ðHwww.oocities.org/br/dreamyaoi/anafics/parceiros/11.htmlwww.oocities.org/br/dreamyaoi/anafics/parceiros/11.htmldelayedxÂaÕJÿÿÿÿÿÿÿÿÿÿÿÿÿÿÿÿÿÿÿÿÈ€ “65OKtext/html€X¾:}65ÿÿÿÿb‰.HSun, 07 Nov 2004 06:28:52 GMTQMozilla/4.5 (compatible; HTTrack 3.0x; Windows 98)en, *ÂaÕJ65 Parceiros

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Fanfic por Ana-chan


Capítulo 11

Lição Nº 1

 

Kurama obedeceu e correu o mais que pode. Aquilo não chegava a ser uma emergência. Kuronue costumava ter desses ataques. Devia ser algum cacoete de ladrão ou coisa assim... Por precaução, o youko dava uma olhada pra trás de vez em quando pra se certificar que Kuronue ainda o seguia. Mas a verdade é que desde de que tinham começado a roubar juntos nunca tinham tido nenhum problema que justificasse tanto receio por parte de Kuronue.

De repente, um grito o fez parar. Kurama virou-se e não encontrou Kuronue, como era de se esperar. E o pior é que não tinha idéia de quando tinham se separado. Sem pensar duas vezes, largou tudo o que segurava voltou ainda mais rápido do que havia fugido. Seu coração disparou ao pensar no que pudesse ter acontecido com Kuronue... não se perdoaria se algo de ruim acontecesse com ele.

Quando finalmente avistou Kuronue, descobriu que ele tinha ficado preso numa armadilha estrategicamente escondida no meio da rota de fuga. Estava pendurado pelas pernas, de cabeça pra baixo, tentando inutilmente se libertar. Kurama chegou a pensar que ficaria paralisado só por vê-lo naquela situação, mas se surpreendeu consigo mesmo ao não se abalar nem um pouco. Tudo em que pensava era em como tiraria Kuronue dali. Tinha que haver um jeito...

Escondido, Kurama viu seu amigo ser cercado por vários youkais. Era pior do que tinha imaginado... alguns dos sujeitos tinham correntes em volta dos braços, escravos sem dúvida. Kurama sentiu o sangue ferver quando um deles deu uma paulada violentíssima na nuca de Kuronue, mas agüentou firme... Sabia que só teria chances de resgatar o amigo se permanecesse calmo e fizesse a coisa certa, no momento certo.

"Cadê o outro?", perguntou um dos estranhos, segurando Kuronue pelas asas.

"Acho que conseguiu fugir, chefe. Mas recuperamos a isca.", respondeu um youkai de cabelos verdes, mostrando a sacola abandonada por Kurama.

"Uma pena. O outro parecia mais bonito. Mas esse também é muito bom, estamos com sorte. Vamos aproveitar que desmaiou para acorrentá-lo. Não quero que o machuquem, entendido? Hematomas sempre desvalorizam o produto."

Kurama observou cautelosamente enquanto Kuronue era acorrentado e engaiolado. Depois, o levaram para um lugar afastado, onde havia outras gaiolas vazias. Provavelmente,  ainda ficariam por ali até conseguir aprisionar outros youkais.

Quando a noite cobriu a floresta com seu manto negro, Kurama saiu de seu esconderijo. O vigia dormia com a chave da gaiola de Kuronue pendurada no pescoço. O maldito roncava como um porco esfomeado. Seria penoso se aproximar de uma criatura tão horrenda, mas não tinha outro jeito.

Kurama se aproximou devagar e tirou pegou a chave sem muita dificuldade. O sujeito estava completamente bêbado mesmo... Agora só restava libertar Kuronue e, é claro, sumir dali.

"Kuronue..."

"Está louco? Fuja daqui!"

"Não diz besteira... Vai dar tudo certo, você vai ver..."

A gaiola foi aberta, mas ainda restavam as correntes. Nada que um truque de ladrões não pudesse resolver. Kurama era um exímio arrombador de cadeados e libertar Kuronue completamente não foi problema. Os problemas vieram depois... Kuronue estava sem equilíbrio, talvez em conseqüência da pancada na cabeça. Caiu no chão ao se levantar, o que acordou o vigia. Os dois correram o mais que puderam. Kurama segurou Kuronue pelo braço e o arrastou pela floresta, ouvindo os passos e gritos de seus perseguidores. Parecia não haver saída...

Kuronue acabou desabando depois de mais alguns minutos de correria. Kurama sabia que não poderia carregá-lo e correr ao mesmo tempo, então, o arrastou até uma árvore rodeada por arbustos frondosos e os fez crescer até que se transformassem em perfeita camuflagem.

"Kurama, vai embora! Você não pode me carregar e eu não consigo mais correr... Pode ser que eles não me encontrem, mas se me encontrarem, não quero que peguem você também."

"Não vou te deixar pra trás... E agora fique quieto... Se eles nos acharem vai ser de tanto você reclamar..."

Os dois ficaram parados feito estátuas por horas, atentos, esperando o pior. Kuronue queria vigiar ao menos, mas sua cabeça doía demais... Sem querer, apoiou a testa no ombro de Kurama... e dormiu ali mesmo.

 



Já era de manhã quando Kuronue deu conta de onde estava e do que tinha acontecido. Sua cabeça ainda doía, mas felizmente não tanto quanto no dia anterior. Estava no mesmo lugar onde Kurama o havia deixado. Olhou em volta... Subitamente, um vulto pulou na sua frente, o assustando de forma que quase gritou.

