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Fanfic por Ana-chan
Capítulo 19
O Estranho no Ninho
"Ai! Mas que..."
"Sch! Fale baixo. Vi um vulto."
"E precisava me catucar desse jeito por causa disso? Qual é o problema, Kaizo? Tem gente passando nesse corredor o tempo todo."
"Esse é diferente. Muito grande pra ser um de nós. Vou checar, Tieko. Se não quiser vir, pode ficar."
"Tá, eu vou!"
Os rapazes seguiram rapidamente pelo corredor. Kaizo estava certo, um estranho havia entrado no subterrâneo. Um youkai grande, de aparência imponente. Estava caminhando despreocupadamente, como se estivesse em sua própria fortaleza.
"Alto!", gritou Kaizo ao alcançar o invasor.
O estranho parou e virou-se para eles. Sua expressão era do mais puro escárnio. Ele sorriu cinicamente.
"Ah sim... garotos... Já tinham me dito que este lugar estava cheio deles. Será que podiam me dizer onde encontrar Najah?"
Tieko desembainhou a espada e a apontou ameaçadoramente para o invasor. Qual não foi sua surpresa quando teve a arma arrancada de sua mão como se fosse um brinquedo inofensivo.
"Será que Najah nunca ensinou bons modos para vocês? Isso é forma de se tratar uma visita."
"O mestre não recebe visitas," retrucou Kaizo.
"Mestre?!? Acho que eu deveria ter aparecido por aqui antes... Como é, garoto? Vai ser um bom menino e me ensinar o caminho ou vou ter que achá-lo sozinho?"
"Quem é você?"
"Sou amigo de seu... mestre. Sei que ele não recebe visitas, mas considere-me uma exceção."
"Por esse corredor, o último quarto à esquerda."
"Obrigado. É bom saber que alguém aqui tem bom senso."
O estranho continuou seu passo rápido, sem olhar para trás.
"Kaizo! Ficou doido?"
"Ele ia passar de um jeito ou de outro. Não viu o jeito que ele tomou sua espada? Incrível como não se cortou... Ele deve ser poderosíssimo. Só o mestre pode lidar como ele agora."
"Então o que a gente faz?"
"Vamos procurar o mestre e contar o que está acontecendo. Ele vai saber o que fazer."
O visitante foi até o local indicado. Antes de entrar, lhe ocorreu se não estaria caindo em alguma armadilha. Afastou esse pensamento. Aqueles dois moleques não teriam competência para tanto - pensou - enquanto olhava para a espada que acabara de tirar do garoto mais alto. Guris interessantes. Pena que não tinha tempo sobrando.
Entrou no quarto. Talvez fosse imprudente por fazer uma coisa dessas, afinal, não sabia como seu ex-parceiro reagiria àquela invasão. Mas o fato é que era a primeira vez em séculos que fora convidado a ir ao subterrâneo. Não perderia a oportunidade de fazer uma pequena exploração.
Assim que ultrapassou o pequeno rol que antecedia o compartimento principal, deparou-se como uma cena que definitivamente não esperava: um garoto, provavelmente mais um dos discípulos de Najah acomodado num colchão que ocupava grande parte do espaço. Estava a vontade, deitado de bruços, rabiscando alguma coisa num papel bem claro, coisa rara de se adquirir no Makai. Parecia um youko, apesar da cor diferente do usual. Talvez um mestiço... Era uma visão bastante agradável. Reparando bem, deveria ser um youkai bastante jovem. Apesar de uns 1,70 de altura, não deveria ter mais do que 11, 12 anos. Hekel podia dizer pelo tamanho da cauda... Incrível como as caudas são capazes entregar o jogo. Talvez devesse ensinar Najah um pouco sobre isso...
"Ora ora! O que temos aqui..."
O jovem ergueu os olhos imediatamente. Olhos dourados, como só os youkos de primeira linha costumavam ter. Há muito que não via um com olhos assim... Talvez não fosse um mestiço afinal. Para espanto seu, foi encarado de modo bastante desafiador. Intrigante pensar o que teria deixado um youko tão jovem tão cheio de si. Não demonstrou sequer um décimo da apreensão dos jovens que acabara de encontrar.
"Quem é você?"
"Que bom que perguntou... Me chamo Hekel e sou amigo de Najah, bom, mestre Najah pra você..."
"Não pra mim. Sou filho adotivo dele. O que faz aqui? Ele te convidou por acaso?"
