O que você
saber sobre Vírus de Computador
Vírus são programas como outros quaisquer, com a diferença de que
foram escritos com o único objetivo de atormentar a vida do
usuário.
Para "pegar" um
vírus, você deve obrigatoriamente ou executar um programa
infectado ou acessar um disquete que tenha um vírus escondido. Não
há outra forma de contaminação. Por isto, é impossível pegar vírus
através de e-mail, por exemplo. Mesmo que você tenha um programa
infectado, caso você não o execute, o vírus não irá contaminar o
seu micro.
Na verdade, o micro
não "pega" vírus nem "fica" com vírus. Os vírus ficam alojados
secretamente dentro de programas ou da área de boot de disquetes
ou do disco rígido. Por este motivo, é impossível que você compre
alguma peça de computador "com vírus"; eles necessitam estar
armazenados em algum lugar, normalmente disquetes e discos
rígidos. Como são programas, com o micro desligado os vírus não
podem fazer nada, mesmo que o micro esteja infectado.
Como
funcionam
Ao executar um programa infectado ou acessar um disquete
contaminado, o vírus passa para a memória (RAM) do micro. Estando
residente em memória, ele passará a interceptar todas as rotinas
de acesso a arquivo e disco do sistema operacional; sempre que um
novo arquivo for acessado, o vírus adicionará uma cópia de si
próprio neste arquivo (caso o vírus seja um "vírus de arquivo").
Outro tipo de vírus, conhecido como "vírus de boot" não se esconde
em arquivos, mas no setor de boot de disquetes e de discos
rígidos. Esse tipo de vírus grava uma cópia de si próprio em todos
os disquetes que forem inseridos no drive. Essa é a "fase de
contaminação", onde o vírus tenta se espalhar o máximo possível.
Repare que o vírus
estará ativo a partir do momento em que está carregado em memória
(RAM). No caso de vírus de arquivo, eles tratam de infectar logo o
arquivo COMMAND.COM, que é um dos primeiros arquivos a serem
carregados pelo sistema operacional. Como o COMMAND.COM é sempre
carregado, o vírus sempre estará em memória. No caso de vírus de
boot, o vírus é carregado antes do sistema operacional, pois há
uma modificação na rotina de boot do disquete ou do disco rígido.
Por este motivo, não
adianta nada executar um programa antivírus a partir de um micro
infectado. Caso você "rode" o antivírus, o mais provável de
ocorrer é o próprio vírus contaminá-lo, pois ele estará carregado
em memória. Ou então, irá acontecer de você retirar o vírus e ele
novamente contaminar arquivos ou o setor de boot, uma vez que ele
ainda estará presente na memória (RAM).
Desta forma, para
executar um programa antivírus, você deverá preparar um disquete
de boot (com o comando FORMAT A:/S) e copiar o antivírus para este
disquete. É claro que este procedimento deverá ser executado em um
micro "limpo", sem vírus. Depois, basta dar um boot com o disquete
antivírus que você preparou, ou seja inserir o disquete no drive e
ligar o micro. Não se esqueça de alterar a seqüência de boot no
setup. Para isto, pressione a tecla [DEL] durante a contagem de
memória; altere a opção "boot sequence" de "C,A" para "A,C", no
menu "advanced setup". Saia do setup gravando as alterações
feitas.
Outro caso muito comum é o do usuário leigo que fica reclamando
"este vírus é danado mesmo; já reformatei o disco rígido mais de 5
vezes e ele continua lá!" Primeiro que a formatação do disco
rígido só é recomendada em último caso - quando o antivírus
realmente não consegue retirar o vírus do disco rígido. Em segundo
lugar, se você precisar reformatar o disco rígido, deverá fazê-lo
dando um boot com um disquete "limpo", preparado em um micro
não-infectado. Caso você tente formatar o disco rígido dando boot
por ele mesmo, o vírus irá ser carregado em memória (RAM) e, logo
após você ter acabado de formatar o disco, o vírus irá
imediatamente se copiar para lá...
Os vírus ficam nesta fase de contaminação até entrarem em
atividade. Há várias maneiras do vírus entrar em atividade, a mais
divulgada pela mídia é através de uma data específica. O vírus
Michelangelo, por exemplo, entra em atividade no dia 6 de março,
quando, então, destrói dados do disco rígido.
Quando o vírus entra
em atividade várias coisas podem ocorrer. Em geral o micro "fica
maluco", com um comportamento totalmente anormal - o micro fica
apresentando muitas mensagens de erro e "travando" constantemente.
Alguns tipos de vírus destróem dados e outros simplesmente
apresentam mensagens pacíficas.
Podemos classificar os vírus de acordo com o método utilizado para
se carregarem em memória. Há basicamente dois métodos: alterando o
setor de boot do disco ou adicionando seu código a arquivos
executáveis.
