Imagem em Acervo barril de diógenes


Barril de Diógenes Barril de Diógenes de Sinope
(Antiguidade helênica)

A vida de Diógenes de Sinope (404-323 a.C.) foi um exemplo de engajamento filosófico. Era filho de Hicesias, um moedeiro de quem herdara o ofício. Foi obrigado ao exílio, entretanto, por ter alterado o valor das moedas, segundo consta, para atender ao oráculo de Delfos. Em Atenas, tornou-se aluno de Antístenes (445-360 a.C.), fundador da escola cínica (de Cinosarges, ginásio onde este ensinava, e depois de kynikos, os que vivem como os cães), e passou a viver de modo simples e austero, de acordo com a sua condição de exilado, possuindo apenas o que fosse necessário para sua existência —um bastão e um alforje com seu manto. Chegou a morar num tonel de barro do templo dedicado a Gaia, em Corinto. Mereceu a alcunha de cão por desprezar as convenções sociais e praticar tudo que fosse natural em público, desde a alimentação ao sexo. Considerava a franqueza a coisa mais bela nos homens. Antes de sua ida para Atenas, escreveu uma obra chamada A Pantera que, como toda sua obra posterior, foi perdida, restando apenas as anedotas registradas por seu homônimo Diogénes Laerte (séc. III d.C.).

Discursus

“(..) Era preciso, portanto, para viver feliz, deixar de lado os trabalhos inúteis, e se dedicar àqueles que são de acordo com a natureza; pois a infelicidade não tem outra causa senão nossa cegueira. O hábito nos faz achar uma alegria infinita mesmo no desprezo do prazer, e ainda que aqueles que estão tomados pelo hábito da volúpia não a renuciem sem pesar, e também aqueles que tenham sido feitos por costumes contrários são mais felizes no desprezo à volúpia do que no seu deleite. Tais eram os princípios que ele [Diógenes] ensinava e praticava ao mesmo tempo, mudando assim a moeda e se conformando antes à natureza do que à lei” (DIÓGENES LAERTE, Vida e Doutrina dos Filósofos da Antiguidade, liv. VI, cap. II).

Direito Autoral

Foto: Grande pote de barro em Corinto que se presume tenha sido morada de Diógenes, o cínico. Fonte: Enciclopédia Digital GLLG.


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