rosa luxemburgo

Rosa Luxemburgo
(Zamoshc, 1871 - Berlim, 1919)

Uma entre os fundadores do Partido Comunista Alemão, nascida na Polônia e de origem judaica. Aos 18 anos foi forçada a deixar a Polônia por participar de agitações revolucionárias. Mudou-se para Zurique, na Suíça, de onde continuou suas atividades em favor do socialismo. Em 1898, troca Zurique por Berlim e ingressa no Partido Social Democrata dos Trabalhadores Alemães. Dois anos depois, escreve Reforma ou Revolução, contra tentativas de reforma da teoria marxista. Em 1905, de volta à Varsóvia, organiza movimento de ajuda ao partido Bolchevista, em meio à primeira Revolução na Rússia. No ano seguinte, lança sua teoria da Greve de Massa como alternativa à idéia de vanguarda organizada, defendida por Lenin. Pouco antes de estourar a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), redige A Acumulação do Capital (1913). Em 1915, ao lado de Karl Liebknecht, funda a Liga Espartaquista, na Alemanha, depois de abandonar o Partido Social Democrata, o qual acusa de nacionalismo. Presa novamente, escreve o livro A Revolução Russa, criticando a ditadura bolchevista por restringir a participação popular no controle do processo revolucionário. No final de 1918, ela e Liebknecht são libertados a tempo de fundarem o Partido Comunista Alemão. Durante a Revolta Espartaquista de 1919, os dois são presos e assassinados por tropas paramilitares da direita.

“Como será vista, em tal caso, a derrota da nossa Semana de Spartakus à luz da mencionada perceptiva histórica? Como o resultado de uma audaz energia revolucionária perante a insuficiente madurez da situação, ou como o desenlace de uma ação empreendida sem a necessária convicção revolucionária?

“De ambas as formas! Porque a nossa crise tem com efeito um duplo rosto, o da contradição entre uma enorme decisão ofensiva por parte das massas e a falta de convicção por parte dos chefes berlineses. Falhou a direção. Mas este é o defeito menor, porque a direção pode e deve ser criada pelas massas. As massas são com efeito o fator decisivo, porque são a rocha sobre a qual será edificada a vitória final da revolução. As massas cumprirão com a sua missão, porque farão desta nova ‘derrota’ o elo que nos une legitimamente à cadeia histórica de ‘derrotas’ que constituem o orgulho e a força do socialismo internacional. Podemos ter a certeza de que desta ‘derrota’ também há de florescer a vitória definitiva.

“A ordem reina em Berlim!... Ah! Estúpidos e insensatos carrascos! Não reparastes que a vossa ‘ordem’ está a alçar-se sobre a areia. A revolução alçar-se-á amanhã com a sua vitória e o terror pintar-se-á nos vossos rostos ao ouvir-lhe anunciar com todas as suas trombetas: ERA, SÃO E SEREI!” (LUXEMBURGO, R. A Ordem Reina em Berlim!, último escrito de 14 de janeiro de 1919).

Imagem: Rosa Luxemburgo passeia em Berlim, no início de 1919, pouco antes da Revolta Espartaquista; fonte, Nova Enciclopédia Ilustrada, Folha de São Paulo.