguay vendidos por camelôs no bairro mexicano de Los Angeles. Turista francesa fotografada semi-nua com o namorado árabe na baixada fluminense. Filmes italianos dublados em inglês com legendas em espanhol nos cinemas da Turquia. Pilhas americanas alimentam eletrodomésticos ingleses na Nova Guiné. Gasolina árabe alimenta automóveis americanos na África do Sul. Pizza italiana alimenta italianos na Itália. Crianças iraquianas fugidas da guerra não obtém visto no consulado americano do Egito para entrarem na Disneylândia. Hereditário A cada parto A cada luto A cada perda A cada lucro O sol que dura Só um dia A cada dia O sol diário Contra o que for hereditário. Em cada mira Em cada muro Em cada fresta Em cada furo O sol que nasce A cada dia A cada aniversário Contra o que for hereditário Estados Alterados da Mente Atitudes mecânicas Movimentos involuntários Estímulos elétricos, tempestades mentais Choques térmicos, crises de melancolia Choro compulsivo, riso histérico Choro compulsivo, riso histérico Choro compulsivo, riso histérico Choro compulsivo, riso histérico Euforia, vertigens Estados alterados da mente Devaneios, delírios, desvarios Estados alterados da mente Devaneios, delírios, desvarios Estados alterados da mente Agonizando Até o osso, até o fim Até o fundo, até o final Até rasgar, até bater Até furar, até fuder Até coalhar, até dissolver Até rachar, até amanhecer Até estrebuchar, até intumescer Até desmanchar, até enrrigecer Até zunir, até apagar Até dormir, até escurecer Até faltar ar, até doer Até esvaziar, até desfazer Até passar, até acabar Até mofar, até amortecer Até calcinar, até corroer Até vazar, até evanescer Ficar de costas, ficar de lado Deitar no chão, ficar acordado Ficar de pé, ficar sentado Tentar dormir, ficar acordado Ficar acordado Ficar acordado Até o dia seguinte ao próximo dia Até o próximo dia ao dia seguinte Até o dia seguinte ao próximo dia Até o próximo dia ao dia seguinte Até morrer, até morrer Até espumar, até ferver Até morrer, até morrer Até secar, até apodrecer Agonizando, agonizando Agonizando, agonizando Agonizando Agonizando De Olhos Fechados Eu não sei Eu não quero saber Eu não quero saber o que se passa na sua cabeça Eu não quero saber o que se passa na sua cabeça quando você está dançando De olhos fechados De olhos fechados Eu não penso Eu não fico pensando Eu não fico pensando no que se passa na sua cabeça Eu não fico pensando no que se passa na sua cabeça quando você está dançando De olhos fechados De olhos fechados Fazer o quê? Não quero água, eu quero sede Não quero cabeça, eu quero parede Não quero água, eu quero sede Não quero cabeça, eu quero parede Fazer o que, eu vou fazer o que Fazer o que, o que é que eu posso fazer? Fazer o que, eu vou fazer o que Fazer o que, o que é que eu posso fazer? Não é pior do que parece ser Não é pior do que parece ser Foda-se! Foda-se! A Verdadeira Mary Poppins Do que é que vocês estão rindo? O que é que vocês estão olhando? Do que é que vocês estão rindo? O que é que vocês estão falando? Eu sei que estou fedendo Eu sei que estou apodrecendo Eu sei que estou fedendo Eu sei que estou apodrecendo Eu sou o rei Salomão Eu sou John Kennedy Eu sou Raul Seixas Eu sou Jimi Hendrix Mesmo que ninguém escute Mesmo que ninguém ouça Mesmo que ninguém acredite No que sai da minha boca Eu sou o verdadeiro Bruce Lee Eu sou o verdadeiro Bob Marley Eu sou o verdadeiro Peter Sellers Eu sou a verdadeira Mary Poppins E eu sei que