PRINCIPAL
Mulheres que dizem não, querendo querer. Algumas dizem sim, querendo mais ou menos, geradoras de proliferadas incertezas. Homens que querem hoje. Ontem nem sequer creditavam existência. Outros insistiam tanto, mas desistiram rápido. Não desistiram, estão desistindo, persistem. Paradigma humano mais desumano. Tantos enigmas a serem desvendados, caminhos a serem desbravados... Haja paciência para decifrar um olhar de lado, uma cruzada de pernas, um sopro de fumaça, um passar de língua entre os próprios lábios, um tremor de dedos que seguram pires e xícara. E depois, ainda corremos riscos. Equívocos de interpretação no jogo da sedução.

Uma palavra dita ao contrário, que tem efeito direto, mas deveria agir inversamente sobre o alvo. Ai que preguiça! Desânimo em desvendar sopros quase apagados, sussurros que teimam em acender um brilho qualquer na retina, um arrepio irônico na espinha.
23 de outubro de 2003
quebra-cabeça
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E, paralelamente, um contentamento antecipado em roubar um beijo desenfreado, alucinante, daqueles que imobilizam instantaneamente pensamentos, paralisam momentaneamente a rotação do planeta.


Os restos de miolos, fragmentados na lembrança, estraçalhados na cama, espalhados no travesseiro, são impressões que se esvaem com o tempo. Ponteiros não empurram apenas minutos. A mágica do relógio é fazer desaparecer algo que há instantes perturbava ou adocicava sentidos.
p a r a   n a v e g a r
t e x t o s
r e p o r t a g e n s
l i v r o  d e  v i s i t a s
r e f r e s c o