Segurança na entrada dos condomínios:
Portaria e portões são pontos vulneráveis nos prédios
A
forma mais utilizada pelos bandidos para assaltar condomínios é
através do acesso pela portaria, como visitantes ou mesmo usando a
violência para invadir. Às vezes se passam por entregadores ou até
rendem empregados domésticos e moradores para entrar no condomínio.
E os porteiros são facilmente dominados, já que estão (e devem
estar) desarmados.
O
fato é que a violência avançou a uma velocidade maior que a atualização
dos arquitetos no quesito segurança, que a mudança dos hábitos das
pessoas ou que a capacidade do Estado combater o crime. Nessa lacuna,
surgiram empresas, profissionais e uma indústria de equipamentos visando
a segurança de pessoas,
instalações e empresas. É nesse segmento que podemos encontrar a solução
mais adequada às necessidades dos condomínios residenciais.
Diante disso, podemos identificar os principais problemas atuais do
acesso aos condomínios e sugerir sua melhoria:
Portarias próximas da calçada
Essas
portarias são muito desprotegidas, pois qualquer estranho tem fácil
acesso. O ideal seria efetuar uma reforma na portaria, provendo a mesma
de vidros à prova de balas (com 35 mm de espessura) e de dispositivos
passa-documentos e passa-objetos, por exemplo. Estes permitem a
identificação dos visitantes e a entrega de objetos, correspondências e
encomendas sem nenhum contato físico entre o porteiro (ou condômino) e o
visitante.
Reforma na entrada
Como
alternativa,
as portarias podem ser reposicionadas a uma distância e local que
permitam a visualização do interlocutor (via interfone) sem expor o
porteiro. Após uma prévia - mas à distância - identificação do
visitante, ele seria autorizado a passar para uma área intermediária
(entre o portão externo e um outro interno). Esse recuo causa a perda da
visão externa frontal do condomínio, mas que poderá ser completamente
compensada com a instalação de um barato Circuito Fechado de Televisão
(CFTV).
Garagens
Já o
acesso dos veículos às garagens deve ser por dois portões automáticos,
comandados pela portaria, que monitora tudo pelo sistema de CFTV, da
seguinte forma: o primeiro por! tão abre, o veículo avança. O primeiro
volta a fechar, o porteiro se certifica de que não entrou alguém junto
com o carro e então libera a abertura do segundo portão.
Ausência de regras internas de segurança
A
falta de normas que estabeleçam como os funcionários do condomínio e os
condôminos devem tratar a questão de visitantes é outro fator de risco,
que é aumentado pelo despreparo desses empregados do prédio.
Por isso, as empresas administradoras de condomínios têm que estar
atentas à questão da segurança. Devem recrutar pessoas capazes,
treiná-las e reciclá-las periodicamente e propor normas que melhorem a
segurança do edifício. Se não houver empresa com esse perfil ou se o
próprio condomínio efetuar a administração, as empresas e profissionais
de segurança deverão ser procurados pelos moradores.
Dica do especialista
Atualmente os serviços de profissionais e empresas de segurança e os
equipamentos estão disponíveis em todas as grandes cidades brasileiras.
Os custos variam pela sofisticação e complexidade dos projetos. Na
prática, as reformas e equipamentos necessários para uma boa segurança
na maioria dos condomínios custam menos do que se imagina.
Por
isso, procurem sempre empresas e profissionais competentes, com
experiência e solidez comprovada, e questionem tudo. Além disso, deve-se
reservar boa parte da atenção e, se necessário, dos recursos, à questão
da qualificação dos funcionários do condomínio.
Nelson Correia é Superintendente-geral da NorsergeL |