estou fedendo Eu sei que estou apodrecendo Eu sei que estou fedendo Eu sei que estou apodrecendo Eu sou o rei Salomão Eu sou John Kennedy Eu sou Raul Seixas Eu sou Jimi Hendrix Eu sou o verdadeiro Bruce Lee Eu sou o verdadeiro Bob Marley Eu sou o verdadeiro Peter Sellers Eu sou a verdadeira Mary Poppins Felizes são os peixes Tanto faz É igual Felizes são os peixes Felizes são os peixes Tanto faz, é igual Tanto faz, é igual Felizes são os peixes Felizes são os peixes Nada, nada, nada, nada Tempo pra gastar Tenho tempo pra gastar Tenho tempo pra passar a hora Tenho tempo pra desperdiçar Tenho tempo pra jogar fora Tempo de sobra pra levar O tempo que resta pra ir embora Tempo de sobra pra esperar O tempo que resta a partir de agora Eu realmente nâo sei Que horas são Eu realmente nâo sei Que horas são Tem lugar de sobra até aonde posso ver Tem espaço bastante pra se perder Tem lugar de sobra até aonde posso enxergar Tem espaço bastante pra ter que parar Tenho o dia inteiro pra andar Eu quero o dia todo pra andar sem direção Tenho quatro paredes pra derrubar Eu quero quatro paredes pra pôr no chão Eu realmente não sei em que mês estamos Eu realmente não sei qual é o dia do ano Eu realmente não quero saber Fu realmente náo quero saber Eu realmente não quero saber Eu realmente não quero saber Eu realmente não quero saber Eu realmente não quero saber Dissertaçâo do Papa sobre o crime seguido de orgia O assassinato é uma paixão como o jogo, o vinho, os rapazes e as mulheres, e jamais corrigida se a ela nos acostumar-mos. O crime é venerado e posto em uso por toda a terra. De um pólo o outro se imolam vidas humanas. Quase todos os selvagens da América matam os velhos se os encontram doentes. É uma obra de caridade por parte do filhos. Em Madagascar, todas as crianças nascidas às terças, quintas e sextas feiras são abandonadas aos animais ferozes. Constantino, imperador tâo severo e querido dos cristãos, assassinou o cunhado, os sobrinhos, a mulher e o filho. Nos mares do Sul, existe uma ilha em que as mulheres são mortas como criaturas inúteis ao mundo quando ultrapassam a idada de procriar. Em Capo Di Monte, se uma mulher dá à luz a duas crianças gêmeas marido logo esmaga uma delas. Quando Gengis Khan se apoderou da China mandou degolar à sua frente dois milhões de crianças. Os Quóias furam as costas das vítimas a pancadas de azagaia, em seguida cortam o corpo em quartos e obrigam a mulher do morto a comê-lo. Os Hurôes penduram um cadáver por cima do paciente, de maneira a que possa receber na cara toda a imundíce que escorre do corpo morto, atormentando assim o desgraçado até que ele expire. Os Irlandeses esmagavam as vítimas. Os Noruegueses perfuravam-Ihes o crânio. Os Gauleses partiam-Ihes a bacia. Os Celtas enfiavam-Ihes um sabre no esterno. Apuleio fala do tormento de uma mulher cujo pormenor é bem agradável, coseram-na com a cabeça de fora, dentro da barriga de um burro ao qual tinham sido arrancadas as entranhas. Deste modo foi exposta aos animais ferozes. Taxidermia Se eu estivesse embrulhado em papel alumínio Se eu tivesse o seu grupo sanguíneo Se eu estivesse embrulhado em papel alumínio Se eu tivesse o seu grupo sanguíneo Se eu tivesse seus olhos eu seria famoso Se eu tivesse seus olhos eu seria famoso Se eu tivesse seus olhos eu seria famoso Se eu tivesse seus olhos eu seria famosn Náo quero ser útil, quero ser utilizado Não quero ser útil, quero ser utilizado Inutilizado, inutilizado