Aristóteles pode ter sido o primeiro filósofo a perceber a importância da economia (oikonomias), para obtenção da felicidade. Pois não poderia atingi-la os despossuídos dos bens básicos à sobrevivência. Na Ética a Nicômaco e na Política, respectivamente, ele dedicou algumas páginas ao exame da moeda, como meio importante de estabelecer a reciprocidade entre os diversos produtos disponíveis para troca, e destacou a relevância da economia doméstica na formação do Estado. Até que Adam Smith (1723-1790) viesse a estabelecer as bases dos estudos econômicos modernos, em A Riqueza das Nações (1776), 1500 anos depois, a economia aristotélica foi a única opinião sistematizada a ser publicada, sobre o assunto. Contudo, hoje, não há quem ignore a influência da economia em todos os setores da atividade humana.
“É a grande multiplicação das produções de todos os diversos ofícios (...) que gera, em uma sociedade bem dirigida, aquela riqueza universal que se estende até às camadas mais baixas do povo. Cada trabalhador tem para vender uma grande quantidade do seu próprio trabalho, além daquela de que ele mesmo necessita; e pelo fato de todos os outros trabalhadores estarem exatamente na mesma situação, pode ele trocar grande parte de seus próprios bens por uma grande quantidade, ou (...) pelo preço de grande quantidade de bens desses outros. Fornece-lhes em abundância aquilo de que carecem, e estes, por sua vez, com a mesma abundância, lhe fornecem aquilo de que ele necessita; assim é que em todas as camadas da sociedade se difunde uma abundância geral de bens”
(SMITH, A. A Riqueza das Nações, liv. I, cap. I).
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Imagem: REMBRANDT, O Cambista. Fonte: Staatliche Museen, Berlim. |

