Antraz
que é???
O
que é o antraz?
O antraz é uma doença causada pelo bacilos Anthracis, nome
original da bactéria formadora de esporos há muito tempo conhecida pelos
médicos. Seu estudo, porém, está mais ligado a medicina veterinária, já
que sua incidência é ligada a animais ruminantes herbívoros que pastam
em áreas com solo contaminado. O homem pode adquirir a doença em sua
forma natural através do contato com animais infectados ou suas carcaças.
Historiadores
acreditam que uma das pragas que atingiram o Egito, descritas no Velho
Testamento, seja o antraz. O nome da doença vem do grego, anthrax,
que quer dizer carvão e faz referência à mancha negra formada na pele
na versão cutânea da doença. O antraz é um problema endêmico em
grandes regiões da Ásia, África e América Latina.
Como
o antraz é transmitido?
A contaminação
do homem pode acontecer por três formas: pela pele, principalmente através
de ferimentos que entram em contato com objetos contaminados (forma cutânea);
pela ingestão de alimentos contaminados (digestiva) ou inalação da bactéria
(respiratória).
Quais
os sintomas?
Antraz
cutâneo: a doença começa com uma lesão preta na pele, uma espécie
de furúnculo. Esta versão do antraz tem risco muito pequeno de levar à
morte. Antraz digestivo: causa diarréias, inflamações,
perda de apetite, vômitos, febre e náusea. Também é pouco letal se
tratado a tempo. Antraz respiratório: é o que mais
preocupa os médicos. Atinge pessoas que inalam a bactéria e,
inicialmente, parece uma gripe comum, com mal-estar e febre. Pode evoluir
para uma infecção respiratória aguda e dificilmente é reversível após
atingir o estágio avançado.
Existe
tratamento?
O tratamento
pode ser feito a base de penicilina e de antibióticos que tenham o princípio
ativo ciprofloxacina. O remédio é facilmente encontrado no mercado
brasileiro e tem uma versão genérica à venda. Mesmo que o tratamento básico
seja com antibióticos, há um tipo de tratamento para cada uma das formas
da doença, por isto não se recomenda a automedicação. A ingestão
indiscriminada de medicamentos pode transformar o bacilo em um organismo
multiresistente aos antibióticos, além de acarretar problemas com outras
bactérias.
Existem
vacinas contra o antraz?
A vacina que
se tem atualmente é usada apenas pelo exército norte-americano, já que
existem muitos efeitos colaterais e a aplicação é feita em várias
doses durante 18 meses. A Organização Mundial de Saúde não recomenda a
vacinação em massa.
O
que significa estar infectado por antraz?
"Está
infectado quem apresenta traços da bactéria em partes do corpo, como,
por exemplo, na pele ou narinas", explica o infectologista David Lewy.
Uma pessoa infectada, no entanto, não irá necessariamente ter a doença.
Existem casos em que a bactéria simplesmente não se desenvolve no corpo
humano, ou mesmo é combatida através de antibióticos.
Em
quanto tempo uma pessoa infectada pode ficar doente?
O tempo de
incubação do antraz varia de dois dias a seis semanas. Desta forma, se
uma pessoa infectada for rapidamente medicada, há tempo para conter a
bactéria. Considera-se alguém doente a partir da aparição de sintomas.
O primeiro deles, normalmente, é a febre moderada.
É
possível um atentado massivo com o antraz?
De acordo com
especialistas um atentado em massa usando a bactéria é muito difícil, já
que, mesmo sendo fácil encontrá-la na natureza, o antraz teria que ser
manipulado em laboratório para ser mais patogênico e mais resistente aos
antibióticos. Mas o mais importante é dar-lhe um vetor capaz de
difundi-la eficazmente. Isto quer dizer que seria preciso controlar o
tamanho dos esporos, nos quais se abrigam os bacilos. Se estes forem muito
grandes, as proteções naturais do organismo, como os pelos do nariz e os
filamentos dos brônquios, se encarregariam de detê-los. Se muito
pequenos, podem entrar e sair dos pulmões com a mesma facilidade. Além
disto a forma de espalhar os bacilos também teria que ser muito bem
pensada. Seria preciso encontrar uma espécie de aerozol para pulverizar o
veneno na altura humana, porque se dispersado a grande altitude os esporos
se perderiam em sua grande maioria. Somando-se a tudo isto o trabalho de
manipulação da bactéria é perigoso e exige experiência biológica e
um bom equipamento de proteção.
Colaboração:
Osvaldo Tancredo |