"Vim visitá-lo sim. Estou encantado em conhecê-lo. Se Najah o adotou, é porque deve ser um jovem muito especial. Pode me conceder a honra de saber seu nome?"
"Kurama."
"É um youko, não?"
"Você é observador assim sempre ou só quando está frio?"
"Sinto muito. É que seu tipo não é muito comum..."
"Tá olhando o que?" perguntou Kurama ao notar que estava sendo observado de alto a baixo."
"Mais uma vez, desculpe-me o mal jeito. Você me deixa intrigado, é só... Um... Está copiando um mapa?"
"Eu que fiz."
Hekel agachou perto de Kurama.
"Posso ver?"
O papel foi estendido em sua direção.
"Está muito bom. Você deve ser bastante inteligente. É bom encontrar jovens assim. Atualmente só existem bárbaros nesta terra. É difícil um rapaz na sua idade saber ler."
"Meu pai ensinou."
"Imagino... Ele sempre deixa você ficar trabalhando aqui?"
"Eu moro aqui."
"Que interessante... Ah! Como não percebi antes? A encomenda que trago só pode ser para você."
"Pra mim?"
Hekel tirou de um bolso uma pequena caixa retangular e achatada e mostrou seu conteúdo para Kurama.
"Sementes?"
"Das plantas mais raras do Makai... e mais destrutivas também. Um sonho para qualquer um que possa manipulá-las... um youko, como você."
"Deixa eu ver," pediu Kurama, se pondo de joelhos num pulo.
"Hn hn hn... Melhor não por a mão. Deixe que Najah lhe ensine o que fazer... Algumas delas são extremamente perigosas."
Kurama olhou de lado numa expressão contrariada mas não disse nada.
"Não fique assim. Da próxima vez que vir aqui te trago uns livros sobre vegetais, que acha?"
"Você tem livros?"
"Claro. Tenho um biblioteca inteira. Pode freqüentá-la quando quiser."
"Mesmo?"
"Eu não poderia negar um favor a um filho de Najah..."
Kurama sorriu entusiasmado. Não seria conveniente dar uma de deslumbrado, por mais que tal idéia lhe parecesse tentadora. Mais recomendável dar uma de difícil... Só que não houve tempo para respostas. Najah entrou de repente, feito um raio, se colocando entre eles.
"Não me lembro de ter dito que podia entrar," disse olhando diretamente para Hekel que acabara de se erguer.
"Ora velho amigo... Não pensei que houvessem essas formalidades entre nós."
"Kurama, saia!"
"Mas eu..."
"Saia AGORA!!" gritou Najah, exaltado.
Kurama tremeu um pouco com o grito... Najah nunca havia gritado com ele... Obedeceu tentando não abaixar a cabeça.
Hekel assistiu a cena com um sorriso cínico nos lábios. Assim que Kurama sumiu de vista, arrebentou em gargalhadas.
"Najah... Você deveria ser mais gentil com o seu filhinho... Ele é um garoto muito voluntarioso, pelo que eu percebi..."
"Maldita hora em que te procurei! Você continua o mesmo cretino."
"E você o mesmo hipócrita... Ou pensa que engoli essa estória de filho? Najah, você é patético... Todo esse isolamento, tantas promessas e o que eu encontro na primeira vez que piso aqui? Um menino que não deve ter mais de treze anos esparramado na sua cama..." disse rindo.
Najah sentiu o sangue ferver mas procurou se controlar.
"Não vou discutir a minha vida com você e muito menos aturar seu escárnio. Trouxe o que pedi?"
"Está aqui. Sementes para o youko não?... Um mimo para o seu amante infanto-juvenil. Mas eu não o culpo... ora, quem sou eu?... Ele é uma graça..."
Dessa vez as palavras de Hekel foram demais para Najah. Ele o pegou pelos ombros e o empurrou com toda a força contra a parede. Mas nem assim Hekel parou de rir...
"Calma, velho amigo!... Todos esses anos e você ainda não aprendeu a controlar esse fúria... Perdão pela observação... Juro que não falo mais disso..."
"E não vai falar mesmo..." disse Najah soltando-o "...Não quero sentir sua presença no meu território nunca mais, entendido?"
"Não esqueça que eu entrei porque você me convidou, aliás eu te fiz um favor... Najah Najah... Vamos acabar com essa hostilidade idiota. Ainda somos os melhores sobre esta terra. Vamos nos unir novamente."
"Nunca... Nosso passado está enterrado."
