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Fanfic por Ana-chan
Capítulo 25
Asas do Desejo
Kuronue mal podia acreditar que tinha conseguido dormir por algum tempo após os maus momentos do dia anterior. Ao menos o descanso o tinha ajudado a se recuperar melhor. Perdera seu encontro com Kurama, mas se explicaria mais tarde. Tudo que desejava agora era um banho que lhe pudesse lavar tanto o corpo quanto a alma.
A discussão com Kaizo fora feia. A pior desde que se entendia por gente. Pela primeira vez, haviam trocado acusações e chegado perto de partirem para a agressão física. Felizmente, pararam antes disso. Kuronue tinha medo de pensar em quanto tempo ficariam sem se falar desta vez. É certo que fora um erro contar a verdade sobre o aparecimento do pingente mas jamais lhe passou pela cabeça que seu irmão reagiria tão mal a ponto de atirar a jóia no rio. Agora sim estava perdida para sempre... apenas porque passara alguns dias em poder de Kurama.
Se Kaizo fosse capaz de manter a cabeça fria quando o assunto era o youko bem que gostaria de perguntar-lhe o porquê de tanta raiva. A expulsão de Tieko, talvez... Ele e seu irmão eram amantes. Tieko era o protótipo do tipo "bonitinho mas ordinário", contudo Kaizo gostava muito dele, provavelmente, bem mais do que seu jeito fechado deixava transparecer. Saber que Tieko tinha entregue seu pingente para Kurama com certeza foi um choque a mais para quem já tinha se decepcionado tanto... Por outro lado as coisas que Kaizo costumava dizer quando perdia a calma eram quase tão espinhosas quanto o chicote de Kurama. Bastou revidar uma vez para que o desentendimento saísse de controle. Deu no que deu. Agora só lhe restava lamentar e esperar que o tempo se encarregasse de apagar as marcas daquele triste episódio.
Era cedo e Kuronue havia passado a noite sentado e ao relento. Seu corpo estava meio moído mas nada que relaxar na água do lago não pudesse resolver. Uma pena que Kurama nunca estivesse de pé pela manhã. Ele sim sabia tomar banho com estilo, sempre com alguma novidade cheirosa pra passar no corpo ou no cabelo. Ultimamente apreciava muito ver Kurama tomando banho... Era bem diferente de uns tempos atrás. As vezes se surpreendia observando os detalhes do tecido molhado que sempre acabava colando no corpo do youko. Engraçado... Já tinham tomado banho juntos centenas de vezes e não se lembrava de admirá-lo assim antes...
Kuronue se aproximou devagar... A última coisa que queria no momento era se encontrar com alguém, conhecido ou não. Mas a surpresa que teve ao alcançar o lago não foi de todo desagradável... Ele teve que piscar algumas vezes para acreditar que não estava vendo coisas... Kurama estava pegando sol na beira do lago nu ou quase. Em seu íntimo, se perguntou porque não podia simplesmente chegar e dizer 'oi', afinal, o que aquilo tinha demais? Por que tinha que ficar ali parado como se estivesse vendo uma miragem? Coisa mais sem sentido...
Decidido a se comportar naturalmente, Kuronue se aproximou com convicção.
"Oi Kurama! Acordado a essa hora, que milagre!"
Sem querer, Kuronue tinha acertado... Seria mesmo um milagre - se Kurama estivesse acordado. Por alguns instantes, Kuronue ficou na dúvida. Não sabia se o acordava ou se o deixava dormir. Uma irresponsabilidade dar um cochilo assim desacompanhado e no meio do nada. Coisas de Kurama... Já estava tão auto-confiante que se permitia esses luxos. No fundo, o que o irritava mais era estar se sentindo tão desconfortável por estar ali parado ao seu lado. Não dava pra entender...
"Kurama acorda!", chamou já meio nervoso.
Ridículo! Antes podia passar os dias e as noites grudado em Kurama como se fossem gêmeos e agora se sentia estranho só de vê-lo dormir.
Melhor tomar banho... e rápido.
Alguns mergulhos foram suficientes para fazê-lo se sentir um pouco melhor. Tirando o fato de que tinha esquecido de tirar as roupas, tudo bem. O youko já estava acordado e o olhava meio intrigado do lugar onde se sentara.
