HISTÓRIA DA
CIDADE "SANTO ANTÔNIO DE JESUS"
A
cidade de Santo Antônio de Jesus, também denominada de Cidade das
Palmeiras, devido as suas palmeiras seculares, é uma das mais
importantes cidades do recôncavo baiano. Foi emancipada politicamente
no dia 29 de maio de 1880. Possui 77.368 (setenta e sete mil, trezentos
e sessenta e oito) habitantes, com extensão territorial de 252 km2, está
situada à margem da BR 101, distância de Salvador 187 km (por via
terrestre) e o seu surgimento foi da seguinte maneira: No princípio,
apenas descendentes dos índios de Pedra Branca, vivendo de caça, pesca
e pequeno roçados. Atraídos pela excelência das matas e fertilidade
das terras, foram chegando os primeiros colonos. Há esse tempo já
havia sido recomendada, à relação da Bahia, proteção aos indígenas
e, por carta régia datada de 1663, determinada reserva de uma légua
quadrada de terras para aldeamento e "sustento dos silvícolas".
Dentre os que obtiveram patrimônio territoriais, constam os índios da
Aldeia de Santo Antonio de Jesus. O
Padre Matheus Vieira de Azevedo foi proprietário de um imóvel na rua
direita da quitanda, em Nazaré e realizava missas e batizados pela região.
Algum tempo depois, o Padre Matheus adquiriu um imóvel rural nas
proximidades do rio Sururu, onde fixou residência e lá ergueu um oratório
sob invocação a Santo Antonio. O Padre Matheus cultivava mandioca e
produzia, com algumas dezenas de escravos, subprodutos em quantidade
considerável.
Em
pouco tempo, em razão das qualidades pessoais reveladas por Padre
Matheus e pela excelente localização do seu sítio, o oratório se
tornou ponto de convergência de uma região cada vez mais ampliada. Então,
o Padre doou um quarto de meia légua em quadra de suas terras para
construção de uma capela, por escritura pública lavrada em 27 de
setembro de 1776. Reuniram‑se os moradores mais próximos, os mais
assíduos e dedicados freqüentadores de seu oratório, constituindo,
assim, uma irmandade, que discutiu o projeto, do qual, em 23 de setembro
de 1777, o arcebispo metropolitano da Bahia subscreveu provisão de ereção
e' fundação da capela, filiada a freguesia de Nossa Senhora de Nazaré,
em cujas roças estava situada.
Dois
anos depois, em 1779, a capela do Padre Matheus estava concluída e, daí
por diante, novos moradores foram surgindo e erguendo suas casas ao
redor da mesma, formando, assim, um núcleo urbano. A população foi
crescendo e atraindo prestadores de serviços, negociantes, mascates,
armazéns de secos e molhados, etc...Doze anos após a construção e
funcionamento da capela, faleceu o Padre Matheus, em 12 de março de
1791.
Os anos passaram, o povoado foi se
organizando e, por volta de 1832, foram criados e instalados o Juizado
de Paz, a Guarda Nacional, escolas públicas e particulares, e a capela-templo
transformou-se em capela-arraial ao lado de seu comércio crescente.
Em
1852, logrou-se a criação da freguesia e a capela do Padre Matheus
transformou-se em Igreja Matriz.
Em
29 de maio de 1880, a freguesia é elevada à categoria de Vila,
ficando, assim, desmembrada de Nazaré, pela lei n° 1952. Nesse mesmo
ano, a 7 de setembro, foi inaugurada a estrada de ferro, da qual Santo
Antonio de Jesus seria fim-de-linha durante dez anos. Com isso o comércio
local tomou grande impulso e engrandeceu a população.
Viajantes
de toda parte descarregavam e recebiam mercadorias, e a capela do Padre
Matheus, agora Vila, logo se excedeu a todos os lugarejos mais velhos,
com a construção de novos prédios comerciais, mansões, palacetes e
com a fixação de operários. A freqüência de jornais da capital, de
Nazaré e Maragojipe dava à população dinamismo novo. Sua instalação
ocorreu a 14 de março de 1883. Em 30 de Junho de 1891, o governo do
estado resolve elevar Santo Antônio de Jesus à categoria de cidade.
Surgem
novas obras: calçamentos de ruas, fontes públicas, Casa da Prisão,
etc... Santo Antônio de Jesus viveu a Abolição da Escravatura, a
Proclamação da Republica e, apesar das crises econômicas daquela época,
a cidade não perdeu o vigor do seu desenvolvimento.
No
século XX, Santo Antônio de Jesus é marcada pelo desenvolvimento da
cidade em todos os sentidos: na parte administrativa, cultural,
industrial e, finalmente, comercial, o qual viria, anos mais tarde, a se
notabilizar. São fundadas as filarmônicas Amantes da Lira e Carlos
Gomes, e a Santa Casa de Misericórdia. Surge a iluminação elétrica
com motor movido a lenha. Inauguram se prédios escolares. Entra em
circulação durante 52 anos consecutivos o grande jornal "O Paládio",
o qual circulava em cinco estados do Brasil. Nessa época também
existiam outros pequenos jornais e semanários. Foi feito também um
projeto urbanístico com a plantação das palmeiras imperiais paralelas
à linha do trem, nas imediações da antiga estação. Em 1931 o topônimo
Santo Antônio de Jesus foi simplificado para Santo Antônio, sete anos
depois voltou a vigorar a primeira denominação. Ainda na década de
30, um ilustre santantoniense, Dr. Landulfo Alves de Almeida, foi
nomeado o Interventor Federal no Estado, o qual realizou grandes obras
na Bahia e construiu o novo prédio da Prefeitura Municipal de Santo Antônio
de Jesus. Nessa época, são notáveis a cultura do fumo e café, e a
extração do manganês. Tempo depois vai surgindo a valorização da
cultura da laranja. Temos também, com a criação do trio elétrico, a
realização de grandes micaretas, inaugurações de clubes, sociedades,
etc...
Em
1947 foi criada a comarca de Santo Antônio de Jesus. Com a chegada da
BR101 e da luz elétrica definitiva, o município ganha outro grande
impulso, tanto que hoje é considerada a cidade do interior mais
importante do Recôncavo Baiano.
Delimita-se
pelos municípios de Varzedo, Conceição do Almeida, Aratuípe, Laje,
Muniz Ferreira, Dom Macedo Costa, Elízio Medrado e São Miguel.
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