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Fanfic por Ana-chan
Capítulo 14
A Mimosa das Trevas
Kuronue respirou fundo pela décima vez... Já não agüentava mais ficar ali parado, sem nada o que fazer além de esperar... Era uma situação insólita: um dia lindo e ao invés de estar fazendo algo de agradável, tinha que ficar ali, sentado, esperando Kurama acabar de examinar uma mísera semente... Ele ficava lá esticado no chão, olhando para aquela projeto de samambaia como se fosse a mais preciosa das jóias. Não dava pra entender...
"Kurama! Acabe com isso de uma vez! Estou com fome...."
"Só mais um pouquinho, por favor..."
"Você já disse isso meia dúzia de vezes. Estou cansado de te esperar..."
Kurama o olhou afetuosamente. Não podia deixar de compreende-lo, afinal, era ele quem estava no maior tédio sem entender o que se passava...
"Desculpe, Kuronue... Mas você não imagina o quanto isso é fascinante..."
"Fascinante? Uma semente? Você só pode estar brincando..."
"Não estou não!... Deixa eu te explicar," disse aproximando-se "... Encontrei essa semente ontem por acaso. Nunca vi nada parecido com ela antes... Sabe, as plantas tem uma energia própria, não como a nossa, é claro, mas que em certos casos por vir a ser até mais forte. Najah me explicou que há muitos séculos, os youkos costumavam dominar vegetais poderosíssimos e manipulá-los em seu favor nas batalhas... Assim que encontrei essa semente, tive certeza que não se trata de uma planta qualquer e sim de um dos grandes vegetais de que o mestre me falou."
"Por que você não leva logo esse troço pro mestre ver ao invés de ficar aí tentando adivinhar as coisas?"
"Aí é que tá! Najah não gosta que eu lide com essas coisas... Diz que é perigoso, vê se eu posso? Se os outros youkos podem, por que eu não?
"Vai ver ele tem razão. Se bem que é difícil de acreditar que essa bolinha possa ser uma ameaça..."
"Sabe de uma coisa? Vou faze-la brotar agora mesmo."
"Ei! Não foi minha intenção te incentivar. Se o mestre disse que é perigoso é porque deve ser mesmo."
"Confie em mim. O pior que pode acontecer é eu não conseguir fazer ela ficar maior do que eu broto de feijão."
"Se é assim..." disse Kuronue dando de ombros. Que mal podia haver?
Kurama se concentrou o mais que pode durante quase uma hora mas a semente teimava em permanecer do jeito que estava. Até as árvores que os rodeavam pareciam responder de alguma forma ao ki que Kurama emanava, mas o objetivo principal permanecia inalcançado.
"Kurama!..." falou Kuronue, balançando-o pelo ombro "... desista, por favor. Vai ver a semente secou..."
"Não secou... Eu não entendo porque nada acontece..."
Kuronue nunca havia visto seu parceiro tão desapontado... nem quando um roubo dava errado ele ficava desse jeito. Mesmo assim, acabou o convencendo a dar as costas à sua frustração e acompanhá-lo. Kurama sabia que o tinha privado do almoço por tempo demais, além do que, já estava com a barriga vazia também.
Ainda não tinham deixado a clareira onde tinham passado toda a manhã naquele jogo inútil, quando Kurama parou de andar como estivesse sido paralisado. Kuronue olhou para ele, mas sua atenção foi rapidamente desviada para a sombra que se projetava de maneira ameaçadora, bloqueando totalmente a luz do sol. Kuronue virou-se para trás instintivamente e estarrecido, deparou-se com o mais assustador mostro que seus olhos já haviam visto... Com quase seis metros de altura e várias cabeças, aquela forma horrenda se retorcia presa à base que ligava-a ao solo bem no ponto em que Kurama havia abandonado a semente... Não podia ser...
"Corre!"
"Kurama, o que..."
"CORRE!"
Kuronue nunca havia corrido na frente de Kurama. Na verdade, se sentia culpado só de pensar numa coisa dessas... Mas o tom de voz de Kurama não lhe deixou outra alternativa. Ele correu o mais rápido que pode, dando impulso com as asas que julgava atrofiadas. Ao sentir o monstro em seu encalço, seu pânico foi tanto que por vezes teve a impressão de estar voado...
Kurama o seguia mas por algum motivo não estava correndo tão rápido como o habitual... Kuronue deteve-se um pouco, na esperança de que o amigo o alcançasse com mais facilidade. Do alto de um galho, Kuronue constatava apavorado a proximidade que os galhos da planta iam conquistando ante a pouca velocidade empreendida por Kurama. Tinha que pensar em alguma coisa... e não podia demorar muito...
"Kurama! O ninho de morcegos!" gritou ao ter o pensamento salvador, ao mesmo tempo em que também se dirigiu pra lá velozmente.
A salvação não era nada mais do que uma fenda estreita, entre duas saliências de roxa, que costumava abrigar a maioria dos morcegos da região. Entrar lá não era exatamente uma idéia agradável mas não havia alternativa. Estavam longe de casa, e os tentáculos do vegetal monstruoso pareciam crescer indefinidamente.
Mesmo dentro do esconderijo, a dupla tremia a cada investida da planta contra a abertura estreita. Além de forte e grande, o vegetal também cuspia fogo. Parecia ruim demais para ser verdade.
Somente após um bom tempo, quando Kuronue finalmente se convenceu que estavam em segurança, que se atreveu a pensar em como fariam para sair dali.
