Aumenta o número de atentados a bomba no Brasil |
Natalino
Borring
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Sem
bandeiras, crenças ou ideologias políticas, os |
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Uma pesquisa
realizada pela Udemo no ano passado, com 496 unidades educacionais, revelou
que 52% dos diretores estavam preocupados com o aumento das depredações,
outros 41% com os arrombamentos, 18% com blecautes provocados por alunos
e 34% consideraram os casos de explosão de bombas nas escolas um
grave problema. Só para citar um exemplo da gravidade do assunto,
no dia 20 de março o Lyceu, um dos colégios estaduais mais
tradicionais de Goiânia, sofreu uma forte explosão em um
dos banheiros masculinos, destruindo um vaso sanitário, o teto
com cobertura de madeira e vidros das janelas. Os alunos vivenciaram um
clima de pânico e terror. O artefato de pólvora foi acionado por meio de dispositivo elétrico, revelando um certo conhecimento técnico do agressor. Consta também
que a escola já havia sofrido outro atentado parecido em fevereiro
deste ano. De acordo com o Esquadrão Anti-Bombas do Grupo de Ações
Táticas Especiais (Gate), da Polícia Militar de São
Paulo, esses casos têm acontecido com uma certa freqüência
e, na maioria das vezes, o objetivo principal do agressor é paralisar
as aulas, pois muitos acontecem em dias de provas. As explosões
de bombas caseiras, que até pouco tempo estavam mais para brincadeira
de vândalos, ganharam dimensões significativas e objetivos
difusos nos últimos anos. Tanto que, quando o Esquadrão
Anti-Bombas foi criado em São Paulo, em 1989, um ano depois do
surgimento do Gate, o foco principal da instituição eram
as ocorrências com reféns localizados em área de difícil
acesso, seguidas pelos problemas em estabelecimentos penais. Havia pouquíssimos
casos de explosões de bomba. Mas com o passar dos anos esse quadro
foi drasticamente alterado e hoje as ocorrências de explosões
ocupam o topo da lista e crescem vertiginosamente. Só nos primeiros seis meses deste ano, São Paulo registrou 87 casos envolvendo bombas e as ocorrências não ficaram restritas apenas aos colégios, haja vista a explosão que aconteceu no 16º andar do prédio do Fórum João Mendes, no dia 31 de maio, e no banheiro masculino do quarto andar do edifício da Receita Federal, dia 13 de junho. No primeiro caso sabe-se que os artefatos utilizados eram compostos por pólvora de fogos de artifício e o detonador não possuía componentes metálicos, inviabilizando o reconhecimento por qualquer sistema de detecção de metal. Já no segundo caso de explosão, o diretor da Polícia Federal, delegado Agilio Monteiro Filho, afirmou que aquilo não era obra de amadores, o que torna o assunto mais preocupante, pois revela um certo grau de conhecimento técnico do agressor. Outro fato que chamou a atenção da polícia foi o pequeno espaço de tempo entre as ocorrências. Muitos chegaram a atribuir o atentado ao Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa que age nos presídios de São Paulo, mas a hipótese já está praticamente descartada. Ambos os casos ainda estão sob investigação da polícia. Para o Capitão PM Diógenes Viegas Dalle Lucca, comandante do Gate, esse conhecimento cada vez mais técnico dos marginais em relação às bombas é uma prova clara da evolução do crime. Os marginais estão cada vez mais audaciosos e as explosões ou ameaças de bombas estão sendo empregadas para facilitar a prática criminosa, afirma.
Falsas
denúncias de explosões Esse fato foi verificado um dia após a explosão no prédio da Receita Federal, em São Paulo, quando a polícia foi acionada para localizar uma outra bomba, desta vez o alvo seria o prédio do Tribunal de Contas do Município (TCM). Os agentes vasculharam a área e nada foi encontrado. A informação sobre a suposta bomba foi passada por uma ligação telefônica anônima, recebida pelo TCM. |
O capitão Lucca conta que, outra vez, uma mulher ligou para o Gate e denunciou que o autor de uma determinada explosão era seu ex-namorado que havia fugido da prisão há alguns meses. Todos os dados da pessoa acusada batiam, mas o suposto fugitivo não era o autor do atentado. Como ele havia sido transferido de presídio para outro distante, a mulher tinha perdido o contato e, através da denúncia, tentava localizá-lo.