Vírus de
boot
Os vírus de boot
alteram o setor de boot de todos os discos que encontrarem a
partir do momento em que estiverem carregados em memória (RAM).
Isto faz com que o vírus seja carregado automaticamente para a
memória antes mesmo do sistema operacional toda a vez em que for
dado um boot com um disco contaminado.
A seqüência de boot
de um disco com MS-DOS é a seguinte: BIOS, Setor de boot, Sistema
operacional (MSDOS.SYS e IO.SYS), COMMAND.COM, Config.sys,
Autoexec.bat.
Após a execução do POST (Power On Self
Test, aquele autoteste que há sempre em que ligamos o micro), o BIOS
do computador carrega em memória (RAM) o setor de boot do disco de
boot, que pode ser o disco rígido ou um disquete, dependendo do que o
usuário optar. No setor de boot há um pequeno programa, chamado
bootstrap, responsável por carregar o sistema operacional em memória.
O vírus, quando contamina um disco, altera o código do bootstrap, de
modo que ele passe a carregar o vírus antes do sistema operacional.
Portanto, em um disco infectado por um vírus de boot, a seqüência de
boot seria alterada da seguinte forma:
BIOS, Setor de boot (infectado,
bootstrap alterado), Vírus de boot, Sistema operacional (MSDOS.SYS e
IO.SYS), COMMAND.COM, Config.sys, Autoexec.bat.
Como o código do bootstrap é sempre o
mesmo para todos os micros que possuam MS-DOS ou Windows 95, um
programa antivírus é capaz de identificar rapidamente se um micro
possui ou não um vírus de boot, comparando o código bootstrap
existente no disco com o código do bootstap padrão. Se eles forem
diferentes, há um vírus de boot no disco. Isto dá a possibilidade,
inclusive, do programa antivírus identificar um vírus de boot
desconhecido.
A remoção de um vírus de boot
geralmente é muito simples. Se copiarmos um setor de boot padrão por
cima de um setor de boot contaminado, iremos desabilitar o
carregamento do vírus de boot. Isto é feito facilmente através do
comando FDISK /MBR. É claro que este procedimento deve ser feito
dando-se um boot com um disquete "limpo", pois caso o vírus esteja
residente em memória (RAM), ele contaminará novamente o setor de boot
do disco rígido logo após você ter limpado o setor de boot.
Alguns exemplos de vírus de boot:
Michelangelo, Stoned, Ping-Pong, Leandro & Kelly, AntiEXE, etc.
Vírus de
arquivo
Os vírus de arquivo ficam armazenados "dentro" de arquivos executáveis
- geralmente os arquivos com extensão EXE ou COM. Eles alteram o
arquivo original de forma que sejam carregados para a memória (RAM)
antes do arquivo original. Uma vez na memória, o vírus contamina todos
os arquivos executáveis que forem chamados a partir de então.
O arquivo preferido dos vírus é o
COMMAND.COM, que é sempre executado. Com o COMMAND.COM infectado,
todos os programas que forem executados após o "contágio" serão
automaticamente infectados pelo vírus, que tratará de copiar para cada
arquivo uma cópia de seu próprio código.
Caso você "rode" um arquivo
executável infectado em um micro "limpo", isto fará com que o micro
seja igualmente "infectado": muito provavelmente o vírus procurará o
COMMAND.COM do micro "limpo" para lá armazenar uma cópia de seu
código.
Importante notar que os vírus de
arquivo são carregados para a memória (RAM) somente após você ter
executado um arquivo contaminado. Se você possuir um arquivo
contaminado porém não o executar, ele não terá como infectar o micro
nem como destruir dados, já que o vírus não terá como passar para a
memória (RAM).
A seguir ilustramos o funcionamento de um vírus de arquivo chamado
Barrotes. Este vírus possui 1.310 bytes de código. O arquivo COMMAND.COM
do MS-DOS possui 54.619 bytes (este tamanho varia conforme a versão
utilizada). O arquivo, quando infectado, "engordou" 1.310 bytes,
passando a ter 55.929 bytes.
COMMAND.COM (54.619 bytes)
Vírus Barrotes (1.310 bytes)
Total: Arquivo com 55.929 bytes
Alguns programas antivírus (como o CPAV e o MSAV) criam uma lista (checklist)
dos arquivos executáveis e de seus tamanhos.
Caso um arquivo executável aumente
misteriosamente de tamanho, o programa antivírus alerta ao usuário a
possibilidade do arquivo estar infectado por um vírus desconhecido.
É claro que os criadores de vírus conseguiram burlar este "problema".
