Zumbi dos Palmares ["o guerreiro"]
(Alagoas, 1655 - Palmares, 1695)
Último líder da revolta do chamado Quilombo dos Palmares, formado entre 1604 e 1694. Zumbi era sobrinho de Ganga Zumba ("grande senhor"), o rei do quilombo que chefiava outros 12 mocambos acampamentos de escravos, índios e fugitivos brancos que se refugiavam da perseguição portuguesa, na serra da Barriga, se estendendo de Alagoas a Pernambuco. Palmares chegou a reunir 20 mil pessoas em cerca de 6 mil casas, tendo começado com a fuga de 40 escravos dos engenhos de açúcar de Pernambuco. Em 1678, Zumba aceita acordo com o governador de Pernambuco, Aires de Souza e Castro, que prometia a libertação dos negros nascidos em Palmares e o livre comércio, em troca da rendição dos demais e o fim das fugas. Zumbi, entretanto, teria renegado o acordo e destituído Zumba do comando. Passa então a liderar a resistência contra os portugueses. Palmares que ao longo de sua história suportara cerca de 25 ataques, desde os holandeses, em 1644 e 1645, finalmente cai após a segunda investida do coronel Domingos Jorge Velho (1614-1703), bandeirante paulista, em 6 de fevereiro de 1694. Embora Zumbi tenha conseguido fugir, foi morto por André Furtado Mendonça em 20 de novembro de 1695, no seu esconderijo, denunciado por Antônio Soares, seu homem de confiança. Zumbi teve a cabeça decapitada e exposta na praça central de Recife, para inibir novas tentativas de revolta contra a escravidão. A data de sua morte é lembrada como dia nacional da Consciência Negra.
Só um meio havia eficaz e efetivo para verdadeiramente se reduzirem, que era concedendo-lhe S.M. e todos seus senhores espontânea, liberal e segura liberdade, vivendo naqueles sítios como os outros índios e gentios livres, e que então os padres fossem seus páracos e os doutrinassem como aos demais.
Porém esta mesma liberdade assim considerada seria a total destruição do Brasil, porque conhecendo os demais negros que por este meio tinham conseguido o ficar livres, cada cidade, cada vila, cada lugar, cada engenho, seriam logo outros tantos Palmares, fugindo e passando-se aos matos com todo o seu cabedal, que não é outro mais que o próprio corpo (VIEIRA, Pe. A. "Carta a Roque Monteiro Paim, de 2 de julho de 1691", in Cartas, LXIII).
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Imagem: PARREIRAS, A. Zumbi. Fonte: Museu Antônio Parreiras, Niterói. |