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Fanfic por Ana-chan
Capítulo 20
Celebração
Tieko caminhava pelo corredor lentamente, quase hesitante... Estava prestes a tomar uma atitude detestável mas o fato é que não havia outro jeito. Precisava de sua espada de volta e o mais rápido possível. Como poderia ficar longe da única arma que sabia manejar com precisão? Desde que o estranho visitante a tinha tomado não conseguia se sentir ele mesmo. Podia tentar roubar uma outra espada qualquer, é verdade, mas não podia esperar tanto. Ia pedi-la de volta para Kurama. Se alguém sabia onde o sujeito a havia largado era ele. Que se danasse o orgulho!
Era uma manhã muito fria e Mestre Najah tinha saído, coisa rara de acontecer. Esta seria um excelente oportunidade para abordar Kurama. Talvez fosse muita ousadia ir até o quarto do mestre assim sem convite mas não se importava. Tinha que ter a espada de volta... sua espada. Não podia permitir que seus colegas dessem por sua falta. Não seria nada bom para a sua reputação se todos soubessem que a tinha perdido para um youkai a toa. Ao menos podia contar com a discrição de Kaizo quanto a isso. Nesse aspecto era muito bom ter um parceiro tão reservado.
O rapaz parou perto da entrada. Lhe ocorreu que seria melhor se anunciar primeiro.
"Kurama você está aí? Preciso falar com você, posso entrar?"
Não houve resposta. O certo seria voltar uma outra hora, mas Tieko não resistiu à idéia de que poderia usar de suas habilidades de ladrão ali mesmo. Só levaria um instante até recuperar o que lhe pertencia. Depois, ninguém o tinha visto ali...
Sorrateiramente, Tieko entrou no quarto. A primeira coisa que notou é que estava enganado a respeito da ausência de Kurama. Ele estava lá, dormindo a sono solto no maior colchão que seus olhos já haviam visto. Já havia amanhecido há horas e o folgado na maior preguiça... Se bem que, considerando que ele parecia estar nu, ou quase, talvez tivesse tido uma noite bastante trabalhosa - concluiu com um ligeiro sorriso nos lábios.
Foi fácil encontrar a espada. Estava bem ali do lado, encostada na espessa parede de rocha. Quando sua mão estava a poucos centímetros de seu objetivo, foi envolvido por cipós que brotaram das paredes. Foi tão rápido que não houve esperanças de defesa. Tieko foi erguido por um tornozelo até ficar ridiculamente pendurado de cabeça pra baixo.
"Kaizo nunca te ensinou a bater antes de entrar," perguntou Kurama calmamente.
Tieko se debateu como um coelho numa armadilha mas foi inútil.
"Kurama, me tire daqui!" pediu ao sentir seu captor se aproximar.
"Não se preocupe. Esse cipó não é muito forte. Daqui a pouco arrebenta... Posso saber o que está fazendo aqui?"
"Vim pegar minha espada e só!"
Kurama olhou a espada e sorriu com satisfação. Para aflição de Tieko, segurou-a e a examinou atentamente.
"Como pode ser sua se está aqui?"
Tieko hesitou mas acabou contando algo parecido com a verdade. Assim que terminou, sou corpo despencou no chão.
"Eu disse que ia arrebentar, não disse?"
"Me devolve a espada."
"Vou pensar. Quem sabe outro dia..."
"Eu preciso dela, Kurama..." pediu, suspirando de desgosto antes de prosseguir "... por favor."
O youko sorriu e sentou sobre um monte de travesseiros displicentemente.
"Você precisa? E eu com isso? Vê se dá o fora ante que meu pai chegue. Ele vai ficar uma fera se te pegar aqui."
Tudo que Tieko queria era xingar, partir pra cima e tomar a espada na marra, mas tinha consciência de que isso lhe custaria muito mais caro do que a perda da arma. Sorte que já tinha pensado numa saída para essa eventualidade. Conhecendo Kurama, já tinha imaginado que precisaria de uma carta na manga para lograr seu intento.
"Olha, Kurama... vamos conversar. Não acredito que a gente não consiga chegar num acordo. Sabe, eu sempre te achei um garoto muito esperto. Não sou como Kaizo... Se quiser, posso te ajudar com relação a Kuronue..."
Kurama levantou os olhos na mesma hora. Tieko sentiu os efeito de suas palavras e prosseguiu confiante.
"Segundo Kaizo, Kuronue deve estar completando 15 anos. Ele está preparando uma festa surpresa hoje a noite. Parece que celebrar 15 anos era tradição lá no lugar de onde Kaizo e Kuronue vieram. Kaizo é chegado nesse negócio de cultivar costumes, sabe como é... Pessoalmente acho uma bobagem... Enfim, se quiser, posso dar um jeito de Kuronue conversar com você sem ninguém pra atrapalhar. Vão estar todo ocupados na festa mesmo..."