"Bom dia!"

"Kurama? ...Você quase me matou..."

"Eu estava lá em cima... do alto foi mais fácil te vigiar. Está se sentindo melhor?"

"Você foi completamente doido... Parece que não ouviu nada do que te ensinei. Kurama, você desrespeitou a regra número um dos ladrões... não devia ter voltado pra me buscar, isso podia ter custado a sua vida... Somos parceiros e não gêmeos siameses. Não precisamos morrer juntos!"

Kurama fechou a cara... Podia imaginar tudo menos que Kuronue brigasse com ele por tê-lo salvo.

"Eles iam te vender como escravo, era isso que você queria?"

"É claro que eu não queria virar escravo, Kurama... Senta aí... Você tem que aprender a separar as coisas... Quando estamos trabalhando não podemos nos comportar como quando estamos de bobeira no lago. Temos que ser profissionais. É cada um por si ou os dois estarão em perigo..."

Kuronue não terminou de falar... a expressão desapontada de Kurama o impediu. Aquele olhar era de partir o coração...

"... Não precisa ficar assim, Kurama. Isso é uma regra de ladrões, não tem nada a ver com a nossa amizade..."

"Então, se fosse eu naquela gaiola você não voltaria pra me buscar..."

A afirmação pegou Kuronue de surpresa. Nunca tinha encarado a questão por essa perspectiva... Sempre mandava Kurama na frente, mantinha um olho nele o tempo todo...

"É diferente..."

"Voltaria ou não voltaria?"

"...Voltaria, é claro... Não te deixaria pra trás por regra nenhuma nesse mundo..."

Inesperadamente, Kuronue ganhou um abraço apertado... Kurama costumava ser expontâneo, mas nem tanto...

"Vamos embora, Kuronue... vamos pra casa."

 



Com sorte, a dupla conseguiu voltar ao subterrâneo sem outros contratempos... Foi a primeira vez que se tinham visto enrascados de verdade... O ocorrido deixou Kuronue bastante preocupado. Com certeza, passaria dias pensando no que tinha dado errado, onde se distraiu, como não notou a armadilha... Já a preocupação de Kurama se limitava ao ferimento na nuca de seu amigo... No mais, aquela experiência lhe tinha sido bastante reveladora...

Havia um burburinho bem na entrada no subterrâneo. A animação era tanta que a chegada de Kurama e Kuronue praticamente passou desapercebida...

"Meu irmão e o Tieko devem ter roubado alguma coisa legal!"

"É... e agente nada..."

"Por minha causa."

"Não diga isso. Somos melhores que eles... só estamos tendo um pouquinho de azar..."

"Seja realista! Eles são melhores que nós. Tem mais experiência. E são mais fortes também."

"É ruim, Kuronue! Posso apostar com você como damos de dez a zero neles."

Kuronue achou melhor não argumentar mais. A teimosia de Kurama já tinha dado provas de ser imbatível...

Assim, que os avistaram, Kaizo se aproximou. À distância já havia percebido um certo abatimento estampado no rosto de seu irmão.

"Não precisa perguntar, irmão... Eu me machuquei um pouquinho mas já estou bem..."

"Você está com uma cara péssima... O que andaram aprontando?"

"Eu caí de uma árvore. Dei com a cabeça num tronco e apaguei, só isso."

"Qual é, Kuro? Desde quando deu para mentir pra mim?"

Kaizo examinou o machucado com cuidado... Era feio mas já estava cicatrizando.

Kurama já estava acostumado a ser ignorado por Kaizo. Nunca se falavam e nem Kurama sabia como isso tinha começado. Não desgostava de Kaizo... aliás, como poderia não ir com a cara de alguém tão parecido com Kuronue. O tal do Tieko, sim, lhe dava nos nervos... Mas o talzinho também era o melhor lutador do subterrâneo. Não dava pra folgar muito com ele...

"Já chega, irmão...", protestou Kuronue, "... já disse que estou bem. Kurama tomou conta de mim a noite inteira..."

Kaizo olhou de lado para Kurama. Talvez devesse lhe agradecer, mas simplesmente não podia. Tinha qualquer coisa naquele youko que não lhe agradava nem um pouco, uma coisa que nem ele mesmo sabia ao certo o que era... Melhor mudar de assunto.

"O Torneio do Subterrâneo vai começar. Eu gostaria de saber se nosso pacto ainda está de pé?"

"Claro, mano! Por que não estaria?"

"Você mudou tanto desde que... bom, você tem mudado tanto que eu já não tenho certeza de mais nada..."

"Está de pé... Vamos ficar na torcida, como sempre."

Kaizo sorriu de leve...

"Então eu te vejo amanhã. Tieko vai participar, a gente pode ficar torcendo por ele."

"Combinado."

Assim que Kaizo se distanciou, Kurama iniciou o interrogatório... Kuronue já esperava até. Enquanto tomavam banho no lago, Kuronue foi explicando sobre o Torneio. Tratava-se de uma disputa de luta física entre os habitantes do subterrâneo. Haviam regras, é claro. A intenção era premiar o mais forte, sem que alguém tivesse que sair machucado. Kaizo costumava funcionar como juiz. Ele e Kuronue nunca participavam para não ter que lutar um contra o outro.

"Todos podem participar?", perguntou Kurama se fingindo de desinteressado.

"Kurama, você não está pensando em..."

"Por que não? Eu moro aqui, não moro?"

"Você vai perder."

"Isso é o que vamos ver..."

 

 


Continua...

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