Inutilizado, inutilizado Em pedaços de plástico, em pedaços de acrílico Se eu tívesse seus olhos, se eu tivesse seus cílios Em pedaços de plástico, em pedaços de acrílico Se eu tivesse seus olhos, se eu tivesse seus cílios Se eu tivesse seus olhos eu seria famoso Se eu tivesse seus olhos eu seria famoso Se eu tivesse seus olhos eu seria famoso Se eu tivesse seus olhos eu seria famoso Náo quero ser útil, quero ser utilizado Não quero ser útil, quero ser utilizado Fossilizado, fossilizado Fossilizado, fossilizado Se eu tivesse sua cara, se eu tivesse seu gosto Se eu tivesse sua cor, se eu tivesse seu rosto Se eu tivesse sua cara, se eu tivesse seu gosto Se eu tivesse sua cor, se eu tivesse seu rosto Se eu tivesse seus olhos eu seria famoso Se eu tivesse seus olhos eu seria famoso Se eu tivesse seus olhos eu seria famoso Se eu tivesse seus olhos eu seria famoso Eu não aguento (Boneka/Cassio/Trambolho - Banda Tiroteio) Partipação especial de Sérgio Boneka Introdução: SANGUE LATINO (João Ricardo - Paulinho Mendonça) Eu não aguento, não aguento Eu não aguento, não aguento é de noite, é de dia mão na cabeça e documento Eu vou me embora para a Ilha, fazer a cabeça sob o Sol que irradia, queimando em ritual É na batida do reggae, com o cabelo trançado Eu tô livre na vida, o que é que há de erradoi com a noite que brilha, o que é que há de errado com a noite que brilha? Domingo (T.Belloto/S. Britto) Não sei o que fazer Não sei o que fazer Eu saio por aí Sem ter aonde ir Não é sete de setembro Nem dia de finados Não é sexta-feira santa Nem um outro feriado E antes que eu esqueça aonde estou Antes que eu esqueça aonde estou aonde estou com a cabeça? Tudo está fechado Tudo está fechado Domingo é sempre assim E quem não está acostumado? É dia de descanso Nem precisava tanto É dia de descanso Programa Silvio Santos E antes que eu confunda o domingo Antes que eu confunda o domingo O domingo com a segunda Domingo eu quero ver o domingo passar Domingo eu quero ver o domingo passar Domingo eu quero ver o domingo passar Domingo eu quero ver o domingo passar Até o proximo, até o proximo, até o proximo domingo Tudo o que Você quiser (B. Mello/C. Gavin/S. Britto) Pode escolher Pode escolher por mim Pode resolver Pode resolver por mim O que fazer O que falar e quando ouvir O que dizer Com quem andar e aonde ir Pode responder Pode responder por mim Pode decidir Pode decidir por mim O que fazer O que falar e quando ouvir O que dizer Com quem andar e aonde ir Tudo o que você quiser, tudo o que você disser Tudo o que você quiser Tudo o que você quiser, tudo o que você disser Tudo o que você quiser Rock Americano (Mauro e Quitéria) - Adaptação - S.Britto Eu vim lá de Parise Eu vim lá de Parise Eu sou Riouropeu Mas é na Califórnia Eu sou Riouropeu Mas era Americano Ou Panamericano Eu vim da Califórnia Mas é na Casa Branca Eu falo era em Latino Eu vim do continente Falando italiano Mas era em Francesi Falava japonês Falava mais englesi Falava era Francês Mais outro número......... Eu não sou bola de bilhare Mas era o sinucão Mais outro número......... É noite de blecau É noite de blecau Tudo em Dia (A.Antunes/B.Mello/S.Britto) Vou comprar uma casa, vou ganhar dinheiro Vou pensar no futuro, vou fazer um seguro Vou ganhar o pão nosso de cada dia Vou por tudo o que tenho na garantia Vou ter conta no banco, vou trabalhar no escritório Vou tomar um chope, vou tomar sorvete Vou tomar remédio, que maravilha Vou casar e constituir