"Kurama, o que a gente... Kurama? Você tá legal? Está ferido?"
"Não. Estou bem... só estou com sono..."
"SONO?!? Kurama, tem idéia da barbaridade que está me dizendo? Estamos famintos, encurralados por um planta assassina, dividindo um cubículo fedorento com uma porção de morcegos e você vem me dizer que está com sono?"
"O que eu posso fazer? Estou cansado..."
"Só faltava essa? Isso é o que dá ficar sem comer por causa de uma vaidade boba... Enquanto você está aí parecendo que levou uma surra, a sua cria lá fora tá cada vez mais esperta..."
Kuronue travou o discurso antes de terminá-lo... Uma coisa havia acabado de cruzar seu pensamento. Devagar, ele olhou para o vegetal que se movia ameaçadoramente do lado de fora e depois para Kurama, que havia se reclinado contra a parede para disfarçar seu mal estar...
"Esse bicho está te sugando..."
Sua resposta foi um desvio de olhar embaraçado.
"Kurama... Em que a gente foi se meter?... O mestre tinha razão. Essa coisa nasceu do seu ki e agora vai viver dele até... Você não consegue impedir ele de..."
"Acha que já não tentei? Essa planta parece ter vontade própria... Não consigo me desligar dela..."
"Por que não disse isso antes?"
"Ainda não tinha certeza... nunca pensei que uma coisa dessas pudesse acontecer. Acho que ela é mais forte que eu..."
"E agora?"
"Não sei. Ela deve morrer de fome depois que parar de me usar..."
"E você?"
Dessa vez não houve resposta alguma.
Cada minuto que passava era como uma tortura para Kuronue. Kurama estava dormindo há algum tempo e parecia não haver mais nada que pudesse fazer além de servir de travesseiro. Aquilo não podia terminar assim...
Com todo cuidado, Kuronue se levantou, tentando acomodar seu parceiro da melhor forma possível. A planta havia parado de se bater contra a entrada, mas ainda estava lá... esperando. Algo tinha que ser feito. Kurama o tinha livrado dos mercadores de escravos, não podia ficar ali parado, esperando que o pior acontecesse para fugir feito um covarde.
Kuronue fez então o caminho inverso e se esgueirou até o fundo da fenda, abaixo de onde dormiam os morcegos. Era agora ou nunca...
Um berro estridente ecoou de dentro da rocha causando uma onda de pânico entre os morcegos... Kuronue abaixou-se bem a tempo de evitar ser atropelado pela revoada em massa que ebuliu das profundezas da fenda apertada... Milhares de morcegos escaparam ao mesmo tempo pela abertura, formando uma nuvem que certamente poderia ser vista a distância.
A planta parecia atordoada na captura de alguns daqueles rápidos e suculentos petiscos... Não morreria de fome, pois.. talvez até livrasse Kurama... Mas a intenção de Kuronue era aproveitar a confusão para fugir, correr de volta ao subterrâneo e pedir ajuda. O risco era alto, mas tinha que tentar...
Kurama demorou um tempo para entender onde estava... A princípio tudo que percebeu era que estava num lugar apertado, escuro e extremamente mal-cheiroso...
"Kuronue?"
Estava só. Não demorou muito pra notar... Sentia uma leseira, como se de repente tivesse emburrecido ou coisa assim... Mas assim que a memória voltou com maior nitidez, entendeu o que tinha se passado...
Kuronue não estava lá. Para onde teria ido? Ele se levantou com dificuldade, sentindo as pernas formigarem e a cabeça girar... Queria pensar melhor no que podia ter acontecido, mas não era fácil...
Quando chegou na beira da entrada, Kurama deu de frente com uma das cabeças da planta. Ela imediatamente se abriu, revelando uma espécie de boca, dentro da qual havia séries de dentes afiados. Pela lógica, deveria ter gritado de susto, ou tentado fugir mas, ao invés disso, simplesmente ficou parado onde estava, admirando a terrível visão a sua frente quase embevecido...
Foi impossível dizer ao certo por quanto tempo ficou assim... Era incrível a sensação que o estava invadindo... Sentia como se aquele ser, de algum modo, conseguisse se comunicar com ele, como se tivesse uma mente que pudesse ser lida... talvez tivesse mesmo...
Sem medo, Kurama esticou um braço até tocar a ponta de umas das enormes folhas que se projetavam em sua direção... Era áspera, mas ele sorriu assim mesmo... Nem se incomodava mais de estar se sentindo tão esgotado. A experiência que estava tendo valia qualquer sacrifício.
Ele deixou-se envolver por aquele estranho diálogo até o momento em que um aperto em seu peito o trouxe de volta a realidade... Algo errado estava para acontecer... ou talvez já estivesse acontecendo...
Um clarão de luz foi tudo o que ele pode ver antes de se sentir arremessado para o fundo da caverna.. Sentiu uma dor tão forte que pensou que fosse desmaiar. O mais estranho é que não havia sido atingido em nenhuma parte do corpo... Não precisava olhar para saber que a planta estava morta... estraçalhada por uma energia colossal, que, em verdade, só poderia pertencer a uma pessoa... Seu resgate havia chegado, e logo estaria ao seu lado, ansioso por constatar que ainda estava vivo...
Podia sair dali, fazer qualquer coisa, mas acabou ficando exatamente no local onde estava. Nada mais lhe importava no momento...