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Fanfic por Ana-chan
Capítulo 21
O Pingente
Tieko observava atentamente enquanto Kuronue e Kaizo treinavam. No início achava horrível ter que dividir as atenções de seu parceiro com outro, mas o tempo o havia feito mudar de opinião. Kuronue era um garoto adorável, desses que preferem morrer a ser inconvenientes. Sua companhia era agradável e melhor, nunca se estendia além da conta. Isso tudo sem mencionar o excelente ladrão que ele havia se tornado.
Enquanto os irmão de digladiavam numa luta simulada, Tieko se perdia em pensamentos. Ultimamente havia dado para comparar os dois. Alguns anos atrás isso seria impossível. Kuronue não passava de uma miniatura insignificante de Kaizo, nada que pudesse lhe despertar o interesse, mas agora...
Kuronue definitivamente não era o mesmo. Estava quase do tamanho de Kaizo, com os mesmos cabelos negros, o mesmo jeito de andar, as mesmas asas... De fato, se não fosse pelas roupas e pelo indefectível rabo de cavalo do caçula, não seria fácil diferenciá-los. No entanto, se as aparências refletiam enormes semelhanças, o oposto se dava em relação às personalidades.
Kaizo estava sempre sério, parecia ter horror a qualquer tipo de diversão. Só se soltava bêbado, o que era raro de acontecer. Se não fosse tão atraente, certamente Tieko já o teria largado há muito tempo. Kuronue era o exato oposto. Mantinha o bom humor até quando estava visivelmente triste. Era incapaz de dar uma resposta cretina, por mais infeliz que fosse o comentário. Em suma, era impossível não gostar de Kuronue. Observando bem, dava até pra entender a fixação de Kurama por ele.
Tieko ficava balançado sempre que via os irmãos juntos, não podia negar. Ter Kuronue ao seu lado significaria não só ter um companheiro mais jovem e afável como também ser o possuidor da única coisa que Kurama não tinha conseguido conquistar... Isso, porque fora a afeição de Kuronue, o youko tinha arrebatado todos os privilégios que aquele subterrâneo infame poderia oferecer. Não se pode ter tudo, não é mesmo?
Pensando bem, Tieko já estava quase convencido de que era tempo de mudar de namorado... Tinha que agir logo. Kaizo não era fácil de despistar. Provavelmente perceberia suas intenções assim que as demonstrasse e, em se tratando de seu irmãozinho, sua reação seria imprevisível. Melhor ter todo o cuidado...
No encontro de Kurama com Kuronue à tarde, Tieko foi o primeiro a chegar. Não sabia bem do que se tratava, apenas que o irmão de Kaizo estaria lá, fazendo não se sabe o que. O garoto tinha inventado uma estória tão esfarrapada que nem conseguia se lembrar. De qualquer modo, seria um boa oportunidade para conversar com ele a sós, com sorte até mesmo sobre assuntos mais interessantes....
Quando Kuronue chegou, pareceu bastante surpreso por encontrá-lo lá, embaraçado até. Mesmo assim, sorriu cordialmente e sentou-se ao seu lado.
"Tieko! Você por aqui?"
"Surpreso?"
"Um pouco. Pensei que você estivesse com meu irmão."
"Na verdade, eu vim aqui te procurando. Preciso falar com você."
"Comigo?"
"É. Acho que a gente precisa se conhecer melhor. Somos parceiros há algum tempo e ainda não tivemos chance de conversar com privacidade."
"Tudo bem. Sobre o que quer falar?"
"Que tal sobre você? Soube que Kaizo andou te levando lá na aldeia..."
"Ele te contou? Ah... bem, foi... interessante..."
"Imagino... Estou contente por você. Já está virando um homem, nem parece mais aquele menininho que eu encontrei quando cheguei aqui."
"O tempo passa..."
"Pra melhor... ainda bem."
"Tieko, me responde uma coisa com sinceridade. Eu atrapalho você e meu irmão, não é?"
"Você? Que é isso? Você é um garoto excelente. E está cada vez melhor. Tenho certeza que em pouco tempo superará Kaizo facilmente."
"Não diga isso. Não quero competir com o meu irmão."
