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Fanfic por Ana-chan


Capítulo 18

Distância

 

Depois do acidente na floresta, Kurama foi se recuperando dentro do esperado. Nos primeiros dias, quando ainda se sentia mal, foi um paciente exemplar. Aceitava todas as recomendações de Najah e até se alegrava com tantas atenções e cuidados que lhe eram dispensados. No entanto, assim que se sentiu melhor, sua atitude mudou bastante.

Era preciso que Najah reunisse toda a paciência do Makai para suportar tanto mau humor. Em menos de uma semana já tinha formado convicção absoluta de que youkos não podiam ficar parados, muito menos presos entre quatro paredes. Kurama simplesmente não o obedecia mais. Cismava de tentar andar, de querer sair e de saber o que se passava do lado de fora e ainda fazia exigências o tempo todo. Parecia que nada era suficiente para agradá-lo. Mas de algum modo, Najah não se importava nem um pouco... Tudo que vinha de Kurama conseguia encantá-lo, até mesmo ataques de gênio.

É claro que os esforços do mestre não passaram desapercebidos... Em pouco tempo todos comentavam sobre a crescente influência que Kurama exercia sobre ele. Nesse contexto, a notícia de que Najah adotaria o youko nem chegou a causar espanto, embora não tenha faltado os que se sentissem profundamente indignados...

"Era o que faltava! Kurama filho do mestre. Só falta agora o mestre dar o subterrâneo de presente pra ele!" comentou Tieko entre dentes.

Há dias o proclamado 'melhor espadachim do subterrâneo' não falava de outro assunto.

"Se ele vai ser filho do mestre, ele vai ser dono do subterrâneo mais cedo ou mais tarde, Tieko," retrucou Kaizo com a rispidez habitual.

"Não é justo! Quer dizer que a gente vai ter que engolir ele pra não sermos mandados embora daqui. Sabe, eu até acho que Kuronue deveria voltar a ficar amigo dele. Ia ser mais garantido para nós."

Mais uma vez, Tieko havia conseguido dizer algo capaz de fazer Kaizo pensar no que ia responder.

"O que? Nem pense numa coisa dessas. A melhor coisa que já aconteceu para o meu irmão foi ter se afastado daquela peste. Eu jamais admitiria que ele voltasse a se relacionar com o youko pra meu proveito. Prefiro ser expulso daqui mil vezes. Se quer continuar fazendo parte da minha vida tire isso da cabeça."

"Credo Kaizo! Eu falei de brincadeira! Será possível que você leva tudo a sério!"

Kaizo virou o rosto. Toda a tarde era a mesma coisa. O por do sol ao lado de Tieko sempre terminava com ele ouvindo alguma coisa que o decepcionava. Só que dessa vez, foi obrigado a responder a altura. Gostava de Tieko, até mesmo de seu jeito arrogante e narcisista mas tinha que reconhecer que as vezes ele passava dos limites.

"... Kaizooooo..." murmurou Tieko perto de seu ouvido "... tá zangado ainda?"

"Não estou zangado. Só estou decepcionado..."

"Fica assim não... me desculpe. Tá quase escuro... Vamos voltar pra casa..."

E era sempre a mesma coisa. Tieko dizia uma coisa estúpida, depois perdia perdão, com aquela expressão capaz de convencer qualquer um de que estava mesmo arrependido. Consciência de estar sendo enrolado, Kaizo até tinha. O que lhe faltava era vontade de resistir...

 


Desde a briga, Kuronue só tinha visto Kurama uma vez... com Najah. Embora tivesse ciência de tudo, só se convenceu da realidade quando viu os dois juntos com os próprios olhos. A cena em si não tinha sido nada demais. Kurama estava com um pé machucado, torcido, segundo ouvira falar e o mestre o estava carregando pra todos os lados para que não andasse. Até isso Kurama tinha conseguido... fazer o mestre de serviçal.

Mas o que Kuronue não entendia mesmo era o motivo de ter se sentido tão mal ao ver os dois juntos. Tinha que se acostumar com a idéia, afinal a coisa estava tão séria que Najah iria torná-lo seu herdeiro.

Kuronue sempre arranjava algo em que pensar no entardecer. Sabia que não podia roubar todos os momentos de Kaizo e Tieko a sós. Já era uma maçada e tanto dormir no mesmo quarto do irmão sabendo que muitas vezes ele era obrigado a 'escapar' durante a noite por causa disso. Kaizo fazia tanta questão de ser discreto que acabava complicando as coisas. Seria mais fácil se o deixasse trocar de quarto com Tieko de uma vez.

E lá ia Kuronue novamente fazer hora perto do lago. Só que dessa vez, não chegou a ultrapassar a fileira de arbustos que circundavam o seu destino. Kurama estava lá, encostado numa árvore, rabiscando alguma coisa numa espécie de caderno. Parecia extremamente entretido, tanto que nem notou sua presença tão próxima. Talvez finalmente o mestre tivesse encontrado uma maneira de distraí-lo enquanto o pé não ficava bom...

Só Kuronue soube a vontade que teve de sair de onde estava, de sentar ao lado do amigo e simplesmente conversar com ele como antigamente. A verdade é que sentia muita falta da vida que levara ao lado de Kurama.

Kurama levantou a cabeça. Distração não figurava no seu rol de defeitos, com certeza já tinha percebido que havia alguém por perto. Mas não era bem como Kuronue supunha. Era Najah quem se aproximava pelo outro lado. Foi ele quem Kurama notou e recebeu com o mais amistoso dos sorrisos.