família Vou andar de táxi, vou deixar o troco Vou pagar os impostos, vou por os filhos na escola Vou ser respeitado, vou engraxar o sapato Vou botar o chinelo, vou sentar na poltrona Vou jantar na melhor churrascaria Vou pedalar domingo na ciclovia Vou ter conta na mercearia Vou gozar a aposentadoria Vou ter CIC, eleitor, reservista, RG Automóvel, TV Crediário, poupança, carnê Tudo em dia, tudo em dia Tudo em dia, tudo em dia Vámonos (S.Britto) A nosotros nos tratan como mierda de cerdo (putas y gorgos-sangre podrida) Y nos usan pa limpiar el culo Hijos de perra, rockeros maricones! No les gusta mi color No les gusta mi color No les gusta como hablo No les gusta como hablo Vamos, vamos, vamonós Vamos, vamos, vamonós No entienden lo que digo No me quieren entender No entienden lo que digo No me quieren entender Vamos, vamos, vamonós Vamos, vamos, vamonós Adios-me voy Adios-me voy Hasta donde vamos, hacia donde vamos No lo se, no lo se Hasta donde vamos, hacia donde vamos No lo se, no lo se Vamos, vamos, vamonós Vamos, vamos, vamonós Si nos tratan como putas Si nos tratan como perros Vamos, vamos, vamonós Vamos, vamos, vamonós Eu não vou dizer nada (Além do que estou dizendo) (S.Britto/P.Miklos/C.Gavin/T.Belloto/M.Fromer/N.Reis) Eu não vou falar de amor E nem vou falar do tempo Eu não vou dizer nada Além do que estou dizendo Eu não vou dizer O que realmente penso Até mesmo porque Não tenho nada a dizer Eu não vou dizer O que realmente sinto Até mesmo porque Não é o que eu quero fazer Eu não vou falar de culpa E nem de arrependimento Mas só do que eu digo agora E aqui neste momento Eu não vou falar De novo o que eu falei Eu não vou falar De mim nem de ninguém Eu não vou falar De coisas que eu não sei E nem vou falar Do que eu conheco bem Eu não vou contar uma história E nem vou dar explicação Eu não vou falar de flores E nem da televisão Eu não vou falar de nada Eu não vou falar de nada E isso é só o que basta Pra fazer esta canção O Caroço da Cabeça Nando Reis/Marcelo Fromer/Herbert Vianna Pra ver os olhos vão de bicicleta até enxergar Pra ouvir as orelhas dão os talheres de escutar Pra dizer os lábios são duas almofadas de falar Pra sentir as narinas não viram chaminés sem respirar Pra ir as pernas estão no automóvel sem andar E o que é que estão fazendo as crianças Dentro do colégio? Já que o sol está brilhando como nunca Do lado de fora da sala de aula E há uma única pétala vermelha na haste dessa Rosa que continua bela, gritando... E os ossos serão nossas sementes sob o chão E dos ossos as novas sementes que virão Ridi Pagliaccio Toni Bellotto/Branco Mello/Sérgio Britto Ridi pagliaccio Ridi di che? Ridi paglicaciio Ridi de me Ridi - Non c'é diferenza Ridi - A me non me importa Ridi - Co munque é lo stesso Ridi - Ridi di piu, ridi di piu Non mifrega el tuo rispetto Di te sono lontano Non voglio la tua testa Non prendo la tua mano É meglio che sia cosi Ridi di piu, ridi di piu Figurati Qualquer Negócio Sérgio Britto/Paulo Miklos/Charles Gavin/Toni Bellotto/Branco Mello/Marcelo Fromer Está ao alcance das mãos - experimente Como é antigo o passado recente Dentro de mais alguns instantes De novo tudo igual ao que era antes Sem conservante, cem por cento natural Cada um é se próprio animal Troque a armação e leve grátis as lentes O que os olhos não vêem o coração não sente O sexo do homem que é mulher Até mesmo o que você não quer O Espírito Santo está na sua tevê O pior cego é aquele que não