Tieko se aproximou, tentando parecer mais íntimo. Isso também lhe deu a chance de tocar os longos cabelos de seu interlocutor."
"Gosto de seus cabelos, são mais macios do que do seu irmão..."
Kuronue sorriu sem graça. Já estava começando a achar aquela conversa muito estranha.
"Impressão sua. Meu cabelo é igual ao dele... Como se sente hoje? Ontem você bebeu um bocado."
A evasiva provou-se inútil. Tieko se recusava a mudar de assunto. Passou do cabelo para os olhos, dos olhos para as feições das feições para outras partes do corpo. Kuronue contornava aquele jogo de comparações da melhor maneira possível, já que ainda não tinha assimilado as intenções de Tieko. Preferiu pensar que ele ainda estava variando, conseqüência da bebedeira da véspera.
A conversa seguiu tensa, cheia de entrelinhas e evasivas. Tieko cercava e Kuronue escapava por onde podia. Nenhum dos dois percebeu que estavam sendo observados...
Kurama sentiu o sangue ferver de tal maneira que chegou a perder o ar. Não podia estar vendo o que estava vendo. Tieko, aquele imprestável, acediando seu adorado Kuronue. Escondido atrás de um arbusto, o youko teve que sentar para ter certeza que não faria uma loucura. Sua vontade era cortar Tieko com o chicote até até que ele virasse farelo. Tinha que se acalmar e pensar em algo... algo que pudesse livrá-lo daquela ameaça de uma vez por todas. Poderia suportar o desprezo de Kuronue o resto da vida mas não agüentaria sequer um dia se tivesse que vê-lo ao lado de outro, especialmente de um cretino como Tieko.
Demorou algum tempo até que Kurama reunisse coragem para espiar de novo. Se arrependeu imediatamente. O descarado estava acariciando os cabelos de Kuronue na maior intimidade. Aquilo era demais... O youko voltou correndo para o subterrâneo com a sensação de que seus miolos iriam explodir.
Kaizo bem que desconfiava que havia algo estranho no ar. Há dois dias que Kuronue andava tão afastado. Talvez estivesse apenas tentando ser discreto, encontrar um rumo próprio mas algo lhe dizia que havia algum mistério atrás disso. Tieko era outro que andava cheio de segredos. Boa coisa não podia ser.
Mesmo assim, achou melhor não dizer nada. O que quer que fosse, descobriria mais cedo ou mais tarde.
De fato, Tieko não andava em seus melhores dias. Sua aproximação de Kuronue só havia servido para lhe dar certeza que não tinha chance alguma com ele. O melhor que tinha a fazer era esquecer. Seria muito pior se Kaizo percebesse algo...
Era uma tarde maçante. Kuronue e Kaizo tinham saído pra roubar sem fazerem a menor questão de sua companhia. Tudo que lhe restava fazer era aproveitar a sombra de uma árvore, descansar e torcer para que os irmão não tivessem nenhuma conversa que pudesse vir a prejudicá-lo. Já estava lá parado há algum tempo quando sentiu alguém se aproximar...
"Kurama, você por aqui? Pensei que costumasse dormir o dia inteiro..."
"Pensou errado.", respondeu secamente enquanto subia na árvore.
Tieko não conseguiu ficar impassível muito tempo. Acabou olhando pra cima para conferir o que o youko estava fazendo.
"Como você faz isso?", disse ao ver Kurama amadurecer as frutas antes de comê-las.
"Não sei."
"Você não é mesmo muito de conversa..."
Kurama pulou para o chão amparando várias frutas com a beirada da camisa.
"Quer?", perguntou inclinando o corpo pra frente.
Talvez nem tudo esteja perdido - pensou Tieko ao aceitar aquela oferta tão insinuante.
"Obrigado..."
Antes jamais se atreveria a pensar nesta possibilidade, mas diante de um Kurama tão generoso, não conseguiu deixar de imaginar que talvez não estive tão longe assim de arranjar um novo amigo. O youko tinha vantagens e desvantagens. Mestre Najah e um temperamento difícil eram as desvantagens. De resto só teria a lucrar com a sua companhia.
Subitamente, Kurama interviu em seus pensamentos.
