Herbalife engorda no Brasil Famosa pelos produtos de emagrecer, empresa muda o comando, contrata executivos da Disney e da Avon e planeja fábrica para o Brasil |
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PorMaurício Capela | ||||||||||||||||||||||||||||||
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Estacionado a poucos metros da principal entrada do hotel InterContinental no Rio de Janeiro, um esportivo automóvel da marca Camaro trazia, colado à lataria, em letras garrafais, o nome Herbalife. No saguão, a marca da multinacional estava em broches, pastas, canetas, camisetas, enfim... no peito ou na mão de boa parte dos cerca de 3 mil distribuidores do Brasil, Chile e Argentina presentes ao evento. O agito nos corredores do hotel carioca não era à toa: lá estavam Michael Johnson e Eneida Bini, executivos contratados a peso de ouro pela Herbalife. O primeiro veio da Disney para ocupar a cadeira de presidente mundial. A segunda é ex-Avon, convocada para assumir o comando da filial brasileira. A dupla foi apresentada aos distribuidores e já deu a primeira grande notícia da empresa no ano: seus alimentos nutricionais e os milk-shakes para emagrecer, que são importados dos Estados Unidos e da Itália, podem, em breve, ser produzidos no Brasil. O País é hoje nosso terceiro mercado, com condições de passar o segundo, que é o México, afirma Johnson. A primeira fábrica da América do Sul tem que ser aqui. | ||||||||||||||||||||||||||||||
O plano está em fase inicial, mas já animou os vendedores da Herbalife. Com a produção local, os preços dos produtos que não são nada baratos tendem a diminuir. Ficará a cargo de Eneida Bini, que passou 23 anos na gigante de cosméticos Avon e foi a primeira mulher a comandar a filial brasileira dessa companhia, a responsabilidade de encontrar parceiros para implantar o projeto fábrica. A rigor, a Herbalife vai iniciar a sua produção local por meio de um contrato de terceirização. Estamos procurando fornecedores e estabelecendo contatos. Mas o objetivo é ter a manufatura em 2005?, diz Eneida, atual diretora-geral da filial brasileira. | ||||||||||||||||||||||||||||||
Eneida e Johnson comemoram com Shake | ||||||||||||||||||||||||||||||
Johnson e Eneida estão afinadíssimos. Se a meta primeira do principal executivo é elevar as vendas em US$ 1 bilhão no mundo, o que significaria alcançar um faturamento de US$ 3 bilhões em 2008, Eneida quer pelo menos duplicar o seu time de distribuidores no País. Atualmente, a Herbalife conta com um exército de 80 mil pessoas no Brasil. É esse contingente que circula pelas ruas com os já conhecidos adesivos nos carros: Quer emagrecer? Pergunte-me como. São também os responsáveis por organizar reuniões com centenas de pessoas dispostas a perder alguns quilinhos com os produtos Herbalife. O sistema funciona como um marketing de rede, onde cada distribuidor pode montar sua cadeia de vendas, com vários representantes. Quanto maior a rede, maior a chance do distribuidor de conseguir produtos mais baratos. Assim, a Herbalife consegue volume e multiplica rapidamente seus ganhos em qualquer mercado. | ||||||||||||||||||||||||||||||
Eneida não quer perder o ritmo de aumento das vendas locais. Entre 2002 e 2003, os negócios cresceram 50% e o objetivo é que a alta supere dois dígitos em 2004. Apesar de não revelar o tamanho da receita no País, a multinacional está de olho no potencial do setor de bem-estar. No mundo, esse segmento movimenta entre US$ 150 bilhões e US$ 200 bilhões, sendo que 25% está atrelada a produtos de controle de peso. No Brasil, não há estatísticas, mas estima-se que esses produtos movimentam US$ 2 bilhões. | ||||||||||||||||||||||||||||||
O PERFIL DA EMPRESA | ||||||||||||||||||||||||||||||
O faturamento global da companhia é de US$ 2 bilhões por ano | ||||||||||||||||||||||||||||||
A expectativa é crescer 50% até 2008 | ||||||||||||||||||||||||||||||
Presente em 60 países, a multinacional foi fundada há 24 anos e desembarcou no Brasil em 1995 |