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Para justificar
o seu envio à Madri, o funcionário da Anistia Internacional
José Eduardo Bernardes da Silva, de 40 anos, foi indiciado em inquérito
policial, acusado de tentativa de explosão. Ele foi apontado como
o responsável pelas ameaças em setembro de 2000 contra os
organizadores da Parada Gay, contra a sede da Anistia, em São Paulo,
onde trabalhava, e de ter enviado um artefato com pólvora para
seu apartamento, em Higienópolis.
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O Instituto de Criminalística de São Paulo (IC) afirmou que a explosão foi provocada por uma bomba colocada sobre uma das poltronas do avião. O principal suspeito foi o professor de matemática Leonardo de Castro, que também estava no vôo. Antes de a Polícia Federal conseguir a confissão do professor, ele foi atropelado por um ônibus na zona sul de São Paulo, tendo traumas craniano e torácico. A hipótese mais provável para a explosão de parte do avião foi tentativa de homicídio.
Internet
ensina a fazer bombas caseiras Também
sugere a construção de uma peteca com bolinhas de
gude e, segundo as informações da página, uma
mão cheia de pólvora colocada na tal bomba caseira é
suficiente para explodir um carro. O comandante do Gate, capitão Diógenes Lucca, afirma que todos os sites que conseguiu tirar da Internet por ensinar a fabricar bombas caseiras eram muito precisos. As sugestões foram testadas por sua equipe e resultaram em explosões. Isso é algo muito perigoso, pois contribui para aumentar o conhecimento técnico dos marginais e leva curiosos a cometer atos de vandalismo.
Como
agir diante de
uma ameaça de bomba Para ele,
desocupar um prédio todo devido a uma falsa ameaça acaba
incentivando ainda mais o delinqüente a repetir a ação,
pois irá considerar a atitude como uma vitória de seu ato
criminoso. Sempre que alguma empresa recebe uma ameaça de
bomba, solicitamos aos diretores que analisem bem a situação,
façam uma busca preventiva pelos departamentos para tentar encontrar
objetos estranhos e só realizem a desocupação se
estiverem certos do provável risco de atentado estar fundamentado. O comandante do Gate diz que existe um pânico exagerado das pessoas em relação aos atentados a bombas no Brasil. Em primeiro lugar, porque é muito difícil alguém avisar que colocou uma bomba em determinado local e vai explodi-la. Não temos esse tipo de cultura. Quase todos os atentados brasileiros ocorreram sem qualquer tipo de aviso e muito menos algum tipo de facção criminosa apareceu para revelar a autoria do crime.
Plano
de contingência evita surpresas |
Salaorni diz que a probabilidade do Hospital Israelita Albert Einstein sofrer um atentado é igual à das demais organizações existentes no Brasil. O País não possui uma cultura de atentados a bombas com finalidades políticas ou contra grupos de etnias diferentes. Em geral, o criminoso que se utiliza de bombas no Brasil tem a finalidade única de obter dinheiro, além disso, atendemos pessoas de diferentes credos. Mesmo assim, o gerente de operações garante que montou
um plano de contingência eficiente e todas as atendentes foram treinadas
para identificar trotes e procurar obter o máximo de informação
do suposto agressor. |
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Além de fazer constante treinamento dos funcionários
procuramos fazer simulações para testar nossa eficiência
na possibilidade de um fato real. Faria Salaorni acredita que os atentados a bombas, que recentemente aconteceram em São Paulo, não resultaram em um grande número de vitimas porque essa não era a atenção. Para ele, em caso de dúvidas sobre a veracidade de uma ameaça o melhor é desocupar as instalações. Devemos sempre procurar a orientação da polícia e, na dúvida, é preferível perder horas de trabalho desocupando as instalações a correr um risco que poderá resultar em perda de vidas. |