Em geral, os vírus mais recentes, quando estão em memória (RAM),
forçam o sistema operacional a indicar o antigo tamanho do arquivo e
não o tamanho com que ele ficou após estar infectado.
Vírus de arquivo só podem ser
removidos através de programas antivírus. O programa antivírus possui
um banco de dados contendo o código de vários vírus. Ele compara todos
os arquivos do disco rígido (ou disquete) com este banco de dados, na
procura por vírus. Encontrando, este mesmo banco de dados aponta como
desinfectar o arquivo contaminado.
Como, em geral, o vírus apenas "cola" o seu código ao arquivo
executável, a remoção do vírus é possível sem "estragar" o arquivo
infectado.
Entretanto, há certos tipos de vírus que sobrepõem parte do código do
arquivo executável, destruindo automaticamente parte do arquivo ao
infectá-lo. Com isto, a remoção do vírus torna-se impossível, pois o
arquivo original não poderá ser recuperado. Contudo, o antivírus é
capaz de apontar os arquivos infectados por vírus deste tipo e
recomendar que eles sejam apagados. Este é o caso do vírus Freddy
Kruegger, por exemplo.
Existem milhares de vírus de arquivo. Alguns dos mais conhecidos são o
Atenas (Trojector) e o Natas, além dos já citados na coluna de hoje.
Vírus de Macro
Dissemos que os
vírus são ativados somente quando executamos algum programa
infectado. Graças à uma falha de segurança do processador de
textos Word, é possível fazer com que vírus sejam escritos na
linguagem de programação do Word - Word Basic -, que é utilizada
na criação e execução de macros.
Macros são pequenas
rotinas com a finalidade de executar processos pré-estabelecidos
muito utilizados. Podem ser utilizados através da opção "Macro"
existente no menu "Ferramentas" do Word.
No caso do vírus de
macro, eles gostam de bagunçar com o processador de textos, como
por exemplo, trocar opções e comandos, bagunçar a impressão, enfim
fazer com que o seu Word tenha um comportamento anormal.
É claro que os vírus
de macro atacam exclusivamente o processador de textos. Além
disto, este é o único tipo de vírus capaz de se alastrar
utilizando um arquivo de dados como meio de propagação.
Um dos grandes
problemas do vírus de macro é que ele é multiplataforma, ou seja,
roda em qualquer sistema operacional, seja Windows, Windows 95,
OS/2 ou Mac/Os, pois o vírus é escrito baseado na linguagem de
programação do Word.
Aliás, o grande
problema hoje em dia é em relação à este tipo de vírus. A maioria
dos usuários sabe do perigo que os vírus representam. Daí, quase
todo mundo tem um programa antivírus. Entretanto, programas
antivírus mais antigos dificilmente irão detectar vírus de macro.
Somente as versões mais novas dos programas antivírus detectam com
precisão este tipo de vírus.
Este tipo de vírus alastra-se em proporções assustadoras e a
contaminação é facílima. Basta você abrir qualquer documento
infectado para que o vírus infecte o modelo global NORMAL.DOT,
responsável pela configuração do Word. Como o NORMAL.DOT é sempre
carregado, qualquer arquivo que você crie ou abra depois do
"contágio" estarão contaminados também.
Como este é um tipo
de vírus muito novo, a maioria dos usuários se esquece de passar
um programa antivírus em disquetes contendo arquivos DOC
emprestados por colegas ou disponíveis no trabalho. Até mesmo pela
Internet é muito fácil pegar este tipo de vírus. Basta que alguém
lhe envie um arquivo "DOC" infectado anexado a um e-mail (em "attach").
Aliás, já que
tocamos no assunto, é impossível que um e-mail contenha um vírus,
somente o arquivo anexado a este, ok? São totalmente falsas as
afirmações de que existem certas mensagens de e-mail que
"estragam" o computador quando abertas, pois contém
"perigosíssimos" vírus. Mensagens divulgando fatos falsos como
este são chamadas "spam" e são altamente condenadas pela
"etiqueta" da Internet.
Antivírus
Contra vírus usamos
programas antivírus, é claro. Acontece que devemos ter muito
cuidado quando usamos um programa deste tipo. O antivírus deve ser
o mais recente possível, de forma a detectar vírus mais novos.
Além disto, o programa deve ser recente o bastante para reconhecer
e eliminar vírus de macro, como vimos na semana passada. Todos os
antivírus mais novos eliminam vírus de macro.
O maior cuidado que
devemos ter é em relação à descontaminação. Alguns vírus (como o
AntiEXE, por exemplo) "tapeiam" o antivírus. Caso você execute o
antivírus com o vírus na memória, o programa acusa que não há
nenhum vírus em seu micro! Além disto, caso você execute um
programa antivírus diretamente do disco rígido de um micro com
vírus, o mais provável de ocorrer é o próprio antivírus ser
contaminado!
