Imagem em Acervo paraíso perdido
Separador

Adão e Eva Paraíso Perdido
(Antiguidade)

Os mitos ocidentais relacionados com a origem humana, por vezes, tratam da perda de uma condição feliz jamais alcançada depois na história. Tanto os assírios, babilônios, judeus e helenos, como os índios Kaingang, do sul do Brasil, concordam que a matéria prima para feitura dos primeiros homens seria o barro. O termo hebraico adam vem de adama, terra, e quer dizer aquele que surgiu da terra. Quanto à mulher, entretanto, há divergências. No Antigo Testamento, Eva seria uma parte retirada do próprio homem, por Deus, a fim de lhe fazer companhia. Por outro lado, na Teogonia e em Trabalhos e os Dias, de Hesíodo (sécs. VIII ou VII a.C.), Pandora seria um “presente” que Zeus mandara fazer para prejudicar aos homens, criaturas de Prometeu, um desafeto do cronida. Em ambos casos, a desatenção da mulher acaba por levar à perda do paraíso para a humanidade, que passa a conviver com os males do mundo, sendo obrigada a sobreviver com o suor do rosto.

Discursus

“Antes vivia sobre a terra a grei dos humanos
a recato dos males, dos difíceis trabalhos,
das terríveis doenças que ao homem põem fim;
mas a mulher, a grande tampa do jarro alçado,
dispersou-os e para os homens tramou tristes pesares.
Sozinha, ali, a Expectativa em indestrutível morada
abaixo das bordas restou e para fora não
voou, pois antes repôs ela a tampa do jarro,
por desígnios de Zeus porta-égide, o agrega nuvens”

(HESIODO, Trabalhos e os Dias, v. 90 a 99).

Direito Autoral

Imagem: RUBENS, P.P. Adão e Eva (1598-1600). Casa de Rubens, Amberes (Bélgica).

Separador
Ir ao Acervo Ir ao índice de Iconoteca