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Sobre as entrevistas
Gostaria de esclarecer que as entrevistas publicadas aqui não tem um objetivo específico.
Não sou jornalista profissional, nem entrevistador experiente, por isso, seria muita pretenção querer comparar as entrevistas que faço com as de profissionais com técnicas para tal.

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Terça-feira, 29 de Julho de 2003, ano I, nº 004

Olho no olho entrevista Luanda
Estamos aqui para mais uma edição do seu programa favorito, o "Olho no Olho, com Ciganinho", que está fazendo o maior sucesso...

Hoje, vou entrevistar uma pessoa muito querida por mim, que é a minha prima do coração, a Luanda, mais conhecida como "Enigma".

A Luanda tem 21 anos, mora em Franco da Rocha, é casada, tem um filho de dois anos chamado Kevyn Lucas, que é uma gracinha e nós temos uma história de lutas e conquistas, de batalhas e perdas, que vale a pena recordar e dividir com você leitor...
Então, vamos à entrevista:
Ciganinho - 1) Luanda, hoje você é uma mulher, bonita, decidida e mãe, como é encarar esta fase da vida aos 21 anos?

Luanda - R: Muito difícil, pois ser mãe aos 21 anos é muito complicado e requer muito cuidado e preocupação com o filho e comigo mesmo.
Ciganinho - 2) Você vive com seu marido, mora só com ele ou ainda está na casa de sua mãe?

Luanda - R: Eu moro com ele, só nós três.
Estou morando por enquanto na casa que é dos pais dele, mas como os pais dele estão pedindo a casa, estamos pensando em pagar aluguel, pois não temos casa própria.
Ciganinho - 3) E sua mãe?

Luanda - R: Minha mãe está muito bem, está mais conformada sobre o que você já sabe, trabalhando muito.
E eu a amo muito, pois ela inspiração e me dá forças para que eu possa continuar minha vida e eu não me imagino sem ela.
Ciganinho - 4) Você tem irmãos! Fale sobre eles.

Luanda - R: Sim, tenho dois vivos e um falecido.
O que faleceu chamava Leandro, era um exemplo de menino, não tinha um que não gostasse dele, só você sabe o quanto ele nos faz falta. Os que estão vivos, Priscila é uma garota linda, com um corpo de colocar inveja a qualquer uma que olhar, muito carinhosa e as vezes um pouco implicante.

Acho que nosso sangue não combina muito, pois vivemos brigando, mas isso é coisa de irmãos mesmo; ela completou 15 aninhos com tudo em cima; O Juninho, completou 13 anos, é um garoto que posso dizer que tem os mesmos jeitos que meu irmão falecido tinha, só não em relação aos estudos, pois o Junior é um pouco relaxado com os estudos.
Ciganinho - 5) Bom, você sabe que eu toquei no assunto dos irmãos, justamente por causa do Leandro que até hoje me faz chorar de saudades, fale mais sobre esta pessoa maravilhosa que nos deixou tão cedo?

Luanda - R: Bom, sobre ele, tudo de bom que existe numa pessoa, ele tinha em dobro...

Pena que ele não está aqui entre nós para conhecer o sobrinho dele que hoje ele pega uma foto dele e fala: "Olha mamãe... o titio, cadê ele"...
E fico sem palavras para responder e as vezes até choro, mas procuro não fazer isso na frente da minha mãe, pois ela precisa muito de que nós lembremos dele quando estava vivo; das coisas boas que ele fez e quanto ele era querido por todos nós.
Ciganinho - 6) O Leandro foi uma pessoa à quem eu confiava plenamente e eu lembro que eu fiquei no hospital, porque não me conformei com a morte dele...

Não me deixaram ir no enterro, nem visitar o cemitério e até hoje, não sei onde está seu túmulo...
Nós tínhamos 16 anos na época e eu tive uma parada cardíaca por causa dele... minha mãe não sabia como me contar sobre ele, todos ficaram preocupados comigo, tamanha era a minha ligação com ele...

Como foi para vocês este dia lamentável, de quando aconteceu este incidente? Como foi que aconteceu?

