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27 de Janeiro de 1999
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A eternidade não é infindavelmente bela como dizem. Envolvida por uma obsessão cruel ou uma fantasia infantil ela não tem poderes sobrenaturais como afirmam por aí.

Mistificam a juventude plena da eternidade, mas se esquecem de sua desconhecida origem.

Quando me perco em suas diversificadas especificações, significados e, sobretudo, em sua envolvente magia de sedução, a tomo como um veneno de mistério.

Pessoas cultivam eternidade de amores, de energia e de pensamentos vagos sem ao menos analisarem o espelho da juventude fabricada.

Os olhos veneram sonhos tolos.

A eternidade realmente existe nos pensamentos das pessoas... ultrapassadas. Ansiar pela imobilidade do tempo é um retrocesso.

Transferência de desejos também é uma tolice das pessoas que se dizem completamente fiéis à era da modernidade e realidade, mas, na realidade são os mais dispersos seres.

Com o passar dos anos, as chances de se contaminar com esse terrível vírus da decadência são incrivelmente desenvolvidas.

A vulnerabilidade de meus pensamentos se deve à manipulação de
etern IDADE
meus olhos. Arrancando da visão as fantasias que centralizam a função da vulnerabilidade é apenas exercitar os pensamentos. Os olhos cegam. A fantasia, então, passa a ser um consumo. Os olhos , então, passam a ser devoradores de abstrações. A eternidade, então, passa a ser multiplicada.

Quem se rende aos insignificantes pecados da humanidade ganham um litro de eternidade. As pessoas se lambuzam nas fraquezas de sua própria criação e bebem da vulnerabilidade de seu próprio criador. A decadência é a fome desnecessária do homem que no espelho vê lobo, mas o reflexo é vazio. "Alimento-me do amarelo, pois desta forma te provo minha superioridade. Sou poderoso, pois arranquei o vermelho de teus lábios e desta forma fabriquei outras cores.

Fiz um arco-íris somente para minha contemplação. As cores brilham com mais intensidade ao entardecer. Quando seus olhos clamam por ajuda...

Engana-se quem pensa que o colorido enriquece os olhos e alivia a alma. O vento ainda me traz as palavras, me alimentam e me devoram a cada naturalidade de expansão.
p a r a   n a v e g a r
t e x t o s
r e p o r t a g e n s
l i v r o  d e  v i s i t a s
r e f r e s c o