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Fanfic por Ana-chan


Capítulo 12

O Torneio do Subterrâneo

 

"Kurama, não seja teimoso! Pra que lutar afinal? Tieko vai ganhar e tudo que você vai conseguir é se machucar..."

"Não vou desistir agora! Vai parecer que eu estou com medo daquele almofadinha..."

Kuronue suspirou. Como podia uma pessoa ser tão turrona? Kurama não só tinha cismado de participar do Torneio como o estava levando às últimas conseqüências... Tinha que admitir que ele tinha se saído muito melhor do que o esperado. Havia derrotado outros cinco garotos, a maioria maiores que ele de uma forma absolutamente surpreendente... Até o mestre que nunca acompanhou o Torneio comparecia à todas as suas lutas... Mas daí a se meter a enfrentar Tieko na final era demais...

Tieko era o melhor lutador e espadachim do subterrâneo. Era um jovem alto, de mais ou menos uns 50 anos, com cabelos castanhos naturalmente adornados por uma mecha aloirada. Seus olhos, esverdeados e um pouco puxados, refletiam sua personalidade guerreira, fazendo com que parecesse sempre pronto pra briga... O Torneio ainda não tinha acabado, mas não havia a menor sombra de dúvidas sobre quem seria seu campeão.

E lá estava Kuronue, tentando inutilmente convencer Kurama a desistir de lutar a final...  Talvez fosse melhor deixá-lo ir de uma vez, se fazia tanta questão de apanhar na frente de todo mundo. No fundo, não era com a integridade física de Kurama que Kuronue estava preocupado. Kaizo era um juiz rigoroso, não admitia golpes fora das regras e nem permitia que os adversários se machucassem além da conta. Tieko é que era a preocupação. Kuronue conhecia bem o parceiro de seu irmão e sabia o quanto ele gostava de provocar, de irritar seus oponentes, coisas que com Kurama ele teria um prazer dobrado em fazer.

No fim de tarde, todos os garotos estavam lá, espalhados em volta do círculo desenhado no chão, aguardando ansiosamente o início da grande final... Tieko era o favorito, evidentemente, mas ainda havia os que esperavam por uma luta longa e disputada. Não era o caso de Kuronue. Tudo que ele queria era que acabasse logo. Aquele não era um espetáculo que apreciasse assistir.

Tieko chegou confiante. Em sua cabeça seria fácil demais. Kaizo chegou um pouco depois. Desde que o Torneio havia começado, não chegava perto de Tieko. Não queria que pensassem que estavam mancomunados, o que, aliás, seria uma idéia ridícula. Tieko não precisava de artifícios para vencer ninguém ali, muito menos um guri como Kurama...

Kurama chegou bem em cima da hora, tentando disfarçar seu abatimento. Talvez os comentários gerais já tivessem surtido efeito. No fundo, ele sabia que não tinha chances de vitória. Seu trunfo estava em resistir. Quanto mais tempo empatasse Tieko, mais desmoralizado ele ficaria. Para isso estava disposto a dar o sangue se necessário fosse...

Mestre Najah chegou um pouco depois. Ele bem que queria ter dado uns conselhos para Kurama antes da luta mas foi impossível encontrá-lo. Sabia que Kurama perderia, mas se orgulhava por tê-lo visto chegar tão longe. Agora só lhe restava torcer para que seu pupilo favorito soubesse perder com dignidade e, de preferência, sem se ferir muito. Seria um pecado se ficasse com o rosto marcado, ou coisa assim...

"Esta é a final. Suponho que conheçam as regra, mas mesmo assim me sinto na obrigação de repeti-las. Não vale dedo no olho, manifestação de youki, armas de qualquer espécie, sufocamento e golpes baixos. Perde quem cair e não levantar ou desistir. Pretendem continuar?", disse Kaizo formalmente.

Os adversários se limitaram a responder com um gesto de cabeça. O clima estava tenso, bem mais do que em todos os combates anteriores. Todos sabiam que Tieko só estava lutando a final por ter como adversário Kurama. Qualquer outro teria desistido. Só isso já soava como provocação para o campeão do subterrâneo. Uma provocação que ele não estava disposto a deixar barato...

A luta se iniciou. Kaizo mal tinha terminado de falar o "Começar!" e Tieko atacou com tudo, jogando Kurama fora do círculo com um murro no rosto...

A torcida gritou. A maioria pensou que tudo já estava terminado.

"Não valeu!", gritou Kaizo, caminhando em direção de Tieko, "... eu ainda não tinha saído do círculo."

"Quê?, perguntou Tieko indignado. Ele não esperava por isso... não de Kaizo...

"Isso que você ouviu. O que deu em você Tieko? Sabe que não precisa disso..."

O olhar de Kaizo para o seu parceiro era de clara reprovação, e, sobretudo, de desapontamento. Era o juiz, tinha que ser imparcial... Tieko não tinha o direito de pensar que aceitaria uma coisa daquelas... Kaizo virou e foi até onde Kurama estava. Ele ainda estava no chão, com Kuronue dando ataques do seu lado. Najah também se aproximou, tentando dissimular sua preocupação. O anti-clima estava montado. Agora, Tieko perderia, mesmo vencendo...

"Se você quiser, posso transferir a final pra amanhã...", perguntou Kaizo, se ajoelhando perto de Kurama, tentando ignorar o próprio embaraço.

"Eu estou bem!", respondeu Kurama com convicção.

"Ele não está não!", defendeu Kuronue.

"Estou sim!"

"Seu nariz está sangrando!"