quer ver Compra-se tudo, tudo se vende É conversando que a gente se entende Você pode ser a namorada do Brasil De novo pra você o que você nunca viu E antes de ir, doe aqui o seu coração Guarde o que tem agora para a próxima encarnação Morreram Sérgio de Britto Álvares Afonso e Charles de Souza Gavin Desaparecido Paulo Roberto de Souza Miklos, desde sábado de manhã Dentro de mais alguns segundos Pra você, agora sim, um novo mundo A estátua da Nossa Senhora que chora Estamos abertos vinte e quatro horas Para crianças, jovens e adultos A nossa mais nova linha de produtos Os cavaleiros do Zodíaco estão aqui O sorriso do homem que não sorri Divirta-se, você é o que você come Aqui é o paraíso para mulheres e homens E antes que mais um dia acabe De novo pra você tudo como já se sabe Dinheiro é bom, dinheiro é bom até assim Ainda é muito bom, mesmo quando é ruim Se você não provou, um dia ainda vai provar É fácil dizer, difícil é acreditar E quem é que quer ver as coisas como realmente são? Sempre tem alguma farmácia que fica aberta de plantão Internados Joaquim Claudio Corrêia de Mello Júnior e José Fernando Gomes dos Reis Detidos Antonio Carlos Liberalli Bellotto e Marcelo Fromer, desde o último dia seis Libertado Arnaldo Augusto Nora Antunes Filho, poeta e compositor Que havia sido sequestrado ao sair de um baile funk no Morro Chapéu Mangueira na Zona Sul no Rio de Janeiro Brasileiro Branco Mello/Charles Gavin/Sérgio Britto/Toni Bellotto Sonhe com os anjos Pague seus pecados Conte com a sorte Jogue nos cavalos Fale português Troque de canal Peça de joelhos Pule o carnaval Brasileiro Brasileiro Faça sua cabeça Venda ao ferro velho Confie em mais ninguém Leia o evangelho Cuide dos seus dentes Jogue futebol Queime sua pele Debaixo do sol Brasileiro Brasileiro Um Copo de Pinga Folclore Popular/Sérgio Britto Na segunda eu planto a cana Na terça amanhece nascendo Na quarta eu colho a cana Na quinta eu faço o engenho Na sexta eu faço a pinga No sábado eu amanheço bebendo No domingo minha mãe disse meu filho pára de beber Essa sina eu vou cumprir até morrer Da garrafa eu faço a vela Da prateleira eu faço o caixão Eu quero é que me enterrem com um copo de pinga na mão Eu quero é que me enterrem com um copo de pinga na mão Turnê Charles Gavin/Sérgio Britto/Branco Mello/Nando Reis Vôo quatro, cinco, sete Galeão, Guarulhos Vôo sete, meia, cinco Confins, Dois de Julho Dia treze de setembro Ao meio dia e meia Dia quinze de agosto Às quinze para as oito Não sei quando nem aonde Não sei como nem porque Não sei quando nem aonde Não sei, não quero saber Um dia cospem na minha cara Um dia beijam o meu pé Meia hora pra comer Qualquer coisa, o que tiver Um dia cospem na minha cara Um dia beijam minha mão Meia hora pra dormir Isso é tudo que me dão Vitória, Maceió São José dos Campos Goiânia, Cuiabá Juiz de Fora, Santos Quarto dois, zero, meia Quilômetro vinte e três Quarto nove, zero, sete Quilômetro vinte e seis Não sei de onde estou vindo Não sei pra onde estou indo Uns Iguais os Outros Charles Gavin/Sérgio Britto Os homens são todos iguais Os homens são todos iguais Ingleses, indianos Africanos contra africanos Aos humildes o reino dos céus Ao povo alemão e ao de Israel Putas, ladrões e aidéticos Católicos e evangélicos Todos os homens são iguais Brancos, pretos e orientais Todos são filhos de Deus Os pretos são os judeus Cristãos e protestantes Kaiowas contra xavantes Árabes, turcos e iraquianos São iguais aos seres