"Você precisa mesmo da espada, né?"
"Ora... não é só isso. Gostaria muito que pudéssemos ser amigos..."
A risada de Kurama interrompeu o discurso de Tieko.
"Preferia ser amigo de uma cobra mas vou aceitar sua proposta. Pode levar a espada. Nem pense em não cumprir a sua parte ou quebro a sua cara, entendeu?"
Depois dessa, nada mais restou a Tieko a não ser uma retirada estratégica. Maldito youko - pensou ao sair do quarto. Agora ele tinha que arranjar o encontro. Não seria difícil. Mesmo assim, seu ego ferido exigia uma compensação pelo modo como fora tratado... Só faltava imaginar um meio de atingir Kurama...
"Tieko!! Olha só o que Kaizo me deu!"
O chamado de Kuronue fez Tieko voltar à realidade. O jovem estava lá, parado a sua frente, exibindo uma roupa nova com a euforia que lhe era peculiar.
"É bonita, Kuro. Parabéns."
"Kaizo está tramando algo, não está? Tenho certeza que sim."
"Está sim, mas não conte pra ninguém que eu te falei."
"Pode deixar. Valeu!" respondeu Kuronue saindo apressado.
Tieko sacudiu a cabeça... Como pode dois irmãos serem tão diferentes? - pensou. Subitamente, uma idéia lhe ocorreu. Kurama ia ver só uma coisa...
Kurama respirou aliviado assim que Tieko saiu. Receava pela reação de Najah se o tivesse encontrado ali... Ultimamente, ele andava tão ciumento que chegava a irritar. Comportamento mais sem fundamento impossível. A última coisa que queria na vida era outro youkai pra dividir a cama. Mal dava conta de um... Bom, a menos que fosse Kuronue é claro... Nossa... Como gostaria de voltar a dividir a cama com ele, mesmo que fosse só pra dormir.
Ainda estava com sono, mas a idéia de que teria uma chance de conversar com Kuronue o convenceu a não se deitar novamente. Queria se preparar, pensar no que dizer, mas para seu azar não houve oportunidade. Najah chegou mais cedo do que esperava e não deu folga. Depois da visita do tal Hekel, parecia ter medo de deixá-lo sozinho. Kurama odiava se sentir vigiado mas essa sensação passou a ser constante em sua vida. Só desejava que isso não estragasse seu encontro com Kuronue.
Quando escureceu, Kurama saiu de fininho. Najah estava dormindo e isso facilitava bastante as coisas... Pelo menos não teria que dar satisfações dessa vez. Ainda era cedo, mas já dava pra ouvir o burburinho que vinha do quarto onde parte dos jovens já estavam reunidos. Nesse meio tempo, resolveu dar uma volta do lado de fora. Saiu mas acabou ficando por perto, esperando por Tieko. Ai dele se não fizesse o prometido.
"Boa noite, Kurama!"
Kurama se assustou. Era muito difícil alguém se aproximar sem ser notado e aquele cumprimento o fez pular da pedra onde estava sentado.
"Desculpe-me. Não pretendia assustá-lo."
"Você?" murmurou Kurama desgostoso ao reconhecer a imponente figura de Hekel.
"Decepcionado, posso ver... Esperando alguém?"
"...Não. Afinal, que faz aqui? Pensei que meu pai tivesse te proibido de vir aqui."
"Ele proibiu sim, mas quem se importa... Estou incomodando você?"
"Não, quero dizer, está. Não quero nos vejam juntos."
"Por que? Estamos cometendo algum crime?"
"Não é isso, é que, ah deixa pra lá... Fique aí se quiser. Não ligo se meu pai te matar mesmo."
"Najah, me matar? Ah, essa é boa... Ele não gastaria tanta energia comigo. Não me leve a mal, garoto, mas Najah tem outras prioridades na vida. Cuidar bem de você, por exemplo..."
"Que você quer dizer com isso, hein?"
"Não se preocupe com isso... Acho que você vai acabar descobrindo mais cedo ou mais tarde."
Kurama virou o rosto pra não ter que responder. Já era hora de Tieko aparecer...
"Ah sim, já ia esquecendo. Estávamos combinando uma visita à minha biblioteca quando fomos interrompidos da outra vez..."
"Não vai dar, tá? Obrigado assim mesmo," respondeu Kurama tentando manter a formalidade da conversa.
"Tudo bem. Lembre-se que a proposta ainda estará de pé quando mudar de idéia."
"Não vou mudar de idéia."
"Vai sim. Jovens mudam de idéia o tempo todo, você vai ver... Posso provar se quiser."
"Tá, então prova..."
"Levante-se."
"Pra que?"
