Mas
não passou sem nuvem de tristeza esse
amor que era toda a tua vida, em
que eu tinha a existência resumida e
a viva chama de minha alma, acesa. Nem
lemos sem vislumbre de incerteza a
página do amor, lida e relida, mas
pouquíssimas vezes entendida, sempre
cheia de engano e de surpresa, Não.
Quantas vezes ocultei a minha dor
num sorriso! Quanta vez sentiste parar,
medroso, o coração de gelo! -
É que nossa alma às vezes adivinha que
perder um amor não é tão triste como
pensar que havemos de perdê-lo. (Guilherme de Almeida)
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