"Eu tenho uma espada nova. Meu pai diz que é das melhores... Eu estava pensando se você não queria trocá-la comigo. Eu vi que você estava usando um pingente de pedra amarela no dia da festa. Gostei dele."
"Bom, o pingente não está aqui... e pelo visto nem a espada. Acho que a gente deve se encontrar numa outra hora."
"Quer voltar lá no quarto hoje de novo? Meu pai não vai estar..."
"Por que não na floresta?", sussurrou Tieko chegando mais perto.
Kurama levantou, se desviando ligeiramente
"Eu vou estar lá. Se não quiser ir, tudo bem.", despistou, retirando-se com um meio sorriso
Tieko viu o youko sumir de sua vista sem saber bem o que pensar. O que poderia ele estar tramando? Se bem que, talvez o garoto só estivesse tentando ter umas experiências novas. Se ele, que tinha Kaizo, já estava louco pra variar um pouco que diria Kurama, as voltas todas as noites com um tipo como o mestre... Kurama não ia ser louco de arrumar confusão, afinal, pra todos os efeitos, também seria culpado. E depois, Kurama era só um garoto... petulante e genioso, é verdade, mas que não poderia ser mais esperto do que ele.
A noite nunca havia demorado tanto pra chegar... Bom, pelo menos de uma coisa Tieko não podia se queixar: Kaizo e Kuronue tinham saído juntos, o que facilitava bastante seus planos... Estava tão animado com a perspectiva de uma nova conquista que até se preparou especialmente para a ocasião. Aquele lindo casaco recém roubado de Kaizo vinha bem a calhar. Com certeza, seu parceiro não se zangaria com aquele pequeno empréstimo, pensou maliciosamente.
Assim, munido do pingente de pedra amarela e de uma roupa nova, Tieko partiu para o ataque. Seria uma noitada inesquecível...
Cautelosamente, o jovem se aproximou da entrada do quarto do mestre. Kurama já estava esperando por ele. Não houve uma recepção lá muito calorosa por parte do youko, mas Tieko sabia que era assim mesmo. Kurama fazia questão de manter a pode em qualquer circunstância. Teria que ser incisivo que quisesse conquistar o que pretendia. Não teria a menor chance se usasse com Kurama a mesma conversa mole que tentou com Kuronue. O youko era diferente... experiente apesar da pouca idade. Com ele poderia ir direto ao assunto.
"Trouxe o pingente?", perguntou Kurama secamente.
"Mas é claro... Olhando bem, ele parece ter sido feito pra você. A cor combina com os seus olhos. Posso ver a espada?"
Kurama puxou o cobertor, revelando a espada ao seu lado. Evidentemente, Tieko interpretou o movimento como um convite.
"Não disse que era pra se sentar...", retrucou o youko assim que Tieko se esparramou ao seu lado.
"Eu examino espadas melhor deitado... Ora, Kurama, vamos parar com esse fingimento idiota. Sei porque me chamou aqui."
"Por que seria então?"
"Talvez porque você queira fazer novas descobertas? Sabe, eu também me sinto assim... Estou cansado de asas... queria ver como é uma cauda pra variar.", disse, deslizando os dedos pela cauda de Kurama, propositadamente pousada ao seu lado.
"Oh-Ouh", murmurou o youko com expressão de apática surpresa.
Seus olhos dourados estavam fixos em direção a entrada, quase que intimando Tieko a acompanhá-los. Ao fazê-lo, o jovem youkai sentiu seu coração parar dentro do peito. Parado na entrada do quarto estava Kaizo... O leve tremor de suas asas revelavam todo o desgosto que sua expressão fechada insistia em camuflar mesmo diante daquela cena ultrajante.
"Kaizo, eu... eu..."
Tieko não teve tempo de recuperar a atitude, Kaizo deus as costas e saiu para o corredor, sendo seguido por seu amante desesperado. Palavras provaram-se inúteis. Nada poderia mudar o que a visão de Kaizo havia acabado de captar... traição.
Depois de várias tentativas inúteis, Tieko rendeu-se ao abatimento... Não tanto pelo fim de seu relacionamento com Kaizo, mas pelo modo como foi enganado por aquele fedelho mau caráter. Conhecia Kaizo. Sabia que não o teria de volta. Paciência, amantes vem e vão de qualquer jeito. O que lhe ocupou os pensamentos naquela noite em claro foi como poderia fazer para se vingar de Kurama.