"Enterrado está você aqui nesse lugar... Pense Najah... Eu e você juntos... quem sabe não conseguimos trazer Laizen de volta à razão? Ninguém poderá nos deter, sabe disso..."
"Isso tudo acabou..."
"Nada acabou! Você pode se matar de fome, se enterrar vivo, mas não pode mudar sua natureza... Você odiou ver o youko conversando comigo, eu sei que sim... odiou quando o viu sorrir pra mim, não foi?."
"Chega, Hekel! Saia daqui antes que eu o mate!"
"Eu vou embora sim... Essa sua cova me dá náuseas... Ah sim, diga adeus à Kurama por mim."
Hekel saiu caminhando a passos largos pelo corredor. Estava satisfeito com o reencontro. Daí em diante, saberia exatamente como agir...
Kurama espiou da entrada de um dos quarto próximos até Hekel sumir de vista. Hesitou um pouco mas acabou voltando. Tinha passado o tempo todo tentando ouvir a conversa sem sucesso. O som vinha abafado demais e tudo que ele conseguiu captar foram gritos incompreensíveis. Estava bastante curioso... Ao entrar, viu Najah sentado no colchão, de cabeça baixa, cobrindo o rosto com as mãos. Parecia transtornado, mas Kurama não ligou. Ajoelhou-se bem na sua frente, chamou-o mas não foi respondido.
"Najah!!" insistiu, empurrando o youkai de leve.
Najah o olhou de um modo terrível...
"Você sorriu pra ele..."
"Eu quê?"
"Estava se insinuando para ele... Eu vi!"
"Tá doido?"
Najah desferiu-lhe um tapa tão rápido que Kurama nem percebeu o que lhe atingiu. Apenas caiu no chão sem chances de se equilibrar...
Assim que viu o youko no chão, Najah caiu em si. Estava acontecendo de novo, estava deixando o ciúme falar mais alto do que a razão. Kurama não podia ter feito nada por mal, nem sequer conhecia Hekel...
"Kurama, sinto muito..."
Mas o youko não lhe deu ouvidos. Assim que se levantou saiu correndo... Najah não precisou segui-lo. Sabia bem onde estava. Esperou um pouco, até se acalmar totalmente, e depois foi até o ex-quarto de Kuronue. Não deu outra. Kurama estava lá, deitado no colchão, com o rosto escondido entre os braços.
"Vai embora!"
"Não antes de você me perdoar. Não tive a intenção, acredite. Fiquei com ciúmes quando vi você ser simpático com Hekel... Você custou tanto para ser simpático comigo."
"Eu não fiz nada..."
"Eu sei que não... Não quer ver o presente que te trouxe?"
"Se são as sementes eu já vi... Seu amigo me mostrou."
"Aquele demônio... Hekel não é meu amigo. Eu só o procurei por sua causa, e foi um erro. Ele era a única pessoa que podia conseguir essas sementes... Vamos, me deixe ver seu rosto."
"Não!"
"Não seja teimoso. Já te pedi desculpas... Olha, se você quiser, posso te ensinar tudo o que você tem que fazer para controlar essas plantas. Algumas delas podem derrotar um exército inteiro."
Kurama levantou o rosto e o olhou de lado. O tapa havia deixado uma vermelhidão em todo o lado esquerdo do rosto. Najah o puxou para o seu colo da maneira mais delicada possível. O youko ainda não estava disposto a ser amistoso mas, por outro lado, adorava quando era tratado daquele jeito, mesmo por Najah... Não podia ser radical, ou sua vida só ficaria pior. Não podia esquecer que sua lista de aliados não andava muito abundante ultimamente. Acabou encostando a cabeça no ombro de Najah.
"Precisava bater com tanta força?"
"Eu sei... me perdoe."
Kurama não evitou de se lembrar do tapa de Kuronue. Foi tão mais fraco que não deixou uma marquinha sequer. Contudo, tinha doido muito mais...
Um barulho vindo da entrada chamou a atenção dos dois. Kuronue estava parado na porta, sem saber o que fazer.
"...Me desculpem. Eu vim pegar uma coisa que esqueci... Eu não sabia..." gaguejou sem graça.
"Tudo bem," respondeu Najah mecanicamente.
Kuronue pegou o que queria rapidamente e saiu quase se embaralhando nas próprias pernas. Kurama não se atreveu dirigir-lhe o olhar. Não queria que ele visse a marca em seu rosto. No fundo, sabia que mesmo que não fosse por isso, não teria coragem de encará-lo naquele momento.