Kuronue sabia que deveria ir embora dali, mas suas pernas se recusaram a se mover. Acabou ficando lá, vendo Najah ajudar Kurama a andar. Talvez o problema com o pé não fosse tão insignificante afinal. O youko ainda caminhava com dificuldade mesmo depois de tanto tempo. Não dava pra não reparar o quanto o mestre era cuidadoso com ele. Kaizo e os outros que se conformassem porque as coisas jamais voltariam a ser como antes.

Momentos depois, Najah se retirou. Assim que se viu só, Kurama se levantou. Parecia determinado a andar sozinho a todo custo. Apoiado na árvore onde antes estava recostado, ele arrancou um pequeno galho e o fez se transformar num vara longa, na qual se apoiou com o intuito de diminuir o peso sobre o pé machucado. Era um esforço desajeitado mas parecia valer pena. Ao menos ele havia encontrado um modo de andar sem ajuda.

"Kuro?"

Kuronue se virou rapidamente.  Kaizo e Tieko estava parados bem atrás deles.

"O que está fazendo aí parado?" continuou Kaizo intrigado.

"...Nada... Quer dizer, eu estava indo para o lago, mas..."

"Ora! Vejam quem está lá!" exclamou Tieko indo em direção de Kurama.

Kaizo ainda tentou detê-lo mas não teve tempo. Acabou indo atrás dele. Kuronue o seguiu.

"Tá precisando de uma mãozinha aí?" perguntou Tieko ao se aproximar de Kurama.

Só que o youko ficou tão surpreso ao ver Kuronue que nem se lembrou de responder... Kaizo percebeu e resolver emendar.

"Se quiser, nós podemos chamar o mestre pra você, não é Kuronue?"

"Não precisa. Eu me viro," respondeu Kurama sem desviar os olhos de Kuronue.

"Se é assim..."

Kaizo segurou Tieko pelo braço e o puxou com firmeza. Era prudente evitar que ele provocasse Kurama ainda mais. Com um olhar, intimou Kuronue a acompanhá-los. Mas a preocupação de Kaizo provou-se inútil. Kurama não estava sequer ouvindo o que Tieko dizia. Tudo que fazia era olhar para Kuronue, esperançoso que pudesse encontrar qualquer sinal em sua expressão de que tinha sido perdoado. Kuronue ainda o encarou de volta por alguns momentos, indeciso. Seu irmão e Tieko já tinham dado as costas . Queria dizer qualquer coisa, nem que fosse um simples "Tchau."

"Kuronue!" Kaizo chamou.

Kuronue saiu se sentindo péssimo. Talvez estivesse sendo muito radical...

Ao ver Kuronue sair, Kurama tentou ir atrás dele mas o pé não deixou. Acabou tendo que se sentar. Não lhe restava outra coisa a não ser lamentar e esperar que Najah voltasse. Ainda não tinha desistido. Só precisava pensar em alguma coisa para convencer seu amigo que as coisas não eram como ele estava pensado. Afinal, só estava ali por causa dele...

 


Aliviado, Kurama voltou a caminhar normalmente alguns dias mais tarde. Até lá, se contentou em ficar "de molho" no quarto do mestre. Era desagradável encontrar com tipos feito Tieko em desigualdade de condições. E agora que tinha perdido Kuronue, pouco se importava com as fofocas, até porque eram verdade mesmo...

Com o fim do suplício do pé, outros recomeçaram. As noites com Najah passaram a se repetir rotineiramente. Era uma sacrifício suportável. Pensar em Kuronue ajudava... E depois, o mestre estava cada vez mais empenhado em agradá-lo. Para todos os efeitos, tinha se tornado seu filho. Isso significava que também podia mandar, uma idéia que lhe agradava bastante. Ai de quem se metesse a besta com ele agora...

Além disso, haviam outros consolos. Ao contrário das noites, os dias ao lado de Najah eram bastante agradáveis. Seu novo pai os ensinada muita coisa. Qualquer conversa com ele, por mais banal que fosse, era um espetáculo. Kurama não precisou insistir muito para conseguir exclusividade nas aulas. Condenar seus desafetos à ignorância foi fácil e como Kuronue não gostava mesmo de ler, não havia porque não fazê-lo.

Mas se tinha uma coisa que Kurama ainda gostava mais do que as lições de Najah, eram as oportunidades que tinha de estar só. Adorava poder ficar sozinho no quarto, com alguma coisa pra ler e nada para se preocupar...

Era uma tarde fria e Kurama estava como mais gostava. No fofíssimo colchão do quarto de Najah, deitado em meio àquele monte de travesseiros, envolvido com suas invenções, no caso, um mapa do subterrâneo que tinha levado quase 30 dias pra terminar só o rascunho. Estava usando um casaco maravilhoso, azul escuro, com um forro de pele de cordeiro. Um show para os padrões do Makai. Presente de seu pai, é claro. Desde que havia sido adotado tinha passado a se vestir bem melhor do que a maioria de seus colegas...

"Ora ora! O que temos aqui..."

O comentário fez Kurama olhar imediatamente em  direção da entrada. Havia um desconhecido parado lá. Alto, corpulento, aloirado, bonito até... apesar da cara de cafajeste. Usava uma capa preta tão espessa que fazia seu lindo casaco parecer uma blusinha...

Mas isso não era nem amostra das mudanças que sua aparição iria provocar...

 

 


Continua...

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