De uma coisa Tieko poderia ter certeza: planejamento não era o seu forte.
Por mais que desejasse preparar uma cilada para Kurama, o clima pesadíssimo da manhã seguinte o fez esquecer de quase tudo que tinha remoído durante a madrugada. O sono embotava as suas idéias e atiçava sua ira, embora ele próprio se recusasse a perceber o óbvio. A solução para sua mágoa, uma garrafa de bebida que havia sobrado da festa de Kuronue, só ajudou a piorar seu estado ainda mais.
Já devia ser quase de tarde quando Tieko despertou no meio da floresta. Só então deu conta que havia apagado ali mesmo. Os efeitos da ressaca não podia mais ser ignorados e o rapaz achou por bem controlá-los com mais vinho, afinal, o que tinha a perder?
Assim, que o mal estar sucumbiu à nova dose, Tieko tomou o caminho de volta. Tinha várias contas pra acertar...
"Mano... por favor... me conta o que está acontecendo."
"Sai daqui, Kuro, já disse."
"É alguma coisa com Tieko?"
Finalmente Kuronue dizia alguma coisa capaz de fazer seu irmão encará-lo. Kaizo tinha passado a manhã inteira deitado, com o rosto escondido entre os braços, expulsando de sua presença qualquer um que tentasse se aproximar... Só que nem isso foi capaz de preparar Kuronue para ver seu irmão com os olhos avermelhados como se estivesse bêbado, ou pior, como se tivesse chorado a noite inteira... Não se lembrava da última vez que vira Kaizo chorar e vê-lo daquele jeito era de partir o coração...
"Kaizo, que houve? Sou seu irmão, sabe que pode confiar em mim..."
"Perdi o pingente. Me desculpe, só estou me comportando feito uma criança idiota.", respondeu Kaizo tentando se recompor.
"Você nunca é idiota, mano... Sei como se sente... sei o quanto o pingente significava pra você...", consolou Kuronue, deixando que Kaizo se encostasse em seu peito.
"Acho que estamos em caminhos opostos, Kuro. Você está crescendo e eu regredindo. Quando que eu podia imaginar que você um dia ia me consolar?"
"Deixe de besteira. Eu não podia continuar dependendo de você pra tudo o resto da vida. Você é mais que um irmão pra mim, Kaizo. Nunca vou esquecer de tudo que fez por mim... Quanto ao pingente, pode ficar com o meu, se quiser..."
"NÃO! Kuro, por favor... me promete que nunca vai se desfazer dele."
"Mas, eu..."
"Por favor, Kuro, faz isso por mim. Promete que vai guardá-lo pro resto da vida e que nunca vai dar ele pra ninguém, nem mesmo pra alguém que você ame."
"Tá... eu prometo..."
"Obrigado, irmão... Olha, não precisa ficar aqui me pajeando. Pode ir cuidar de suas coisas. Hoje eu prefiro ficar por aqui."
"Eu vou sim... Vou arranjar um almoço pra nós e trago pra cá, está bom assim?"
Kaizo sorriu de leve, e Kuronue saiu para cumprir sua missão com a estranha sensação de que seu irmão não havia lhe contado toda a verdade sobre o pingente...
Horas depois, Kuronue retornava com uma refeição completa na sacola. Demorou mais um tempo para que tudo saísse no capricho, mas parecia ótimo. Com certeza Kaizo se sentiria melhor com a barriga cheia.
Ao de aproximar da entrada do subterrâneo, notou um burbirinho estranho. Vários garotos em círculo, como que rodeando alguém... Tieko. Ele estava completamente desgrenhado, com a roupa rasgada e vários cortes no corpo...
"Kuronue, ainda bem que chegou...", disse um dos jovens aflito, "... Tieko lutou com Kurama e foi expulso daqui. Por favor, fale com Kurama, você foi amigo dele... A gente tem certeza que foi ele quem armou tudo..."
"Não! Eu vou embora... Prefiro morrer do que viver aqui só porque aquele maldito permitiu!", gritou Tieko com a voz embargada.