"Você estava dormindo, não quis te acordar."
"Não senti que dormi... Nossa, estou até preocupado. Não costumo dar um furo desses... Você sumiu ontem de noite... Que houve? Por que está tomando banho de roupa?"
"Se você toma porque eu não posso.", respondeu um tanto áspero.
Kurama estranhou o tom do comentário mas preferiu ignorar.
O youkai saiu da água rapidamente, lutando contra o peso da roupa encharcada. Passou direto pelo youko sem encará-lo. Sabia que estava agindo como um cretino, mas simplesmente não conseguia evitar...
"Você e Kaizo brigaram?"
Incrível como Kurama sempre lhe adivinhava os pensamentos...
"Não foi nada demais... Desculpe o mau humor, tá?... Mas é que eu ando tendo uns dias estranhos..."
"Estranhos como? Alguém te fez alguma coisa?"
"Não quero falar disso com você."
"Tudo bem... Não vai trocar de roupa? Você está ensopado."
"Não trouxe outra coisa pra vestir."
"Tire essa pra secar então. Eu já estou indo embora..."
"Até parece que você não está cansado de me ver sem roupa..."
"Prefiro assim... Não sei que bicho te mordeu mas quando se sentir melhor não esqueça de me avisar.", disse virando as costas.
"Você ainda me ama?"
A pergunta fez Kurama parar onde estava. Que Kuronue não andava muito normal já tinha percebido... Mas daí a tocar nesse assunto é porque devia ser mais grave do que pensara...
"Você sabe que sim."
"E o mestre?"
"Que diferença faz?"
"Me responde. Você o ama?"
"Claro... Por que não?"
"Ele bateu em você, acha pouco?"
"Você também já me bateu..."
"Não tem comparação... Eu nem deixei marca."
"Deixou sim... só porque não dá pra ver não quer dizer que... Kuronue não vou continuar com isso... se você precisar de alguma coisa, vou estar lá no fim da trilha."
Só podia ser o sono, ou talvez a dor de cabeça herdada da véspera. Que outra explicação Kuronue poderia arrumar para o modo como tinha acabado de se comportar? Por que tinha feito aquele monte de perguntas idiotas, como se tivesse o direito de exigir explicações de Kurama? Se ao menos ele tivesse revidado suas grosserias não estaria se sentindo tão estúpido. Mas nem isso ele fez...
Kuronue deixou que suas roupas secassem mais um pouco e depois entrou na floresta. Não custou para encontrar quem procurava. Ele estava lá, bem onde disse que estaria. Se sentou ao seu lado.
"Kurama, me desculpe... Eu ando completamente atarantado esses dias... Não queria ter sido tão rude com você..."
Não houve resposta, então Kuronue continuou.
"Não faz assim... Eu sei que está coberto de razão mas diz alguma coisa."
"Você me disse que tudo ia voltar a ser como antes... Acredita mesmo nisso?"
"Claro... Vai ficar tudo bem."
"Não sei... As coisas mudaram..."
"Não pense assim... Estou chateado porque tive uma briga feia com meu irmão ontem... a gente já não vinha se entendendo mesmo..."
"E o pingente?"
"Deu tudo errado."
"Sinto muito."
Devagar, Kuronue se aproximou de Kurama até o corpo dos dois ficassem quase colados. Em seguida, se reclinou de leve sobre ele.
"Que coisa... até sentado você já está mais alto do que eu..."
"Pensei que nunca fosse admitir."
Uma breve troca de sorrisos encerrou o assunto. No entanto, o silêncio que se seguiu foi inevitável... Era como se ambos estivessem censurando o que pretendiam falar até não restar mais nada a ser dito. Kuronue estalava os dedos enquanto buscava no fundo de sua mente algum outro assunto. Tinha que arriscar ou explodiria... Talvez fosse a sua vez de levar um tapa.
"Kurama, se lembra de quando me beijou?"
"Lembro... como poderia não lembrar?"
"Você gostou?"
"Até você me bater e começar a gritar comigo."
"Esqueça o que aconteceu... Não vou mais brigar com você... nunca mais. Vamos ficar juntos pra sempre. Posso provar... Feche os olhos."