humanos São uns iguais aos outros, são uns iguais aos outros São uns iguais aos outros, são uns iguais aos outros Americanos contra latinos Já nascem mortos os nordestinos Os retirantes e os jagunços O sertão é do tamanho do mundo Dessa vida nada se leva Nesse mundo se ajoelha e se reza Não importa que língua se fala Aquilo que une é o que separa Não julgue para não ser julgado Os pobres são pobres-coitados São todos iguais no fundo, no fundo As mulheres são os pretos do mundo Tanto faz que cor que se herda Seja feita a tua vontade no céu como na terra Gays, lésbicas-homossexuais Todos os homens são iguais São uns iguais aos outros, são uns iguais aos outros São uns iguais aos outros, são uns iguais aos outros Os homens são todos iguais Os homens são todos iguais Os retirantes e os jagunços O sertão é do tamanho do mundo Aos humildes o reino dos céus Ao povo alemão e ao de Israel Não importa que língua se fala Aquilo que une é o que separa Todos os homens são iguais Brancos, pretos e orientais São todos iguais no fundo, no fundo As mulheres são os pretos do mundo Cristãos e protestantes Kaiowas contra xavantes Gays, lésbicas-homossexuais Todos os homens são iguais São uns iguais aos outros, são uns iguais aos outros São uns iguais aos outros, são uns iguais aos outros Pela Paz (P.Miklos/S.Britto/B.Mello/C.Gavin/N.Reis) Você espera sempre mais Você não se conforma Você não se satisfaz Todo mundo diz acreditar na paz E você acredita ou não E então O que você faz pela paz O que você faz pela paz O que você faz... Todos são capazes da guerra Mas ninguém luta por você Você ainda esta sozinho Ninguém acredita em ninguém E você acredita ou não E então O que você faz pela paz O que você faz pela paz O que você faz... Go Back Sérgio Britto e Torquato Neto * Trecho do poema "Farewell Y Sollosos" de Pablo Neruda Versão Martin Cardoso Aun que me llames Aun que vayamos al cine Aun que reclames Aun que ese amor no camine Aun que eran planes y hoy yo lo siento Si casi nada quedo Fue solo un cuento Fue nostra historia de amor Y no te voy a decir si fue lo mejor Pues Solo quiero saber lo que puede dar cierto No tiengo tempo a perder * Ya no se encantaram mis ojos em tu ojos. Ya no se endulzara junto a ti mi dolor Pero hacia donde vaya llevaré tu mirada Y hacia donde camines llevarás mi dolor Fui tuyo, fueste mia. Que más? Juntos hicimos Un recodo en la ruta donde el amor paso Fui tuyo, fuiste mia. Tu serás del que te amo. Del que corte en tu hearto lo que hae sembrado yo Yo me voy. Estoy triste. Pero siempre estoy triste. Vengo desde tus brazos. No se hacia donde voy. ... Desde tu corazon me dice adios un niño y yo le digo adios Go Back em Titãs Os Cegos do Castelos Nando Reis Eu não quero mais mentir Usar espinhos que só trazem dor Eu não enxergo mais o inferno Que me atraiu Dos cegos do castelo me despeço e vou A pé até encontrar Um caminho O lugar Pro que eu sou Eu não quero mais dormir De olhos abertos me esquenta o sol Eu nao espero que um revólver venha explodir Na minha testa se anunciou A pé a fé devagar Foge o destino do azar que restou E se você puder me olhar E se você quiser me achar Se você trouxer o seu lar Eu vou cuidar Eu cuidarei dele Eu vou cuidar Do seu jardim Eu vou cuidar Eu cuidarei muito bem dele Eu vou cuidar Eu cuidarei do seu jantar Do céu e do mar E de você e de mim Nem 5 minutos guardados Sérgio Britto / Marcelo Fromer Teus olhos querem me levar Eu só quero que você me leve Eu