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Edgar A. Poe Edgar Allan Poe
(Boston, 1809 - Baltimore, 1849)

Escritor simbolista norte-americano de extrema criatividade. Inventou o “romance negro” com histórias policiais, como “Os Assassinatos na Rua Morgue” (1841), e de terror, “Berenice” (1835), que tanto influenciou a literatura moderna e contemporânea, desde Charles Pierre Baudelaire (1821-1867). De mente inquieta e de fácil atração pelo álcool, tratou de vários temas ligados à ciência e filosofia, tendo mesmo arriscado uma cosmogonia com o poema “Eureka!” (1848), que ele mesmo considerava sua principal obra, mas que os críticos consideraram apenas uma elocubração hermética. Apesar disso, pode-se encontrar contribuições, ainda que iniciais, à criptografia em textos como “Criptografia” (1842) e “O Escaravelho de Ouro” (1843); à teoria dos jogos, em “A Carta Furtada” (1845); e também à psicologia popular e inteligência artificial, “Os Assassinatos na Rua Morgue” e “O Jogador de Xadrez de Maelzel” (1836). Além disso, trabalhou em vários jornais e revistas norte-americanos, escrevendo reportagens e contos fantásticos. Morreu aos 40 anos de uma crise de alcoolismo depois que alguns cabos eleitorais o embreagaram para que votasse na cidade de Baltimore, deixando o poema “O Corvo” (1845) como a obra-prima da literatura norte-americana.

Discursus

“Ciência! Do velho Tempo és filha predileta!
Tudo alteras, com o olhar que tudo inquire e invade!
Porque rasgas assim o coração do poeta,
abutre, que asas tens de triste Realidade?

“Poderia ele amar-te, achar sabedoria
em ti, se ousas cortar seu vôo errante e ao léu
quando tenta extrair os tesouros do céu,
mesmo que a asa se eleve indômita e bravia?

“Não furtaste a Diana o carro? E não forçaste
a Hamadríade do bosque a procurar, fugindo,
estrela mais feliz, que para sempre a esconda?

“Não arrancaste à Ninfa as carícias da onda,
e ao Elfo a verde relva? E a mim, não me roubaste
o sonho de verão ao pé do tamarindo?”

(POE, E. A. “Soneto à Ciência”, trad. de Oscar Mendes).

Direito Autoral

Imagem: Retrato de Poe em 1839.

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