Thomas Mann
(Lübeck, 1875 - Zurique, 1955)
Escritor alemão, naturalizado norte-americano. Iniciou sua carreira de romancista com a obra Buddenbrooks (1901). Em 1924, publica seu maior livro A Montanha Mágica e já recebe o Prêmio Nobel de Literatura, no ano de 1929. Até então, seus textos seguiam a forma clássica de acompanhar, em detalhes, a vida do personagem principal da infância à maturidade. A partir da ascensão do regime nazista e seu consequente exílio em 1936, nos Estados Unidos, a temática de suas histórias passa a retratar mais explicitamente a decadência da sociedade européia e especialmente do povo alemão, ao qual faz duras críticas pelo apoio dado a Adolfo Hitler (1889-1945) e seus asseclas. Escreve, portanto, Doutor Fausto (1947), onde tece a metáfora do pacto com o diabo que seus ex-compatriotas fizeram com o nazismo.
Aguçou o olhar, fazendo-o compenetrar-se das grandes palavras que enchem o peito do homem, descobriu-lhe as almas dos homens e a sua própria, deu-lhe clarividência e mostrou-lhe o fim que está atrás das palavras e atos. Mas o que ele via era isto: comicidade e miséria comicidade e miséria.
Então veio a solidão, com o tormento e o orgulho da cognição, porque não se sentia bem no círculo dos inocentes com a alma alegre e obscura e estes, por sua vez, sentiam-se perturbados pelo sinal na sua testa. Mas a alegria na palavra e nas formas se tornou cada vez mais doce para ele, pois costumava dizer (e já tomara nota disto) que o conhecimento da alma somente nos faria infalivelmente tristonhos, se o contentamento da expressão não nos conservasse acordados e alegres... (MANN, Th. Tonio Kroeger, cap. III).
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Imagem: Thomas Mann; fonte, Enciclopédia Digital, GLLG. |