Usando o Samba Swat
O Samba pode ser configurado através do Swat, um utilitário de
configuração via Web,
semelhante ao encontrado em alguns roteadores. Para acessa-lo basta
abrir o Konqueror ou
outro Browser disponível e acessar o endereço
http://localhost:901 basta fornecer a senha
de root para acessar.
A maioria das distribuições não instala o Swat por default (a menos que
você tenha feito uma
instalação completa). Você precisa antes de tudo instalar o pacote e
depois ativar o serviço.
Procure pelo pacote "samba-swat" nos CDs da distribuição e instale-o
usando o comando
"rpm -ivh pacote.rpm". Caso você esteja
utilizando o Mandrake você pode utilizar ainda o
comando "urpmi samba-swat", sempre como root. No Slackware use o pkgtool.
Você pode
ainda instalar usando os gerenciadores de software disponíveis no
Mandrake. Red Hat, SuSe,
etc.
Uma vez instalado, ative o serviço com o comando:
# service swat start
Você também pode ativar o ativar o serviço "swat", através do ntsysv
(basta digitar o
comando logado num terminal, como root), do Mandrake Control Center ou
do Linuxconf.
Configurando
Antes de mais nada você deverá criar logins para todos os usuários que
forem acessar o
servidor. Você pode fazer isso através do kuser.
Os logins e senhas devem ser os mesmos que os
usuários irão utilizar para se logar no
Windows. Um detalhe importante é que na configuração de rede das
máquinas Windows
(Painel de controle > Redes) você deve marcar a opção de login como "Login
do Windows" e
não como "Cliente para redes Microsoft" que é o default. Você também
pode gerenciar os
usuários através do linuxconf (no caso do Conectiva e Red Hat).
Falta agora apenas configurar o Samba para se integrar à rede e
compartilhar as pastas
desejadas, trabalho facilitado pelo Swat.
Ao abrir o Swat você verá um menu como o do screenshot abaixo, com
vários links para a
documentação disponível sobre o Samba, que você pode consultar para se
aprofundar no
sistema. Na parte de cima estão os links para as sessões da
configuração, que é o que nos
interessa:

Acesse
primeiro a seção Password, onde você deverá cadastrar todos
os usuários que terão
acesso às pastas compartilhadas através do Samba, os mesmos que
anteriormente cadastrou
no sistema usando o kuser. Não apenas o Samba, mas vários outros
programas servidores
exigem que os usuários também estejam cadastrados no sistema, uma
questão de segurança.
Basta fornecer o nome e senha do usuário e clicar no botão "Add new user".

Em seguida, acesse a seção "Globals",
que engloba todas as configurações de rede e de
acesso.
Nas opções Workgroup e NetBios name você deve colocar o nome do
computador e o grupo
de trabalho a que ele pertence, como faria numa máquina Windows.
Você pode tanto utilizar o
mesmo grupo de trabalho em todas as máquinas da rede quanto agrupar suas
máquinas em
grupos distintos como "diretoria", "vendas", etc.

Logo a seguir temos a
opção "interfaces", que permite
limitar os acessos ao servidor caso
você tenha mais de uma placa de rede. É o caso por exemplo de quem
acessa via ADSL ou
cabo e possui uma segunda placa de rede para compartilhar a conexão com
os micros da rede
local. Nestes casos a placa da Web será reconhecida com
eth0, enquanto a placa da rede local
será reconhecida como eth1. Você pode então
preencher o campo com o endereço da placa da
rede local (eth1) assim o Samba só aceitará conexões vindas dos micros
da rede local,
descartando automaticamente todas as tentativas de acesso vindas da
internet. Caso o campo
permaneça vazio, o Samba permite acessos vindos de todas as placas de
rede.
Na seção Security Options chegamos à
uma das decisões mais importantes, decidir entre
entre utilizar segurança com base no login do usuário (user) ou com base
no compartilhamento (share).
A opção share oferece um nível de
segurança semelhante ao de uma máquina Windows 98. Os
compartilhamentos podem ser acessados por todos os usuários e a única
medida de segurança
é a possibilidade de estabelecer uma senha. Em compensação esta opção é
a mais simples de
configurar e pode ser útil em pequenas redes onde não há necessidade de
segurança.
A opção user é a mais recomendável,
pois permite especificar exatamente quais usuários terão
acesso a cada compartilhamento, como num servidor NT ou Windows 2000.
Naturalmente,
para que isso funcione é necessário que você tenha registrado todos os
usuários no Linux e no
samba, como vimos anteriormente e que os clientes Windows efetuem login
na rede usando
estes mesmos logins e senhas.
Escolhendo este modo as permissões de acesso aos compartilhamentos do
samba ficam
condicionadas às permissões de acesso de cada usuário. Por exemplo, se
você compartilhar a
pasta /home/maricota/arquivos, por default apenas a usuária maricota
aterá acesso ao
compartilhamento. Para que outros usuários tenham acesso à pasta, você
deve dar permissão
a eles, criando um grupo (como vimos no capítulo 2) por exemplo ou
marcando a opção
"outros" nas permissões de acesso da pasta. Tudo isso é feito usando as
ferramentas do Linux,
não no Samba.
Mais abaixo, temos a opção Encrypt Password
também é importantíssima e deve ser
configurada de acordo com a versão do Windows que rodar nas máquinas
clientes. O Windows
95 original não suporta encriptação de senhas, por isso só poderá se
conectar ao servidor caso
a opção seja configurada com o valor "No". Porém, o Windows 95 OSR/2,
Windows 98/SE/ME,
Windows NT, Windows 2000 e Windows XP utilizam senhas encriptadas, por
isso ao utilizar
máquinas com qualquer um destes sistemas, que é o mais provável, a opção
deve ser
configurada como "Yes".