"Pra eu te provar."
"Você vai embora depois?"
"Prometo que vou."
O youko se levantou contrariado. Sua cabeça estava na festa de Kuronue e não ali naquela conversa sem sentido... Tamanha era sua distração que não teve chances de se defender dos braços de Hekel quando estes o envolveram, segurando seus braços atrás das costas.
"Ei!"
Não houve tempo para protestos. Hekel o beijou com força, o segurando com firmeza até sentir que já tinha desistido de reagir. Atentando bem, ele tinha desistido até antes do esperado, o que não chegava a ser tão surpreendente em se tratando de um youko. Mesmo assim era certo que o fatídico empurrão chegaria a qualquer momento...
"Me solta!" berrou Kurama ao se esquivar ofegante.
Hekel riu...
"Então, provei ou não a minha tese? Pelo tempo que você levou pra reagir, creio que sua opinião sobre beijos já tenha mudado bastante."
"Não pense que gostei disso... Sai daqui agora ou eu conto tudo..."
"Já sei, já sei... estava mesmo de saída... Tem só mais uma coisa que eu queria que soubesse... Não quero abusar da sua inexperiência, sabe... Najah é que beija muito mal..."
Kurama já estava prestes a criar um chicote, mas não foi necessário. Hekel saiu tão rápido que praticamente desapareceu diante de seus olhos. Só lhe restou limpar a boca com o braço, numa tentativa inócua de se livrar da total descompostura... Como pode deixar uma coisa dessas acontecer?
Quando ele mal tinha acabado de recuperar a pose, Tieko se aproximou. Sorte que o rapaz já estava sobre o efeito de algumas garrafas de bebida, de modo que não percebeu seu embaraço.
"Kuro tá vindo. Foi um custo... Espera ali..." disse trôpego, apontando para uma árvore.
Tieko saiu sem dizer mais nada mas Kurama não se importou. Apenas se dirigiu para a árvore. Pra surpresa sua, Kuronue já estava lá.
"Oi."
Tinha pensado em mil coisas pra dizer, mas assim que se viu frente a frente com ele tudo que saiu foi um inexpressivo "oi". Pior foi que a sensação acalorada que teve logo após o beijo de Hekel voltou com todo a força sem nenhuma explicação...
"Oi... Tieko disse que você precisava muito falar comigo..."
"É, bem, eu... eu só queria... Parabéns pelos 15 anos. Tieko me contou."
"Obrigado. Quer ir na festa? Estão todos lá?"
"Melhor não... Eu só queria mesmo falar com você... Estou contente por você estar sóbrio. Quando vi Tieko pensei que você pudesse estar igual a ele..."
"Eu estou bem... E seu pé, melhorou?"
"Já está bom... Ah! Eu trouxe uma coisa pra você... Eu sei que você não gosta das coisas que eu te dou, então não repare porque não é nada demais..."
Uma semente pequena e avermelhada foi tirada do bolso de Kurama, que rapidamente a fez brotar. Em instantes, uma flor vistosa e com grandes pétalas vermelhas formou-se, exarando um aroma suave e agradável.
"Pra você... Cuidado porque tem espinhos..."
Kuronue pegou a flor e a olhou com atenção. Jamais havia visto algo parecido no Makai. Sentiu um aperto no peito, a sensação de estar sendo a mais injusta das criaturas...
"Obrigado... É muito lindo... Kurama... eu sinto muito por tudo que está acontecendo. Eu nunca pensei que as coisas pudessem ficar desse jeito..."
"Nem eu."
Kuronue abaixou a cabeça, resistindo à vontade de chorar que quase o dominava. Kurama percebeu.
"Kuronue, por favor, não fique assim... Droga, eu só faço besteira mesmo..."
"KURO!!!" alguém gritou de longe.
"... Kaizo está te chamando. É melhor você ir."
Kuronue olhou em direção ao som. Era mesmo o seu irmão, e pelo tom de voz também já estava meio alto. Melhor voltar antes que o visse ali com Kurama. Alterado, Kaizo seria capaz de dizer alguma grosseria.
"Kurama..." falou antes de se virar, "... vou te esperar no lago amanhã de tarde. Quero conversar melhor com você. Se não puder ir eu entendo..."
"Vou estar lá sim."
Kuronue não evitou de sorrir para o amigo antes de voltar para o subterrâneo. Por algum motivo, se sentia mais leve. Sem querer, aquele momento com Kurama tinha sido o melhor presente que podia ter recebido naquela noite.
O youko seguiu seus amigo com os olhos até ele sumir de vista. Estava tão feliz que nem se importou com a interrupção de Kaizo. Pela primeira vez voltou para o subterrâneo alegre, confortado pela certeza que de o que o dia seguinte seria um dos melhores de sua vida.