ouço as estrelas conspirando contra mim Eu sei que as plantas me vigiam do jardim as luzes querem me ofuscar eu só quero que essa luz me cegue nem cinco minutos guardados dentro de cada cigarro não há pára-brisa pra limpar, nem vidros no teu carro o meu corpo não quer descansar não há guarda-chuva contra o amor o teu perfume quer me envenenar minha mente gira como um ventilador a chama do teu isqueiro quer incendiar a cidade teus pés vão girando igual aos da porta estandarte tanto faz qual é a cor da sua blusa tanto faz a roupa que você usa faça calor ou faça frio é sempre carnaval no Brail Eu estou no meio da rua Você está com medo de tudo O teu relógio quer acelerar quer apressar os meus passos não há pára-raio contra o que vem de baixo tanto faz qual é a cor da sua blusa tanto faz a roupa que você usa faça calor ou faça frio é sempre carnaval no Brasil A Melhor Forma Sérgio Britto / Paulo Miklos / Branco Mello A melhor forma de esquecer é dar tempo ao tempo a melhor forma de curar o vício é no início a melhor forma de escolher é provar o gosto a melhor forma de chorar é cobrindo o rosto evitar as rugas é não olhar no espelho esvaziar o revólver é puxar o gatilho a melhor forma de esconder as lágrimas é na escuridão a melhor forma de enxergar no escuro é com as mãos as idéias estão no chão você tropeça e acha a solução Acabar com a dor é tomar um analgésico matar a saudade é não olhar pra trás a melhor forma de manter-se jovem é esconder a idade a melhor forma de fugir é a toda velocidade as idéias estão no chão você tropeça e acha a solução Não vou Lutar Paulo Miklos / Sérgio Britto Não vou lutar contra o que eu sinto Vou me entregar como um soldado cansado e faminto Não vou lutar contra o que eu sinto Porque a verdade explode cada vez que eu minto não posso mais viver em conflito não vou negar o que é tão claro Vou me entregar em tudo que eu faço, em tudo que eu falo Não vou negar o que é tão claro Porque a verdade explode mesmo quando eu me calo não posso mais viver sem estar ao seu lado Não vou lutar contra o que eu sinto Não vou lutar contra o que eu sinto A verdade explode cada vez que eu minto não posso mais viver em conflito Não vou lutar contra o que eu sinto Não vou lutar contra o que eu sinto Querem meu Sangue / The Harder they come Jimmy Cliff. versão: Nando Reis Voz solo: Nando Reis e Jimmy Cliff Dizem que guardam um bom lugar pra mim no céu Logo que eu for pro beleléu A minha vida só eu sei como guiar Pois ninguém vai me ouvir se eu chorar Mas enquanto o sol puder arder Não vou querer meus olhos escurecer Pois se eles querem meu sangue Verão o meu sangue só no fim E se eles querem meu corpo Só se eu estiver morto. só assim. Well the oppressors are trying to keep me down Trying to make me fell like a clown And they think that they have got the battle won I say forgive them Lord they know not what they've done Causa as sure as the sun will shine I'm gonna get my share now. what's mine And then the harder they come The harder they fall one and all The harder they come The harder they fall one and all And I'll keep on fighting for the things I want Cause I know that when you're dead you can't But I'd rather be a free man in my grave Than living as a puppet or a slave So as sure as the sun will shine I'm gonna get my share now. what's mine And then the harder they come The harder they fall one and all The harder they come The harder they fall one and all Querem Meu Sangue em Titãs