A opção Hosts
Allow deve incluir os endereços IP todos os computadores que
terão permissão
para acessar o servidor. Se quiser que todos os
PCs da rede tenham acesso, basta escrever
apenas a primeira parte do endereço IP, como em 192.168.0. onde
todos os endereços dentro
do escopo serão permitidos. Se for incluir mais de um endereço ou mais
de um escopo de
endereços, separe-os por um espaço, como: "192.168.0. 10.0.0.
123.73.45.167". Caso o
campo permaneça vazio, todos os PCs da rede terão acesso.
A opção Hosts Deny por sua vez
permite especificar máquinas que não terão permissão para
acessar o servidor. Em caso de conflito entre o especificado no Hosts
Deny e no Hosts Allow,
prevalece o especificado no Hosts Allow.
Se você exemplo você configurar o Hosts Allow como "192.168.0.2
192.168.0.3" (dando
acesso aos dois endereços) e o Hosts Deny for configurado como
"192.168.0." (bloqueando
toda a faixa de endereços), as máquinas 192.168.0.2 e 192.168.0.3
continuarão tendo acesso
ao servidor.
Na seção Browse Options, a opção OS
Level permite especificar qual chance o servidor Linux
terá de ser o master browser do domínio. No nosso
caso é desejável que ele seja o master
browser pois ele está concentrando todos os recursos acessados pelas
estações. Sendo assim
configure esta opção com um valor alto, 100
por exemplo, para que ele sempre ganhe as
eleições. O default dessa opção é 20, que faz com que ele perca para
qualquer máquina
Windows NT, Windows 2000 ou Windows XP. Para completar, deixe a opção
Local Master
como "Yes" e as opções Preferred Master e
Domain Master como "Auto".

A configuração
do OS Level é muito importante, pois caso não seja o Master
Browser, você
poderá ter problemas para acessar seu servidor Linux a partir de outras
máquinas Windows,
principalmente rodando o NT/2000/XP. Com o valor 100 sempre que uma das
máquinas
Windows tentar ser o Master Browser da rede, o Samba convocará uma nova
eleição e a
máquina Linux sempre ganhará :-) Veja as mensagens armazenadas no log
(tradução livre):
Feb 28 20:39:43 beta-2 nmbd[1751]: processo_local_master_anuncia:
Servidor
ALPHA-5 sob o IP 10.0.0.1 está se auto proclamando como o local master
browser do
workgroup HOME e eu penso que sou o master. Forçando eleição.
Feb 28 20:40:00 beta-2 nmbd[1751]: Servidor Samba BETA-2 é agora o local
master browser do workgroup HOME na subnet 10.0.0.2
Abaixo, deixe a opção Wins Support ativada
(Yes). A opção Wins Server deve ser deixada
em branco, a menos que exista na rede algum servidor Wins (rodando o NT
server ou o 2K
server) ao qual o servidor Linux esteja subordinado.
Caso o único servidor seja a máquina Linux, você pode configurar as
máquinas Windows para
utilizá-la como servidor Wins, para isto basta colocar o seu endereço
IP no campo "Servidor
Wins" na configuração de rede das estações.
Terminando, pressione o botão Commit Changes
no topo da tela para que as alterações
entrem em vigor.
Finalmente, você deve configurar as pastas a serem compartilhadas com as
estações, através
da seção Shares.
Cada usuário que cadastrou no sistema já possui um
diretório home criado. Estas pastas ficam
dentro do diretório /home e podem ser
usadas para guardar arquivos pessoais, já que a menos
que seja estabelecido o contrário, um usuário não terá acesso à pasta
pessoal do outro. Além
dos diretórios home você pode compartilhar mais pastas de uso geral.
Para criar um compartilhamento basta
escrever seu nome no campo no topo da tela e clicar no
botão Create Share:

Depois de criado um compartilhamento,
escolha-o na lista e clique no botão Choose Share
para configura-la. Você verá uma lista de opções como a abaixo:

O campo Path
é o mais importante, pois diz justamente qual pasta do sistema
será
compartilhada. O nome do compartilhamento diz apenas com que
nome ele aparecerá no
ambiente de redes, que não precisa necessariamente ser o mesmo nome da
pasta.
A opção "comment" permite que você
escreva um breve comentário sobre a pasta que
também poderá ser visualizado pelos usuários no ambiente de rede. Este
comentário é apenas
para orientação, não tem efeito algum sobre o compartilhamento.
A opção Read Only determina se a
pasta ficará disponível apenas para leitura (opção
Yes) ou
se os usuários poderão também gravar arquivos
(opção No). Você também pode determinar
quais máquinas terão acesso ao compartilhamento
através das opções Hosts Allow e Hosts
Deny. As configurações feitas aqui subscrevem as feitas na
seção global. Se por exemplo a
máquina 192.168.0.5 possui permissão para acessar o sistema, mas foi
incluída na campo
Hosts Deny do compartilhamento programas, ela poderá acessar outros
compartilhamentos
do sistema, mas não o compartilhamento programas.
A opção Browseable permite configurar se o compartilhamento
aparecerá entre os outros
compartilhamentos do servidor no ambiente de redes, ou se será um
compartilhamento oculto,
que poderá ser acessado apenas por quem souber que ele existe. Isso tem
uma função
semelhante a colocar um "$" numa pasta
compartilhada no Windows 98. Ela fica
compartilhada, mas não aparece no ambiente de redes. Apenas usuários que
saibam que o
compartilhamento existe conseguirão acessa-lo.
Finalmente, a opção Available
especifica se o compartilhamento está ativado ou não. Você
desativar temporariamente um compartilhamento configurando esta opção
como "No".
Fazendo isso ele continuará no sistema e você poderá torná-lo disponível
quando quiser,
alterando a opção para "Yes".
Um detalhe importante é que os usuários só terão permissão para acessar
pastas que o login
permite acessar. Por exemplo, no Linux o único usuário que pode acessar
a pasta /root é o
próprio root, ou outro autorizado por ele. Mesmo que você compartilhe a
pasta root através do
Samba, os demais usuários não poderão acessá-la.
Para editar as permissões de uma pasta,
basta abrir o gerenciador de arquivos e, nas
propriedades da pasta, acessar a guia Permissions.
As permissões podem ser dadas apenas
ao usuário, para todos os usuários pertencentes ao grupo do usuário dono
da pasta, ou para
todos os usuários. A opção Apply changes to all
subdirectories e their contents deve ficar
marcada para que as permissões sejam aplicadas também às subpastas:

Terminadas as configurações,
o servidor já irá aparecer no ambiente de redes,
como se fosse
um servidor Windows. Os compartilhamentos podem ser acessados de acordo
com as
permissões que tiverem sido configuradas e podem ser mapeados como
unidades de rede entre
outros recursos.

Você pode
compartilhar inclusive o CD-ROM do servidor se desejar, basta
para isso
compartilhar a pasta /mnt/cdrom, mas isso
não é muito prático, pois além de trocar o CDROM,
é necessário montar e desmontar a unidade apartir do servidor. Isso fica
mais simples se
a distribuição Linux que estiver utilizando suportar
automount.
Para compartilhar uma impressora já instalada na máquina Linux o
procedimento é o mesmo.
Acesse a seção printers, escolha a
impressora a ser compartilhada (a lista mostrará todas as
instaladas no sistema), configure a opção
available como "yes" e configure as permissões de
acesso como vimos anteriormente. No Mandrake você pode instalar
impressoras através do
Mandrake Control Center. Caso você esteja usando outra distribuição e o
utilitário não esteja
disponível, tente o linuxconf.
Acessando compartilhamentos de
máquinas Windows
O Samba também inclui um módulo cliente, o
smbclient que pode ser usado para fazer
inverso, ou seja, acessar compartilhamentos de
máquinas Windows apartir do Linux.
Fonte:
Entendendo e Dominando o
Linux 6 ed. http://www.guiadohardware.net
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