Luanda - R: (nervosa, tremendo) Eu estava com a minha mãe, nós tínhamos acabado de almoçar...
Foi quando minha prima chegou com a notícia de que o meu irmão tinha acabado de falecer. Foi um choque para todos nós.
Minha mãe não agüentou e desmaiou e eu fiquei transtornada e comecei a gritar...
Os vizinhos sem entender o que aconteceu, veio de encontro comigo e me perguntou o que estava acontecendo, foi aí que eu contei e eles tentaram me acalmar, mais nada naquele momento faria com que eu me tranqüilizasse...

Bom, ele saiu para andar de bicicleta com alguns amigos e resolveram ir à barragem (que fica em Mairiporã, cidade vizinha), só que eles tinham acabado de almoçar e como estava sol muito forte, eles resolveram entrar na água, aí, um dos amigos dele viu o Leandro subindo e descendo...
Eles ficaram com a impressão de que ele estava se afogando, mas pensaram que era brincadeira, foi aí então, que ele desceu e não voltou (começa a chorar)...

Os amigos dele começaram a gritar por ajuda, mas já era tarde demais, foi então que chegou o corpo de bombeiros e o retirou da água, mas já sem vida.

O mais difícil disso, foi quando meu pai teve que ir para reconhecer o corpo, e com aquele sol, não podia tirá-lo do chão, e ao lado, tinha um formigueiro, que começou a subir nele...

Meu pai tentava tirar as formigas, mas era em vão, pois tinham muitas formigas...
E aí, meu pai perguntou para um dos bombeiros se não podia colocar ele um pouco mais pra lá, mas não poderiam tirar, disse o homem, pois teria que esperar o cara da perícia chegar.

E acho isso muito difícil para um pai, ver seu filho, ali, no chão, e não poder fazer nada.

Entre tudo isso que aconteceu, me serviu de exemplo: "Nem tudo é para sempre, aqueles que nós amamos hoje estão com a gente, mas amanhã não se sabe onde vão estar".

Ele, foi tão querido que fizeram até uma palestra sobre ele, na escola...
Foram tantas pessoas no seu enterro; pela quantidade de pessoas, parecia até uma festa, mas infelizmente não era e sim, uma despedida de um ente querido que hoje não está entre nós.
Ciganinho - 7) E a sua mãe, Luanda, como ficou?
Eu me lembro que eu tive que me afastar dela, porque ela dizia que eu era o filhinho dela e que eu representava o Leandro pra ela... eu não podia suportar isso, pois era dolorido demais pra mim e acabei me afastando da família por muito tempo.... o porque ela reagia assim???? Porque eu????

Luanda - R: No começo, achei que minha mãe estava ficando louca, pois falava que em vez de morrer ele teria sido melhor que eu (Luanda) morresse...

É difícil falar isso, você ouvir da boca da sua mãe que preferia vê-la morta em vez dele... dói muito...
Mas eu entendi; ela estava através de tranqüilizantes muito fortes e não falava coisa com coisa, mas hoje, graças a Deus eu sei o quanto ela me ama e tudo o que ela falou foi da boca pra fora, num momento difícil em sua vida.

Porque você (Ciganinho) era como um irmão para ele, você sabe que vocês andavam juntos e assim, ela depositava todo o carinho que ela tinha pelo Leandro em você... porque o Leandro não estava mais aqui e você sim...

Eu acho que ela tentava esconder o que aconteceu, ou até, quem sabe, se apegar em você para não acreditar no que aconteceu com ele, pois entre todos os filhos dela, ele era o que mais era apegado com ela e foi o primeiro filho... (choro de ambos).
Ciganinho - 8) Em que dia aconteceu isso??? Quanto tempo faz????

Luanda - R: Dia 10 de fevereiro de 1996, há 7 anos......
Ciganinho - 9) Depois de 7 anos, como está a estrutura emocional da família em relação à morte do Leandro???

Luanda - R: Está mais conformada e lembramos dele com carinho e como ele sempre foi: uma pessoa muito difícil de esquecer e estará sempre em nossos corações eternamente.
Ciganinho - 10) Você como mulher, se sente realizada???? Tem sonhos????
O que pensa para o futuro???

Luanda - R: Realizada como mulher sim, mas como cidadã é meio difícil, pois está difícil encontrar emprego e todos nós dependemos disso para sobreviver e com isso pensar no futuro.
Todos nós temos sonhos, o meu é ter minha própria casa, um salário digno e poder dar uma educação apropriada ao meu filho.
Ciganinho - 11) Luanda, eu sei que vou tocar no assunto de novo, mas o que eu soube algum tempo depois é que os amigos do Leandro o desafiaram a entrar na barragem, e que foram negligentes quanto à ajudarem o garoto, deixando à mercê da sorte e fugindo depois.... o que sabe sobre isso?