"O nariz é meu!!"

"Chega! Você tem o direito de adiar isso, Kurama. Decida logo se quer ou não."

"Não quero."

"Então levanta de uma vez."

Kurama se levantou. Talvez tivesse sido burrice rejeitar a proposta de Kaizo... Estava pondo sangue pelo nariz, pouco é verdade, mas isso seria um problema se levasse outros socos como aquele. Só que a necessidade de aproveitar a chance falava mais alto... Era agora ou nunca...

A luta recomeçou. Desta vez, Tieko parecia determinado a jogar seriamente. A deslealdade anterior havia emudecido sua torcida. Agora, precisava mais do que nunca de compensá-la.

Tudo passou a correr, então, conforme o previsto. Tieko era maior, mais forte e mais experiente, mas isso não impedia Kurama de conseguir surpreende-lo de vez em quando. Nada que ameaçasse sua supremacia, mas não deixava de ser forte indício de que em poucos anos teria um adversário a altura.

Depois do primeiro intervalo, Tieko chegou a conclusão que já tinha sido bonzinho demais, e resolveu decidir a luta de uma vez... Ledo engano... Kurama era bom de esquiva e parecia já ter assimilado a maioria de seus golpes... Não tinha como vencer, mas estava disposto a tornar o confronto o mais longo possível.

A luta seguiu tensa, recheada de provocações de ambos os lados. Volta e meia Kaizo tinha que separá-los. Em menos de vinte minutos, os lutadores já tinham suado tanto que tiveram que tirar as camisas. Tieko se enervava muito mais do que conseguia enervar Kurama e isso o complicava consideravelmente. O fato é que o youko podia ser mais fraco, mas tinha uma língua afiada como poucos... até mais do que a de Tieko.

Subitamente, os dois foram para o chão após uma chave de braço mal feita. Kurama foi praticamente encoberto por Tieko. Quando Kaizo se aproximou para separá-los, Tieko se ergueu espontaneamente. O nariz de Kurama estava pondo um rio de sangue... já havia até uma pequena poça no chão... Kuronue entrou no círculo ignorando as regras mas não foi impedido. Estava claro que a luta não poderia continuar...

 


"Ai!"

"Para de reclamar. Foi você que se meteu nessa encrenca, esqueceu?"

"Não é motivo pra me torturar desse jeito"

De repente, uma sombra tapou a luz que vinha da entrada do quarto...

"Mas que ra... Mestre?"

"Vim ver com está o lutador."

"Rebelde, como sempre. Não quer deixar eu cuidar desse monte de machucados..."

"Esse troço arde!", se defendeu Kurama.

Najah se agachou perto dos meninos.

"Desculpe não ter ficado até o fim... Eu não aprecio muito lutas, como devem saber... Eu trouxe algo que pode ajudar...", disse, tirando um pequeno frasco vermelho de um bolso, "... essa porção é muito boa. Ajuda na cicatrização e não arde."

Kuronue só ficou observando enquanto Najah acariciava os cabelos de Kurama com expressão embevecida. Jamais havia visto o mestre ser tão gentil. Talvez as coisas que os garotos diziam sobre ele e Kurama não fossem tão mentirosas assim.

Najah não demorou muito. Logo que saiu, Kuronue encarou seu amigo espantado...

"Kurama... Você caiu mesmo nas graças dele..."

"Não exagera, tá? Não gosto de falar sobre isso. Pensa que não sei o que os outros dizem?"

"Não ligue pra eles... Aposto que estão morrendo de inveja. Agora me deixe cuidar desses machucados, anda. Se você for um bom menino, depois te trago umas cerejas."

Kurama ficou quieto, enquanto Kuronue, passava a fórmula do mestre na coleção de pequenos e médios ferimentos deixados pela luta. Ainda ardia, embora menos um pouco, mas achou melhor não comentar.

"Já te falei que você se saiu muito bem?"

"Não."

"Estou orgulhoso de você."

"Sério?"

"Claro. Acha que eu ia mentir pra você... EI!! O que é isso aqui?"

Haviam duas marcas alongadas, parecendo queimaduras leves, uma de cada lado das costas de Kurama...

"Foi da luta, oras."

"Não foi mesmo... Isso está com jeito de queimado... O que o Tieko fez com você?"

Kurama se virou devagar, como que pensando bem no que ia dizer...

"Tieko me deu um choque com as mãos. Coisa a toa, mas que fez o meu nariz sangrar..."

"E você não falou NADA? Isso é contra as regras, Kurama! Tieko usou youki contra você. Eu vou lá no meu irmão agora e vou contar pra ele..."

"Não!", exclamou Kurama, segurando Kuronue pelo braço, "... Não quero que conte isso pra ninguém. Se eu quisesse, tinha reclamado na hora."

"Isso é a coisa mais absurda que já ouvi!"

"Eu não ia agüentar mais de qualquer jeito, Kuronue. Tieko é mais forte que eu. Se quer saber, foi melhor desse jeito. Pelo menos assim eu não tive que desistir."

"Ele roubou! Meu irmão vai anular a luta, tenho certeza!"

"Me desculpe Kuronue, mas dessa ver eu te proíbo de se meter. Com o Tieko, eu me entendo mais tarde. A vez dele ainda vai chegar... E depois, gosto da idéia dele saber que não me venceu de verdade."

"Sabe de uma coisa? As vezes penso que cada vez te entendo menos...", retrucou Kuronue, antes de continuar sua tarefa de enfermeiro.

 

 


Continua...

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