Conhecendo os elementos que compõem um ambiente e a maneira como se relacionam, podem ser adotadas várias medidas de proteção ou de recuperação de áreas. Algumas áreas, importantes pela diversidade de seus componentes ou pela fragilidade de seu equilíbrio, devem ser mantidas intocadas ou com o mínimo de interferência. Funcionando como reservas de animais e vegetais, elas devem servir à pesquisa e aos estudos ecológicos. Dessa forma o homem pode aumentar seus conhecimentos a respeito dos ambientes.

 

Outras áreas, já alteradas pelo uso intensivo e mal orientado, podem ser recuperadas por processos de repovoamento e de medidas eficientes de utilização, servindo como locais de produção, de lazer ou mesmo de estudo e pesquisa.

 

Na maioria dos países, inclusive o Brasil, a preocupação com a preservação e com a recuperação de áreas tem levado à criação de parques, reservas, estações ecológicas e áreas de proteção ambiental, sujeitos a regulamentos e administração especiais. Isso revela já algum interesse pela conservação do meio e constitui uma oportunidade para a população observar e estudar os fenômenos ambientais. Conhecendo os processos que ocorrem na natureza, os indivíduos podem mudar seu comportamento e procurar formas mais adequadas de atuar sobre ela.

 

A participação popular também tem sido responsável por denúncias de irregularidades e pela exigência da aplicação de medidas efetivas de proteção ambiental.

 

Muitos desastres ecológicos e grandes prejuízos econômicos poderiam ser evitados se houvesse pesquisa e acompanhamento adequados durante a execução de projetos.

 

A divulgação de notícias sobre questões ambientais e o aparecimento de publicações especializadas vêm aumentando, graças ao interesse e à receptividade da população.

 

Usina de Tucuruí foi erguida sobre falha geológica:

Este é um dos dados constantes da tese de mestrado em Engenharia, de Roberto Schaeffer, da UFRJ, sobre o descaso com o meio ambiente na construção das usinas hidrelétricas desde a década de 50. Ele afirmou ainda que não foram construídos os canais e eclusas que dariam passagem ais peixes e ao tráfego fluvial.

(Jornal do Brasil, 3/8/86).

 

A responsabilidade pela preservação do ambiente e da qualidade de vida não pode ser deixada apenas ao encargo de governos e especialistas, mas tem de ser assumida por todos aqueles que ainda acreditam na capacidade de o homem encontrar soluções para seus problemas. Através da pesquisa, da troca de informações, discussões e reflexão, o homem formará uma nova mentalidade; será, então, capaz de trabalhar efetivamente na busca de soluções para os problemas atuais e de medidas preventivas para o futuro.

 

Brasileiros acusados de poluir rios:

Documento apresentado pela delegação argentina na Conferência Anual de Chanceleres da Bacia do Prata (Brasil, Paraguai, Uruguai, Argentina e Bolívia) acusa o Brasil de ser o principal causador da poluição que afeta gravemente os rios dessa região.

(Jornal do Brasil, 4/4/86).

Empresa condenada por poluir estuário de Santos:

Um ano e sete meses depois de Ter derramado 450 toneladas de óleo combustível que acabaram contaminando praias, mangues e rios da região, a empresa Transportadora Marítima Estrela foi condenada a pagar indenização pelos danos causados ao ambiente.

(O Estado de São Paulo, 11/4/86).

 

Frente às exigências, cada vez mais freqüentes, da população em todo o mundo, as instituições encarregadas da fiscalização e do cumprimento das medidas de proteção ambiental vêem-se obrigadas a atuar de maneira mais efetiva.

Em janeiro de 1989, o Jornal da Tarde, publicou uma tradução do artigo de Philip Shabecoff para o jornal The New York Times sobre a questão do meio ambiente. Intitulado “A geopolítica do verde”. Esse artigo divulgava uma lista dos piores problemas ambientais do mundo em 1988, na opinião de vários ambientalistas.

 

Canadá

As relações entre o Canadá e os Estados Unidos ficaram tensas por causa da chuva ácida. Cientistas dizem que o dióxido de enxofre das indústrias americanas continua a destruir a vida aquática em centenas de lagos nas montanhas Adirondack e em outras partes do nordeste americano e do Canadá.

 

Estados Unidos

Quatro décadas de produção de armamentos nucleares poluíram o ar, o solo e a água em 16 instalações e laboratórios de pesquisa nos EUA. Os agentes contaminadores incluem urânio, plutônio, césio, estrôncio, cromo, arsênico, mercúrio e solventes usados na fabricação de armas nucleares. Os carcinógenos que atingiram um reservatório subterrâneo de água na usina nuclear de Rocky Flats, ao norte de Denver, Colorado, foram considerados o pior problema.

 

Brasil

As queimadas para limpar o terreno para a agricultura e criação de gado na Amazônia destruíram cerca de 50 mil quilômetros quadrados de floresta virgem no ano passado.

 

Bangladesh

O corte de árvores, a excessiva área de pasto e a erosão na bacia hidrográfica do Himalaia transformaram a época das monções em Bangladesh numa calamidade. Em agosto, o aumento do volume de água do rio Ganges devido à queda de barreiras nas montanhas, inundou o país, matando mil e duzentas pessoas.

 

África

A seca e a erosão causadas pelo desmatamento estão contribuindo para fazer o deserto do Saara avançar cerca de 5 quilômetros por ano em direção ao noroeste da África. A erosão também é grave nas regiões montanhosas da Etiópia e na nascente do Nilo. Ambientalistas afirmam que a destruição da nascente contribuiu sensivelmente para agravar a inundação que ocorreu no último inverno no Sudão, que deixou pelo menos 1,5 milhões de pessoas desabrigadas.

 

Europa Oriental

A industrialização selvagem transformou partes do leste da Europa em desertos ecológicos. A chuva ácida está destruindo árvores na Polônia, Alemanha e Tchecoslováquia.

 

China

Ainda não se sabe com certeza se as secas nos EUA e na China estão relacionadas com o efeito estufa, mas os ambientalistas dizem que este verão pode Ter sido apenas uma prévia de épocas mais quentes ainda para o futuro.

 

Em Defesa do Ambiente:

Praticamente todos os governos e membros da sociedade civil dos mais variados países vêm se organizando, sob forma de agências oficiais, entidades e associações, com o propósito de definir procedimentos que incentivem a preservação da natureza e divulguem as questões relacionadas com o meio ambiente.

 

O trabalho desenvolvido por essas organizações exige a colaboração de especialistas de várias áreas, entre as quais as ciências naturais, políticas e sociais. Seus objetivos podem ser amplos, tais como realizar pesquisas, promover estudos e aplicação de leis de proteção ambiental, elaborar e aplicar projetos de educação neste setor, ou dirigir-se a um campo mais específico, como, por exemplo, lutar pela preservação de uma espécie ameaçada de extinção.

 

Em qualquer caso, é indispensável que os trabalhos sejam realizados por grupos de profissionais de várias áreas do conhecimento, que estejam voltados para os mesmos objetivos.

 

Além do trabalho de especialistas e autoridades, é fundamental que cada segmento da sociedade, e, em particular, cada cidadão, se envolva com as questões ambientais, tomando conhecimentos dos problemas e participando das suas soluções.

 

O interesse por essas questões vem crescendo, a cada dia, em todas as partes do mundo. Governos, partidos políticos, artistas, enfim, os mais variados representantes da sociedade humana estão compreendendo que é preciso um esforço conjunto para preservar o ambiente na Terra e garantir a melhoria da qualidade de vida das populações.

 

 

 

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