"Não diga bobagens, Tieko! É muito perigoso lá fora!", retrucou outro youkai.
Atônito, Kuronue acompanhava a conversa, sem entender direito o que podia ter se passado...
"Mas... Kaizo... ele..."
"Seu irmão vai ficar, Kuro! Você e ele. Eu vou e está decidido. É melhor assim, já estava mesmo de saco cheio desse lugar."
"Não dê ouvidos a ele, Kuro,...", pediu outro jovem, "... está bêbado! Fale com Kurama, por favor. O mestre não está lá dentro, nós vimos ele sair... Só você pode conseguir remediar as coisas."
Enquanto Tieko continuava a murmurar protestos desconexos, Kuronue foi praticamente empurrado pelo resto dos garotos até o corredor de entrada do subterrâneo. Estava claro que não tinha escolha, teria que tentar conversar com Kurama.
Ao passar pelo quarto do irmão, notou que ele ainda estava na mesma posição em que o havia deixado. Entrou para conversar como ele. Talvez Kaizo ainda não soubesse do ocorrido.
"Mano, você está sabendo..."
"Eu sei. Kurama armou uma arapuca pra Tieko e ele caiu feito um parvo. Bem feito."
"O que aconteceu?"
"O youko provocou Tieko e o tonto saiu pra briga. O mestre expulsou ele."
"Como provocou?"
"Kurama sabe usar as pessoas, Kuro. Não se importa com ninguém... Mas eu não me importo, talvez devesse até agradecer..."
Kaizo recostou a cabeça e fechou os olhos, ainda mais vermelhos do que antes. Kuronue se levantou. Talvez devesse mesmo conversar com Kurama...
O jovem foi em direção do quarto do mestre, mas encontrou o youko no seu quarto antigo. Kurama estava sentado no colchão, meio encolhido, com a cauda cobrindo a barriga... Mesmo assim, revelou um sorriso amistoso ao vê-lo.
"Kuronue..."
"Eu vim conversar com você. Acho que só você pode esclarecer essa confusão...", disse se sentando de frente para Kurama.
"Desculpe eu não ter ido naquele dia de tarde. Eu tive um problema..."
"Tudo bem, não vim aqui falar disso. O que aconteceu aqui hoje? Tieko vai embora..."
"Meu pai expulsou ele."
"Por sua causa."
"Kuronue... eu faria qualquer coisa por você, mas por favor não me peça pra ele ficar."
"Então é verdade... Por que, Kurama? Tieko é forte mas não é ameaça pra você, sabe disso... E além disso... Tieko é muito importante pro meu irmão..."
"Eu sei, mas não posso. Não tenho tanta influência sobre Najah como vocês pensam..."
"Kurama... por favor. Nunca te pedi nada na vida... Não posso permitir que o meu irmão sofra por sua causa."
"Minha causa? Seu irmão me culpa por tudo sempre... e o pior é que você acredita. Não vou ajudar Tieko. Se quer saber, acho que Kaizo ficará bem melhor sem ele."
Kuronue abaixou a cabeça como que tentando procurar por um último argumento. Isso seu oportunidade para que Kurama se aproximasse um pouco.
"Não encosta em mim!"
"Eu não ia.. Só queria..."
"Chega, Kurama. Meu irmão está certo sobre você. Você só pensa em si mesmo. E eu que já estava pensando que estava sendo muito radical... Quer saber, fique com o mestre, com o subterrâneo e todo o youki que conseguir desenvolver porque é só isso que você vai ter na sua vida."
Kuronue saiu pelo corredor como um vento. Kurama ainda tentou ir atrás dele, mas o corte na barriga, herança de sua luta com Tieko o impediu. Dali a pouco Najah voltaria com um remédio e ficaria tudo bem. A única coisa que remédio algum poderia endireitar era sua situação com Kuronue. E Kurama preferia ter perdido um braço para a espada de seu rival do que suas últimas esperanças de ter seu amigo de volta.
Kurama não suportava a idéia de entregar os pontos, mas desta vez, se rendeu às lágrimas que teimavam em embaçar a sua vista. Najah não estranharia. Com certeza iria pensar que fossem de dor... De uma certa forma, eram mesmo.