Por isso, você
deverá utilizar o antivírus através de um disquete "limpo" (descontaminado).
Vejamos
passo-a-passo como proceder.
* Prepare um
disquete de boot "limpo" em um micro que você tenha certeza
absoluta que não há vírus. Utilize o comando FORMAT A:/S para esta
operação.
* Em seguida,
copie o programa antivírus para o disquete. Caso o programa não caiba
inteiro no disquete, elimine arquivos desnecessários para a sua
execução, como arquivos ZIP, arquivos com extensão DOC e TXT e
arquivos do tipo READ.ME.
* Crie um Autoexec.bat no disquete para que o programa antivírus
seja executado automaticamente. Isto pode ser feito com o comando EDIT
A:\Autoexec.bat. Basta você colocar no Autoexec.bat o comando
necessário para executar o antivírus. No caso do F-Prot, bastaria
colocar a linha "f-prot".
O seu disquete "caça-vírus" está criado. Quando você quiser
executá-lo, basta inseri-lo no drive e ligar o micro (ou dar um "reset").
Você deverá verificar se o micro está com o boot habilitado pelo drive
A de modo que você possa utilizar o seu disquete. Isto pode ser feito
entrando-se no setup do micro (basta ficar pressionando a tecla [DEL]
durante a contagem de memória), alterando a opção "Boot Sequence"
(presente em "Advanced Setup") para "A,C".
Existem ótimos antivírus
freeware de graça na Internet.
Vírus: dúvidas
mais comuns
Como eu pego um
vírus?
Através de um disquete ou arquivo
contaminado ou ainda através de documentos do Word e do Excel, no caso
de vírus de macro. Por este motivo é muito importante que você passe
um antivírus em todos os disquetes que você trouxer do trabalho, do
curso ou for emprestado por amigos, por mais inocentes que os
disquetes possam parecer.
Um vírus pode
"destruir" o meu computador?
Literalmente falando, não. O máximo
que os vírus fazem é destruir dados ou corromper programas. O seu
hardware (ou seja, as peças do seu micro) não tem como ser "destruído"
ou "queimado" por um vírus. Por este motivo, nunca deixe de fazer
cópias de segurança (backup) de seus arquivos de dados.
Posso pegar um
vírus pela Internet?
Sim, pode. Mas é importante lembrar
que você precisa executar o vírus. O fato de baixar um arquivo ou
abrir o seu correio eletrônico (e-mail) não faz com que um vírus seja
ativado. Em outras palavras, você obrigatoriamente precisa "rodar" um
arquivo que esteja contaminado, ou então abrir um documento infectado
por um vírus de macro no Word para que o vírus seja ativado.
Existem vírus de e-mail?
E estas mensagens de alerta que de vez em quando recebo avisando sobre
um novo vírus de e-mail?
Não existem vírus de e-mail.
Mensagens contendo alertas sobre novos vírus que são pegos via e-mail
são completamente falsas. Trata-se de spam, circular uma notícia falsa
pela Internet. Quando você receber uma mensagem deste tipo, responda a
quem te enviou para parar e alerte-o que trata-se de uma notícia
falsa. Através de e-mail você pode pegar vírus através de arquivos
anexados (attach). Entretanto o vírus estará no arquivo e não no
e-mail. Este procedimento equivale a um disquete emprestado por um
amigo: o arquivo pode ou não estar contaminado.
Eu posso pegar vírus através de
fotos (arquivos GIF e JPG) que eu pegue na Internet ou através de
algum amigo?
Não. Os vírus se propagam somente
através de arquivos executáveis (extensões EXE, COM, SYS, DLL, etc).
Como imagens são arquivos de dados e não de programas, nunca serão
executados e, por isto, não há sentido um vírus se propagar em um
arquivo deste tipo. O único tipo de vírus que contamina arquivos de
dados é o vírus de macro, que se alastra através de arquivos do Word
ou do Excel.
Quais são os sintomas típicos de
um micro infectado?
Os vírus possuem duas fases: a de
contaminação e a de ataque. Em geral, quando chegam à fase de ataque,
você logo perceberá que o seu micro está infectado, pois os vírus, em
geral, avisam que estão realizando um "estrago" (algo como "ha ha ha!
Você pegou o vírus xpto e agora estou apagando todos os dados de seu
disco rígido!"). Na fase de contaminação, geralmente o micro fica mais
lento e apresentando problemas aleatórios, tais como travamentos e
alterações no comportamento normal do micro. Em relação aos vírus de
macro, eles são ativados imediatamente após a contaminação de Word. Em
geral, o Word fica com um comportamento anormal, trocando opções e
comandos.
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