Luanda - R: Eu não fiquei sabendo disso, até então....
Ciganinho - 12) Mudando de assunto, você sabe que este blog é freqüentado por homens que amam homens, homens que amam mulheres, mulheres que amam homens, mulheres que amam mulheres...
Qual a sua opinião sobre esta diversidade e sobre este "aparecimento" maior dos homossexuais na sociedade, cobrando e exigindo igualdade de direitos... Você tem alguma ressalva, algo contra, a favor????

Luanda - R: Bom, como todos nós temos direito a tudo, porque eles não?
Só porque eles gostam de pessoas do mesmo sexo, não indica que eles venham a ser diferentes, pois todos eles precisam de comer, de trabalhar... precisa de orientação médica...
Pra ser mais específica, todos eles precisam de ser cidadãos como nós e também merecem respeito e direito de opção de escolha.
Ciganinho - 13) Você não vê os homossexuais como cidadãos???
Ou o que você quis dizer foi que eles não são reconhecidos como tal ainda?

Luanda - R: Eu quero dizer que ainda há preconceito, pois tem pessoas que não entendem que todos nós temos direito à escolha própria, não sou contra, pelo contrário, tenho exemplo do meu primo Rodrigo (marafo), que fez a sua opção de escolha e nem por isso deixou de ser a pessoa maravilhosa que ele sempre foi.

Muitas pessoas que são homossexuais ainda tem preconceito de si mesmo e jogam a culpa na sociedade: justificando: não tem coragem de mostrar o que são realmente e querem direitos sem ao menos conquistá-los e debatê-los...


Ciganinho - 14) Seu filho tem dois anos... e sabemos que falar dos outros é fácil e tal, tipo: ele é boiola, meu filho é homossexual... quero dizer, você está preparada pra enfrentar uma situação onde seu filho, por exemplo, pudesse ter uma orientação diferente do que os pais querem aos seus filhos?

Você saberia entender? Saberia conversar e aceitar verdadeiramente esta "diferença"?

Luanda - R: Falar de nossos filhos é difícil, pois sempre queremos o melhor para ele, mas, se essa for sua escolha, ajudaríamos a vencer todas as barreiras e os preconceitos que eu sei que viria para com ele e para com nós mesmos que somos os pais.
Ciganinho - 15) Luanda, quando você se referiu ao melhor para ele e colocou entre vírgula a palavra "mas", deu a entender que esta opção não seria o melhor para ele...poderia explicar esta colocação?

Luanda - R: Sim, claro que posso explicar...eu quis dizer que mesmo contra muito e todos eu ia estar ao seu lado e sem questionar sua opção de escolha, pois não adiantaria, se ele estivesse realmente preparado para se assumir, pois não adianta a pessoa querer e não ter coragem....
Ciganinho - Luanda, falamos de coisas tristes e de coisas que envolvem o meu ser, o meu jeito de ser.... espero que você tenha gostado de participar do "De frente com o Marafo" e espero que você possa freqüentar mais a minha casa, pois sinto a sua falta....

Para finalizar, vou te deixar a vontade para dizer o que quiser ao nosso público, à mim, ou em qualquer outro assunto que queira tocar... esteja a vontade e obrigado.

Luanda - Adorei a entrevista, só que eu acho que ela deveria ser um pouco mais picante, com um pouquinho mais de sexo, que colocaria um pouquinho mais de emoção...

Eu quero deixar um abraço à todos que lerem as minhas palavras e com elas eu acho que possa ajudar àqueles que ainda não se identificou... beijos, beijos, beijos...
Ciganinho - Então ta, você que pediu... que tal você voltar a participar do "Olho no Olho", mas desta vez pra falarmos mais do seu íntimo, pois temos leitores héteros e leitoras que gostariam também de explorar este lado mais sexy de sua parte... afinal, marafo é lindo e sua priminha também é...o que acha..topa o desafio???
Você percebeu que os internautas perguntam mesmo e que você tem que responder depois... Topas?

Luanda - R: Topo, com certeza e saberei responder à tudo, a fundo e a claro....

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