AS AVES DE ABROLHOS

 

 

  

O Arquipélago de Abrolhos é um dos mais importantes locais de reprodução de aves marinhas no Brasil. Sua transformação em parque nacional marinho foi um importante passo para a proteção e conservação das populações destas espécies e seu habitat.

 

Phethon aethereus (grazina, rabo-de-palha).

Mede 1m (40 cm correspondem às penas centrais da cauda). Branca, com o dorso listrado de negro, a ponta da asa também negra e bico vermelho. O filhote tem bico amarelo e cauda curta.  Os ninhos são feitos em buracos nas escarpas ou sobre a areia entre as pedras com postura de um ovo. Ao contrário dos atobás e fragatas, o filhote nasce com os olhos abertos e coberto de penugem. Além de Abrolhos, maior colônia reprodutiva, reproduz-se apenas em Fernando de Noronha.

                                                           

Sula dactylatra (atobá-branco, piloto).

Mede 86 cm. Branco, apresenta as penas das asas e cauda negras, bem como a garganta e a face. O bico pontudo e serrilhado, sem narinas externas, é amarelo, e os pés verde acinzentados.  As fêmeas são maiores que os machos e existe diferença na vocalização. Alimenta-se de peixes e lulas, lançando-se de grande altura para capturar a presa. Reproduz-se em colônia, durante todo o ano, nas áreas mais elevadas e centrais (platôs), principalmente nas ilhas Santa Bárbara e Siriba. Põe um ou dois ovos brancos em ninhos localizados no solo.

                                                           

Fregata magnificens (fragata, tesourão).

Mede 98 cm. O macho é negro com o papo vermelho, que se infla durante o acasalamento; a fêmea é negra com o peito branco Tem bico alongado e recurvado com cauda em forma de tesoura. O imaturo é negro com cabeça e peito brancos. A envergadura das asas pode ultrapassar 2m. Conhecida como guarapirá pelos pescadores, persegue as outras aves, roubando-lhes o alimento. Reproduz-se apenas na Ilha Redonda, em ninhos construídos com ramos e raízes secas, sobre as moitas de vegetação. Põe apenas um ovo branco que é incubado pelo casal. É avistada freqüentemente, perambulando próximo ao continente.

                                                             

Sula leucogaster (atobá-marrom, piloto).

Mede 74 cm. É marrom-escuro com abdome branco; bico e pernas amarelas. Diferenciam-se os sexos pela cor ao redor dos olhos (azul escuro no macho e amarelo-claro com mancha negra na fêmea).  Pesca, investindo em mergulhos. É observado com freqüência no interior das ilhas. Suas maiores colônias estão nas ilhas Redonda e Soeste, em ninhos confeccionados com pedras e material vegetal nos paredões e ao longo das praias junto aos blocos de pedras. É bastante arisco, mostrando-se inquieto à aproximação humana.  Como o atobá branco, põe um ou dois ovos, quase sempre criando apenas um dos filhotes. Tem o tempo de incubação de 45 dias.

 

Sterna Fuscata (trinta-réis das-rocas, trinta-réis-preto-e-branco).

Mede 40 cm. Dorso negro com o ventre e testa brancos.  Espécie migratória, apenas alguns casais reproduzem-se na ilha Guarita no mesmo período dos beneditos. A área de maior concentração para reprodução desta espécie no Atlântico Sul é a Reserva Biológica do Atol das Rocas - RN.

 

Anous stolidus (viuvinha, benedito).

Mede 38 cm. Plumagem marrom e testa esbranquiçada.  Reproduz-se principalmente na Ilha Guarita, com alguns casais nidificando na ilha Santa Bárbara, em pequenas cavidades no penhasco do lado sul. Espécie migratória, chega em grandes bandos durante o mês de março e permanece até novembro, quando deixa o arquipélago.  Com o anilhamento, técnica de marcação com anel de metal colocado no tarso (perna) das aves, busca-se conhecer sua movimentação para outras regiões.

 

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Textos: Lucian Interaminense

Revisão: Artelírio Bolsanello

 

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