Ou Kurama estava imaginando coisas ou Kuronue estava mesmo bem ali, reclinado sobre o seu peito, dizendo coisas que jamais pensou ouvir de verdade. Sua perplexidade certamente transpareceu em sua fisionomia de tal forma, que Kuronue teve que insistir duas vezes para que fosse atendido.
"Confie em mim."
De olhos fechados, Kurama sentiu ser beijado. Um beijo meio desajeitado, um tanto tímido no início mas tão promissor que poderia ter durado uma eternidade se não fosse pela inconveniente necessidade de respirar...
"Então, convenci você?", perguntou Kuronue assim que recuperou o fôlego.
Kurama não espondeu... simplesmente não conseguia falar. Tinha criado o hábito de analisar todas as situações como se fossem problemas matemáticos... o que se ganha, o que se perde... Desde então qualquer circunstância que deturpasse sua noção de lógica o deixava sem ação. Como entender o que tinha levado Kuronue a beijá-lo? Seria aquilo um pedido de desculpas, uma prova de atração ou uma simples experiência? Porém, enquanto sua mente dava voltas em busca de explicações, seu corpo parecia mais inclinado à ignorar tais indagações.
"Kurama... Eu não sei direito o que está acontecendo... Queria te amar do jeito que você me ama, mas..."
"Não tem importância. O tanto que eu te amo dá pros dois..."
Decididamente, a razão não prevaleceria ali. Teriam se beijado novamente se não fosse por um som emanado da floresta, um sinal claro da aproximação de alguém...
Para Kurama, não havia mistérios. O youki que se sentiu só podia pertencer a uma pessoa - Najah. Com cuidado, Kurama afastou Kuronue.
"Que foi?"
"Fique aí...", sussurrou, "É o meu pai... Não faça barulho.. Eu já volto."
Kuronue observou o youko sumir entre a vegetação. A primeira coisa que lhe ocorreu foi a foi uma certa incredulidade ante ao que havia acabado de acontecer. Quando em sua vida imaginou que um dia beijaria Kurama e, pior, que esse fosse uma das melhores sensações experimentadas de sua vida? Um absurdo essa situação... Ele havia dormido debaixo de suas asas por anos...
O mestre e Kurama não eram só pai e filho. Eram amantes e não faziam muito esforço pra esconder isso. Como poderia dar asas ao desejo que o youko vinha lhe despertando se ele já tinha alguém? Se tivesse Kurama não queria dividi-lo com ninguém... e algo lhe dizia que Najah se sentia da mesma forma a esse respeito...
A espera se prolongava...
Cansado de ficar ali parado, Kuronue se levantou e caminhou na mesma direção de Kurama tinha seguido.
Não encontrou ninguém.
Um evasivo pedido de desculpas de Kaizo tinha sido o único consolo de Kuronue no dia que se seguiu. Ao menos não precisava mais se preocupar tanto com relação a seu irmão. Em compensação era Kurama quem havia passado a lhe tirar o sono. Tinha que conversar com ele, dizer o que estava sentindo, ser franco e se livrar do peso que trazia em seu peito desde que se beijaram novamente.
A verdade é que a ausência de Kurama tinha começado a lhe doer mais do que conseguia suportar...
À noite Kurama o procurou. Conversaram por um longo tempo. O youko não permitiu que Kuronue falasse sobre seus sentimentos, embora isso fosse tudo o que desejasse ouvir. Ele apenas falou o que precisava ser dito, sem mentiras, sem falsas esperanças. Somente a verdade que Kuronue já conhecia muito bem...
Nenhum carinho foi trocado naquela noite. Para Kurama seria melhor se tudo terminasse antes mesmo de começar. Se conformaria por acreditar que Kuronue não sentia nada além de uma atração passageira que certamente seria esquecia após aquela noite. Não que fizesse tanta questão de ter retribuídos seus sentimentos... Só que, por mais que o desejasse, era risco demais. Os últimos acontecimentos o tinham obrigado a admitir que certos aspectos de sua vida não estavam tão sob controle como costumava pensar. Najah era um deles. Não podia expor Kuronue ao perigo apenas para aproveitar a oportunidade de tê-lo por uns tempos.
Agora que tinha contado a verdade, Kuronue o tiraria das idéias.
Tinha que ser assim.