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O alferes Joaquim José da Silva Xavier Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes
(Vila de S. José do Rio das Mortes, 1746 - Rio de Janeiro, 1792)

Tiradentes era alferes, posto equivalente ao de tenente, no Regimento de Cavalaria Militar, em Vila Rica (atual Ouro Preto), quando entrou em contato com as idéias iluministas que um grupo de proprietários, padres, militares e intelectuais mineiros pregava, a fim de proclamar uma república independente em Minas Gerais. Antes tinha sido tropeiro, mascate e dentista prático, o que lhe proporcionou o apelido de Tiradentes. Entusiasmado com a oportunidade de livrar sua cidade do jugo da Coroa Portuguesa, juntou-se aos revoltosos da Conjuração Mineira (1788-1792). No entanto, sua participação na conspiração sempre fora posta em segundo plano pelos seus próprios companheiros, até ter sido desmantelada pelo governador de Vila Rica, Luís Antônio Furtado de Mendonça, visconde de Barbacena, que fora avisado pela denúncia feita por um dos conspiradores, Joaquim Silvério dos Reis, que os traíra em troca do perdão de suas dívidas. A partir de então, Tiradentes foi abandonado a sua própria sorte pelos antigos confrades que o acusaram de mentor do golpe fracassado, ao mesmo tempo em que pediam clemência à rainha. De todos os condenados à morte, Tiradentes foi o único que teve a sua pena executada, à exceção do rico poeta Cláudio Manoel da Costa (1729-1789) suicidado na Casa dos Contos, em Vila Rica. Os demais partiram contentíssimos para o degredo, onde puderam esconder as vergonhas de suas corvadias. Tiradentes tornou-se, então, o primeiro e talvez único herói da história brasileira a morrer com dignidade, pois, desde sua prisão em maio de 1789, até o enforcamento a 21 de abril de 1792, foi o único que não fraquejou ante seus algozes.


Discursus

“(...) os juízes deste tribunal condenam o citado réu a que, com baraço e pregão, seja conduzido pelas ruas públicas ao lugar da forca e nela morra a morte natural para sempre, e que depois de morto lhe seja cortada a cabeça e levada à Vila Rica, onde em o lugar mais público dela será pregada, em poste alto até que o tempo a consuma; e o seu corpo será dividido em quatro quartos, e pregados em postes, pelo caminho de Minas, onde o réu teve suas infames práticas, até que o tempo também os consuma; e declaram o réu infame, e seus filhos e netos, e os seus bens aplicam para o Fisco, e a casa em que vivia em Vila Rica será arrasada e salgada, para que nunca mais no chão se edifique, e no mesmo chão se erguerá um padrão, pelo qual se conserve a memória desse abominável réu” (Trecho da sentença proclamada pelo tribunal que condenou Tiradentes, no Rio de Janeiro. Apud BUENO, E. História do Brasil).

Direito Autoral

Imagem: RODRIGUES, J. W. Retrato do Alferes Joaquim José da Silva Xavier, 1940. Fonte: Museu Histórico Nacional, Rio de Janeiro.

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